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Por Alexandre Amin de Oliveira
Tenho certeza, de que como eu, você já se perguntou o motivo pelo qual o trabalho existe. E, provavelmente, encontrou a resposta de que o homem precisa trabalhar para obter seu sustento. Mas quem instituiu isto? Teria sido a ganância do coração humano? Ou algum líder religioso ou político?
Ao contrário do que é comumente pensado, o trabalho não passou a existir no mundo em decorrência da queda da humanidade em pecado, através de Adão e Eva. A ordem para que o homem trabalhasse veio do próprio Deus, quando estabeleceu um pacto/aliança com sua criatura amada, criada à Sua imagem e semelhança.
Na realidade, podemos encontrar neste Pacto da Criação três mandatos que o Senhor deu ao homem: Espiritual, social e cultural.
O mandato espiritual envolve a expressão em forma de resposta da humanidade ao relacionamento que Deus estabelecera entre si próprio e os portadores da sua imagem. A cada sétimo dia, esta comunhão deveria ser expressa da maneira mais completa e rica possível.
O mandato social pôde ser dado porque Deus criou a humanidade como macho e fêmea. Deus ordenou a união do homem e mulher como uma só carne, a fecundidade, multiplicação e o enchimento da terra.
O mandato cultural envolve a vice-gerência do homem sobre o cosmos. Era para o homem desenvolver e manter tudo aquilo que havia sido criado por Deus. Através deste mandato, Deus colocou a humanidade em um relacionamento singular com a criação, para dominar e sujeitar (Gn 1.28), guardar e cultivar (Gn 2.17).
No decorrer do livro de Gênesis, percebe-se o surgimento e o desenvolvimento de diversas profissões. Abel foi pastor de ovelhas, Caim foi lavrador (Gn 4.2). Jabal foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado (Gn 4.20); Jubal foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta (Gn 4.21); Tubalcaim foi artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro (Gn 4.22).
É justamente a existência de um mandato cultural no pacto da criação que justifica o trabalho e o envolvimento do cristão em áreas como: política, educação, artes, lazer, tecnologia, indústria, e quaisquer outras áreas. No entanto, devemos entender que onde quer que os vice-gerentes agem, devem agir em nome do Criador, revestidos de sua autoridade, fazendo a sua vontade.
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Cl 3. 23,24).
Fonte: Diário Reformado
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