terça-feira, 28 de novembro de 2023

AVIVAMENTO: O DESPERTAR DO POVO DE DEUS

 


Neemias 8-10

Quando o avivamento veio a Florença, na Itália, em 1496-1498, o instrumento humano de Deus foi o italiano Savonarola. Ele estava chocado com o vício e a imoralidade do mundo a seu redor na Itália e pela corrupção da Igreja Católica Romana. Quando jovem, ele andava à margem do rio Pó, cantando a Deus e chorando pelos pecados, pelas injustiças e pela pobreza do povo a seu redor. Ele chorava e lamentava a impudicícia, o luxo e a crueldade de muitos líderes na igreja. Ficava deitado, prostrado, durante horas a fio, sobre os degraus do altar na igreja, chorando e orando pelos pecados de sua época e os pecados da igreja. 

Deus enviou um despertamento espiritual. Esse avivamento trouxe imensas transformações. O mundo parou de ler livros vis e mundanos. Os mercadores restituíram às pessoas os lucros excessivos que tinham extorquido. Criminosos e moleques de rua pararam de cantar cantigas pecaminosas e começaram a cantar hinos nas ruas. Foram proibidos e abandonados os carnavais. Foram feitas gigantescas fogueiras em que livros mundanos, máscaras, perucas e ilustrações obscenas foram queimados. 

Israel ao retornar do cativeiro estava vivendo em uma situação triste não só por que as muralhas de Jerusalém estavam derribadas, mas por que o povo estava vivendo distante de Deus, praticando coisas abomináveis aos olhos do Senhor. Na primeira parte do livro podemos ver o empenho de Neemias pela reconstrução das muralhas de Jerusalém e na segunda parte podemos ver a dedicação de Neemias pela restauração da nação. Neste momento eu lhe convido para aprendermos algumas lições com a restauração espiritual de Israel. O despertamento acontece quando:

1- O POVO TEM FOME DA PALAVRA DE DEUS ( 8.3-9) – Na verdade, Neemias veio a Jerusalém para reconstruir o muro, e obteve sucesso em fazê-lo. Mas descobrimos agora que a reconstrução estava longe de ser tudo que ele objetivava. Neemias queria reconstruir o muro, mas além desse objetivo, ele desejava algo muito mais significativo: reconstruir a nação.

No capítulo 8 de Neemias vê-se o ponto de partida para a verdadeira renovação nacional. A Palavra de Deus. versículos 2-12 mencionam uma grande assembleia pública em que Esdras, o sacerdote, lê a lei de Deus para o povo e como todos são afetados por isso. O povo veio para a cidade da zona rural vizinha, reuniu-se na grande praça pública ante a Porta das Águas, no lado leste de Jerusalém, e ouviu Esdras. Ele montou uma grande plataforma de madeira que havia sido erguida para a ocasião e ali, rodeado por 13 dos mais importantes levitas, leu o livro da lei (o Pentateuco ou “os cinco primeiros livros”) do início da manhã até meio-dia — cerca de seis horas.

O povo demonstrou reverência extraordinária pela lei, pois se levantou em silêncio respeitoso quando Esdras abriu o pergaminho. Quando orou, eles responderam: “Amém! Amém!”, e adoraram a Deus. À medida que a narrativa se desenrola, descobre-se que a leitura da lei divina levou ao avivamento nacional.

2-O POVO BUSCA A DEUS EM ORAÇÃO  (8.6; Ne 9.1; Es 9.1-15) – A restauração das muralhas de Jerusalém, haviam sido concluídas, mas Neemias sabia que a nação precisava de restauração espiritual. O povo de Deus estava contaminado pelo pecado(Esdras 9.1).

Esdras ao tomar conhecimento de tal situação rasgou as suas vestes, arrancou os cabelos da barba, e se assentou atônito. Mas ele não fez apenas isto, ele buscou a Deus em oração em favor da nação (9.5-10.1).Esdras começou pela oração (v. 6). Essa é a primeira aparição de Esdras em Neemias (cf. v. 1), e sua oração antes da leitura da lei, mesmo sem registro, pode ser considerada apenas uma invocação formal. No entanto, seria errado pensar assim. A aparição de Esdras é significativa, e a oração era mais que uma formalidade, como comprova a resposta do povo.

Todos os avivamentos tiveram início em um movimento de oração motivado, dirigido e coordenado pelo Espírito Santo. A oração prolongada e prevalecente continua em muitos corações, invisível aos olhos humanos, mas presente nas correntes do preparo do caminho do Senhor feito pelo Espírito. Não conhecemos todos os caminhos do Espírito Santo que prepararam a América e a Grã-Bretanha para o avivamento de 1857-1858, mas reconhecemos muitos dos eventos e pessoas que Deus usou para tanto.

3- O POVO TEM COMPROMISSO COM DEUS (9.38-10.39)-A primeira reforma realizada por Neemias foi estrutural. Jerusalém passara por uma grande reforma física, econômica e social. Os muros foram reconstruídos e as portas levantadas. Os ricos devolveram as terras e casas que haviam tomado dos pobres e os sacerdotes voltaram a cuidar da Casa de Deus.  segunda reforma foi espiritual. Tudo começou com a fome pela Palavra de Deus. Estudo da Bíblia e oração produziram confissão, choro pelo pecado, alegria da obediência e acerto de vida com Deus.

Os grandes avivamentos surgiram quando o povo entrou em aliança com Deus para O buscar, O conhecer e O obedecer. Vivemos hoje uma espiritualidade centrada no homem e no que podemos receber de Deus. Não é mais o homem quem está a serviço de Deus, mas Deus é quem está a serviço do homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra como no céu, mas a vontade do homem que deve ser imperativa no céu. Precisamos voltarmos para Deus por causa de Deus e não apenas por causa de Suas bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos, o doador é mais importante do que a dádiva.

Precisamos olhar para o passado, ver a aprender com as lições da História. O nosso Deus fez, faz e fará maravilhas na vida do Seu povo. Hoje precisamos nos voltar para Deus. E o nosso compromisso com ele não deve ser apenas gerais, mas também, e sobretudo, em áreas específicas como santificação, casamento, dia do Senhor, contribuição e adoração. Que o Senhor venha avivar a sua igreja hoje!.

 Pr. Eli Vieira

UMA VIDA EXTRAORDINÁRIA


  Como podemos viver uma vida extraordinária?

Êxodo 13:17- 15:21

“A HISTÓRIA NÃO CONFIA A GUARDA DA LIBERDADE POR MUITO TEMPO ÀQUELES QUE SÃO FRACOS OU TÍMIDOS.” O presidente Dwight Eisenhower disse essas palavras em seu discurso de posse, no dia 20 de janeiro de 1953. Como o homem que ajudou a liderar os Aliados rumo à vitória na Segunda Guerra Mundial, o general Eisenhower tinha amplo conhecimento do altíssimo preço da vitória, bem como do fardo pesado da liberdade que sempre segue o triunfo.

Existe algo mais extraordinário do que desfrutar da vida de Deus? Viver um profundo relacionamento com Cristo e andar no Centro da sua vontade é a maior experiência que alguém pode desejar. Ele tem planos e propósitos exclusivos reservados para cada um dos seus filhos, para o seu povo para que possamos viver em plena liberdade, e assim desfurtar de uma vida extraordinária.

Israel havia vivido muitos anos como escravo no Egito, agora estava livre da escravidão, mas para não ser escravizado mais uma vez precisava andar com Deus para viver uma vida extraordinária. O êxodo de Israel ensinou ao povo que seu futuro sucesso estava em caminhar com Deus. Para viver uma vida extraordinária, nós precisamos:

1-SEGUIR A DIREÇÃO DO SENHOR (ÊX 13:17-22) – O êxodo de Israel do Egito não foi o fim de sua experiência com Deus; na verdade foi um recomeço. “Foi preciso uma noite para tirar Israel do Egito, mas foram necessários quarenta anos para tirar o Egito de Israel”, disse George Morrison. Se Israel obedecesse à vontade de Deus, o Senhor os conduziria à terra prometida e lhes daria sua herança. Quarenta anos depois, Moisés lembraria a nova geração de que Deus “te tirou do Egito […] para te introduzir na sua terra e ta dar por herança” (Dt 4:37, 38).

A mesma coisa pode ser dita da redenção que temos em Cristo: Deus nos livrou da escravidão para que pudesse nos conduzir à bênção. A. W. Tozer costumava nos lembrar de que “somos salvos de, como também para”. A pessoa que confia em Jesus Cristo nasce de novo e passa a fazer parte da família de Deus, mas esse é só o começo de uma nova e empolgante aventura que deve nos conduzir ao crescimento e a conquistas. Deus nos liberta e, então, nos conduz através das várias experiências da vida, um dia de cada vez, para que possamos conhecê-lo melhor e para que, pela fé, possamos nos apropriar de tudo o que ele deseja nos dar.

         Deus traça o caminho para seu povo (w. 17, 18). Deus não é surpreendido por nada. Ele planeja o melhor caminho a ser percorrido por seu povo. E possível que nem sempre compreendamos o caminho que ele escolhe ou que nem mesmo concordemos com ele, mas o caminho de Deus é sempre certo. Podemos dizer cheios de confiança: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome” (SI 23:3) e devemos orar com humildade e pedir: “Faze-me, Senhor, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas. Guia-me na tua verdade e ensina-me” (SI 25:4, 5).

Se houvesse algum estrategista militar no meio do povo de Israel naquela noite, ele provavelmente teria discordado da rota de desocupação escolhida por Deus, pois era longa demais. Deus sabia o que estava fazendo quando escolheu o caminho mais longo.

Se você permitir que Deus dirija seus passos (Pv 3:5, 6) você irá viver uma vida extraordinária. Mas espere ser conduzido, de vez em quando, por alguns caminhos que parecem desnecessariamente longos e sinuosos. Lembre-se de que Deus sabe o que está fazendo, de que ele não está com pressa e de que, enquanto você segui-lo, estará seguro sob a bênção dele. É possível que ele feche algumas portas e, de repente, abra outras, e devemos ficar alertas para isso (At 16:6-10; 2 Co 2:12, 13).

Deus encoraja a fé de seu povo (v. 19). Antes de morrer, José fez seus irmãos prometerem que, quando Deus livrasse Israel do Egito, seus descendentes levariam consigo os restos mortais dele para a terra prometida (Gn 50:24, 25; Hb 11:22). José sabia que Deus cumpriria sua promessa e salvaria os filhos de Israel (Gn 15:13-16). José também sabia que seu lugar era na terra de Canaã, junto com seu povo (Gn 49:29-33).

O que esse caixão significava para as gerações de judeus que viveram durante os terríveis anos de escravidão no Egito? Sem dúvida, os judeus podiam olhar para o caixão de José e ser encorajados. Afinal, o Senhor havia cuidado de José durante suas provações e, por fim, o havia libertado, e faria o mesmo pela nação de Israel, libertando-a no devido tempo. Durante os anos que passou no deserto, Israel viu o caixão de José como uma lembrança de que Deus tem seu tempo e cumpre suas promessas. José estava morto, mas servia de testemunho da fidelidade de Deus. Quando chegaram a sua terra, os judeus cumpriram sua promessa e sepultaram José na terra prometida a Abraão, Isaque e Jacó (Js 24:32).

Enquanto continuamos a obedecer ao Senhor, tais lembranças podem servir para encorajar nossa fé. O importante é que elas apontem para o Senhor e não para um passado morto e que perseveremos em caminhar pela fé e em obedecer ao Senhor em nossos dias.

Deus vai adiante de seu povo para mostrar o caminho (w. 20-22). A nação foi guiada por uma coluna de nuvem, durante o dia, e uma coluna de fogo, durante a noite. Essa coluna é identificada como o anjo do Senhor, que guiou a nação (Êx 14:19; 23:20- 23; ver Ne 9:12). Houve ocasiões em que Deus falou de dentro da coluna de nuvem (Nm 12:5, 6; Dt 31:15, 16; Sl 99:7), e ela também protegeu o povo enquanto caminhavam sob o sol escaldante durante o dia. (Sl 105:39). Quando a nuvem se movia, o acampamento também se deslocava; quando a nuvem parava, o acampamento esperava (Êx 40:34-38).

Não temos o mesmo tipo de orientação visual hoje em dia, mas contamos com a Palavra de Deus, que é luz (Sl 119:105) e fogo (Jr 23:29). É interessante observar que a coluna de fogo servia de iluminação para os israelitas, mas era escuridão para os egípcios (Êx 14:20). O povo de Deus é esclarecido por sua Palavra (Ef 1:15-23), mas os que não são salvos não conseguem compreender a verdade de Deus (Mt 11:25; 1 Co 2:11-16).

Como teria sido insensato os israelitas pararem sua marcha a fim de fazer uma votação sobre o caminho que deveriam tomar para o monte Sinai! Certamente há um lugar para a deliberação e para o referendo comunitários (At 6:1-7), no entanto, quando Deus fala, não há motivo para fazer uma assembleia. Em mais de uma ocasião, nas Escrituras, a maioria estava errada.

2. CONFIAR NAS PROMESSAS DO SENHOR (Êx 14:1-31) – O Senhor Deus manifestou os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel” (SI 103:7). O povo judeu foi informado daquilo que Deus desejava que fizesse, porém Moisés foi informado do porquê de Deus estar fazendo tais coisas. “A intimidade do Senhor é para os que o temem” (SI 25:14). A liderança de Moisés foi um elemento essencial para o sucesso da CAMINHADA de Israel. Nesta caminhada ele enfrentaram muitas circunstâncias adversas.

Faraó e a seus oficiais, ao deixarem os hebreus escaparem, haviam colocado em risco – ou talvez até destruído – toda a economia de sua terra, portanto o mais lógico era ir atrás deles e levá-los de volta ao Egito. Encontramos, aqui, outro motivo pelo qual o Senhor escolheu aquele determinado caminho: os relatos levariam o Faraó a crer que os hebreus estavam vagando como ovelhas perdidas no deserto e que, portanto, poderiam facilmente ser perseguidos e capturados pelo exército egípcio e assim perseguiram os israelitas (vv.1-9). O Senhor estava atraindo os egípcios para sua armadilha, pois Deus estava no controle.

Enquanto os israelitas mantivessem seus olhos fixos na coluna de fogo e seguissem ao Senhor, estariam andando pela fé e nenhum inimigo poderia tocá-los. Contudo, quando tiraram os olhos do Senhor e olharam para trás, viram os egípcios se aproximando, apavoraram-se e começaram a murmurar, entraram em pânico(vv.10-12).

“Visto que andamos por fé e não pelo que vemos” (2 Co 5:7).

Quando você se esquece das promessas de Deus, começa a imaginar as mais terríveis possibilidades. A incredulidade consegue apagar de nossa memória todas as demonstrações que vimos do grande poder de Deus e todos os exemplos que conhecemos da fidelidade de Deus a sua Palavra.

Moisés era um homem de fé e confiava no poder de Deus, que sabia que o exército do Faraó não consistia, de modo algum, numa ameaça para Jeová. Moisés deu várias ordens ao povo, e a primeira delas foi: “Não temais” (v. 13). Às vezes, o medo nos enche de energia e procuramos evitar o perigo. Em outras ocasiões, porém, ele nos paralisa e não sabemos o que fazer. Israel foi tentado a fugir, mas Moisés deu-lhe mais uma ordem: “Aquietai-vos e vede o livramento do Senhor” (v. 13). Pela fé, os israelitas haviam marchado para fora do Egito e deveriam, portanto, pela fé, aquietar-se e ver Deus destruir os soldados da cavalaria egípcia.

Moisés não disse apenas para se aquietarem, mas também “vós vos calareis” (v 14). Como teria sido fácil chorar, murmurar e criticar Moisés, mas nenhuma dessas coisas teria ajudado o povo a sair daquela situação. A incredulidade gera murmuração, mas a fé leva à obediência e traz glória para o Senhor. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Que motivo há para reclamação quando temos a maravilhosa promessa de que “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14)? Mais tarde, em sua jornada, o Senhor ajudaria Josué e o exército israelita a combater suas batalhas (Êx 1 7:8), mas, dessa vez, Deus derrotaria os egípcios sem a ajuda de Israel.

A ordem seguinte foi de Deus para Moisés: “Que marchem!” (14:15) O fato de Israel estar diante do mar não era problema para Deus, e ele disse a Moisés exatamente o que fazer. Quando Moisés erguesse a vara, as águas se separariam, e Israel poderia atravessar em terra seca e escapar do exército egípcio.

Por que Deus realizou essa série de milagres para o povo hebreu? Em primeiro lugar, ele estava cumprindo sua promessa de que livraria Israel e de que os tomaria para si como seu povo (Êx 3:7, 8). Em tempos vindouros, os judeus mediriam todas as coisas tomando como parâmetro a demonstração do grande poder de Deus no êxodo. No entanto, Deus tinha mais um propósito em mente: Em segundo lugar, revelar outra vez seu poder e glória na derrota do exército egípcio. “E os egípcios saberão que eu sou o Senhor” (Êx 14:18).

A coluna posicionou-se entre Israel e os egípcios, indicando que Deus havia se tornado uma muralha de proteção entre seu povo e seus inimigos. A coluna servia de luz para os israelitas, mas era escuridão para os inimigos, para o povo incrédulo do Egito, que não era capaz de compreender os caminhos do Senhor. Quando Moisés estendeu a mão, o Senhor enviou um forte vento que separou as águas do mar e abriu caminho para o povo atravessar. O Salmo 77:16-20 indica que esse vendaval foi acompanhado de uma grande tempestade e que, depois de Israel ter atravessado, a tempestade transformou o caminho seco percorrido pelos hebreus numa estrada lamacenta.

Jesus perguntou a seus discípulos depois de acalmar uma tempestade: “Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?” (Mc 4:40). A fé e o medo não podem viver juntos no mesmo coração, pois uma coisa destrói a outra. A verdadeira fé depende daquilo que Deus diz e não daquilo que vemos ou da maneira como nos sentimos. Alguém disse, muito corretamente, que fé não é crer apesar das evidências – isso é superstição -, mas sim obedecer apesar das consequências.

Essa série de milagres divinos certamente foi uma revelação da grandeza e do poder de Deus, de sua fidelidade às suas promessas e de sua preocupação por seu povo. O milagre do êxodo tornou-se parte da confissão de fé de Israel ao levarem suas ofertas ao Senhor (Dt 26:1-11).

Hoje, nós precisamos olhar para os milagres de Deus em nosso viver, a vida é um milagre, mas o maior e o melhor milagre é a salvação em nosso Senhor Jesus Cristo e sermos testemunhas dele a cada passo em nossa jornada.

3. ADORAR AO SENHOR (ÊX 15:1-21) – Uma vez que os inimigos haviam se afogado e que a liberdade era certa, o povo de Israel irrompeu em cânticos e adorou ao Senhor. Não lemos que adoraram a Deus enquanto eram escravos no Egito, e, durante a saída da terra, queixaram-se a Moisés pedindo que os deixasse voltar ao Egito. Mas é preciso haver maturidade da parte do povo de Deus a fim de ser capaz de entoar “canções de louvor durante a noite” (Jó 35:10; SI 42:8; Mt 26:30; At 16:25), e naquele tempo os israelitas ainda eram imaturos em sua fé.

O hino de louvor tem quatro estrofes: a vitória de Deus é anunciada (Êx 15:1-5), as armas de Deus são descritas (vv. 6-10), o caráter de Deus é exaltado (vv. 11-16a) e as promessas de Deus são cumpridas (vv. 16b-18).

 O Senhor é mencionado dez vezes nesse hino, enquanto Israel cantava ao Senhor e sobre o Senhor, pois a verdadeira adoração envolve o testemunho fiel de quem Deus é e do que ele faz por seu povo. A vitória de Deus foi gloriosa, pois em tudo foi obra do Senhor. O exército egípcio foi lançado no mar (vv. 1 e 4), e os soldados afundaram como pedras (v. 5) e como chumbo (v. 10). Foram consumidos como restolho (v. 7).

A declaração: “O Senhor é homem de guerra” (v. 3) pode ser perturbadora para aqueles que acreditam que qualquer coisa relacionada à guerra não se encaixa com o evangelho e com a vida cristã. Algumas denominações tiram os hinos “militantes” de seus hinários, inclusive o “Avante, Avante O Crentes”. Porém, Moisés prometeu ao povo: “O Senhor pelejará por vós” (Êx 14:14; ver Dt 1:30), e um dos nomes de Deus é “Jeová Sebaoth”, que significa “Senhor dos Exércitos”, título que aparece mais de duzentas e quarenta vezes no Antigo Testamento. Em seu hino da reforma, Castelo Forte, Martinho Lutero escreveu:

A nossa força nada faz

Num mundo tão perdido,

Mas nosso Deus socorro traz,

Por Cristo, o escolhido.

 Conosco está Jesus,

O que venceu na cruz,

 Senhor dos altos céus;

E, sendo o próprio Deus,

Triunfa na batalha. (Hinário Luterano, n 2165)

Se temos neste mundo um inimigo como Satanás e se o pecado e o mal são abomináveis ao Senhor, então Deus deve guerrear contra eles. “O Senhor sairá como valente, despertará o seu zelo como homem de guerra; clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará sua força contra os seus inimigos” (Is 42:13). Jesus Cristo é tanto o Cordeiro que morreu pelos nossos pecados como o Leão que julgará o pecado (Ap 5:5, 6) e, um dia, cavalgará para a conquista de seus inimigos; (Ap 19:11).

Em três ocasiões específicas registradas nas Escrituras, o povo de Israel cantou: “O Senhor é a minha força e o meu cântico; ele me foi por salvação” (Êx 15:2):

1-Quando Deus livrou Israel do Egito,

2-Quando o remanescente judeu lançou os alicerces do segundo templo (Sl 118:14)

3- Quando os judeus foram reunidos e voltaram para sua terra a fim de desfrutar as bênçãos do reino (Is 12:2). Em cada um desses casos, o Senhor deu força, salvação e um cântico.

O Senhor é um “homem de guerra” que não luta com armas convencionais. Ao usar características humanas para descrever atributos divinos, os cantores declaram que sua destra é gloriosa em poder, sua majestade lança por terra os inimigos e sua ira os consome como o fogo que queima o restolho.

Não é de se admirar que seu povo cantou: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses?” (v. 11; ver Mq 7:18), eles exaltaram o caráter de Deus, A resposta, obviamente, é que não há ninguém como o Senhor, pois nenhum outro ser no Universo é “Glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que opera(s) maravilhas” (Êx 15:11). Essa estrofe prossegue louvando a Deus por seu poder (v. 12), por sua sabedoria ao conduzi-los (v. 13) e pela grandeza de sua presença ao inspirar o medo no coração de seus inimigos (v. 14).

A promessa de Deus é cumprida (w. 16b18). Essa estrofe refere-se à futura conquista de Canaã por Israel e afirma que Deus comprou Israel e que são seu povo. As nações de Canaã ficariam mudas como pedras, quando os exércitos israelitas conquistassem a terra e as tribos se apropriassem de sua herança. Deus os tirou do Egito para levá-los a Canaã e plantá-los em sua própria terra (Sl 44:2; 80:8, 15; Is 5). Deus colocaria seu santuário no meio do povo e habitaria com eles em glória. A frase “O Senhor reinará por todo o sempre” (Êx 1 5:18) é o apogeu do cântico, enfatizando que Deus é soberano e eterno.

Não apenas Moisés liderou os homens no cântico desse hino de louvor (Êx 15:1) como também Miriã formou um coral especial de mulheres israelitas, que se juntaram a ela repetindo as primeiras palavras do cântico. Seu entusiasmo cheio de regozijo expressou-se enquanto cantavam, tocavam seus tamborins e dançavam na presença do Senhor (ver 1 Sm 18:6; 2 Sm 1:20).Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor” (Sl 106:11, 12). 

 Não foi fácil para eles carregar o fardo da liberdade, e Deus precisou ensiná-los a viver um dia de cada vez durante aqueles quarenta anos, em nossa peregrinação rumo a pátria celestial nós precisamos seguir os ensinamentos do Pai, crer em suas promessas e viver em adoração para honra e glória dEle.

Ad. Pr. Eli Vieira

Marcas de uma Igreja Saudável

 


Atos 2.1-47

Atos dos Apóstolos é o primeiro livro da história da igreja cristã, ele registra a caminhada da igreja de Jerusalém a Roma. Atos desenvolve o esboço traçado por Jesus, o Senhor da Igreja, quando disse aos seus discípulos: E recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia, Samaria e até aos confins da terra (1.8).

Atos é um livro para ser estudado não como uma história remota e distante, mas como um desafio presente. Atos é um manual sobre o crescimento saudável da igreja. Ele trata do crescimento espiritual e numérico da igreja. Para alcançar esse alvo, a igreja manteve, inseparavelmente, ortodoxia e piedade, doutrina e vida, palavra e poder. Ortodoxia sem piedade gera racionalismo estéril. Piedade sem ortodoxia produz misticismo histérico. Ao longo da história, a igreja várias vezes caiu num extremo ou noutro.

Ao estudarmos o livro de atos, podemos aprender algumas lições especiais para que possamos ser uma igreja saudável nesta atualidade desafiadora. Segundo o texto de atos 2.1-47 quero destacar três MARCAS DE UMA IGREJA SAUDÁVEL:

1- É CHEIA DO ESPÍRITO SANTO (Atos 2.1-13) – Lucas é o evangelista que mais enfatiza a obra do Espírito Santo na vida de Jesus e da igreja. O mesmo Espírito que desceu sobre Jesus no Jordão, guiou-o no deserto e revestiu-o com poder para salvar, libertar e curar (Lc 3.21,22; 4.1,14,18), agora vem sobre os discípulos de Jesus (At 1.5,8; 2.33). Nos capítulos iniciais de Atos, Lucas refere-se à promessa, à dádiva, ao batismo, ao poder e à plenitude do Espírito na experiência do povo de Deus.

Em atos 2 podemos ver a descida do Espírito santo (At. 2.1-4), “Cristo subiu, e o Espírito Santo desceu. O Cristo ressurreto ascendeu aos céus e enviou o Espírito a fim de habitar para sempre com a igreja”.O derramamento do Espírito Santo foi um fenômeno celestial. Não foi algo produzido, ensaiado, fabricado. Aconteceu algo verdadeiramente do céu. Foi incontestável e irresistível. Foi soberano, ninguém pôde produzi-lo. Foi eficaz, ninguém pôde desfazer os seus resultados. Foi definitivo, ele veio para ficar para sempre com a igreja.

O derramamento do Espírito foi um acontecimento audível, verificável, público, reverberando sua influência na sociedade. Esse impacto atraiu grande multidão para ouvir a Palavra.     

2- PREGA O PODEROSO EVANGELHO (2.14-41) – O milagre pode atrair a multidão, mas não toca os corações. O milagre abre portas para o evangelho, mas não é o evangelho. Pedro se levantou para pregar uma mensagem eminentemente bíblica. A primeira coisa que Pedro fez foi esclarecer que aquele fenômeno extraordinário não era resultado da embriaguez, mas do cumprimento da profecia de Joel (2.28-32).

Os tempos mudaram, mas Deus não mudou. As circunstâncias são outras, mas o evangelho é o mesmo. A forma de pregar pode ser repaginada, mas o conteúdo da pregação permanece inalterável. Não pregamos um Cristo que esteve vivo e agora está morto, mas o Cristo que esteve morto e agora está vivo. Pregamos o Cristo que padeceu por nossos pecados, mas triunfou sobre a morte e desbancou os principados e potestades na cruz. Pregamos o Cristo que ressuscitou e está assentado no trono; governa a igreja e tem as rédeas da história em suas mãos. Pregamos o Cristo que voltará em glória para colocar todos os seus inimigos debaixo de seus pés e reinar para sempre com sua igreja.

O evangelho é um só. Proclama a salvação pela graça mediante a fé, independentemente das obras. A salvação não é resultado da obra que fazemos para Deus, mas da obra que Deus fez por nós em Cristo Jesus, seu amado Filho.

3- VIVE DE FORMA DIFERENTE (2.42-47) – A vida de uma igreja saudável, é diferente. A igreja de Jerusalém conjugava doutrina e vida, credo e conduta, palavra e poder, qualidade e quantidade. Hoje vemos igrejas que revelam grandes desequilíbrios. As igrejas que zelam pela doutrina não celebram com entusiasmo. As igrejas ativas na ação social desprezam a oração.

Conforme atos, uma igreja saudável e cheia do Espírito Santo é comprometida com a fidelidade à Palavra de Deus (2.42), perseverante na oração (2.42), ora com fervor e constância, tem uma profunda comunhão (2.42,44-46). Na igreja de Jerusalém os irmãos gostavam de estar juntos (2.44), partilhavam seus bens (2.45), apreciavam estar no templo (2.46) e também nos lares (2.46b). Havia um só coração e uma só alma. Uma igreja saudável, adora a Deus com entusiasmo (2.47), Uma igreja viva tem alegria de estar na casa de Deus para adorar e teme a Deus e experimenta os seus milagres (2.43), tem a simpatia dos homens e a bênção do crescimento numérico por parte de Deus (2.47). Essa igreja é simpática e amável, tem qualidade e também quantidade. Cresce para o alto e também para os lados. A igreja crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja em Atos: • Atos 1.15: 120 membros; • Atos 2.41: três 3 mil membros. • Atos 4.4: cinco 5 mil membros. • Atos 5.14: Uma multidão é agregada à igreja. • Atos 6.7: O número dos discípulos é multiplicado. • Atos 9.31: A igreja se expande para a Judeia, Galileia e Samaria. • Atos 16.5: Igrejas são estabelecidas e fortalecidas.

Portanto, quantas Igrejas têm perdido a sua autenticidade e o fervor do Espírito Santo, igrejas mornas sem vida, sem graça, sem unção, que não faz a diferença, igrejas sem fé e sem obras, igrejas sem testemunho. Como podemos ver, “Atos é um livro para ser estudado não como uma história remota e distante, mas como um desafio presente”, pois se queremos ser uma igreja saudável e relevante nesta atualidade, precisamos ser cheios do Espírito Santo, proclamar somente Jesus, porque o verdadeiro evangelho é firmado em Cristo e nos desafia a viver o que pregamos, assim veremos o reino de Deus crescer e a Palavra prevalecer para honra e glória dEle.

Pr. Eli Vieira

Pastor sequestrado na Nigéria é morto após pagamento de resgate


 David Musa foi assassinado a tiros pelos terroristas. (Foto: Morning Star News/Facebook).

David Musa foi assassinado a tiros pelos terroristas após os membros da igreja pagarem parte do resgate exigido.

Um pastor sequestrado na Nigéria foi morto pelos raptores, mesmo após o pagamento do resgate.

De acordo com o Morning Star News, o reverendo David Musa, da Igreja Evangélica Winning All (ECWA), foi raptado em sua fazenda, na área de Obajana, condado de Lokoja, no dia 11 de novembro, por terroristas armados.

Os sequestradores exigiram 20 milhões de nairas (23.676 dólares) para a libertação do pastor. Porém, eles concordaram em receber 1 milhão de nairas, arrecadado pelos membros da igreja.

No dia 14 de novembro, dois fiéis da denominação levaram o dinheiro até os sequestrados, que liberaram o pastor David, em troca.

Segundo o jornal local Daily Post, assim que os cristãos e o líder estavam indo embora, os terroristas o chamaram de volta e assassinaram David a tiros.

“Com o coração pesado, quero informar que um ato maligno ocorreu. Meu pastor, Rev. David Musa, que foi sequestrado no sábado, foi morto por seus captores terroristas depois de terem recebido o resgate que exigiam”, relatou o membro da igreja John Emmanuel, ao Morning Star News.

Stephen Danladi, outro membro, afirmou: “Isso ocorreu porque a igreja não conseguiu arrecadar os 20 milhões de nairas exigidos pelos terroristas”.

O Conselho da Igreja do Distrito de Obajana da ECWA confirmou o rapto e assassinato do pastor David.

“Com o coração pesado, mas em total submissão à vontade de Deus, escrevemos para informar que os sequestradores de nosso irmão, Pastor Musa David, o mataram após coletar um resgate de 1 milhão de nairas na noite de terça-feira, 14 de novembro”, informou o Conselho em comunicado.

A polícia local está investigando o caso e prometeu prender os criminosos. “Queremos assegurar à Igreja que aqueles que estão por trás do assassinato do Pastor Musa serão presos e processados”, declarou William Ovye Aya, porta-voz do Comando da Polícia do Estado de Kogi.

Perseguição extrema na Nigéria

Em 2022, a Nigéria liderou o mundo com 5.014 cristãos mortos por sua fé, segundo o relatório World Watch List (WWL) de 2023 da Portas Abertas.

O país africano também ficou no topo da lista mundial em cristãos sequestrados (4.726), agredidos ou assediados sexualmente, casados ​​à força ou abusados ​​física ou mentalmente, e teve o maior número de casas e empresas atacadas por motivos religiosos.

No ano anterior, a Nigéria teve o segundo maior número de ataques a igrejas e deslocados internos.

Na lista de observação mundial de 2023 dos países onde é mais difícil ser cristão, a Nigéria saltou para o sexto lugar, sua classificação mais alta de todos os tempos, do 7º lugar no ano anterior.

“Militantes do Fulani, Boko Haram, Província do Estado Islâmico da África Ocidental (ISWAP) e outros conduzem ataques a comunidades cristãs, matando, mutilando, estuprando e sequestrando para resgate ou escravidão sexual”, observou o relatório WWL.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE MORNING STAR NEWS

O Perfil de uma Igreja Ideal

 


1 Ts 1 :1 -1 0

Você certamente já ouviu algum pastor dizer:

- Se você encontrar uma igreja perfeita, não se torne membro dela, pois, se o fizer, ela deixará de ser perfeita!

Uma vez que as congregações locais são constituídas de seres humanos, salvos pela graça de Deus, nenhuma igreja é perfeita. Mas algumas se encontram mais próximas do ideal do Novo Testamento do que outras. A igreja de Tessalônica encaixava-se nessa categoria. Em pelo menos três ocasiões nesta epístola, Paulo dá graças pela igreja e pela maneira como ela respondeu a seu ministério (1 Ts 1:2; 2:13; 3:9). Nem todo pastor pode ser tão grato.

Que características tornavam esta igreja próxima do ideal e um motivo de alegria para o coração de Paulo?

1. UM POVO ELEITO (1 Ts 1:1-4)

O termo "igreja", em 1 Tessalonicenses 1:1, significa "um povo chamado para fora". Todos os chamados sobre os quais lemos na Bí­blia indicam eleição divina: Deus chama um povo, separando-o deste mundo e para si (At 15:13-18). Sete vezes em João 17, Jesus refere-se aos cristãos como os que o Pai lhe deu (Jo 17:2, 6, 9, 11, 12, 24). Paulo declara sua certeza de que os tessalonicenses haviam sido escolhidos por Deus (1 Ts 1:4).

 Observemos alguns fatos evidentes acerca da eleição divina.

A salvação começa com Deus. "Porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação" (2 Ts 2:13). "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros" (Jo 15:16). "Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo" (Ef 1:4). Todo o plano da salvação nasceu no coração de Deus muito antes de o homem ser criado ou de o universo ser formado.

A salvação envolve o amor de Deus. Paulo afirma que os santos são irmãos amados (ver 1 Ts 2:17), não só pelo apóstolo, mas também por Deus. Foi o amor de Deus que tornou possível o Calvário em que Jesus Cristo morreu por causa de nossos pecados (Rm 5:8). Mas não é o amor de Deus que salva o pecador, e sim sua graça. Em sua graça, ele nos dá aquilo que não merecemos e, em sua misericórdia, deixa de nos dar o que merecemos. Isso explica por que Paulo costumava com eçar suas cartas dizendo: "em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, gra­ ça e paz a vós outros" (1 Ts 1:1).

A salvação envolve fé. "Porque pela gra­ça sois salvos, mediante a fé" (Ef 2:8). Paulo, Silas (cujo nome é escrito aqui na forma romana) e Timóteo levaram o evangelho a Tessalônica e pregaram no poder de Deus (1 Ts 1:5). Alguns dos que ouviram a mensagem creram, deixaram a idolatria e se voltaram para o verdadeiro Deus vivo (1 Ts 1:9). O Espírito de Deus usou a Palavra de Deus para gerar fé (Rm 10:1 7). Paulo chama isso de "santificação do Espírito e fé na verdade" (2 Ts 2:13).

A salvação envolve a Trindade. Ao ler esta carta, deparamo-nos com a doutrina da Trindade. Os cristãos crêem em um Deus que existe na forma de três Pessoas: Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. É importante ter em mente que essas três Pessoas participam da salvação. Isso nos ajuda a escapar dos extremos perigosos que negam a responsabilidade humana ou minimizam a soberania divina, pois a Bíblia ensina ambas as coisas.

A salvação transforma a vida. Como Paulo sabia que esses tessalonicenses eram eleitos de Deus? Por meio da mudança que observou na vida deles. Ao comparar 1 Tessalonicenses 1:3 com 1 Tessalonicenses 1:9, 10, verifica-se:

A operosidade da vossa fé. / Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus.

A abnegação do vosso amor. / Para servirdes o Deus vivo e verdadeiro. A firmeza da vossa esperança. / Para aguardardes do céu o seu Filho.

Quem afirma ser um dos eleitos de Deus, mas cuja vida não mudou, está apenas enganando a si mesmo. Deus transforma seus escolhidos. Isso não significa que somos perfeitos, mas sim que possuímos uma nova vida que não pode ser escondida.

Outra evidência da salvação é o amor. "porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rm 5:5). Somos "por Deus instruídos que [devemos amar] uns aos outros" (1 Ts 4:9). Servimos a Cristo porque o amamos, e essa é a "abnegação do vosso amor" à qual Paulo se refere. "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14:15).

A terceira evidência da salvação é a esperança com a qual se aguarda pela volta de Jesus Cristo (1 Ts 1:10). A volta de Jesus Cristo é o tema central das epístolas aos tessalonicenses. Os não salvos não aguardam com grande expectativa a volta do Senhor. Quando o Senhor arrebatar sua Igreja nos ares, os incrédulos ficarão surpresos (1 Ts 5:1-11).

A fé, a esperança e o amor são evidências da eleição. Essas qualidades espirituais estão ligadas entre si e só podem vir de Deus. Para mais exemplos, ver as seguintes passagens: 1 Coríntios 13:13; Romanos 5:1-5; Gálatas 5:5, 6; Colossenses 1:4, 5; Hebreus 6:10-12; 10:22-24; 1 Pedro 1:21, 22.

Uma igreja local deve ser constituída de eleitos salvos pela graça de Deus. Um dos problemas das igrejas de hoje é a presença em seu meio de não salvos, cujos nomes encontram-se registrados no rol de membros, mas não no Livro da Vida do Cordeiro. Todo membro da igreja deve examinar seu cora­ção e se certificar de que é, verdadeiramente, nascido de novo e faz parte dos eleitos de Deus.

2. UM POVO EXEMPLAR (1 Ts 1:5-7) Desde o início desta igreja, Paulo a contemplou com alegria e gratidão, como cristãos dignos deste nome. São exemplares em diversas áreas de sua vida.

Receberam a Palavra (v. 5). O evangelho chegou até eles pelo ministério de Paulo e de seus colaboradores. Muitos pregadores e filósofos itinerantes daquela época só estavam interessados em ganhar dinheiro à custa de pessoas ignorantes.

 Apesar das perseguições em Filipos, Paulo e Silas tiveram "ousada confiança em nosso Deus, para [...] anunciar o evangelho" (1 Ts 2:2); e o povo creu e foi salvo. Em momento algum perderam o anseio pela Palavra de Deus (1 Ts 2:13).

Seguiram seus líderes espirituais (v. 6a). O termo "imitadores" indica que esses recém-convertidos não apenas aceitaram a mensagem e os mensageiros, mas também imitaram a vida deles. Em decorrência disso, foram terrivelmente perseguidos. Não basta aos cristãos maduros ganhar almas para Cristo; também devem cuidar dessas almas e incentivar os recém-convertidos a obedecer à Palavra de Deus.

Sofreram por Cristo (v. 6b). Ao deixar os ídolos para servir a Deus, esses cristãos provocaram a ira de amigos e parentes e sofreram perseguições. Sem dúvida, alguns perderam o emprego por causa de sua nova fé. Assim como os judeus incrédulos perseguiram os cristãos na Judéia, também os gentios incrédulos perseguiram os cristãos tessalonicenses (1 Ts 2:14-16). A fé é sempre provada, e a perseguição é uma das formas de testá-la (M t 13:21; 2 Tm 3:12).

Encorajaram outras igrejas (v. 7). Os cristãos podem ser motivo de ânimo ou de desânimo a outros. Esse princípio também se aplica às igrejas. Paulo usou as igrejas da Macedônia como estímulo para a igreja de Corinto contribuir com a oferta missionária (2 Co 8:1-8). Apesar de serem novos na fé, os tessalonicenses deram um bom exemplo que serviu de encorajamento para as congregações a seu redor. As igrejas não devem competir entre si de maneira mundana, mas

podem "[estimular] ao amor e às boas obras" (Hb 10:24).

A igreja de Tessalônica mostrou-se exemplar em todos os sentidos. Seu segredo era sua fé, esperança e amor, os três elementos espirituais que motivam a vida cristã.

3. UM POVO ENTUSIASMA DO (TESTEMUNHAVA)(1 Ts 1:8) A "operosidade da [sua] fé, e abnegação do [seu] amor" expressavam-se em seu testemunho do evangelho a outros. Eram tanto "receptores" (a Palavra chegou até eles; 1 Ts 1:5) quanto "transmissores" (a palavra repercutiu deles; 1 Ts 1:8). Todo cristão em toda congregação local deve receber e transmitir a Palavra de Deus.

O verbo "repercutir" significa "soar como uma trombeta". Mas os tessalonicenses não estavam se vangloriando, tocando trombetas diante de si como faziam os fariseus (M t 6:1-4). Antes, anunciavam as boas-novas da salvação, e sua mensagem tinha um som claro e certo (1 Co 14:8). Em todo lugar por onde Paulo passava, ouvia as pessoas comentarem sobre a fé dos cristãos de Tessalônica.

É responsabilidade e privilégio da igreja local levar a mensagem da salvação ao mundo perdido. No final de cada um dos quatro Evangelhos e no começo do Livro de Atos, encontra-se uma comissão que deve ser obedecida pelas igrejas (M t 28:18-20; M c 16:15, 16; Lc 24:46-49; Jo 20:21; At 1:8).

Mas a eleição e o evangelismo andam juntos. Quem diz: "Deus não precisa de minha ajuda para salvar os que ele escolheu" não entende o que é eleição nem o que é evangelismo. Na Bíblia, a eleição sempre envolve responsabilidade. Deus escolheu o povo de Israel e fez dele uma nação eleita para que testemunhasse aos gentios.

Da mesma forma, Deus escolheu a Igreja para testemunhar hoje. O fato de sermos o povo eleito de Deus não nos exime da responsabilidade de evangelizar. Pelo contrário, a doutrina da eleição é um dos maiores estí­ mulos ao evangelismo.

Hoje, é necessário haver mais igrejas com pessoas cheias de entusiasmo para compartilhar a mensagem da salvação. Enquanto escrevo, 2,4 bilhões de pessoas não têm qualquer testemunho visível do evangelho nem qualquer igreja em seu meio. Apesar da expansão dos programas de rá­dio e de televisão bem como dos textos impressos, estamos perdendo território no trabalho de alcançar os perdidos. Você é um cristão entusiasmado? Sua igreja testemunha com entusiasmo?

4. UM POVO ESPERANÇOSO (1 Ts 1:9,10)

A operosidade de sua fé tornava-os um povo eleito, pois deixaram seus ídolos, voltaramse para Deus e creram em Jesus Cristo. A abnegação de seu amor tornava-os um povo exemplar e entusiasmado, que colocava em prática a Palavra de Deus e compartilhava o evangelho. A firmeza de sua esperança fazia deles um povo esperançoso, que aguardava a volta do Senhor.

Enquanto adoravam ídolos, os tessalonicenses não tinham esperança alguma. Mas depois que creram no "Deus vivo", passaram a ter uma "viva esperança" (ver 1 Pe 1:2, 3). Os que foram criados dentro da doutrina cristã não conseguem entender a escravidão da idolatria pagã. Antes de Paulo chegar até eles com o evangelho, eram pessoas sem esperança "e sem Deus no mundo" (Ef 2:12). No Salmo 115, encontra-se uma descrição clara da vida de idolatria.

Os cristãos são "filhos do Deus vivo" (Rm 9:26). Seu corpo é "santuário do Deus vivente" (2 Co 6:16), habitado pelo "Espírito do Deus vivente" (2 Co 3:3). A Igreja é "a igreja do Deus vivo" (1 Tm 3:15); e Deus está preparando para ela a "cidade do Deus vivo" (Hb 12:22). O Deus vivo nos deu uma esperança viva ao ressuscitar seu Filho Jesus Cristo dentre os mortos.

Aguardar envolve atividade e perseverança. Alguns dos cristãos tessalonicenses pararam de trabalhar e se tornaram fofoqueiros desocupados, alegando que o Senhor estava preste a voltar. Mas, se cremos, de fato, que o Senhor está voltando, provaremos nossa fé mantendo-nos ocupados e obedecendo à Palavra de Deus. A parábola dos talentos que Jesus contou (Lc 19:11-27) ensina que devemos nos manter ocupados (nesse caso, "negociar", investindo o dinheiro) até sua volta.

Os cristãos aguardam a volta de Jesus Cristo, e ele pode voltar a qualquer momento. Não esperamos "sinais", mas sim o Salvador. Aguardamos a redenção do corpo (Rm 8:23-25) e a esperança da justiça (Cl 5:5). Quando Jesus Cristo voltar, receberemos um novo corpo (Fp 3:20, 21) e seremos como ele (1 Jo 3:1,2). Ele nos levará ao lar que preparou (Jo 14:1-6) e nos recompensará pelos serviços que prestamos em seu nome (Rm 14:10-12).

Uma igreja local que vive, de fato, a expectativa de ver Jesus Cristo a qualquer momento é um grupo vibrante e vitorioso. Esperar a volta de Cristo é uma grande motivação para ganhar almas (1 Ts 2:19,

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A contribuição da Reforma Protestante para a Educação Pública: esboço introdutório

 

Mesmo a Reforma Protestante do século XVI tendo como fundamento original a questão religiosa-espiritual, tornou-se um movimento de grande alcance cultural, institucional, social e político na história da Europa e, posteriormente em todo o Ocidente. A amplitude da influência da Reforma em diversos setores da vida estava implícita em sua própria constituição: Era impossível alguém abraçar a Reforma apenas no campo da religião e continuar em tudo o mais a ser um homem de uma ética medieval, com a sua perspectiva da realidade e prática intocáveis.  

1. Martinho Lutero

Lutero quem lançou as bases da moderna escola pública e do ensino obrigatório; e para isso a sua tradução das Escrituras foi fundamental no processo de alfabetização.

A Reforma não apenas ampliou o plano pedagógico renascentista como também, foi efetiva no desenvolvimento da escola primária pública.

Lutero insistiu com as autoridades públicas no sentido de se criarem escolas com vistas à educação secular e eclesiástica. Neste particular, pode-se dizer que Melanchthon (1497-1560) foi o Ministro da Educação de Lutero. A Reforma se valeu amplamente na imprensa como elemento de instrução dos fiéis.  “Sempre defendendo a divulgação da palavra impressa, a Alemanha liderou a alfabetização européia no século XVI”.[1] O fator religioso tornou-se fundamental como estímulo à alfabetização.

Na carta “Aos Conselhos de Todas as Cidades da Alemanha para que criem e mantenham escolas cristãs”, de 1524, Lutero, além de tratar do descaso para com as escolas, o esvaziamento das universidades, a necessidade do estudo do alemão e de outros idiomas, a utilização de melhores métodos na educação, a criação de boas bibliotecas e a formação de cidadãos responsáveis, sendo estes o verdadeiro patrimônio de uma cidade.[2]

A ênfase dada por Lutero à Educação, é decorrente da sua visão teológica; isto se torna ainda mais patente, no Prefácio do Catecismo Menor(1529).[3]

Em 1530, num sermão, Lutero declarou a responsabilidade do Estado em obrigar as crianças a irem à escola.[4]

As disciplinas estudadas consistiam em: Leitura, escrita, religião, música sacra e latim, com adaptações do sistema de Melanchthon (1528). Monroe, conclui: “Nenhum outro povo chegou, mesmo aproximadamente, ao aperfeiçoamento dos Estados alemães em assuntos de educação2.”.[5]

2. João Calvino

O reformador francês João Calvino (1509-1564) foi o principal arquiteto da tradição Reformada do Protestantismo.

Para Calvino, cosmovisão é um compromisso de fé e prática. Por isso, o seu trabalho em Genebra consistiu na aplicação de sua fé às condições concretas de sua existência. A fé é chamada a se materializar nos desafios que se configuram diante de nós em nossa história de vida.

Já na sua primeira permanência em Genebra (1536-1538) insistiu junto aos Conselhos para melhorar  as  próprias  condições do ensino, bem como os recursos das  escolas. Ele apresentou ao conselho municipal um projeto educacional (1536) gratuito que se destinava a todas as crianças – meninos e meninas –, tendo um grande apoio público.  Desta proposta surgiu o Collège de Rive. Temos aqui o surgimento da primeira escola primária, gratuita e obrigatória de toda a Europa.

A partir de 1541 Calvino pôde reestruturar o sistema educacional desta cidade. Visto que o Estado estava empobrecido, apelou para doações  e  legados. Calvino criou uma Academia em Genebra (1559).A Academia teve uma origem modesta. Calvino,  no entanto, esforçou-se por constituir um corpo docente competente.

A base da formação educacional em Genebra era a Bíblia. Competia à família (apesar de suas limitações iniciais) e ao Estado o cuidado com a educação. No entanto, a igreja tinha um papel especialíssimo. 

Com o estabelecimento da Academia, o historiador Charles Borgeaud (1861-1941), antigo professor da Universidade de Genebra, disse que “Esta foi a primeira fortaleza da liberdade nos tempos modernos”.[6]

Considerações finais

A ignorância era algo extremamente temido dentro do modelo educacional Reformado-puritano. Para tanto o estudo era amplo, oferecendo uma visão abrangente de todos os ramos do saber, evitando a dicotomia entre o saber religioso e não-religioso, o espiritual e o natural. Como exemplo disso, vemos que “os estudantes ministeriais em Harvard não apenas aprendiam a ler a Bíblia na sua língua original e a expor teologia, mas também estudavam matemática, astronomia, física, botânica, química, filosofia, poesia, história e medicina”.[7]

A ênfase puritana foi marcante em todos os níveis educacionais podendo ser avaliada tanto quantitativa como qualitativamente. Seguindo a tradição da obrigatoriedade do ensino público, conforme enfatizada por Lutero  e pelos calvinistas franceses (1560) e holandeses (1618), “em 1647, o Estado de Massachussets decreta a obrigatoriedade de uma escola primária, sempre que uma povoação agrupe mais de 50 lares”.[8]

Por trás deste ardor pedagógico e social herdado da Reforma estava um firme fundamento teológico. Esta perspectiva amparava-se num conceito de Deus, do homem e de qual o propósito do homem nesta vida.

  1. Deus é reconhecido como o Criador e Senhor de todas as coisas,  sendo o doador da vida e de tudo que temos, a Quem devemos conhecer experiencialmente, amar, obedecer e cultuar.  
  2. O homem como “imagem e semelhança” de Deus deve ser respeitado, amado e ajudado.

A educação, portanto, visava preparar o ser humano para melhor servir a Deus na sociedade a fim de que Deus fosse glorificado. A educação Reformada-Puritana não tinha um fim em si mesma, antes, era caracterizada por um propósito específico conforme definiu John Milton (1608-1674) em 1644.[9]  O saber é para viver autenticamente em comunhão com Deus, refletindo isso no cumprimento de nossos deveres religiosos, familiares, políticos e sociais, agindo no mundo de forma coerente com a nossa nova natureza, objetivando em tudo a Glória de Deus.   

A educação Reformada sempre foi ativista no sentido de que não somente o indivíduo fosse purificado, antes, que envolvesse todas as esferas da vida humana, se manifestando na sociedade em modo de formação e transformação.

Autor Rev Hermisten Maia


[1]Steven R. Fischer, História da leitura, São Paulo: Editora UNESP., 2006, p. 206.

[2] M. Lutero, Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha para que criem e mantenham escolas cristãs: In: Martinho Lutero: Obras selecionadas, São Leopoldo, RS.; Porto Alegre:  Sinodal; Concórdia, 1995, v. 5.

[3]Martinho Lutero, Catecismo Menor, Prefácio, § 19-20: In: Lutero, os catecismos, Porto Alegre; São Leopoldo, RS.: Concórdia; Sinodal, 1983, p. 365.

[4] Martinho Lutero, Uma prédica para que se mandem os filhos à escola (1530): In: Martinho Lutero: Obras selecionadas, São Leopoldo, RS.; Porto Alegre:  Sinodal; Concórdia, 1995,  v. 5, p. 362.

[5] Paul Monroe, História da educação,11. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1976, p. 190

[6] Charles Borgeaud, Historie de l’Université de Genève: L’Académie de Calvin  1559-1798,  Genève: Georg & Co: Libraires de L’Université, 1900, p. 83.  

[7]Leland Ryken, Santos no mundo,São José dos Campos, SP.: FIEL,  1992, p. 175.

[8]Jean Vial, Introdução. In: Gaston Mialaret; Jean Vial, dirs., História mundial da educação,  Porto: RÉS-Editora, (s.d.), v. 2, p. 9.

[9] John Milton, Milton’s Tractate on Education: A facsimile reprint from the edition of 1673, Cambridge: The University Press, 1897, p. 3-4.8. 

OS 5 PILARES DA REFORMA PROTESTANTE

 


CINCO PILARES DA REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI 31 DE OUTUBRO DE 1517

A reforma protestante do século XVI começou com o monge agostiniano Martinho Lutero. Em 31 de outubro surgiu Tetzel vendendo o perdão de Deus na forma de indulgências, que eram venda pública de documentos e relíquias que garantiam a seus adeptos o perdão pelos pecados cometidos, meio utilizado pela igreja para obter fundos. Lutero, indignado com tudo isso, (com o chamado comércio sagrado das indulgências), afixa 95 teses na porta da capela da Igreja de Wittemberg (Alemanha) em 31 de outubro de 1517 protestando contra esse ensino herético da Igreja Católica Romana daquela época. Os cinco “Solas da Reforma Protestante” são proposições teológicas que sintetizam os principais pensamentos dos reformadores. Os Solas são os principais pontos de oposição da teologia reformada contra os ensinos da Igreja Católica Apostólica Romana. Todos eles são frases no latim e o termo “Sola” significa “somente” em português. São eles: Sola Scriptura – somente as Escrituras; Sola Fide – somente a Fé; Sola Gratia – somente a Graça; Solus Christus – somente Cristo; Soli Deo glória – somente a glória de Deus. Os cinco solas surgiram durante a reforma protestante e princípios fundamentais da reforma, em oposição ao ensino da Igreja Católica Romana da época. As cinco solas sintetizam os credos teológicos básicos dos reformadores e constituem os pilares da reforma protestante, os quais creram ser essenciais da vida e prática cristã. Todas cinco “solas” rejeitam e se contrapõe aos ensinamentos da então dominante igreja romana.

1) Sola Scriptura – somente as Escrituras (2 Tm 3.16,17). O papa não tem a palavra final. De acordo com a teologia católica romana o papa é infalível, isto é, isento de erros. A teologia romana definiu essa infalibilidade do papa afirmando que, quando o papa fala “ex cathedra”, isto é, quando trata de assuntos doutrinários, moral e ético, ele é infalível. Os reformadores refutaram e rejeitaram essa loucura e heresia. A tradição oral não tem a palavra final. Os reformadores sustentavam que a Escritura é a única autoridade infalível dentro da igreja. Deste modo, a autoridade dos Credos (Apostólico, Nicéia, Calcedônia), eram documentos importantes e considerados pelos reformadores, contudo, somente as Escrituras são incondicionalmente autoritativas. A Igreja não tem a palavra final. Nenhuma denominação religiosa está isenta de erros neste mundo. Os concílios são compostos por pessoas e, por melhores que sejam as intenções dessas pessoas e por mais sólido que seja seu conhecimento teológico, elas continuam sendo sujeitas a erros. Nossos concílios e igrejas são falíveis, não há denominação cristã perfeita. Para os reformadores, a autoridade fundamental, segundo a qual a igreja deve moldar sua fé não é a opinião de pessoas por mais ilustres que sejam. Toda doutrina, ensinamentos, conselho, aconselhamento, conceito, instrução e direção deve ser fundamentado na Bíblia que é a única autoridade divina, infalível, inerrante regra de fé e prática.

2) Sola Fide – somente a Fé (Rm 1.16,17). “A salvação não é alcançada pelas obras nem por uma parceria entre a fé e as obras. A salvação é recebida pela fé e pela fé somente. Pelas obras ninguém pode ser justificado diante de Deus. A salvação não é conquista pelas obras, mas recebida pela fé. Não é fruto do que fazemos para Deus, mas do que Deus fez por nós. A fé é a causa instrumental da salvação. Todo aquele que crê em Cristo tem a vida eterna. A fé, portanto, é como a mão de um mendigo estendida para receber o presente de um rei. Somos justificados pela fé. Somos salvos pela graça mediante a fé. Somos salvos pela fé para as obras. As obras não são a causa da nossa salvação, mas a sua evidência. A salvação é obra exclusiva de Deus. Deus planejou, executa e garante a salvação” (Transcrito: Rev. Hernandes D. Lopes).

3) Sola Gratia – somente a Graça (Ef 2.8,9). Deus não nos salva porque fazemos boas obras ou porque merecemos alguma coisa. Não há nada que podemos fazer para merecer a salvação. O que você e eu merecemos é o juízo e a condenação de Deus, mas pela maravilhosa graça Deus nos concede em Cristo Jesus misericórdia, nos livra do inferno e nos levará para o céu. Os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.

4) Solus Christus – somente Cristo. A igreja romana alega ser necessária, (além da obra de Cristo), mais alguma coisa, para que a salvação seja completa. Como resultado, a doutrina católica romana acrescenta como mediadores Maria e outros santos. Mas, refutamos totalmente essa heresia e reafirmamos que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5,6). Somente Cristo é o verdadeiro e perfeito mediador entre Deus e os homens e que a nossa salvação é realizada tão somente pela obra mediadora e redentiva de Jesus Cristo. “Jesus Cristo não é uma verdade entre outras; ele é a verdade. Ele não é um caminho entre muitos; ele é o Caminho. Ele não é um mediador no meio de panteão de intercessores; ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Ele não é um salvador entre outros salvadores. Ele é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Fora dele não há salvação. Ele sendo Deus, fez-se carne. Sendo Rei da glória, fezse servo. Sendo santíssimo, fez-se pecado. Ele tomou o nosso lugar, como nosso substituto e fiador e morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Só por meio dele podemos ser reconciliados com Deus. Só nele temos vida eterna” (Transcrito: Rev. Hernandes D. Lopes).

5) Soli Deo glória (Sl 115.1; 1 Tm 1.17). Deus é o único que merece toda honra, toda glória e toda adoração. “Toda glória dada ao homem é glória vazia, é vanglória, é idolatria, é abominação para Deus. Só o Senhor é Deus. Ele subsiste em três pessoas da mesma essência e substância: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ele é glorioso em si mesmo, mas criou-nos e salvou-nos para o louvor de sua glória. Ele não divide a sua glória com ninguém. O fim principal do homem é glorificá-lo e gozá-lo para sempre. Nenhum outro propósito, por mais elevado, pode dar significado à nossa vida. Fomos criados por ele e nossa alma só encontrará descanso, quando vivemos para o louvor de sua glória” (Transcrito: Rev. Hernandes Dias Lopes).

Rev. Carlos Eduardo Baptista

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