sábado, 30 de março de 2024

O SEPULTAMENTO DE JESUS

 



João 19.38-42

Cecil Rhodes dedicou a vida à expansão britânica na África do Sul e também a acumular uma fortuna em diamantes. Morreu antes de completar 50 anos de idade, e suas últimas palavras foram: “Tão pouco foi feito; há tanto por fazer”.

 “Eu te glorifiquei na terra”, disse Jesus a seu Pai, “consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17:4). Seria maravilhoso se todos nós pudéssemos fazer um relatório como esse no final de nossa jornada nesta vida. Saber que concluímos a obra que Deus nos confiou e que glorificamos seu nome certamente nos levaria a olhar para trás com gratidão e a olhar para frente com ânimo e esperança.

Destacamos aqui três pontos a respeito do sepultamento.

 Em primeiro lugar, o pedido de José de Arimateia (19.38). Mateus nos dá três informações sobre esse homem: ele era de Arimateia, cidade dos judeus, rico e discípulo de Jesus (Mt 27.37). Marcos nos dá duas informações novas sobre ele: era um ilustre membro do Sinédrio e esperava o reino de Deus (Mc 15.43). Lucas nos oferece, também, duas informações novas: era homem bom e justo; e não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros membros do Sinédrio acerca do processo e condenação de Jesus (Lc 23.50,51). João, porém, nos dá uma informação extra. Diz que ele não teve coragem para assumir seu posicionamento acerca de Cristo publicamente, com medo de retaliação (19.38). Esse homem é quem vai a Pilatos reivindicar o corpo de Jesus para ser sepultado.

 Pela lei romana, os condenados à morte perdiam o direito à propriedade e até mesmo o direito de serem

enterrados. Frequentemente, o corpo dos acusados de traição permanecia apodrecendo na cruz. E digno de nota que nenhum parente ou discípulo tenha reivindicado o corpo de Jesus.

 José de Arimateia empregou a palavra grega soma para pedir o corpo de Jesus. Pilatos o cedeu, usando a palavra grega ptoma. A primeira palavra fala acerca da personalidade total, fato que implica o cuidado e o amor de José de Arimateia. A palavra usada por Pilatos dá ao corpo apenas o significado de cadáver ou carcaça. Essas diferentes palavras representam diferentes atitudes acerca da vida e da morte.16

 John Charles Ryle diz que outros tinham honrado e confessado nosso Senhor quando o viram fazendo milagres, mas José o honrou e confessou ser seu discípulo quando o viu frio, ensanguentado e morto. Outros tinham demonstrado amor a Jesus enquanto ele estava falando e vivendo, mas José de Arimateia demonstrou amor quando ele estava silencioso e morto.

Em segundo lugar, a cooperação de Nicodemos (19.39, 40). Nicodemos era fariseu, um dos principais dos judeus (3.1) e mestre em Israel (3.10). Foi ter com Jesus de noite e provavelmente se tornou, à semelhança de José de Arimateia, um discípulo oculto de Jesus. Charles Erdman destaca que esses dois homens, José de Arimateia e Nicodemos, não tiveram a coragem de assumir suas convicções e deixaram de dar seu apoio e estímulo ao mestre quando vivo; agora aparecem para lhe prestar a última homenagem depois de morto. Trata-se de duas autoridades, homens de posição social e prestígio: José de Arimateia deposita o corpo de Jesus em túmulo novo, de sua propriedade; e Nicodemos envolve-o numa profusão de 43 quilos de ricas especiarias.17 Nicodemos, que começou confuso no meio da noite (3.1-15), terminou confessando sua fé abertamente em plena luz do dia (19.39,40).18

 Em terceiro lugar, o jardim do sepultamento (19.41,42). Próximo ao monte da Caveira onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e ali, em um sepulcro novo, depositaram o corpo de Jesus. O sepultamento (19.42). Jesus foi sepultado nesse túmulo novo, cavado na rocha, perto do Gólgota. O sepultamento é a evidência de sua morte, e a ressurreição é a prova de sua vitória sobre a sepultura.

É interessante notar que tudo acntecera conforme a Palavra de Deus havia anunciado, então podemos confiar na palavra e no Senhor Jesus que está vivo.

Adpt. Pr. Eli

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