sábado, 30 de março de 2024

O PODER DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

 


João 20:19-31

A notícia de que Jesus estava vivo come­çou a espalhar-se entre seus seguidores, primeiro timidamente, depois com entusiasmo. Nem mesmo seus discípulos creram nos relatos, e Tomé exigiu provas. Mas em todo lugar onde as pessoas eram confrontadas com a realidade da ressurreição de Cristo, sua vida era transformada. Na verdade, essa mesma experiência transformadora encontra-se a nossa disposição hoje.

Ao ler em João 20:19-31 as mudanças ocorridas na vida dessas pessoas, convém perguntar: “Tive um encontro pessoal com o Cristo ressurreto? Ele já transformou minha vida?”

1. DO MEDO À CORAGEM (Jo 20:19-25)

Jesus descansou no túmulo durante o sábado e ressuscitou dos mortos no primeiro dia da semana. O sétimo dia da semana, o shabbath, comemora a obra consumada de Deus na criação (Gn 2:1-3). O Dia do Senhor comemora a obra consumada de Cristo na “nova criação”. Deus Pai trabalhou durante seis dias e, depois, descansou. Deus o Filho sofreu na cruz durante seis horas e, depois, descansou.

De que maneira Jesus transformou o medo dos discípulos em coragem? Indo ter com eles. Não sabemos onde esses homens assustados estavam reunidos atrás de portas fechadas, mas Jesus encontrou-os e tranquilizou-os. Em seu corpo ressurreto, era capaz de entrar em um cômodo sem sequer abrir as portas! Era um corpo sólido, pois Jesus pediu que o tocassem e até comeu junto com eles (Lc 24:41-43). Mas era um tipo diferente de corpo, não sujeito ao que chamamos de “(eis da natureza”.

A essa altura, os temores dos discípulos haviam se dissipado. Não tinham dúvidas de que seu Senhor estava vivo e de que estava cuidando deles. Tinham “paz com Deus” e também “a paz de Deus” (Fp 4:6, 7). Receberam uma comissão sublime e sagrada bem como o poder para cumpri-la. Foi-lhes dado o enorme privilégio de fazer as boas novas de perdão ao mundo todo. Tudo o que lhes restava fazer era esperar em Jerusalém até que também lhes fosse dado o Espírito Santo.

2. DA INCREDULIDADE À CONVICÇÃO (Jo 20:26-28)

Por que Tomé não estava com os outros discípulos quando se reuniram no final do dia da ressurreição? Sentia-se tão decepcionado que não quis se encontrar com seus amigos? Quando estamos desanimados e derrotados, precisamos ainda mais dos amigos! A solidão só alimenta o desânimo e, o que é ainda pior, leva-nos a sentir pena de nós mesmos.

Em que Tomé se recusou a crer? Nos relatos de outros cristãos de que Jesus Cristo estava vivo. O verbo “dizer”, em João 20:25, significa que os discípulos “disseram-lhe repetidamente” que haviam visto o Senhor Jesus Cristo vivo. Sem dúvida, as mulheres e os discípulos a caminho de Emaús também deram seu testemunho. Por um lado, admiramos o desejo de Tomé de ter uma experiência pessoal, mas por outro, devemos reconhecer seu erro ao impor condições para Jesus cumprir.

Para nós, é um grande estímulo saber que Deus se interessou pessoalmente e se preocupou com o “Tomé incrédulo”. Mostrou o desejo de fortalecer a fé de Tomé e de incluí-lo nas bênçãos reservadas aos seguidores de Cristo. Tomé serve para nos lembrar de que a incredulidade priva-nos de bênçãos e de oportunidades.

3. DA MORTE À VIDA (Jo 20:29-31)

João não seria capaz de terminar seu livro sem transpor o milagre da ressurreição para a realidade de seus leitores. Não devemos invejar Tomé e os demais discípulos como se não pudéssemos experimentar o poder da ressurreição de Cristo em nossa vida hoje. Foi justamente por isso que João escreveu este Evangelho – para que as pessoas de todas as eras soubessem que Jesus é Deus e que a fé em Cristo traz vida eterna.

Não é necessário “ver” Jesus Cristo para crer. Sem dúvida, foi uma bênção aos primeiros cristãos ver seu Senhor e saber que estava vivo, mas não foi isso o que os salvou. Não foram salvos por ver, mas por crer. A vida é concedida “em seu nome”. O que é o seu nome? No Evangelho de João, a ênfase é sobre sua designação “Eu Sou”. Jesus faz sete grandes declarações de “Eu Sou” neste Evangelho, oferecendo ao pecador tudo de que ele precisa.

Se ainda não tomou essa decisão, faça-o agora. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3:36).

Pr. EVF.

O SEPULTAMENTO DE JESUS

 



João 19.38-42

Cecil Rhodes dedicou a vida à expansão britânica na África do Sul e também a acumular uma fortuna em diamantes. Morreu antes de completar 50 anos de idade, e suas últimas palavras foram: “Tão pouco foi feito; há tanto por fazer”.

 “Eu te glorifiquei na terra”, disse Jesus a seu Pai, “consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17:4). Seria maravilhoso se todos nós pudéssemos fazer um relatório como esse no final de nossa jornada nesta vida. Saber que concluímos a obra que Deus nos confiou e que glorificamos seu nome certamente nos levaria a olhar para trás com gratidão e a olhar para frente com ânimo e esperança.

Destacamos aqui três pontos a respeito do sepultamento.

 Em primeiro lugar, o pedido de José de Arimateia (19.38). Mateus nos dá três informações sobre esse homem: ele era de Arimateia, cidade dos judeus, rico e discípulo de Jesus (Mt 27.37). Marcos nos dá duas informações novas sobre ele: era um ilustre membro do Sinédrio e esperava o reino de Deus (Mc 15.43). Lucas nos oferece, também, duas informações novas: era homem bom e justo; e não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros membros do Sinédrio acerca do processo e condenação de Jesus (Lc 23.50,51). João, porém, nos dá uma informação extra. Diz que ele não teve coragem para assumir seu posicionamento acerca de Cristo publicamente, com medo de retaliação (19.38). Esse homem é quem vai a Pilatos reivindicar o corpo de Jesus para ser sepultado.

 Pela lei romana, os condenados à morte perdiam o direito à propriedade e até mesmo o direito de serem

enterrados. Frequentemente, o corpo dos acusados de traição permanecia apodrecendo na cruz. E digno de nota que nenhum parente ou discípulo tenha reivindicado o corpo de Jesus.

 José de Arimateia empregou a palavra grega soma para pedir o corpo de Jesus. Pilatos o cedeu, usando a palavra grega ptoma. A primeira palavra fala acerca da personalidade total, fato que implica o cuidado e o amor de José de Arimateia. A palavra usada por Pilatos dá ao corpo apenas o significado de cadáver ou carcaça. Essas diferentes palavras representam diferentes atitudes acerca da vida e da morte.16

 John Charles Ryle diz que outros tinham honrado e confessado nosso Senhor quando o viram fazendo milagres, mas José o honrou e confessou ser seu discípulo quando o viu frio, ensanguentado e morto. Outros tinham demonstrado amor a Jesus enquanto ele estava falando e vivendo, mas José de Arimateia demonstrou amor quando ele estava silencioso e morto.

Em segundo lugar, a cooperação de Nicodemos (19.39, 40). Nicodemos era fariseu, um dos principais dos judeus (3.1) e mestre em Israel (3.10). Foi ter com Jesus de noite e provavelmente se tornou, à semelhança de José de Arimateia, um discípulo oculto de Jesus. Charles Erdman destaca que esses dois homens, José de Arimateia e Nicodemos, não tiveram a coragem de assumir suas convicções e deixaram de dar seu apoio e estímulo ao mestre quando vivo; agora aparecem para lhe prestar a última homenagem depois de morto. Trata-se de duas autoridades, homens de posição social e prestígio: José de Arimateia deposita o corpo de Jesus em túmulo novo, de sua propriedade; e Nicodemos envolve-o numa profusão de 43 quilos de ricas especiarias.17 Nicodemos, que começou confuso no meio da noite (3.1-15), terminou confessando sua fé abertamente em plena luz do dia (19.39,40).18

 Em terceiro lugar, o jardim do sepultamento (19.41,42). Próximo ao monte da Caveira onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e ali, em um sepulcro novo, depositaram o corpo de Jesus. O sepultamento (19.42). Jesus foi sepultado nesse túmulo novo, cavado na rocha, perto do Gólgota. O sepultamento é a evidência de sua morte, e a ressurreição é a prova de sua vitória sobre a sepultura.

É interessante notar que tudo acntecera conforme a Palavra de Deus havia anunciado, então podemos confiar na palavra e no Senhor Jesus que está vivo.

Adpt. Pr. Eli

quarta-feira, 27 de março de 2024

Pesquisa: Mais da metade dos americanos raramente vão à igreja


 Imagem ilustrativa. (Foto: Unsplash/Kat Kelley).

Uma nova pesquisa da Gallup mostrou que o número dos que não vão ao culto é maior que a taxa daqueles que frequentam semanalmente ou mensalmente.

Uma nova pesquisa da Gallup, divulgada na segunda-feira (25), mostrou que a maioria dos americanos raramente ou nunca vão à igreja ou a outros locais de culto.

Mais da metade dos americanos (56%) afirmaram que raramente ou nunca participam das celebrações de sua fé.

O número dos que não vão à igreja é maior que a taxa daqueles que frequentam cultos semanalmente ou mensalmente (30%).

O estudo entrevistou fieis de diferentes religiões sobre a frequência aos serviços religiosos, nos Estados Unidos.

Entre os americanos que não seguem nenhuma religião, 95% respondeu que raramente ou nunca frequentam a igreja.

Mais da metade dos judeus, budistas, hindus e cristãos ortodoxos disseram o mesmo, que raramente comparecem.

No grupo dos religiosos mais ativos, os santos dos últimos dias (67%) são os que mais vão à igreja semanalmente, seguidos pelos protestantes (44%), muçulmanos (38%) e católicos (33%).

De acordo com os dados do estudo, a porcentagem de americanos que nunca frequentam a igreja mais do que duplicou desde o início da década de 1990. Já o número daqueles que raramente frequentam se manteve o mesmo.

Uma pesquisa da Gallup, feita em 1992, apontou que a taxa das pessoas que frequentavam o local de culto semanalmente (34%) era maior do que a do grupo que nunca frequentava (14%). 

Razões para o declínio da frequência

O editor sênior da Gallup, Jeffrey Jones, explicou os fatores que explicam a queda no número de frequentadores.

Ele citou a mudança de comportamento das novas gerações, em que os mais jovens estão menos propensos a se identificar com alguma religião ou terem sido criados em alguma fé.

“Se você foi criado em uma religião e se afastou, você pode voltar a ela. Os mais jovens, muitas vezes, não foram criados em nenhuma religião. Então eles não têm nada para voltar”, observou Jeffrey.

O declínio da fé também é percebida nas demais gerações, com os americanos se identificando como cristãos cada vez menos, levando a uma menor frequência nas igrejas.

Outro fator que contribuiu para o declínio da participação nos cultos, segundo Jeffrey, é a perda de fé nas instituições religiosas por parte dos americanos.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE RELIGION NEWS SERVICE

Pessoas casadas têm maior bem-estar do que solteiros e divorciados, mostra pesquisa


O estudo da Gallup concluiu que, nos últimos 15 anos, os casados tiveram maior probabilidade de terem seu nível de felicidade aumentado.

Pessoas casadas possuem taxas maiores de bem-estar do que adultos solteiros, divorciados ou casais que apenas moram juntos, revelou a nova pesquisa da Gallup.

O relatório, divulgado na na última sexta-feira (22), mostrou os resultados do estudo sobre bem-estar, realizado entre 2009 a 2023, nos Estados Unidos.

A pesquisa perguntou aos entrevistados como avaliavam suas vidas atuais e futuras, em uma escala de zero a dez. 

Aqueles que responderam com uma nota 7 ou mais foram classificados como “prósperos”. E os que deram notas mais baixas foram classificados como “lutando” ou “sofrendo”.

61% dos entrevistados casados afirmaram que estão felizes com suas vidas, enquanto apenas 45% dos entrevistados que nunca se casaram responderam o mesmo.

O estudo ainda mostrou que as pessoas casadas possuem maior bem-estar do que as divorciadas ou casais que moram juntos sem estarem casados.

O relatório da Gallup concluiu que, nos últimos 15 anos, os casados, ​​com idades entre os 25 e os 50 anos, têm uma maior probabilidade de ter seu bem-estar aumentado.

A maior satisfação dos casados ​​em relação aos solteiros foram notados em homens e mulheres em todos os grupos raciais/étnicos, e não é explicada por outras características demográficas – como idade, raça/etnia ou educação.

Relacionamento com os filhos

Os pesquisadores ainda descobriram que pessoas casadas legalmente possuem maior proximidade com os filhos.

83% dos casados afirmaram ter uma relação “forte e amorosa” com os filhos entre 3 e 19 anos, em comparação com 68% dos casais que moram juntos e 61% dos que namoram.

“Os pais casados ​​são significativamente menos propensos do que os pais divorciados ou nunca casados ​​a relatar que seu filho está frequentemente fora de controle”, afirmou a pesquisa.

Conforme os pesquisadores, as pessoas casadas tendem a experimentar maior bem-estar porque o relacionamento romântico tem mais qualidade dentro do matrimônio.

O estudo também apontou a fé como um fator para a felicidade dos casados. “As pessoas casadas também têm maior probabilidade de praticar uma religião, e a prática religiosa também está positivamente correlacionada com o bem-estar subjetivo”, destacou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE GALLUP

terça-feira, 26 de março de 2024

AS LIÇÕES DE JESUS NO JORDIM DO GETSÊMANI

 


Lucas 22.39-46

Nas palavras de George Morrison: “Toda vida tem seu Getsêmani e todo Getsêmani tem seu anjo”. Que grande estímulo ao povo de Deus, quando está em lutas e em oração por decisões difíceis, pelas quais se deve pagar um alto preço!

A  agonia do Senhor Jesus no Jardim do Getsêmani contém elementos que os mais sábios expositores não puderam expor plenamente. Ninguém jamais passou pelo que Jesus experimentou no Getsêmani. Seu sacrifício vicário, em completa obediência à vontade do Pai, era o único tipo de morte que poderia salvar os pecadores. O inferno, como ele é, veio até Jesus no Getsêmani e no Gólgota, e o Senhor desceu até ele, experimentando todos os seus horrores. Moisés Ribeiro diz: “que aquela era a batalha decisiva de Jesus”.

O evangelista João nos informa que Jesus saiu do cenáculo para o jardim (Jo 18.1). Não foi uma saída de fuga, mas de enfrentamento. Ele não saiu para esconder-se, mas para preparar-se. Ele não saiu para distanciar-se da cruz, mas para caminhar em sua direção.

Jesus sabia que a hora agendada na eternidade havia chegado (Mc 14.35). Não havia improvisação nem surpresa. Para esse fim, ele havia vindo ao mundo. Sua morte estava determinada desde a fundação do mundo (Ap 13.8).

No decreto eterno, no conselho da redenção, o Pai o entregou para morrer no lugar dos pecadores (Jo 3.16; Rm 5.8; 8.32), e ele mesmo, voluntariamente, dispôs-se a morrer (G1 2.20).

Vamos destacar as lições centrais desse drama doloroso de Jesus no Getsêmani.

1- JESUS NOS ENSINA A ENFRENTAR AS AFLIÇÕES DA VIDA DE JOELHO (22.39,40, 41)

Jesus buscou esse lugar de oração não apenas na hora da agonia. Lucas nos informa que este lugar secreto de oração era caro para Jesus. Ir a esse lugar de oração era o seu costume (22.39). Porque Judas conhecia o hábito de Jesus de ir ao Getsêmani à noite, dispôs-se a liderar a turba para prendê-lo nesse jardim.2 Lucas, diferentemente dos

A oração triunfante (26.36,39,42,44) – Nas Palavras do pastor Hernandes Dias Lopes, “no Getsêmani, Jesus orou humildemente, agonicamente, perseverantemente e triunfantemente. O tempo todo é Jesus quem vigia, quem ora e, também, por isso, quem é preservado. Por causa da sua condição de testemunhas é que os discípulos deveriam ficar com ele, orando por si mesmos (26.41)”.

Mounce é oportuno quando escreve: “No mais cruento e importante conflito da existência humana, Jesus demonstrou a vitória do espírito sobre a carne, enquanto seus discípulos demonstraram a vitória da carne sobre o espírito”.8

Jesus não apenas orou no Getsêmani, mas também ordenou que os discípulos orassem e apontou a vigilância e a oração como um modo de escapar da tentação (26.41). Consideremos a seguir alguns aspectos especiais dessa oração de Jesus.

Neste momento quando olhamos para jesus no Jardim do Getsmani, contemplamos o filho de Deus de joelhos (26.39). O Verbo eterno, o criador do universo, o Sustentador da vida, está de joelhos, com o rosto em terra, prostrado em humílima posição. Jesus se esvaziou, descendo do céu à terra. Agora, aquele que sempre esteve em glória com o Pai está de joelhos, prostrado, angustiado, orando com forte clamor e lágrimas.

2- JESUS NOS ENSINA A SERMOS OBEDIENTE AO PAI (22.41,42)

Jesus orou: Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres (26.39). Lucas registra assim: Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua (Lc 22.42). Tanto a “hora” como o “cálice” se referem à mesma coisa: o derramar da ira de Deus! E a entrega do filho do homem nas mãos dos pecadores, à mercê da ação deles.

Aquele que estava ligado a Deus como nenhum outro haveria de tornar-se alguém abandonado por Deus como nenhum outro.

“Samuel, porém, respondeu: “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros”.(1 Samuel 15:22)

 O “seja feita a minha vontade, e não a tua” levou o primeiro Adão a cair. Mas “o seja feita a tua vontade, e não a minha” abriu a porta de salvação para os pecadores.

Jesus não apenas teve de sofrer, mas no fim também quis sofrer. Sua cruz foi, a cada momento, apesar das lutas imensas, sua própria ação e seu caminho trilhado conscientemente (Jo 10.18; 17.19). Ele foi entregue, mas também entregou a si mesmo (G1 1.4; 2.20).

No Getsêmani podemos ver a perseverança. Jesus orou três vezes, sempre focando o mesmo aspecto. Ele suou gotas como de sangue não para fugir da vontade de Deus, mas para fazer a vontade de Deus. Oração não é buscar que a vontade do homem seja feita no céu, mas desejar que a vontade de Deus seja feita na terra. O evangelista Lucas esclarece que a persistência de Jesus era dupla: ele orou não apenas três vezes, mas mais intensamente (Lc 22.44).

Neste momento de oração de Jesus, ele  foi marcado pela agonia. Jesus não apenas foi tomado de pavor e angústia (26.37), não apenas disse que sua alma estava profundamente triste até a morte (26.38), mas o evangelista Lucas registra: E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que 0 seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (Lc 22.44).

 3-JESUS NOS ENSINA, QUE HÁ CONSOLAÇÃO RESTAURADORA PARA AQUELES QUE SE SUBMETEM AO PAI

0 triunfo da oração (26.45,46). Depois de orar três vezes e mais intensamente pelo mesmo assunto, Jesus se apropriou da vitória. Ele encontrou paz para o seu coração e estava pronto a enfrentar a prisão, os açoites, o escárnio, a morte.

Marcos registra o que Jesus disse a seus discípulos: Basta! Chegou a hora (Mc 14.41). Jesus se levantou não para fugir, mas para ir ao encontro da turba (Jo 18.4-8). Ele estava preparado para o confronto. Jesus não mais falará de seu sofrimento. A preparação para o sofrimento e a morte de Jesus está concluída; a paixão começa.

Nesse momento, as mãos de Deus se retiram, e os pecadores põem as mãos nele (26.57; Mc 14.46). Spurgeon, nessa mesma linha de pensamento, escreve: “O esmagamento na prensa de azeite estava acabado. A longa espera pela hora da traição terminou; e Jesus se levantou calmamente, divinamente fortalecido para passar pelas terríveis provações que ainda esperavam por ele antes que cumprisse plenamente a redenção do seu povo eleito”.

 Os discípulos de Jesus não oraram nem vigiaram, por isso dormiram. Os seus olhos estavam pesados de sono, porque o seu coração estava vazio de oração. Porque não oraram, caíram em tentação e fugiram (26.56). Sem oração, a tristeza nos domina (Lc 22.45). Sem oração, agimos na força da carne (Jo 18.10). Pedro, aquele que acabara de se apresentar para o martírio, não possui nem mesmo a força de manter os olhos abertos. A queda de Pedro passou por vários degraus: a justiça própria, o sono, a fuga e a negação.

            Jesus entrou cheio de pavor e angustiado no jardim de Getsêmani e saiu consolado. Sua oração tríplice e insistente trouxe-lhe paz depois da grande tempestade. Ele se dirigiu ao Pai, clamando: Aba, Pai (Mc 14.36). Lucas menciona o suor de gotas como de sangue e também a consolação angelical (Lc 22.43).

Jesus se levanta da oração sem pavor, sem tristeza, sem angústia.

A partir de agora, ele caminha para a cruz como um rei caminha para a coroação. Ele triunfou de joelhos no Getsêmani e está pronto a enfrentar os inimigos e a morrer vicariamente na cruz por seus eleitos para glória do Pai.

Diante do exposto, eu e você somos desafiados a seguir o exemplo de Jesus diante das aflições que muitas vezes chegam até nós. Jesus buscou o Pai de Joelhos, se submeteu a sua vontade e foi consolado e fortalecido, pois importa obedecer a Deus do que aos homens. Você está disposto a obedecer a Deus hoje? Só em obediência ao Pai poderemos enfrentar os nossos inimigos e triunfar sobre a morte. Jesus morreu por mim e por ti para sermos mais que vencedores. Na cruz podemos ver a morte, da morte, na morte de Cristo.

Pr. Eli Vieira

Complexo de médicos missionários é atacado por gangue no Haiti

 

Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond, mas os seguranças do local conseguiram dispersar o grupo.

Um complexo médico de uma missão foi atacada por homens armados no Haiti, em meio a escalada de violência de gangues no país caribenho.

Na última quinta-feira (21), cerca de 10 criminosos tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond, localizado a cerca de 32 quilômetros da capital Porto Príncipe.

Felizmente, a segurança da missão conseguiu defender o complexo e dispersar os bandidos. 

“Nosso pessoal da segurança repeliu o ataque, então ninguém ficou ferido. É um perigo constante”, relatou Vanderpool, médico cofundador da LiveBeyond, em entrevista ao Baptista Press.

“Foram só oito ou dez caras que vieram e começaram a atirar no portão, tentando entrar, que conseguimos repelir. Então isso não se tornou um problema”.

Segundo o médico, os criminosos provavelmente planejavam roubar comida e suprimentos para vender, e sequestrar os missionários em troca de resgate. 

Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021, o Haiti vive um caos, com a capital tomada por gangues.


Dez bandidos armados tentaram invadir a base do ministério LiveBeyond. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

Haiti controlado por gangues

Nas últimas semanas, os haitianos têm enfrentado uma agitação civil e uma onda de violência, após gangues armadas invadirem duas prisões e libertarem quase 4 mil presos no início de março.

Estima-se que os criminosos já controlam 80% da capital e o governo decretou estado de emergência na cidade, conforme o PBS News Hour.

De acordo com um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional, divulgado em fevereiro, as gangues haitianas são abastecidas com armamento estilo militar e ganham 25 milhões de dólares ao ano através de resgate de sequestros.

A organização ainda mostrou que há evidências de que gangues estão matando pessoas para traficar seus órgãos, deixando os cadáveres nas ruas.

O controle de grupos armados também têm dificultado o trabalho diário da igreja e de missões no país. Nos últimos anos, missionários estrangeiros e líderes locais se tornaram alvos de sequestros.

Servindo os mais vulneráveis

Escola da missão. (Foto: Facebook/LiveBeyond).

“É um dos lugares mais perigosos do mundo neste momento. Isso realmente exige algum tipo de intervenção. Tem que haver alguma intervenção internacional”, ressaltou Vanderpoool.

“Defendemos os pobres e as pessoas a quem servimos que são os mais vulneráveis e são eles que sofrem mais”, acrescentou o líder.

O ministério LiveBeyond oferece atendimento médico em seu hospital aos mais pobres no Haiti. A missão também tem uma escola e uma igreja que servem à população. 

No complexo, trabalha uma equipe de 120 funcionários, atendendo 20 mil pacientes por mês, ultrapassando sua capacidade máxima.

Vanderpool pediu que os cristãos em todo mundo orem pela situação do Haiti. “Queremos realmente que as pessoas orem, porque o povo do Haiti está sob uma enorme pressão. Mil civis morreram em janeiro”, disse ele.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE BAPTIST PRESS

Entenda por que a Páscoa é uma data perigosa para os cristãos perseguidos

 

Durante as celebrações de Páscoa, muitos ataques podem acontecer. (Foto representativa: Portas Abertas)

Nessa época, muitas igrejas são atacadas e cristãos violentados por causa do nome de Cristo.

Comemorar a Páscoa e celebrar a ressurreição de Cristo não é algo tão simples e tranquilo para cristãos que vivem no contexto de perseguição religiosa

Em países onde o cristianismo é proibido, essa é uma época de violência e ataques, em especial nos países onde a maioria segue o islamismo. 

Segundo a Portas Abertas, nos últimos anos, muitos ataques se destacaram — um deles ocorreu em 2021, quando dois homens-bomba entraram numa igreja em Makassar, na Indonésia. Os dois morreram e várias pessoas ficaram gravemente feridas. 

“Alguns cristãos se feriram gravemente e todos os presentes ficaram traumatizados. Suas vidas nunca mais serão as mesmas”, disse um colaborador da organização. 

Um dos ataques mais mortais na Páscoa

Em seu site, a Portas Abertas relembra do maior ataque de Páscoa a cristãos, ocorrido em 21 de abril de 2019, no Sri Lanka. Na ocasião, 259 pessoas morreram e 500 ficaram feridas. 

O ataque foi coordenado em três igrejas e três hoteis onde a data era celebrada. O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo atentado que foi causado por sete homens-bomba. 

As consequências foram trágicas e, até o dia de hoje, as famílias das vítimas lidam com a dor e a perda. Apesar disso, muitos compartilharam que os que morreram pareciam estar preparados e dispostos a entregar completamente suas vidas a Cristo. “Isso é percebido na fala dos familiares”, destacou a organização.

‘Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele’

Há inúmeros ataques que poderiam ser relatados em épocas festivas como a Páscoa. No domingo do dia 2 de abril, enquanto acontecia uma vigília de Páscoa na igreja Akenawe, em Benue, um grupo islâmico extremista invadiu o local com violência, matando um menino.

Conforme o Guiame divulgou, muitos membros ficaram feridos, incluindo o líder da igreja, que foi raptado com outros dois cristãos pelos terroristas.

Neste ano, enquanto os cristãos que são livres da perseguição estão se preparando para se reunir com a família, no próximo domingo, os cristãos perseguidos estão apreensivos sobre o que pode acontecer com eles. 

“Nossa esperança é que, como escrito em Efésios 2, por estarmos em Cristo, Deus nos salve por meio de sua graça e nos permita participar de sua ressurreição, o que nos tornará um só corpo”, escreveu a Portas Abertas.

“Ao sabermos sobre o que nossos irmãos enfrentam em todo o mundo, precisamos colocar em prática o que Paulo nos ensina em 1 Coríntios 12.26, que quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele. Somos encorajados pelos testemunhos dos sobreviventes e familiares das vítimas de ataques ocorridos no mês da Páscoa. Essas histórias nos motivam a continuar depositando nossa plena confiança em Deus, que é nosso refúgio e auxílio em meio às adversidades”, conclui a organização ao pedir orações pela Igreja Perseguida. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PORTAS ABERTAS


segunda-feira, 25 de março de 2024

A pregação do Evangelho e a cultura


O filme “Brincando nos Campos do Senhor” é antigo e talvez a maioria não se lembre mais dele, mas foi uma crítica ao trabalho missionário entre indígenas. Lembro-me vividamente quando foi lançado em 1991, e a repercussão que teve na Mídia da época. Muitos que o assistiram foram convencidos de que a presença missionária entre indígenas trazia prejuízos graves à cultura e à identidade indígenas. Uma das cenas mais emblemáticas do filme é a da missionária correndo atrás de uma mulher indígena para colocar-lhe, à força, um sutiã, para que esta “cobrisse a sua vergonha”. A questão da relação entre o evangelho e a cultura é, portanto, tema recorrente e de grande importância no que diz respeito à comunicação do Evangelho, em qualquer lugar, época ou situação.

Em Atos 17.16-34, nos deparamos com um dos textos mais ilustrativos no que diz respeito à comunicação do Evangelho em contexto transcultural. Nele, Lucas narra a experiência e tentativa do apóstolo Paulo de comunicar o evangelho aos moradores da cidade de Atenas. A passagem é rica em ensinamentos e princípios missiológicos e nos dá a dimensão dos elementos que estão envolvidos no processo de comunicação do evangelho. A título de ilustração, apresento alguns desses princípios:

A pregação do Evangelho nunca ocorre no vácuo cultural

O que desejo afirmar aqui é que quando um missionário vai a algum lugar e prega a mensagem, seu público alvo não se encontra com a mente vazia, como uma “tabula rasa”, esperando para ela ser preenchida com o conteúdo apresentado pelo missionário. Note que quando Paulo inicia a sua pregação (verso 22) ele reconhece que os atenienses possuíam de antemão conceitos e “verdades” desenvolvidas em sua realidade cultural e que estes, de fato, serviam a eles como uma tentativa de fazer sentido da vida e dar explicação para as realidades últimas, inclusive nas questões religiosas. A antropologia cultural e especialmente o conceito de cosmovisão são úteis para que o missionário pesquise e descubra quais elementos culturais formam essa cosmovisão. No caso dos atenienses, Paulo percebeu que em sua preocupação religiosa os atenienses eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de muitos deuses.

A observação da cultura é fundamental para entender os anseios e preocupações do público-alvo

Note que enquanto Paulo esperava seus colegas de equipe que haviam ficado em Beréia (Atos 17.14), ele passou a observar a cidade e seus habitantes. Ser um bom observador é muito importante para o missionário. Estar atento aos anseios e preocupações do público alvo não somente abre oportunidades para o estabelecimento de pontes de comunicação, mas também desvenda os elementos culturais mais reveladores dos anseios e preocupações do povo. Há missionários que se precipitam e não esperam o momento adequado para começar a pregar. É preciso antes conhecer a cultura do povo, escutar, escutar e escutar suas histórias, observar tanto o passado quanto o presente. É fundamental relacionar-se e não ter receio de se expor aos elementos culturais daquele povo, ainda que isso venha a trazer alguma reação de indignação ou surpresa.

A comunicação do Evangelho considera as demandas e indagações da cultura local

O apóstolo Paulo estava consciente de que tinha uma mensagem universal e que essa verdade poderia ser comu- nicada e aplicada a qualquer contexto cultural. É exata- mente por essa convicção que ele se aventura no mundo gentílico por entender que o que tinha a dizer era relevante para eles também. Ao ligar a sua mensagem a aspectos culturais e filosóficos locais, o apóstolo demonstra empatia para com o povo alvo, mas não apenas isso. Demonstra tam- bém que ele deseja fazer-se claro, compreendido e aceito. Em Romanos 15.20-21 ele diz que seu objetivo é pregar o evangelho não onde Cristo já tenha sido nomeado para não edificar sobre fundamento alheio. E continua dizendo, “antes hão de vê-lo... e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito”. O processo de compreensão de uma mensagem passa obrigatoriamente pelas categorias comunicacionais que envolvem não somente símbolos, isto é, um código comunicativo, mas também um contexto. Essa combinação de código e contexto faz com que haja possibilidade real de compreensão da mensagem.

Apresentar o novo e de alguma forma relacioná-lo ao velho é uma estratégia eficiente de comunicação

Embora seja uma tarefa arriscada, há dois aspectos a se considerar aqui. Primeiro, apesar da queda e dos desvios resultantes dela, o homem possui a imagem de Deus e essa imagem faz com que esse homem “tateie” em busca dessa verdade (Atos 17.27); segundo, Deus opera por meio da graça comum e por meio de sua graça se faz conhecido por meio de sua revelação geral (Salmo 119, Romanos 1.19- 20). De qualquer forma, o homem necessita da revelação especial para ter conhecimento de Cristo, por meio da pregação do Evangelho. Por isso, o missionário não pode se satisfazer apenas da religiosidade do povo, ainda que ela apresente algum aspecto que esteja em concordância com a revelação geral. As distorções na perspectiva de como os povos interpretam a realidade é um fato (leia novamente Romanos 1) e o fato de que em vez de glorificar a Deus, passaram a glorificar aspectos da criação os torna indesculpáveis. Essas distorções a Bíblia chama de pecado. A mensagem do Evangelho é, portanto, um chamado ao arrependimento e à mudança de cosmovisão.

Embora o novo não seja de fato totalmente novo, ele desafia os velhos conceitos

Note que mesmo fazendo uma ponte entre o que era conhecido, isto é, os elementos culturais e religiosos dos atenienses (o Deus desconhecido), Paulo não deixou passar a oportunidade de demonstrar que as tentativas culturais de se chegar à verdade não terão êxito sem o conheci- mento da revelação especial. De qualquer forma, o homem necessita da revelação especial para ter conhecimento de Cristo, por meio da pregação do Evangelho. Por isso, o missionário não pode se valer apenas da religiosidade do povo, ainda que esta apresente algum aspecto que esteja em concordância com a revelação geral. O problema não está na revelação geral. Está nos óculos manchados pela queda que fez com que os povos não consigam perceber a realidade pela visão de Deus.

Conclusão

A mensagem do Evangelho é, portanto, um chamado ao arrependimento e à mudança de cosmovisão (Atos 17.30). Ao arrependimento porque todos pecaram e estão distantes da glória de Deus (Romanos 3.23); à mudança de cosmo- visão, pois a única maneira de interpretar corretamente a realidade é pela ótica de Deus e essa é conhecida por meio da Revelação Especial, a Escritura. O evangelho é concebido por meio dessa revelação especial e conclama todos os povos ao arrependimento e à submissão a Cristo.

Rev. Norval da Silva

Série Mulher Cristã: Amanda Berry Smith, evangelista internacional de Santidade


.Amanda Berry Smith. (Foto: Creative Commons)


Amanda Berry Smith foi evangelista do final do século 19 e início do século 20, missionária e reformadora social.


Amanda Berry Smith nasceu escrava, em Long, Green, Maryland, uma pequena cidade em Baltimare County em 1837. Ela foi evangelista do final do século 19 e início do século 20, missionária e reformadora social. Amanda, foi uma inspiração para milhares de mulheres negras e brancas. Tornou-se uma pregadora metodista e líder no movimento “Wesleyano de Santidade”, pregando a doutrina da inteira santificação em todas as reuniões metodistas campais do mundo.

O pai de Amanda Berry Smith, o sr. Samuel Berry, comprou a liberdade da família, e eles se estabeleceram próximo à York, na Pensilvânia. Sua mãe, Marian Mathews, era dedicada e mesmo com pouca formação ensinou Amanda a ler antes dos oito anos. Seus pais eram condutores de uma das principais estações de Ferrovias Subterrânea, e Amanda que era a mais velha de treze irmãos, herdou um legado de envolvimento social que formaria e influenciaria de forma significativa seu ministério.

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Na estrada da conversão, Amanda Berry Smith teve sua primeira experiência religiosa aos trezes anos, marcada pelas restrições raciais e aparentes contradições. Quando ela começou a frequentar uma igreja Metodista Episcopal, nas reuniões de classe, quase inteiramente branca, Amanda foi forçada a ficar até tarde, porque sempre era a última pessoa a ser ensinada. Ao mesmo tempo, os patrões esperavam que Amanda chegasse cedo para cumprir seus deveres de criada e estar disponível para servi-los. Essas expectativas se tornaram conflitantes para Amanda, fazendo com que ela parasse de frequentar as reuniões.

Apesar da pobreza da educação, Amanda cresceu dentro de um lar cheio de oração e ensinamento bíblico. Seu pai mantinha uma prática regular aos domingos pela manhã de reunir a família e ler a Bíblia. Amanda e seus irmãos foram privilegiados por aprenderem, desde cedo, a Palavra de Deus e a ler e escrever.

Em 1854, aos dezessete anos, ela se casou com Calvino Divino. Contudo, o casamento não teve felicidade, porque, embora Calvino tivesse professado a religião “pelo amor de sua mãe”, ele estava sempre bêbado e era abusivo verbalmente. Um dos dois filhos do casal morreu na infância. Calvino se alistou para lutar na guerra civil e nunca mais voltou. Para sustentar ela e a filha, Amanda trabalhou como cozinheira e lavadeira, como empregada de uma viúva com cinco filhos. Embora negra, Amanda Smith assistiu um culto com a viúva na Igreja Metodista Episcopal. Em seguida, ela entregou sua vida a Cristo, e ao serviço da igreja. Em 1856 Amanda se converteu ao evangelho de Cristo.

Após a sua conversão, Amanda Berry Smith se tornou ativa no Movimento de Santidade (Wesllean-Holiness), que pregava a doutrina da inteira santificação, e incentivava a todos os crentes, independente de status, a comunicarem sua fé publicamente. Na Igreja Episcopal Africana Amanda Smith teve contato com a Phoebe Palmer, uma evangelista e escritora que difundiu a doutrina da perfeição cristã, sendo considerada uma das fundadoras do “movimento de santidade” (Wesllean-Holiness) dentro do cristianismo metodista.

Amanda Smith escolheu a oração como modo de vida. Ela decidiu confiar em Deus, para comer, ter sapatos, sustentar sua filha e pagar a liberdade de sua irmã. Ela ficou conhecida por sua bela voz e ensino inspirado, e assim oportunidades para evangelizar no Sul e no Oeste se abriram para ela. Em 1863, Amanda se casou com James Smith, um pregador leigo, vinte anos mais velho que ela. Os dois se mudaram para a Filadélfia e se juntaram à Igreja Metodista Episcopal Africana Bethel – AME da cidade, a igreja mãe da denominação.

Quando eles se casaram, Amanda ansiava servir no ministério ao lado do marido, diácono ordenado da AME, o que indicava que ele chegaria ao pastorado. Contudo, o coração de James mudou, não por nunca ter sido ordenado pastor, mas porque se envolveu em sociedades secretas e encorajou o envolvimento de Amanda de suas auxiliares mulheres. O casamento de Amanda com James teve vida curta, porque Amanda discordava sobre o envolvimento em organizações e isso os separou ainda mais. Eles tiveram três filhos, mas todos morreram cedo. James faleceu em 1869, quando Amanda tinha trinta e dois anos. Ela nunca se casou novamente. A única filha que ficou viva até a idade adulta foi Mazie, mais tarde Amanda adotou duas crianças africanas.

Na odisseia espiritual de Amanda Smith, ela travava uma luta contínua com Satanás sobre o estado de sua alma. No entanto, ela ainda procurava a segunda “bênção” (seria o batismo no Espírito Santo) ou santificação. Amanda experimentou a santificação em uma manhã de domingo sob o ministério de John Inskip, pastor metodista e líder do movimento da Reunião Nacional de Acampamento de Santidade.

Sobre sua experiência com a Plenitude do Espírito, ela disse: “Voltei para casa sentindo mais fome e sede de justiça. Ao convencer-me, porém, da realidade do estado de santidade através do revestimento do Espírito, senti-me plenamente justificada, ou melhor, segura da mediação de Cristo. Não tive mais dúvidas de que era aceita por Deus, de que era uma filha de Deus. Ao converter-me, tive a convicção de culpa e veio o perdão; ao sentir a necessidade de uma ‘vida mais abundante’, veio o revestimento ou a plenitude completa do Espírito Santo de Deus.  Esta segunda bênção veio mesmo como a desejei: do próprio Deus. Lembrei-me das palavras do meu velho instrutor: ‘A santificação é obra do Espírito’. Abri as Escrituras e li: ‘Esta é a vontade do Pai a vossa santificação’. Anteriormente, quando me maltratavam ou me ofendiam e ameaçavam, eu reagia, quando devia entregar tudo a Deus; agora eu tenho a paz completa. Li outra vez: “Esta é a vontade do Pai a vossa santificação”. Desse modo, uma das provas dessa santificação foi a segurança sobre ser aceita por Deus, o que envolvia aceitar a sua própria negritude como um presente de Deus. Veja, Deus não mudou. Da fraqueza, Ele faz o forte.

Amanda Smith iniciou seu ministério com uma reunião de oração de mulheres em seu apartamento. A sabedoria divina se tornou evidente na vida de Amanda, então ela começou a falar em congregações afro-americanas em toda área da cidade de Nova York. Deus transformou sua história, de ex-escrava a evangelista Internacional de Santidade. Ela passou os oito anos seguintes viajando e pregando, principalmente ao longo da costa leste. Em 1878, Amanda viajou para Inglaterra, onde fez amizades com Hannah Whitehall Smith e Mary Broadman, que abriram uma oportunidade para ela participar da Conferência de Keswick para a Promoção da Vida Mais Elevada. De lá ela começou a pregar em todo o Reino Unido. Sendo assim, Amanda se tornou a primeira evangelista negra internacional.

Em 1879, ela foi para Índia, a convite do líder de Santidade, W. B. Osborne, organizador da Reunião de Acampamento Ocean Grove, em Nova York. Ela passou dois anos lá, realizando reuniões em grandes e numerosas cidades e aldeias pequenas.

Em seguida, viajou para África, passando quase oito anos estabelecendo sociedades de temperança em toda a Libéria e Serra Leoa, pregando em igrejas locais e reuniões de acampamento, organizando grupos de orações e ensinando em escolas relacionadas à igreja. Enquanto esteve lá, ela desempenhou um excelente trabalho voltado para educação de mulheres e crianças. Seu trabalho teve algum sucesso e obteve vitória, porém houve controvérsias e experiências de fortes críticas e crises de depressão. Alguns missionários do sexo masculino, especificamente entre os irmãos de Plymouth, opuseram-se aos seus esforços, não por causa da raça, mas por ser mulher que reivindicava autoridade para estar no ministério e pregar.

Amanda Smith, embora fosse afiliada à Igreja Metodista Episcopal Africana – AME, nunca foi nomeada para o ministério. Ela teve que assumir seus esforços missionários pela fé. O apoio das missões institucionais veio da Igreja Metodista Episcopal, complementada pelo bispo William Taylor. Esse experiente líder missionário uma vez comentou que ela “fez mais pela causa das missões e da temperança na África do que os esforços combinados de todos os missionários antes dela” (KNIGT, pag. 169, 2018).

Amanda Berry Smith continuou membro da Igreja Metodista Episcopal Africana durante toda sua vida, embora sua relação com as congregações e líderes da AME fosse frequentemente distante. Contudo, o impacto de seu serviço e ministério na América foi estabelecido e deu frutos, ao longo de dois anos, pregando por todo o Leste. Então, ela estabeleceu em Harvvey, Illinois, uma comunidade de temperança planejada, a 32 quilômetros ao sul de Chicago, que atraiu os recém-chegados ao seu caráter moral, religioso e de temperança. Em 1893, Amanda escreveu e publicou sua autobiografia; ela era quase autodidata, mas tinha uma clareza e profundidade que revelavam a nitidez de sua mente.

Naquele mesmo ano, ela juntou suas economias, usando os recursos da publicação como parte de seu apoio, para a preparação do terreno para o primeiro orfanato onde estabeleceria um Lar dos Órfãos de Smith para as Crianças Negras, em Illinois. A obra foi iniciada em 1895 e concluída em 1899.

Enquanto servia como missionária na Libéria, manda teve seis surtos de malária e também sofreu por problemas respiratórios e artrite crônica. Sendo assim, em 1912, por causa da doença, ela se aposentou do orfanato, embora continuasse com esforços para arrecadação de fundos. Amanda morreu em 1915, depois de uma série de derrames. Ao longo de sua vida ela trabalhou no cruzamento de duas realidades espirituais: metodismo independente e movimento de Santidade branca. Amanda tinha uma clara percepção do Evangelho social, as implicações espirituais e experiências de salvação e santificação. A evangelista viveu para pregar esse Evangelho, e com a graça de Deus realizou as atividades sociais nos quatros continentes.

Amanda Berry Smith impactou a geração posterior de negros através de sua autobiografia que foi reimpressa em pelo menos seis edições. No entanto, ao longo de sua vida, seu ministério chamou atenção pela disparidade entre o “mundo dos negros” e o “mundo dos brancos”, embora ela nunca conseguisse sua aceitação total.

Essa mulher afro-americana cumpriu seu chamado, avançou diante das crises, atravessou preconceitos e viveu na oração, na comunhão, e nos deixou um exemplo de fé e legado de trabalho cristão.

Referências:

ALEXANDER. Estrelda. Amanda Berry Smith – Mulher nas Intercessões. In: KNIGHT III. Henry(org). De Aldergaste a azusa: Visões de uma nova criação, Wesleyana, Pentecostal e de Santidade. Tradução de Cloves da Rocha Santos. Maceió: Editora Sal Cultural, 2018.

World Horizons Brasil. Amanda Berry Smith. Ex-escrava dos Estados Unidos que se tornou uma pregadora do Evangelho. Disponível em:< Biografias – Amanda Berry Smith – World Horizons Brasil (whbrasil.org)> Acesso em: 19 mar de 2024.

Caroline Fontes é formada Bacharel em Teologia; com pós- Ciência da Religião, formada em Pedagogia – UERJ, pós-graduação em Neuropsicopedagogia – FAMEESP. Reside no Rio de Janeiro, casada com pr. Ediudson Fontes, mamãe de Calebe Fontes.

FONTE: GUIAME, CAROLINE FONTES


Kate Middleton revela câncer e encoraja pessoas com a doença: “Não perca a fé e esperança"

 

Kate Middleton revelou que está com câncer. (Foto: Reprodução/X/The Prince and Princess of Wales).


Após semanas de especulação sobre seu estado de saúde, a princesa se pronunciou e disse que está passando por quimioterapia.


A princesa Kate Middleton anunciou que está com câncer, em vídeo publicado na rede social X, nesta sexta-feira (22). 

Ela revelou que começou o tratamento de quimioterapia, após ter passado por cirurgia no abdômen no início deste ano. Não foi informado o tipo de câncer que a monarca foi diagnosticada.

“Em janeiro, fui submetida a uma grande cirurgia abdominal em Londres e, na época, pensava-se que minha condição não era cancerosa. A cirurgia foi bem-sucedida. No entanto, os testes após a operação revelaram a presença de câncer”, afirmou Kate, no vídeo.

Middleton comentou que o diagnóstico foi um choque para toda a família e que ela tem recebido apoio de seu esposo, o príncipe William.

“É claro que isso foi um grande choque, e William e eu temos feito tudo o que podemos para processar e gerenciar isso de forma privada, pelo bem de nossa jovem família”, disse.

E acrescentou: “Como você pode imaginar, isso levou tempo. Levei tempo para me recuperar de uma grande cirurgia para iniciar meu tratamento. Levamos tempo para explicar tudo a George, Charlotte e Louis de uma forma que seja apropriada para eles, e para tranquilizá-los de que vou ficar bem”.

A princesa concluiu sua declaração tranquilizando os seus seguidores, destacando que está bem e irá se concentrar em sua recuperação.

“Estou bem e ficando mais forte a cada dia, me concentrando nas coisas que vão me ajudar a curar; em minha mente, corpo e espírito”, observou.

Kate Middleton ainda deixou uma mensagem de encorajamento para outras pessoas que estão lutando contra o câncer.

“Para todos que enfrentam esta doença, seja qual for a sua forma, por favor não percam a fé nem a esperança. Você não está sozinho”, declarou ela.

Especulações sobre sua saúde

O pronunciamento da princesa de Gales acontece após semanas de especulação sobre seu estado de saúde, que não aparecia em público há meses.

Em comunicado, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, afirmou que Kate conta com o apoio e o amor de sua nação, enquanto ela continua com o tratamento. 

“Ela demonstrou uma enorme coragem com a sua declaração de hoje. Nas últimas semanas, ela foi submetida a um intenso escrutínio e foi tratada injustamente por certos setores da mídia em todo o mundo e nas redes sociais”, disse Sunak.

E concluiu: “Quando se trata de questões de saúde, como todo mundo, ela deve ter privacidade para se concentrar em seu tratamento e estar com sua amorosa família”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CNN BRASIL

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