MENSAGENS

Leia  as mensagens e seja edificado

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AS LIÇÕES DA CURA DO CEGO BARTIMEU



Marcos 10.46-52

A narrativa de Marcos não é sobre um grande líder político como o rei Davi,  Judas Macabeu  ou sobre um sábio rabino como Hilel fundador da Escola Bet Hilel, Shamai fundador da escola Bet Shamai ou mesmo sobre Rabenu Shlomo ben Yitzhak, Rashi, “considerado como o maior dos mestres judaicos e o erudito bíblico mais brilhante de todos os tempos, é o comentarista clássico da Torá e do Talmud”¹, por isso ela não deixa de ter lições preciosas para nós hoje. Desta narrativa podemos aprender algumas lições preciosas para vivermos neste mundo desafiador, tais como:


1ª Lição – UM EXEMPLO DE FÉ INABALÁVEL – O TEXTO NOS DIZ “E foram para Jericó. Quando ele saia de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, cego mendigo,  filho de Timeu, estava assentado a beira do caminho. E, ouvindo que era Jesus, o nazareno pôs-se a clamar: Jesus filho de Davi tem compaixão de mim!”(Mc 10.46,47).

Bartimeu estava fisicamente cego, mas não espiritualmente, pois ele entendeu que Jesus de Nazaré era o filho de Davi anunciado pelos profetas. Ele não tinha presenciado os sinais realizado por Jesus, ele não viu os mortos ressuscitarem, leprosos curados, coxos andarem, pois estava privado pela cegueira. Mas ele tinha ouvido acerca dos poderosos milagres realizados por Jesus, e tendo ouvido creu que Jesus poderia curá-lo. Precisamos ter uma fé maravilhosa como a de Bartimeu.

Nós não contemplamos o Senhor com os nossos olhos físicos. Porém, os evangelhos narram os poderosos milagres realizados por Jesus, revelam a sua graça e sua disposição para salvar os homens.

Nós somos privilegiados, pois DEUS nos deu a sua palavra que nos falam dos milagres tremendos realizados por Ele. Precisamos viver pela fé. No que consiste viver pela fé¿ Se não que a pessoa vive na dependência da Palavra de Deus, pois só nela encontramos todo o conselho de Deus para vivermos uma vida abundante.

2ª Lição – PERSEVERANÇA DIANTE DA DIFICULDADES-Quando Bartimeu, começou a clamar “Jesus filho de Davi, tem compaixão de mim!”Mc. 10.46. Muitos que estavam perto dele não o encorajaram, mas antes o repreenderam para que ele ficasse calado Mc. 10.47, contudo ele não se calou, mas continuou clamando cada vez mais alto. Aqueles que pediram para ele ficar calado, não conheciam a miséria da cegueira, muitos pensavam que não valia apenas clamar a Jesus. Ele não deu ouvidos as reprovações dos insensíveis circunstantes, não ligou para o ridículo que os seus gritos mui provavelmente lhe traria. Ele conhecia a miséria da cegueira que o impediam de contemplar as maravilhas do Senhor.

Oh, amados irmãos, todos nós queremos ver vidas salvas, alcançar bênçãos de Deus, mas quantas vezes temos olhado para o que as pessoas pensam ou vão falar ao nosso respeito, então não perseveramos em buscar ao Senhor, não clamamos, pois estamos preocupados com aqueles que vivem em nossa volta. A exemplo de Bartimeu, não devemos dar ouvidos as pessoas que não conhecem o nosso drama, quando estivermos a procura da cura para as nossas almas. Meu irmão nunca faltará pessoas para nos desanimar, para dizer que não vale apena, que você não vai conseguir, etc. Quantos não desistiram de seus projetos ou propósitos por causa dos outros.

Como Bartimeu, precisamos clamar ainda mais por Deus, não importa o que as pessoas venham pensar ou falar, não desanime, Deus proverá. Irmão, é tempo de clamar ao Senhor por nossas vidas, família, igreja e por nosso país, não podemos desanimar, muitos vão dizer que não adianta, mas se crermos veremos a glória de Deus.

3ª Lição – UM EXEMPLO DE GRATIDÃO A CRISTO – Bartimeu, quando foi curado não retornou imediatamente a sua casa. Mais ele continuou diante daquele que realizou tão grande maravilha em sua vida, e seguia Jesus estrada a fora Mc. 10.52.

Meu irmão, os nossos olhos já foram abertos pelo Senhor, então devemos segui-lo com alegria e testemunhar a todos dizendo: “ UMA COISA EU SEI EU ERA CEGO E AGORA VEJO” (Jo 9.25).

Uma das grandes tristezas da nossa atualidade a ingratidão do povo de Deus. Ele, tem nos concedido tantas bênçãos que não podemos contar, mesmo assim muitos reclamam, são infiéis, ingratos, etc. O salmista Davi nos ensina dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios” (Sl 103.2). A gratidão é uma das características dos verdadeiros servos de Deus.

Hoje, precisamos seguir o exemplo de fé, de perseverança e gratidão daquele que fora curado por Jesus e segui-lo com todo o nosso ser proclamando SOMENTE JESUS.

1- Steinsaltz, Rabi Adin. Rashi, O Mestre dos Mestres –Disponível em http://www.morasha.com.br/profetas-e-sabios/rashi-o-mestre-dos-mestres.html acesso em 07.08.2017

Sobre o autor Pr. Eli Vieira é formado no Seminário Presbiteriano do Norte- Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Filadélfia Garanhuns-PE

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O HOMEM QUE DEUS PROCURA


Ezequiel 22.30

DWIGHT LYMAN MOODY (1837-1899) – nasceu em 5 de fevereiro de 1837, o sexto filho de nove, numa pobre família do Connecticut, EUA. Sua mãe ficou viúva com os filhos ainda pequenos, o mais velho tinha 12 e ela estava grávida de gêmeos quando o marido morreu. Sua mãe foi uma crente fiel e soube instruir seus filhos no Caminho do Senhor .

Aos vinte e quatro anos, logo após casar-se, em Chicago, Moody deixou um bom emprego para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de receber um único centavo. Tendo trabalhado com Escolas Bíblicas e evangelização em Chicago, atuou também junto aos soldados durante a Guerra Civil.

Moody teve uma tremenda experiência numa viagem que realizou a Inglaterra. Ele visitou Spurgeon no Metropolitan Tabernacle, bem como também contactou Jorge Muller e o orfanato em Bristol. Nesta mesma viagem, o que mais impressionou Moody e o levou a buscar definitivamente uma experiência mais profunda com Cristo foram estas palavras proferidas por um grande ganhador de almas de Dublim, Henrique Varley: O mundo ainda não viu o que Deus fará com, para e pelo homem inteiramente a Ele entregue.

Moody disse consigo mesmo: “Ele não disse por um grande homem, nem por um sábio, nem por um rico, nem por um eloquente, nem por um inteligente, mas simplesmente por um homem. Eu sou um homem, e cabe ao homem mesmo resolver se deseja ou não consagrar-se assim. Estou resolvido a fazer todo o possível para ser esse homem ” .Ezequiel quando foi chamado para o ministério profético tinha trinta anos (Ez 1:1), a idade em que um sacerdote normalmente começava  a exercer o ministério (Nm 4:1-3, 23).

Ele vivia no exílio na Babilônia, onde profetizou durante 22 anos, no século 6º antes de Cristo. Ele foi contemporâneo de Jeremias, que pregava aos que tinham ficado na Palestina. Por essa época também, Daniel começava seu ministério na corte imperial.
As mensagens dos primeiros 24 capítulos foram proferidas antes da queda de Jerusalém, como uma advertência do que poderia acontecer por causa do pecado do povo, pecado que o levara ao cativeiro.

O profeta mostra que o povo, mesmo depois de tanta experiência de pecado e sofrimento, ainda não se purificara diante de Deus (v. 24a). Por esta razão, ainda não experimentara o consolo (chuva na hora da desolação — v. 24b).
Naquela época, Israel estava vivendo (governantes, sacerdotes e profetas) conformidade com as próprias leis e não segundo as leis de Deus.

Por isto, seus profetas, em lugar de cuidar das almas, devoravam-nas (v. 25) e lhes ofereciam falsas mensagens como se fossem verdades vindas de Deus (v. 28). Seus sacerdotes, em lugar de interceder pelo povo, profanavam os santos símbolos de Deus (v. 26). Seus governantes só pensavam em ficar ricos (v. 27). O povo desobediente seguia no mesmo caminho, fazendo contra seus irmãos aquilo de que também era vítima: extorquindo, roubando e praticando toda sorte de injustiça contra os pobres (v. 29).

O desejo de Deus era ver este povo convertido dos seus maus caminhos. Para isto, precisava de uma pessoa, apenas de uma pessoa, de uma pessoa disposta a reparar o muro arrebentado e ficar na passagem (brecha) intercedendo pelo povo. Deus não achou ninguém(v. 30), como vemos também no tempo de Isaías (Isaías 59.16). Por isto, sobreveio a desolação sobre o povo (v. 31).

Diante de um cenário tão decepcionante, marcado pela desobediência ao Senhor, Deus levantou o seu servo para transmitir a sua mensagem quer Israel ouvisse ou deixasse de ouvir, mensagem esta que continua falando ainda hoje, e nos desafiando a vivermos de forma diferente.

Assim, como aquele tempo Deus ainda hoje procura homens para se colocar na brecha. Mas qual o homem que Deus procura¿

1-DEUS NÃO PROCURA UM HOMEM DE GRANDE STATUS SOCIAL

Status social é o prestigio que um indivíduo tem na sociedade, através de sua posição social. O Status social depende de vários fatores, pode ser desde que a pessoa nasce, geralmente de famílias ricas, adquirido com o tempo, através de amigos e relacionamentos, ou através de sua capacidade financeira.

O texto em tela nos diz que Deus procurou um homem em Judá para colocar-se na brecha. Não diz que Deus procurou um homem de grande status social. Na época do AT algumas classes destacavam-se como: os sacerdotes, os reis os profetas.

O profeta Ezequiel não diz que Deus procurou um homem com grande destaque social, tais com: um homem rico, um sacerdote, um príncipe ou profeta, etc, mas um homem.

Meus irmãos, o homem que Deus está procurando hoje não é: um galã de novela da globo, um milionário desde mundo materialista, um super-crente, um teólogo, um político, etc.

Deus está procurando um homem de conformidade com os seus critérios, assim como ele procurou a Davi: “Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”(1 Samuel 16.7).

Como disse Wesbie: “O povo que se esquece de Deus torna-se, aos poucos, sua própria divindade e começa a desobedecer à Palavra de Deus”. Em Jerusalém, o profeta Jeremias estava acusando o povo desse mesmo pecado” (Jr 3:21).

Não é tão diferente em nossos dias, o homem tem desobedecido a Deus, e como consequência este está se tornando a seu próprio Deus, e assim achando que não precisa de Deus.

Portanto, como foi naquele tempo Deus procura homens e mulheres para se colocarem na brecha em favor da nossa nação, da nossa igreja, ou para ser um reparador de brechas de si mesmo, pois quantos não crentes estão cheios de brechas.

2- DEUS PROCURA UM HOMEM ARREPENDIDO ( Ez 18.30-32)

Naquele momento o povo de Deus, havia se deixado levar pelo pecado, os homens eram sanguinários ( Ez. 22.1-9), eram caluniadores (Ez. 22.9), corruptos( Ez. 22.10-12), os sacerdotes eram desobedientes e profanos (Ez.22.26), os príncipes eram como lobos e corruptos (Ez. 22.27), os profetas eram falsos Ez. 22.28,29.       O povo estava rendido ao pecado, não havia um homem para se colocar na brecha. Israel se tornara presa fácil, pois havia muitas brechas naquela nação que devia viver de forma diferente.

Dos versos 26 ao 29 do capítulo 22, podemos ver uma lista de coisas erradas que os sacerdotes, os príncipes do povo e o próprio povo de Deus praticavam em total profanação e descaso de Deus e de suas leis tais como: Sacerdotes violando as leis, profanando coisas santas, não fazendo diferença entre o santo e o profano, não ensinando a discernir entre o impuro e o puro, escondendo os seus olhos dos sábados.

  • Os seus príncipes estavam no meio dela sendo como lobos que arrebatam a presa, derramando sangue e destruindo vidas, adquirindo lucro desonesto.

  • Os profetas que eram para ser a boca de Deus, estavam fazendo para eles reboco com argamassa fraca. Os profetas tendo visões falsas, adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor Deus; sem que o Senhor tivesse falado.

  • O povo da terra usando de opressão, roubando e fazendo violência ao pobre, oprimia injustamente ao necessitado e ao estrangeiro.

“Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de mim e em favor da terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nem um só”Ez 22.30. Para Judá apenas poderia haver esperança através de um verdadeiro arrependimento, como nos ensina o Senhor (I Sm. 7.3,4; 2 Cr 7.13,14 e Ez. 18.1ss).

Israel precisava se arrepender dos seus pecados, como o profeta Isaías ao ter uma visão da glória de Deus, ele pediu perdão (Is 6.1ss). Como Davi ao confessar os seus pecados, ao pecar contra Bete- Seba (Sl 51). Judá precisava se arrepender e deixar sua abominações Ez 20.1ss, mas não deram ouvidos a voz do Senhor.

João Batista pregou o “arrependimento” Mt 3.2  ARREPENDEI-VOS… Jesus pregou dizendo “arrependei-vos” Mt. 4.17, Mc 1.15. Pedro pregou o arrependimento At.2.38. O arrependimento deve ser uma constante, na vida do homem, pois este é pecador.

Só o homem que reconhece os seus pecados e se arrepende, e pede perdão, pode se colocar na brecha, e servir verdadeiramente a Deus, pois todos são pecadores e necessitam da graça de Deus e da misericórdia. Sem uma genuína conversão o homem não pode se colocar na brecha em favor deste povo.

3- DEUS PROCURA UM HOMEM OBEDIENTE ( Ez 2.1-7; 5.5-7)

     O terceiro elemento é obedecer (Ez 3:79). Deus não enviara o profeta (mensageiros) para seu povo a fim de entretê-los ou de dar-lhes bons conselhos. Ele espera que obedeçamos àquilo que ordena. Infelizmente, os judeus tinham um histórico triste de desobediência à lei do Senhor e de rebelião contra a vontade de Deus. Foi o que fizeram durante quarenta anos no deserto (Dt 9:7) bem como ao longo de mais de oitocentos anos em sua própria terra (2 Cr 36:11-21). Nenhuma outra nação foi abençoada por Deus como Israel, pois os israelitas possuíam a santa lei do Senhor, as alianças, uma terra rica, o templo e os profetas para lhes dar advertências e promessas sempre que precisavam delas (Rm 9:1-5).

Deus garantiu a seu profeta que ele lhe daria tudo o que fosse necessário para resistir à oposição e desobediência do povo. Em Ezequiel 3:8, encontramos um jogo de palavras que significa “Deus é forte” ou “Deus fortalece”. Também significa “Deus endurece”. Se o povo endurecesse o coração e a fronte, Deus endureceria seu servo e o manteria fiel a sua missão. Ele fez uma promessa semelhante a Jeremias (Jr 1:1 7).

Quando Deus restaurou Israel da mão dos Egípcios “Então lhes disse: cada um lance de si as abominações de que se agradam os seus olhos, e não vos contamineis com os ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus(Ez. 20.7). Deus chamou Israel para ser um povo obediente Deut. 6.1-25; 10.12-11.1-32. O segredo da existência de Israel estava em sua obediência a Deus Deut. 28.1-68; 30.15-20. Mas os filhos de Israel rebelaram-se contra o Senhor e não obedeceram aos seus mandamentos (Ez.20.7-8).

Israel precisava olhar para o exemplo do patriarca Abraão, que ao ouvir o chamado divino não duvidou, mas se dispôs a obedecer Gn.12.1-4, e saiu de sua terra do meio da sua parentela. Quando Deus o pôs a prova Abraão obedeceu Gn 22.1-22 porque estava pronto para oferecer o filho em Sacrifício Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. “Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada”.

Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos Hb. 11.17-19.

Samuel nos ensina que o obedecer é melhor do que sacrificar  Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Sm 15.22).

Não basta ter boa intenção, é preciso ser obediente, assim como os discípulos de Jesus foram homens obedientes, depois que receberam o Espírito Santo, diante dos desafios, das lutas que enfrentaram, falaram …ANTES, IMPORTA OBEDECER A DEUS DO QUE AOS HOMENS (At. 5.29).

Como o povo de Israel, muitas pessoas hoje ouvem a Palavra, mas não procuram entendê-la ou, se entendem, recusam-se a lhe obedecer.

Meus irmãos, Deus está procurando homens que estejam dispostos a obedecer a sua Palavra, como Daniel que decidiu não se contaminar com as iguarias de Nabucodonosor:  “Daniel, contudo, decidiu não se tornar impuro com a comida e com o vinho do rei, e pediu ao chefe dos oficiais permissão para se abster deles”(Dn 1.8) e a ser jogado na cova dos leões(Dn 6.1-28), isto é, estava pronto a morrer não a pecar, assim como também os seus amigos que estavam prontos a morrer não a pecar: “Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: “Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer”Dn 3.16-18.

Meus irmãos, obediência é o que Deus quer dos seus filhos que foram chamados, justificados, adotados e santificados por Cristo que morreu para nos redimir na cruz do calvário.

Esse é o nosso desafio como igreja do Senhor hoje, assim como fora o desafio dos nossos irmãos no passado. Pois, vivemos em um mundo depravado, onde somos tentados a desobedecermos, mas nós precisamos seguir o exemplo de Noé, que não se conformou com a sua geração Gn. 6.1-9 mas andou com Deus.

Nesse mundo, que se parece com a Babilônia, nós precisamos de homens que estejam prontos a morrer, não a pecar, como Daniel e seus amigos.

Nesse mundo onde muitos vivem a procura de reconhecimento dos homens, nós precisamos responder como os discípulos de Jesus, mas antes importa obedecer a Deus e não aos homens.

Portanto, se queremos ser verdadeiros homens de Deus hoje, precisamos ser obedientes a Ele, não podemos nos conformar com o mundo, como nos ensina o apóstolo Paulo: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2).

O que o povo realmente precisava era uma reconstrução espiritual total! Quando damos a aparência de amar a Deus sem viver conforme a seus caminhos, estamos cobrindo quão pecados à larga poderão danificar nossas vidas e não poderão ser reparadas. Não utilize a religião como a cal, arrume sua vida ao viver os princípios da Palavra de Deus. Logo poderá unir-se a outros que estão na “brecha” e fará para Deus uma diferença no mundo

3- DEUS PROCURA UM HOMEM DE ORAÇÃO (INTECESSOR) (Ez 22.30; Dn 6.10 At 2.42)

Ao olharmos para aquele povo, podemos ver que era um povo decepcionante (vv. 30, 31). Deus procurou no meio de seu povo uma pessoa em que se colocasse na brecha e que não permitisse que o inimigo penetrasse os muros e invadisse a cidade, mas não encontrou ninguém. É claro que o profeta Jeremias estava em Jerusalém, mas era um homem sem qualquer autoridade, que havia sido rejeitado pelos políticos, sacerdotes e falsos profetas e pelo povo. O próprio Jeremias percorrera a cidade à procura de um homem piedoso (Jr 5:1-6), mas sua busca havia sido em vão. O profeta Isaías também não teve sucesso nessa empreitada (ls 51:18; 59:16). O Senhor prometeu poupar Sodoma e Gomorra se encontrasse dez homens justos na cidade (Gn 18:23- 33), e teria poupado Jerusalém por um único justo. O Senhor continua procurando homens e mulheres que defendam a lei moral de Deus, que se coloquem na brecha do muro e confrontem o inimigo com a ajuda de Deus.

Ao ler sobre a história, encontramos homens e mulheres justos que tiveram a coragem de resistir aos males comuns de sua época e ousaram mostrar as rachaduras nos muros e consertá-las. O Senhor está buscando intercessores (Is 59:1-4, 16) que clamem a ele por misericórdia e pela volta da santidade. Sem dúvida, o Senhor deve sentir-se decepcionado por seu povo ter tempo para tudo, menos para a oração intercessora.

 Quando Israel estava caminhando para a terra prometida e desobedecera ao Senhor, Moisés se colocou na brecha em favor de Israel como nos ensina o salmista “Por isso, ele ameaçou destruí-los; mas Moisés, seu escolhido, intercedeu diante dele, para evitar que a sua ira os destruísse”(Salmo 106.23).

A mensagem de Ezequiel foi para os líderes e para o povo em geral. Ele buscava uma pessoa entre os líderes e entre o povo. Deus está chamando servos interessados em consertar os muros derrubados da igreja e em se colocar na brecha. Estar na brecha é procurar a orientação de Deus, a favor do povo e contra o inimigo que está entre nós. Deus não tolera o pecado e iniquidade entre nós. Por isto, exige arrependimento e purificação. Deus nos quer na brecha do muro para interceder pelo povo, como na belíssima experiência de Neemias (Neemias 4.9).

Meus irmãos nosso empenho deve ser feito com oração.O conserto dos muros é uma obra de nossas mãos e uma obra das mãos de Deus. Ação e oração são faces de um mesmo relacionamento. Oração sem ação é preguiça; ação sem oração é pretensão.
O profeta diz que Deus procura pessoas que estejam em pé para interceder pelo povo. Estar em pé sugere o oposto de descanso. Há muita gente que quer ficar sentada diante de Deus. Ele quer pessoas que se disponham a ficar em pé. Nada, portanto, de descanso (Is 62.6-7).Estar em pé sugere também persistência. Não há outro modo de se fazer a obra de Deus.

Portanto, pare e pense! Estar na brecha é estar diante de Deus.
A vida cristã é uma jornada que se faz com os olhos fitos em Deus. Neste sentido, não tem a ver com religião institucional. É algo interior. É uma disposição de vida. Deus não é apenas o futuro para onde se caminha. É o presente que nos leva para o futuro.
Estar na brecha é estar na companhia de Deus; anelar por ela; ter prazer nela. Quem ora tem comunhão Deus, tem prazer em está em sua presença. Orar é ter prazer em Deus. Quem não ora, tem prazer em outras coisas.

Se, é verdade que o pecado nos para longe da oração, também é verdade que a oração nos mantém longe do pecado. Temos pensado muito em oração como orações, isto é, como palavras, e pouco em oração como convívio com Deus. Quando Paulo nos pede para orar sem cessar (1Tesalonicenses 5.17), não pode estar pedindo oração-palavra, mas oração-vida. Quando vivemos na presença de Deus, buscamos depender dele (que não é fácil, embora o seja no discurso). Oração, portanto, é desejo. Quando, no entanto, estamos diante dele, precisamos orar por um assunto e entregar o assunto a ele. Esta entrega significa a entrega de nós mesmos também.

Às vezes temos dificuldade em obter a bênção de Deus, não porque Deus queira reter sua bênção, mas porque não estamos preparados para recebê-la. Nosso preparo não é técnico (porque a técnica tem a ver com palavras e um, certo  tipo de magia), mas espiritual. Nosso preparo é tão somente confessar os nossos pecados, humilharmo-nos perante ele, arrependermo-nos obedecermos e orar. São estas as únicas condições que Deus nos impõe.

A missão de estar na brecha se cumpria na intercessão pela terra.
Conta-se que uma mulher procurou um pastor e falou de sua preocupação porque seu marido não era crente.
A mulher pediu então que o pastor orasse por seu marido. Ao que o líder respondeu:
— Eu me comprometo a orar uma hora por dia por seu marido, se a senhora também se dispuser a orar  uma hora por dia por ele.
A mulher respondeu que isto não era possível e saiu do gabinete do pastor, para nunca mais voltar.
A intercessão tem um preço. Ela custou a Jesus sua própria vida. Ela nos custa a vida. O caminho da cruz tem três estágios: salvação, santificação e intercessão. Através da intercessão nos movemos em direção aos outros. Por ela nos tornamos canais pelos quais Deus abençoa o mundo. Por isto, só o crente maduro é capaz de interceder…

A necessidade de um intercessor, hoje assim como nos ensina as escrituras: “Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a Ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.” (Isaías 62:6)

“Viu que não havia ajudador algum, e maravilhou-se de que não houvesse intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a Salvação, e a sua própria justiça o susteve.” (Isaías 59:16)

“Olhei, e não havia quem me ajudasse, e admirei-me de não haver quem me sustivesse; pelo que meu próprio braço me trouxe a salvação…” (Isaías 63:5).

“Já não há ninguém que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha…” (Isaías 64:7).

A intercessão de um homem só, pode afetar uma nação! Olhe para o exemplo do pai do presbiterianismo John Knox que orava clamando “Senhor dá-me a Escócia se não eu morro”, e Deus ouviu as suas orações.

“E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor os consumi; fiz que o seu caminho lhes recaísse sobre a cabeça, diz o Senhor Deus.” (Ezequiel 22:30-31)

“No princípio de tuas súplicas, a resposta foi dada, e eu vim para declará-la para ti; porque es muito estimado…” (Daniel 9:23)

“… Porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim.” (Daniel 10:12).

             Portanto, está na brecha, não significa só olhar para o povo de Israel no passado e julgá-los, pois como é fácil para nós hoje em dia julgar o povo de Deus da antiguidade, mas e quanto ao povo de Deus da atualidade? Os pecados sexuais nas igrejas e nos lares que se dizem cristãos destruíram igrejas e famílias e, em nossos dias, muitas igrejas fazem vista grossa a essas transgressões.

A pornografia – impressa, em vídeo ou na Internet – é comum hoje em dia e está se tornando cada vez mais ousada na televisão. Casos de pessoas solteiras morando juntas, num “período de experiência” antes de casar; “casamentos gays” e até “troca de parceiros” têm aparecido nas igrejas, e quando pastores fiéis tentam tratar desses pecados, acabam ouvindo que não devem se intrometer nos assuntos particulares delas.

Os transgressores simplesmente saem de uma igreja e começam a frequentar outra, onde podem viver como bem entendem. Como disse Ruth Bell Graham: “Se Deus não julgar a América, terá de pedir perdão a Sodoma e Gomorra”. Não só estes pecados, mas há corrupção, culto a personalidade, falsos profetas, falsos crentes, pastores profanando a obra do Senhor, etc.

Estar na brecha é ser um guarda dos muros, dos próprios muros e dos muros da igreja. No Antigo Testamento, as cidades eram cercadas por muros. Sobre eles, nas esquinas e pontos estratégicos de visão, ficavam os guardas, os primeiros encarregados da sua proteção. Eles ficavam de prontidão durante três horas. Depois, descansavam durante três horas e voltavam ao trabalho, num revezamento que durava o dia inteiro. Era um trabalho necessário, mas duro. Exige disciplina e treinamento, vigilância e paciência. A igreja precisa de pessoas com esta disposição.

Estar na brecha é estar diante de Deus. A vida cristã é uma jornada que se faz com os olhos fitos em Deus. Neste sentido, não tem a ver com religião institucional. É algo interior. É uma disposição de vida. Deus não é apenas o futuro para onde se caminha. É o presente que nos leva para o futuro.

Estar na brecha é viver com Deus, como Enoque. Não se trata de algum tipo de misticismo vago, de uma espécie de união entre nosso espírito e o de Deus. Trata-se, antes, de nos deixarmos orientar por ele na vida toda, e não apenas naquelas coisas que a gente imagina que Deus esteja interessado.

Estar na brecha, é apresentar a Deus os nossos desejos, confessar os nossos pecados, humilharmo-nos perante ele, arrependermo-nos e orar. São estas as únicas condições que Deus nos impõe.

Meu querido irmão, não fale eu sou tão pequeno para me colocar na brecha, se você já confessou e se arrependeu dos seus pecados, Deus te chama para viver uma nova vida. Uma vida de obediência e intercessão para honra e glória dele.

Autor: Eli Vieira

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GIDEÃO: CRER É A VITÓRIA
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Juízes 7.1-25


    O pregador e escritor norte-americano Vance Havner ao falar sobre Hebreus 11, disse que, pelo fato de Moisés ser um homem de fé, podia “VER O INVISÍVEL, ESCOLHER O IMPERECÍVEL E FAZER O IMPOSSÍVEL”. Ainda hoje nós precisamos ouvir mensagens assim que nos desafiam a viver pela fé´. Mas vivemos em uma atualidade onde homens de fé parecem que estão faltando hoje na igreja, especialmente notáveis por glorificar a Deus por meio de grandes atos de fé.
    Lembre-se de que a fé não depende de como nos sentimos, daquilo que vemos nem do que pode acontecer.
    O relato tão conhecido e empolgante da vitória de Gideão sobre os midianitas é, na verdade, uma história de fé que nos desafia a crermos na palavra de Deus e a viver esta palavra de maneira prática em nossos dias. Este texto nos revela três princípios importantes sobre essa fé. Se queremos ser vencedores e não vencidos diante dos inimigos que estão diante de nós, precisamos ver o que a Palavra de Deus nos ensina nesse texto.

1 . DEUS PROVA NOSSA FÉ ( JZ 7 :1-8 )
Quando olhamos para o texto de Juízes 7.1-8 podemos contemplar Deus provando a fé de Gideão ao falar-lhe sobre a quantidade de pessoas que se encontrava com ele, e assim levou Gideão a fazer uma peneirada daqueles soldados.

A primeira peneirada (vv. 1-3). Deus testou a fé de Gideão ao peneirar os 32 mil voluntários até que restaram apenas trezentos homens. Se a fé de Gideão tivesse sido do tamanho de seu exército, então não teria sobrado muita coisa depois das peneiradas de Deus! Menos de 1% do contingente inicial acabou seguindo Gideão até o campo de batalha. As palavras de Wisnton Churchill sobre a Força Aérea Britânica na Segunda Guerra Mundial certamente se aplicam aos “trezentos homens de Gideão: “No campo dos conflitos humanos, nunca tanta gente deveu tanto a tão poucos”.

Deus explicou a Gideão o motivo de estar diminuindo seu exército: não queria; que os soldados se vangloriassem de que haviam vencido os midianitas. As vitórias alcançadas pela fé glorificam a Deus, pois ninguém é capaz de explicar como ocorreram. “Se você é capaz de explicar o que está acontecendo em seu ministério, então é porque não foi Deus quem fez”, disse o Dr. Bob Cook. Quando trabalhava no mistério Mocidade para Cristo, costumava: ouvir os líderes pedirem em suas orações: “Senhor, mantenha sempre o trabalho de Mocidade para Cristo funcionando à base de milagres”. Isso era viver pela fé.

Ao ordenar que os soldados temerosos que voltassem para casa, Gideão estava apenas obedecendo à lei que Moisés havia dado: Qual o homem medroso e de coração tímido? Vá, torne-se para casa, para que o coração de seus irmãos se não derreta como o seu coração” (Dt 20:8). “Deus não pode usar homens trêmulos e temerosos”, disse George Campbell Morgan (Reverendo Doutor George Campbell Morgan D.D. era um evangelista britânico, pregador, um dos principais professores da Bíblia e um autor prolífico. Sua mensagem era poderosa e o seu segredo era uma clara, límpida e penetrante exposicão do texto sagrado, que cativava a todos os ouvintes. Ele foi chamado o príncipe dos expositores. Apesar de nunca ter ido a um seminário, ele ultapassou seus colegas por tremenda dedicação em horas diárias de estudo da palavra). “O problema hoje em dia é que os homens trêmulos e temerosos insistem em permanecer no exército. Uma redução de membros que peneira da igreja os amedrontados e vacilantes é um ganho imenso e glorioso”.

Não se pode confiar numa fé não testada. Costuma-se pensar que a fé não passa de um “sentimento cheio de calor e de aconchego” ou, quem sabe, há os que simplesmente “acreditam na fé”.
De acordo com J. G. Stipe, “a fé é como uma escova de dente: todo mundo deve ter uma e usá-la com frequência, mas não é recomendável usar a de outra pessoa”.

Podemos cantar em alta voz sobre a fé dos antigos, mas não podemos exercitar a fé de nossos pais. Podemos seguir homens e mulheres de fé e participar de seus grandes feitos, mas não teremos sucesso em nossa vida pessoal dependendo apenas da fé de outrem.
Há pelo menos dois motivos pelos quais Deus prova a nossa fé: em primeiro lugar, a fim de nos mostrar se nossa fé é verdadeira ou se não passa de uma imitação e, em segundo lugar, a fim de fortalecer nossa fé para as tarefas que colocou diante de nós. Deus, muitas vezes, nos faz passar pelo vale da provação antes de permitir que alcancemos o ápice da vitória. Spurgeon estava certo quando disse: “as promessas de Deus brilham mais forte na fornalha da aflição, e é ao nos apropriarmos dessas promessas que alcançamos a vitória”.

As vitórias alcançadas pela fé glorificam a Deus, pois ninguém é capaz de explicar como ocorreram. “Se você é capaz de explicar o que está acontecendo em seu ministério, então é porque não foi Deus quem fez”, disse o Dr. Bob Cook. Quando trabalhava no mistério Mocidade para Cristo, costumava: ouvir os líderes pedirem em suas orações: Senhor, mantenha sempre o trabalho de Mocidade para Cristo funcionando à base de milagres”. Isso era viver pela fé.
Com frequência, somos como o rei Uzias, que “foi maravilhosamente ajudado, a medida que se tornou forte. Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína” (2 Cr 26:15, 16). As pessoas que vivem pela fé conhecem suas fraquezas e, cada vez mais, dependem de Deus para lhes dar forças. “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Co 12:10).

O orgulho depois da batalha toma do Senhor a glória que lhe é devida, e o medo durante a batalha toma dos soldados do Senhor a coragem e o poder. O medo costuma se espalhar, e um único soldado temeroso é capaz de causar mais estrago do que um regimento inteiro de soldados inimigos.

O medo e a fé não podem conviver por muito tempo no mesmo coração. Ou o medo vence a fé e desistimos, ou a fé conquista o medo e triunfamos. É possível que John Wesley estivesse pensando no exército de Gideão quando disse: “Dê-me um exército de cem homens que não temem coisa alguma a não ser o pecado e que não amam coisa alguma a não ser Deus e farei estremecer as portas do inferno!”.

A segunda peneirada (vv. 4-8). Deus fez os dez mil homens que haviam restado do exército de Gideão passarem por mais um teste ao pedir-lhes que bebessem água de um rio. Nunca sabemos quando Deus está nos testando com alguma experiência comum da vida. Ouvi falar de um pastor titular de uma igreja que sempre andava de carro com os candidatos à vaga de pastor assistente no carro deles, só para ver se o carro estava bem cuidado e se o candidato dirigia com cuidado. É discutível se o asseio e o cuidado ao dirigir garantem que alguém seja bem sucedido em seu ministério, mas se trata de uma lição que vale a pena considerar.

Mais de um candidato a emprego já acabou com suas chances de ser contratado durante um almoço com o possível chefe por não perceber que estava sendo avaliado. “Faça de toda ocasião uma grande ocasião, pois nunca sabe quando alguém o está avaliando para algo mais elevado”. Quem disse isso foi um homem chamado Marsden e, há muitos anos, tenho sua citação – agora amarelada pelo tempo – debaixo do vidro de minha mesa de trabalho. Sempre me fez bem refletir sobre essa frase.

A meu ver, Deus escolheu esse método para peneirar o exército, pois era simples, despretensioso (nenhum soldado sabia que estava sendo testado) e fácil de ser aplicado.

Só depois dessa identificação é que os homens descobriram que haviam sido testados. “Porque para o S e n h o r nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos” (1 Sm 14:6).
Algumas igrejas hoje se encantam com as estatísticas e acreditam que são fortes por terem muitos membros e recursos, mas os números não são garantia da bênção de Deus. Moisés assegurou os israelitas de que, se obedecessem ao Senhor, um soldado perseguiria mil e “dois [fariam] fugir dez mil” (Dt 32:30 ). Assim, Gideão só precisava de 27 soldados para derrotar todo o exército midianita com seus 135 mil homens (Jz 8:10), mas Deus lhe deu trezentos. Juízes 7:14 deixa claro que os midianitas conheciam Gideão e, sem dúvida, estavam observando todos os seus movimentos. Muitas vezes me pergunto o que os espias inimigos pensaram quando viram o exército israelita aparentemente se desfazer. Isso deixou os midianitas ainda mais confiantes e, portanto, descuidados? Ou será que seus líderes ficaram ainda mais alertas, imaginando se Gideão estava armando uma estratégia complicada para pegá-los?

Em sua graça, Deus deu a Gideão mais uma promessa de vitória: “Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei” (v.7). Gideão, ao apropriar-se dessa promessa e seguir as instruções do Senhor, derrotou o exército inimigo e trouxe à terra uma paz que durou quarenta anos (8:28).

Os soldados que voltaram para casa deixaram parte de seu equipamento com os trezentos homens, de modo que cada um tivesse uma tocha, uma trombeta e um cântaro – armas estranhas para um combate.

2 . DEUS ENCORAJA SEU SERVO (JZ 7:9-15A )
O Senhor queria que Gideão e seus trezentos homens atacassem o acampamento inimigo durante a noite, mas primeiro teve de tratar do medo que persistia no coração de Gideão. Deus já havia dito três vezes a Gideão que daria a vitória a Israel (Jz 6:14, 16; 7:7) e o havia tranquilizado com três sinais especiais: o fogo de uma rocha (6:19-21), a lã molhada (6:36-38) e a lã seca (6:39,40 ). Depois de toda essa ajuda divina, Gideão deveria ter se fortalecido em sua fé, mas não foi o que aconteceu. Como devemos ser gratos por Deus nos entender e não nos condenar por nossos medos e dúvidas! Ele sempre nos dá sabedoria e não nos repreende quando continuamos pedindo (Tg 1:5). Nosso grande Sumo Sacerdote no céu identifica-se conosco em nossas fraquezas (Hb 4:14-16) e continua a dar mais graça (Tg 4:6). Deus se lembra de que somos apenas pó (Sl 103:14) e carne (Sl 78:39).

Deus estimulou a fé de Gideão de duas maneiras. Por meio de mais uma promessa (v. 9). O Senhor disse a Gideão pela quarta vez que havia entregue o exército midianita em suas mãos. (Observar o tempo verbal; ver também Js 6:2.) Ainda que precisassem lutar na batalha, os israelitas já haviam vencido! Os trezentos homens poderiam atacar o exército inimigo certos de que Israel seria vitorioso.

Os cristãos que crêem nas promessas de Deus e que o vêem fazer grandes coisas são conduzidos à humildade por saberem que o Deus do universo cuida deles e está a seu lado.

A esperança e o amor são virtudes cristãs importantes, mas o Espírito Santo dedicou um capítulo inteiro do Novo Testamento - Hebreus 11 – às vitórias conquistadas pela FÉ por pessoas comuns que ousaram acreditar em Deus e agir em função de suas promessas.Pode soar como um chavão para alguns, mas o velho ditado é verdadeiro: “Se Deus diz, eu creio e ponto final!”

Através de mais um sinal (vv. 10-14). Gideão e seu servo precisaram de coragem para entrar no território inimigo e aproximar-se do acampamento midianita o suficiente para ouvir a conversa dos dois soldados. Deus havia dado um sonho a um dos soldados, e esse sonho informou Gideão de que Deus entregaria os midianitas em suas mãos.

O Senhor já havia comunicado esse fato a Gideão, mas dessa vez o comandante de Israel ouviu-o da boca do inimigo!
A melhor maneira de obter a orientação de Deus é pela sua Palavra, pela oração e pela sensibilidade ao Espírito, enquanto observamos as circunstâncias.

Uma vez que a cevada era um cereal usado principalmente pelos pobres, a imagem do pão de cevada com relação a Gideão e seu exército referia-se a sua condição fraca e humilde. Trata-se de um pão seco e duro que podia girar feito uma roda – uma comparação nada elogiosa! O homem que interpretou o sonho não fazia ideia que estava proferindo a verdade de Deus e encorajando o servo do Senhor. Gideão não se importou de ser comparado com um pão seco, pois soube com certeza que Israel derrotaria os midianitas e livraria a terra da servidão.

É relevante o fato de Gideão ter se detido para adorar ao Senhor antes de fazer qualquer coisa. Estava tão sobrepujado pela bondade e misericórdia de Deus que se curvou com o rosto em terra em sinal de submissão e de gratidão. Josué fez a mesma coisa antes de tomar a cidade de Jericó (Js 5:1 3-1 5), e se trata de uma boa prática a ser seguida hoje. Antes de ser guerreiros vitoriosos, precisamos nos tornar adoradores sinceros.

3 . DEUS HONRA A FÉ DOS SEUS SERVOS (Jz 7 : 15b – 25 )
De que maneira Deus recompensou a fé de Gideão? Deus lhe deu sabedoria para preparar o exército (7:15b-18). Quando Gideão e seu servo voltaram para o acampamento israelita, Gideão era um novo homem. Seus medos e dúvidas se dissiparam, enquanto ele mobilizava seu pequeno exército e enchia de coragem o coração dos soldados com suas palavras e ações. ” O S e n h o r entregou o arraial dos midianitas nas vossas mãos”, anunciou aos homens (Jz 7:1 5). Como Vance Havner disse: “a fé vê o invisível (vitória numa batalha que ainda não havia ocorrido) e faz o impossível (vence a batalha com poucos homens e com armas incomuns)”.

O plano de Gideão era simples, porém eficaz. Deu a cada um de seus homens uma trombeta para tocar, um cântaro para quebrar e uma tocha para acender. Os israelitas iriam rodear o acampamento inimigo com as tochas dentro dos cântaros e segurando as trombetas. Essas trombetas eram, na verdade, chifres de carneiro (o shofar), como os que Josué usou em Jericó, e essa relação com aquela grande vitória talvez tenha ajudado a animar Gideão e seus homens ao enfrentar a batalha. Quando Gideão desse o sinal, os homens tocariam as trombetas, quebrariam os cântaros, revelariam as tochas e gritariam: “Espada pelo Senhor e por Gideão!”, e Deus faria o resto.

Gideão era o exemplo que deveriam seguir. “Olhai para mim […] fazei como eu fizer […] como fizer eu, assim fareis” (Jz 7:1 7). Gideão havia feito um bocado de progresso desde que Deus o havia encontrado escondido no lagar! Não o ouvimos mais perguntando: “Se […] por que […] onde?” (Jz 6:13). Não o vemos mais buscando um sinal. Antes, deu as ordens a seus homens com segurança, sabendo que o Senhor lhes daria a vitória.

Alguém disse bem que as Boas Novas do evangelho são estas: não precisamos continuar do jeito que somos. Pela fé em Jesus Cristo, qualquer um pode ser transformado. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5:17).

Deus pode pegar um homem cheio de dúvidas como Gideão e fazer dele um general! Deus lhe deu coragem para comandar o exército (vv. 19-22). Gideão conduziu seu pequeno exército da fonte de Harode (“estremecimento”) para o vale de Jezreel, onde todos se colocaram a postos ao redor do acampamento. Quando Gideão deu o sinal, todos tocaram os chofares, quebraram os cântaros e bradaram: “Espada pelo Senhor e por Gideão!” Vendo-se cercados pela luz repentina e por todo aquele barulho, os midianitas concluíram que estavam sendo atacados por um exército enorme e, portanto, entraram em pânico. O Senhor interveio e colocou um espírito de confusão no acampamento, de modo que os midianitas começaram a matar uns aos outros. Então, perceberam que a coisa mais segura a fazer era fugir.

Deus lhe deu a oportunidade de aumentar seu exército (vv. 23-25). Era evidente que trezentos homens não poderiam perseguir um exército de milhares de soldados inimigos, de modo que Gideão chamou mais voluntários. Creio que muitos dos homens do primeiro exército de 32 mil responderam ao chamado de Gideão; até mesmo a tribo orgulhosa de Efraim foi ajudá-lo.

Esses homens tiveram a honra de capturar e matar Orebe (“corvo”) e Zeebe (“lobo”), os dois príncipes de Midiã.
A história de Gideão começa com um homem se escondendo num lagar (6:11), mas termina com o príncipe inimigo sendo morto num lagar.

A grande vitória de Gideão sobre os midianitas tornou-se um marco na história de Israel, não muito diferente da Batalha de Waterloo para a Grã-Bretanha, pois lembrou os israelitas do poder de Deus de livrá-los de seus inimigos. O dia de Midiã foi um grande dia do qual Israel jamais se esqueceria (Sl 83:11; Is 9:4; 10:26).

A Igreja de hoje também pode aprender com esse acontecimento e ser encorajada por ele. Deus não precisa de um grande número de pessoas para realizar seus propósitos, como também não precisa de líderes com talentos especiais. Gideão e seus trezentos homens colocaram-se a serviço do Senhor, e ele os capacitou para que conquistassem o inimigo e trouxessem paz à terra de Israel.

Quando a igreja começa a depender da “grandiosidade” – grandes construções, grandes multidões, grandes orçamentos –, passa a depositar sua fé no lugar errado, e Deus não pode dar sua bênção.
Quando os líderes dependem de seu currículo acadêmico, aptidões e experiência em vez de Deus, então Deus os abandona e sai em busca de um Gideão.

O importante é que estejamos à disposição de Deus, para ele nos usar como lhe aprouver. Podemos não entender inteiramente seus planos, mas devemos confiar inteiramente em suas promessas. E a fé em Deus que nos dá a vitória.


A/C Pr. Eli Vieira
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O QUE ME PODE DAR ESPERANÇA?


Lamentações 3.21

Alguém disse: “O que o oxigênio significa para os pulmões é a esperança para o sentido da vida”. Jeremias é conhecido como o profeta chorão, mas ao olharmos melhor para este servo de Deus podemos ver que ele estava impregnado de esperança, não obstante o momento difícil em que ele viveu. Jeremias exerceu o seu ministério num período totalmente caótico para a nação de Judá, que vivia a maior crise de sua história política, social e religiosa.

A corrupção moral de Judá na época de Jeremias era generalizada, pois, os próprios líderes estavam envolvidos em mentiras, atos avarentos e adultérios. A influência negativa do sacerdócio era devastadora para a nação, acelerando cada vez mais, o processo de decadência. Jeremias foi usado por Deus para tocar direto na ferida, ele não usa “meias-palavras”, atentemos para o que disse o profeta: “mas nos profetas de Jerusalém vejo coisa horrenda: cometem adultérios, andam com falsidade, e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se converta cada um da sua maldade; todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os moradores de Jerusalém como Gomorra… porque dos profetas de Jerusalém se derramou a impiedade sobre a terra.” (23.14-15).

Mesmo diante dessa situação, o profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus. Jeremias não desiste da esperança, e lembra ao povo: “Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja a esperança é o Senhor… O Senhor é a esperança de Israel…” (17.7,13).

O povo não ouviu a mensagem de Jeremias, e como consequência Judá foi levada para a Babilônia por  Nabucodonosor, contudo mesmo diante da queda de Judá o profeta não perdeu a esperança. Ao contemplar a miséria da nação, ele se levantou e disse: “ quero trazer a memória o que nos pode dar esperança” (Lm 3.21). Mas onde estava a esperança do profeta Jeremias? O que nos pode dá esperança no meio da dor, do desespero, da crise? Jeremias nos ensina dizendo, o que me pode dar esperança é:

1-AS MISERICÓRDIAS DO SENHOR (Lm. 3.22) – Israel não ouviu as palavras de Jeremias, os seus líderes políticos e espiritual deixaram se levar pelo pecado, “Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam. Que é isso? Furtais e matais, cometeis adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e andais após outros deuses que não conheceis, e depois vindes e vos ponde diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e dizeis estamos salvos; sim só para praticardes estas abominações! Será esta casa que se chama pelo meu nome é um covil de salteadores aos vossos olhos? (7.3-4). G. Campbell Morgan diz que “covil de salteadores” é o lugar onde os ladrões se escondem logo após ter cometido crimes.

Jeremias ainda acrescenta que estes sacerdotes não passavam de falsos curandeiros, mentirosos “curam superficialmente a ferida do meu povo. Dizendo: Paz, paz, quando não há paz” (6.14). O profeta Jeremias tinha esperanças que muitos pudessem despertar do sono espiritual e ainda poder desfrutar das bênçãos de Deus em meio aquela situação tão degradante¹. Mas eles não ouviram a sua mensagem e como consequência foram levados para o cativeiro, cumprindo-se assim o que ele anunciara. Mas, ele não perdeu sua esperança, pois ele sabia que seu Deus era misericordioso e zela por suas palavras e que depois de setenta anos Israel seria restaurado (Jr. 25.1-14).

Nas misericórdias de Deus estava a esperança do profeta, pois Judá não merecia ser restaurada, seus líderes pecaram, os sacerdotes eram homens falsos, não temos nem palavra para descrever.

Não obstante, seu choro, sua tristeza, sua dor, ele não perdeu a esperança. A sua esperança era o Senhor. Assim também nos ensina o Salmista “Pois tu é a minha esperança Senhor Deus”(Sl 71.5).

2-A FIDELIDADE DE DEUS (LM 3.23) – O profeta de maneira maravilhosa se expressou dizendo: “ A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele”(Lm 3.24), meu irmão veja o segredo da esperança de Jeremias. Ele sabia que o seu Deus não era igual aos homens mentirosos, pérfidos, Deus é fiel.

Grande é a tua fidelidade, porque ele é fiel, Jeremias podia confiar em suas promessas, em seu amor, na intervenção do Senhor dos exércitos, Ele é o Deus imutável, soberano, onisciente, onipotente, incomparável. Por isso o profeta tinha esperança, havia caos por todos os lados, tristeza e dor, mas se levanta e enche-se de esperança ao olhar para Deus.

Oh! Meus irmãos como precisamos seguir o exemplo do profeta Jeremias, ao ouvirmos a voz de Deus não podemos ficar desanimados diante da tristeza, do caos que nos acomete. Precisamos olhar para o Deus fiel, e erguer a cabeça na certeza que ele não mudou, sua fidelidade continua a mesma. Ele está no controle, reinando, soberano, ele é o mesmo, ontem e hoje.

3- A SALVAÇÃO DO SENHOR (Lm 3.24-26) – Mesmo diante da tristeza, da perda da família, da casa, da pátria, mesmo diante da escravidão, ele olha e ver a salvação no Senhor. Ele sabia que a disciplina do Senhor não iria durar para sempre. No Senhor há graça, perdão, restauração.

É para a salvação que há no Senhor que precisamos olhar hoje, não para o diabo, o pecado, a depravação do homem que não conhece a Deus. Porque se olharmos para o homem nós vamos ficar desanimados, sem esperança sem vida. É tempo de nos levantar e falarmos como o profeta Jeremias. –E tempo de termos esperança. Não podemos perder a esperança, mas precisamos esperar na intervenção divina certos de que Deus proverá.

No exemplo do profeta Jeremias, encontramos razão para vivermos uma vida cheia de esperança, não merecemos nada, somos fracos pecadores, mas o nosso Deus é misericordioso, vivemos no meio de um povo infiel, mas o nosso Deus é fiel, ele não mudou, então podemos confiar em sua palavra, viva e eficaz. Mesmo que o nosso cenário seja triste, desolador e só vejamos depravação, nós podemos confiar na intervenção do Senhor, certos que ele não irá deixar os seus eleitos perdidos escravizados pelo inimigo. Portanto, levante-se meu irmão, erga cabeça e tenha a certeza do profeta Jeremias.

Meus irmãos, vivemos um período da história difícil, como nos diz o apóstolo Paulo, “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis”(II Tm 3.1), mas Deus nos colocou como homens e mulheres de Deus para vivermos cheios de esperança, proclamando somente a glória de Deus firmados em sua Palavra certos de que  “MAIOR DO QUE AS CRISES É A ESPERANÇA DAQUELES QUE OUVEM A PALAVRA DO SENHOR”. Em Deus está a minha esperança.

Nota

1-http://pensandoteologia.blogspot.com.br/2010/03/jeremias-o-profeta-da-esperanca.html, acessado em 01.09.2017

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

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COMO TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA?



Josué 8

     No dia 12 de agosto de 1849 o famoso pregador britânico F. W. Robertson disse:

A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplêndidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias. Essas palavras, afirma exatamente o oposto do que quase todos hoje em dia – inclusive as pessoas da igreja – pensam da vida.

     Henry Ford teria concordado com Robertson, pois definia um erro como “uma oportunidade de recomeçar de modo mais inteligente”. Josué também teria concordado, pois estava prestes a “recomeçar de modo mais inteligente” e a transformar seus erros em vitória. Mas, para transformarmos as nossas derrotas em vitórias, nós precisamos:

1- ELIMINAR O PECADO JS 7.10-13 – Israel havia enfrentado a grande cidade de Jericó, para os soldados de Josué, vencer a cidade de Ai seria algo fácil. Mas, após a grande vitória contra a poderosa Jericó, foi derrotado de forma humilhante por Ai (Josué 7). A causa da derrota coletiva foi o pecado de Acã. O erro de Acã levara Israel a uma derrota humilhante, a um desastre inconcebível naquele momento. Como consequência Deus se irou contra Israel e não só contra Acã? A resposta para a ira de Deus contra Israel está na doutrina da Aliança (pacto), o erro de um era o erro de todos. A causa da derrota de Israel foi a desobediência de Acã (Js 7.1,20,21).

     Oh meus irmãos, como consequência da desobediência, Israel foi derrotado ( Js 7.2-5) Josué e os seus soldados ficaram desesperados (Js7,6-9) de tal maneira que Josué não sabia mais o que fazer. Naquele momento difícil Josué buscou a face do Senhor então Deus lhe deu a direção Js 7.10-15). A oração trouxe a descoberta do pecado (Js 7.16-21). Com a descoberta do pecado, Josué precisou tratar o erro, para isso ele aplicou a disciplina (Js 7.22-26) e assim o pecado foi eliminado do meio da congregação do povo de Deus.

     Meus irmãos, assim podemos ver que o pecado foi investigado, identificado, confessado, julgado e punido.  Israel precisava continuar marchando e Ai precisava ser enfrentada e derrotada.

2-RECOMEÇAR DE NOVO (JS 8:1, 2) – Uma vez que a nação de Israel havia julgado o pecado que contaminara o arraial, Deus poderia lhes falar em misericórdia e dirigi-los na conquista da terra. “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se com praz; se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (SI 37:23, 24).

      Não importa quantos erros venhamos a cometer, o pior erro de todos é não tentar outra vez. Alexandre Whyte diz: “A vida cristã vitoriosa é uma série de recomeços”. O capitulo de Josué 8 nos ensina a transformar derrotas em vitória. Nele aprendemos a recomeçar de forma mais inteligente. Para recomeçar o ponto partida é a palavra de Deus. Porque na Palavra de Deus é:

      A palavra de ânimo (v. 1a). O fracasso costuma ser acompanhado de duas reações: o desânimo em função do passado e o medo do futuro. Olhamos para trás e nos lembramos dos erros que cometemos, e, em seguida, olhamos adiante e nos perguntamos se há algum futuro para pessoas que fracassam tão tolamente.

     A resposta para nosso desânimo e medo é ouvir e crer na Palavra de Deus: “Não temas, não te atemorizes” (v. 1). Veja as declarações de “não temas” em Gênesis, Isaías 41 – 44 e nos oito primeiros capítulos de Lucas. Deus nunca desencoraja seu povo de fazer progresso. Enquanto obedecemos a seus mandamentos, temos o privilégio de nos apropriarmos de suas promessas. Deus tem prazer em “mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele” (2 Cr 16:9).

      A palavra de instrução (vv. 1b-2). Deus sempre tem um plano para seu povo, e a única forma de alcançarmos a vitória é obedecer às instruções do Senhor. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho de seus espias e usou apenas parte do exército, mas Deus lhe ordenou que levasse “toda a gente de guerra” (Js 8:1). O Senhor também disse a Josué para usar uma emboscada e aproveitar-se da autoconfiança de Ai em decorrência da primeira derrota de Israel (Js 7:1-5). Por fim, Deus deu aos soldados o direito de apropriar-se dos despojos, mas deviam queimar a cidade. Se Acã tivesse esperado apenas alguns dias, poderia ter pego toda a riqueza que quisesse. Deus sempre dá o que há de melhor para aqueles que deixam a escolha ao encargo dele. Quando corremos na frente do Senhor, normalmente nos privamos de bênçãos e prejudicamos a outros.

     A palavra de promessa (v. 1c). “Olha que entreguei” – essa foi a promessa de Deus (ver Js 6:2) e a garantia a Josué de que teriam a vitória, desde que obedecessem às instruções do Senhor. Mas é preciso nos apropriarmos de todas as promessas pela fé. A promessa de Deus não tem eficácia alguma a menos que seja “acompanhada pela fé” (Hb 4:2). Israel sofreu uma derrota terrível por ter agido de modo presunçoso no primeiro ataque contra Ai. As promessas de Deus fazem a diferença entre a fé e a presunção.

     Não importa quão terrível tenha sido nosso fracasso, podemos sempre nos levantar e começar outra vez, pois nosso Deus é um Deus de recomeços.

     Hoje em dia meus irmãos, Deus não nos fala de modo audível, como acontecia com frequência nos tempos bíblicos, mas temos a Palavra de Deus diante de nós e o Espírito de Deus dentro de nós; e Deus nos guiará, se esperarmos pacientemente na sua presença e se assim recomeçarmos nós vamos transformar as nossas derrotas em vitórias.

3- SEGUIR A ESTRATÉGIA DE DEUS (JS 8:3-13) – Meus irmãos, Deus não é apenas o Deus de recomeços, mas também o Deus da variedade infinita. Como disse certa vez o rei Artur: “Deus cumpre seus propósitos de muitas maneiras, para que uma boa tradição não venha a corromper o mundo”.

     Deus muda seus líderes para que não comecemos a confiar na carne e no sangue, em vez de confiar no Senhor, e ele muda seus métodos para que não passemos a depender de nossa experiência pessoal, em vez de depender das promessas divinas (W. Wiersbe).

    A estratégia que Deus deu a Josué para tomar a cidade de Ai foi quase o oposto da estratégia usada em Jericó. A operação em Jericó foi constituída de uma semana de marchas realizadas à luz do dia. O ataque a Ai envolveu uma operação noturna sigilosa que preparou o caminho para o ataque durante o dia. Em Jericó, o exército invadiu a cidade unido, mas para o ataque contra Ai, Josué dividiu suas tropas. Deus realizou um grande milagre em Jericó ao fazer as muralhas ruírem, mas não houve milagre algum desse tipo em Ai. Josué e seus homens simplesmente obedeceram às instruções de Deus ao fazerem uma emboscada e atraírem o povo para fora da cidade, e o Senhor lhes deu a vitória.

    É importante que se busque a vontade de Deus para cada empreendimento da vida, a fim de não depender de vitórias passadas ao planejar o futuro. Como é fácil os ministérios cristãos acabarem em becos sem saída pelo simples fato de sua liderança não discernir se Deus deseja fazer algo novo por eles. Nas palavras do empresário norte-americano Bruce Barton (1886-1967): “Quem pára de mudar pára de viver”.

     A estratégia de Ai tomou por base a derrota anterior de Israel, pois Deus estava transformando os erros de Josué em vitória. O povo de Ai estava seguro demais de si mesmo, pois havia derrotado Israel no primeiro ataque, e foi essa segurança excessiva que os condenou à derrota. “Vencemos uma vez, venceremos novamente!”

     O plano era simples, mas eficaz. Liderando o restante do exército israelita, Josué viria do Norte e realizaria um ataque frontal contra Ai. Seus homens fugiriam, como haviam feito da primeira vez, o que levaria o povo de Ai, seguro de si, a afastar-se da proteção de sua cidade. Quando Josué desse o sinal, os soldados na emboscada entrariam na cidade e a incendiariam. O povo de Ai se veria encurralado entre dois exércitos, e o terceiro exército cuidaria de qualquer socorro que pudesse vir de Betel.

    Como todo bom general, Josué acampava com seu exército (Js 8:9). Sem dúvida, incentivou os soldados a confiar no Senhor e a crer na promessa divina de vitória. O príncipe do exército do Senhor (Js 5:14) iria adiante deles, pois obedeceram à Palavra de Deus e confiaram em suas promessas.

     A obra do Senhor requer estratégia, e, em seu planejamento, os líderes cristãos devem buscar a vontade de Deus. O termo estratégia vem de duas palavras gregas que, juntas, significam “liderar um exército”. A liderança exige planejamento, e o planejamento é uma parte importante da estratégia.

     Deus sempre tem um plano estratégico para o seu povo. E o caminho mais curto e eficaz para a vitória é seguirmos as estratégias de Deus. Em sua primeira investida contra Ai, Josué seguiu o conselho dos homens e usou apenas parte da sua força militar. Agora, Deus diz: “toma contigo toda a gente de guerra, e dispõe-te, e sobe a Ai” (v.1). Deus ordena a Josué a usar todo o seu potencial de guerra. A estratégia divina tomou por base a derrota anterior, pois Deus nos ensina a transformar fracassos em sucessos. A estratégia que Deus deu a Josué para vencer Ai foi o oposto da estratégia usada em Jericó. Deus tem estratégias diferentes para cada empreendimento da nossa vida. Não confie em estratégias de sucesso, mas em Deus. Charles Stanley diz: “Ter sucesso é, dia após dia, ser como Deus quer que sejamos e alcançar as metas que estabelecemos sob a orientação dele”.

     Deus diz a Josué: “olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra” (v.1). A vitória vem do Senhor para aqueles que se apropriam das suas promessas. A promessa de Deus não tem nenhuma eficácia se não for acompanhada pela fé: “Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram” (Hebreus 4.2). Sem fé é impossível agradar a Deus e receber dele alguma vitória.

     Não importa o tamanho ou a dimensão do seu fracasso. Você pode levantar e recomeçar outra vez. F. W. Robertson disse: “A vida, assim como a guerra, é uma série de erros, e não é o melhor cristão nem o melhor general que dá o menor número de passos em falso. A mediocridade pode levar a essa ideia. Na verdade, porém, o melhor é aquele que conquista as vitórias mais esplendidas extraindo-as dos erros. Esqueça os erros; use-os para organizar vitórias”.

4-ASSUMIR UM NOVO COMPROMISSO (JS 8:30-35) – Algum tempo depois da conquista de Ai, Josué conduziu o povo cerca de cinquenta quilômetros para o Norte até Siquém, uma cidade entre os montes Ebal e Gerizim. Nesse local, a nação cumpriu a ordem que Moisés havia lhes dado em seu discurso de despedida (Dt 27:1-8). Josué interrompeu as atividades militares para dar a Israel a oportunidade de firmar um novo compromisso com a autoridade de Jeová expressa em sua lei.

     Josué construiu um altar (vv. 30, 31). Uma vez que Abraão havia construído um altar em Siquém (Gn 12:6, 7) e que Jacó havia morado ali por um breve período (Gn 33 – 34), aquela região possuía fortes laços históricos com Israel. O altar de Josué foi construído sobre o monte Ebal, o “monte da maldição”, pois somente um sacrifício de sangue pode salvar os pecadores da maldição da lei (Gl 3:10-14).

     Ao construir o altar, Josué teve o cuidado de obedecer a Êxodo 20:25 e de não usar qualquer ferramenta nas pedras recolhidas dos campos. Nenhuma obra humana deveria ser associada ao sacrifício para que os pecadores não pensassem que seriam capazes de ser salvos por suas obras (Ef 2:8, 9). Deus pediu um altar simples de pedra e não um altar elaborado e decorado por mãos humanas, “a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co 1:29). Não é a beleza da religião criada por homens que concede o perdão aos pecadores, mas sim o sangue no altar (Lv 1 7:11). O rei Acabe substituiu o altar de Deus por um altar pagão, que lhe não conferiu a aceitação de Deus nem o aperfeiçoou como ser humano (2 Rs 16:9-16).

     Os sacerdotes ofereceram holocaustos ao Senhor representando o compromisso total de Israel com Deus (Lv 1). As ofertas pacíficas foram uma expressão de gratidão a Deus por sua bondade (Lv 3; 7:11-34). Uma porção da carne foi entregue aos sacerdotes e outra aos ofertantes para que pudessem desfrutá-la alegremente com sua família na presença do Senhor (Lv 7:15, 16, 30-34; Dt 2:17, 18). Por meio desses sacrifícios, a nação de Israel estava declarando diante de Deus seu compromisso e comunhão com ele.

      Josué escreveu a lei em pedras (vv. 32, 33). Esse ato foi realizado em obediência à ordem de Moisés (Dt 27:1-8). No Oriente Próximo daquela época, era costume os reis celebrarem sua grandeza escrevendo registros de seus feitos militares em grandes pedras cobertas de reboco. Mas o segredo da vitória de Israel não era seu líder nem seu exército, e sim a obediência à lei de Deus Js 1:7, 8).

     Esse é o quarto monumento público de pedras a ser erigido. O primeiro foi em Gilgal (Js 4:20), comemorando a travessia do Jordão pelo povo de Israel. O segundo foi no vale de Acor, um monumento ao pecado de Acã e ao julgamento de Deus (Js 7:26). O terceiro foi na entrada de Ai, uma lembrança da fidelidade de Deus ao ajudar seu povo (Js 8:29). Essas pedras no monte Ebal lembravam Israel de que seu sucesso dependia inteiramente de sua obediência à lei de Deus (Js 1:7,8).

     Josué fez a leitura da lei (vv. 34, 35). Seguindo as instruções de Moisés em Deuteronômio 27:11-13, foi determinado um lugar para cada tribo em um dos dois montes. Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali ficaram no monte Ebal, o monte da maldição. Simeão, Levi, Judá, Issacar, José (Efraim e Manassés) e Benjamim ocuparam o monte Gerizim, o monte da bênção. As tribos no monte Gerizim foram fundadas por homens que eram filhos de Lia ou de Raquel, enquanto as tribos do monte Ebal era constituídas de descendentes de filhos de Zilpa ou de Bila, servas de Lia e Raquel. As únicas exceções foram Rúben e Zebulom, pertencentes à descendência de Lia. Rúben havia perdido sua posição de primogênito, pois havia pecado contra seu pai (Gn 35:22; 49:3, 4).

      O vale entre os dois montes foi ocupado pelos sacerdotes e levitas com a arca, cercados pelos anciãos, oficiais e juízes de Israel. Todo o povo estava voltado para a arca, que representava a presença de Deus no meio deles. Quando Josué e os levitas leram as bênçãos do Senhor unia a uma (ver Dt 28:1-14), as tribos do monte Gerizim responderam em uníssono e em alta voz “Amém!”, que, no hebraico, significa “Assim seja!”. Quando leram as maldições (ver Dt 27:14-26), as tribos do monte Ebal responderam com um “Amém!” depois da leitura de cada maldição.

     Deus havia dado a lei por intermédio de Moisés no monte Sinai (Êx 19 – 20), e o povo havia aceitado e prometido obedecer. Moisés havia repetido e explicado a lei nas campinas de Moabe, na fronteira com Canaã. Aplicou a lei à vida do povo na Terra Prometida e admoestou os israelitas a obedecer. “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do S e n h o r,vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do S e n h o r, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt 1 1:26-28, observar os vv. 29-32).

       No entanto, o fato de os cristãos “não [estarem] debaixo da lei, e sim da graça” (Rm 6:14; 7:1-6) não significa que podemos viver como bem entendermos e ignorar ou contestar a lei de Deus. Não somos salvos por guardar a lei, nem santificados por tentar observar os preceitos da lei; antes, o “preceito da lei se [cumpre] em nós” ao andarmos no poder do Espírito Santo (Rm 8:4). Se nos colocarmos sob a lei, deixamos de desfrutar as bênçãos da graça (Gl 5). Se andarmos no Espírito, experimentamos seu poder transformador e vivemos com o propósito de agradar a Deus.

     Sejamos gratos a Jesus, que levou sobre si na cruz a maldição da lei em nosso lugar e que nos concede todas as bênçãos celestiais pelo Espírito. Pela fé, podemos nos apropriar de nossa herança em Cristo e marchar avante em vitória!

Pr. Eli Vieira


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O DESERTO: A ESCOLA DO POVO DE DEUS



Números 1.1; 9.15-23

O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes em uma de suas meditações disse: “ o deserto não é um acidente de percurso e sim a escola de Deus”.

Conforme nota introdutória da Bíblia de Genebra sobre o livro de Números, “Na bíblia Hebraica, o título do livro é derivado da quinta palavra hebraica do primeiro versículo, que pode ser traduzida como “no deserto” - uma descrição apropriada do conteúdo do livro. Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego (a Septuaginta) seus livros receberam títulos gregos. Nesse caso, foi adotada uma palavra grega que descreve apenas as listas dos homens de guerra: arithmoi ou “números”¹(2009 p. 180). O título no deserto é muito apropriado, uma vez que este livro descreve a experiência do povo de Israel durante os quarenta anos de peregrinação no deserto.

Neste momento, convido você para aprendermos algumas lições preciosa que encontramos no livro de números para enfrentarmos os desertos da vida.

1-O deserto faz parte do plano de Deus (Nm (1.1; Dt 8.1-10) – O deserto fazia parte do plano pedagógico de Deus para o seu povo. O deserto foi uma grande escola para o aprendizado de Israel, onde ali fora provado por Deus durante um período de peregrinação.

No deserto, podemos ver quem realmente era Israel, uma vez que tinha sido escravo no Egito, e agora iria viver sem julgo, em liberdade. Deus sabia que aquele povo precisava aprender a viver uma nova história.

O Senhor é onisciente e sapientíssimo, ele bem sabia que Israel precisava ser treinado na escola do deserto, para aprender a viver no caminho da obediência (Dt. 8.2), pois Israel era pequeno, medroso, murmurador, se deixou levar pela idolatria dos povos vizinhos, desobediente a Deus (Ex 32.1-10), etc.Os acontecimentos do deserto nos mostra a fidelidade de Deus, não obstante os erros de um povo pecador.

São nos momentos difíceis, que realmente o homem revela quem ele é, ser crente quando tudo está bem é fácil, mas no meio das dificuldades não é. Quando você recebe o diagnóstico de uma enfermidade, quando os seus projetos não dão certo, quando os seus familiares o abandonam, quando tudo parece dar errado, muitos murmuram, choram, dizem que Deus o abandonou, que não adianta servir ao Senhor, etc.

Nós precisamos nos conscientizar, que as dificuldades que surgem em nossas vidas, não é por acaso, Deus está no controle. Lembre-se, que este momento não será o fim, mas faz parte do nosso desenvolvimento na jornada da vida. São nas dificuldades que Deus prepara os seus escolhidos para algo maior e melhor.

2-No deserto  precisamos confiar na direção divina ( Nm 1.1; 2.1; 4.1; 9.15-23;10.34-36; Êx 13.21,22)- Ao lermos o livro de números, podemos ver Deus constantemente falando com Moisés dando-lhe as orientações para a jornada do povo naquele lugar difícil. O que o povo precisava fazer, era tão somente obedece e confiar nas instruções que Moisés recebia de Deus, independente das circunstancias ou da visão humana.Israel não poderia pegar atalhos ou olhar para os povos vizinhos, precisava seguir a direção divina.

É isso que devemos fazer como povo de Deus neste mundo, não importa o deserto. Não devemos fixar os nossos olhos nas dificuldades, mas precisamos confiar que Deus está conosco em todos os momentos como Ele nos ensina em sua palavra, para que assim possamos vencer os desertos da vida.

Portanto, você precisa fitar os olhos em Jesus, como diz Hebreus: “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hb 12.2). Este olhar implica em fé e obediência.

3-No Deserto vemos o poder Soberano de Deus (Nm 10.35,36; 11.1-35; 16.1-40; 17.1-12)- O livro de número manifesta o poder soberano de Deus na história, apesar dos obstáculos, dos grandes perigos e do fracasso do povo.

Em números Deus revela o seu poder, conduzindo povo em segurança durante aqueles quarenta anos, de dia e de noite, livrando de inimigos, serpentes abrasadoras, suprindo a necessidades do povo, tanto de água como de pão, como número nos mostra Deus suprindo as necessidades do povo mandando o maná 11.7-9; carne 11.23,31-35; água 2.2-13; curando 21.4-6; dando vitória sobre os seus inimigos 21.21-35; 31.12, livrando das maldições 23:23, etc.

Números revela o poder soberano de Deus até mesmo ao disciplinar os seus filhos, com o propósito de levar o seu povo à terra prometida, e ensinando-os que o segredo da vida de Israel estava na obediência ao Senhor.

Meu irmão, os propósitos de divinos não falharão, mesmo que o seu povo seja fraco, pobre, não tenha poder militar, ele cumprirá as suas promessas e os seus planos, concernente ao seu povo eleito.Nós precisamos crer nele, depender tão somente dele, para enfrentarmos os as nossas dificuldades, certos de que ele não mudou.

4- No deserto podemos ver a misericórdia de Deus (Nm 12.1-16; 14.13-38) - No deserto podemos contemplar o fracasso do homem que é capaz de alcançar os padrões de Deus por sua própria força ou vontade. Neste livro os pecados de Israel são apresentados de maneira clara, em contraste com a fidelidade do Deus da aliança, que permanece sempre fiel. Mesmo, Moisés um homem tremendo, pecou e não lhe foi permitido entrar na terra prometida 20.9-11; 27.12-14, assim aprendemos que mesmo os melhores homens, são fracos, pecadores que necessitam da misericórdia de Deus.

Mesmo Deus presente, guiando, protegendo e alimentando a nação, Israel, não deixou de pecar, pois se deixou levar pela idolatria Êx 32; teve saudade das comidas do Egito 11.1-9; inveja 12.1-3; sedição 14.1-12; rebelião e rebeldia 16.1- 50; desobediência de Moisés 20. 2-13; faram mal contra Deus 21.5-9; prostituição com as mulheres moabitas 25.1-18 foram muitas as desobediências no deserto, mas o Senhor revelou a sua misericórdia não destruindo a nação.

Oh! Irmãos nós também somos pecadores como os israelitas, desobedientes, murmuradores, ingratos, etc. Se não fosse as misericórdias de Deus aonde estaríamos nós? Mas, as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, se renovam a cada manhã (Lm 3.22). Porque Deus é misericordioso ele perdoou o seu povo, e assim também está pronto para perdoar os que arrependidos se derramam aos seus pés.

Nas misericórdias do Senhor podemos contemplar a sua graça salvadora para com o miserável pecador indigno ainda hoje. Portanto, precisamos proclamar alto e a bom som, somente a graça, pois se não fosse a graça do Senhor a vida humana seria uma grande desgraça.

Meus queridos, como peregrinos nesta terra não estamos isentos de passarmos por desertos. Mas Deus tem propósito para você e para mim, precisamos tão somente seguir a sua orientação, obedecendo a sua vontade, certos de que o Senhor é soberano e nada foge ao seu controle. Nós somos fracos e miseráveis pecadores, mas Cristo realizou o sacrifício suficiente para salvar todo aquele que nele crer. Em Cristo podemos vencer os desertos deste mundo tenebroso, pois com Ele somos mais que vencedores. Somente a glória de Deus.


Referência Bibliográfica
1-Bíblia de Estudo de Genebra. 2. Ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursa Administração na Uninassau e pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Filadélfia, Garanhuns-PE

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A NOSSA MAIOR NECESSIDADE É DEUS





Êxodo 33.15

Nos dias atuais marcado pelo materialismo, o homem o trocou Deus por suas bênçãos, mas a nossa maior necessidade não são as bênçãos de Deus, mais é Deus.

No texto de êxodo 33 podemos contemplar a visão de Moisés sobre a importância da presença de Deus. Israel havia pecado construindo o bezerro de ouro, e Deus ficou irado com o povo, se afastando do meio deles por causa da desobediência. Quando Moisés desceu do monte viu o mal que o povo praticara, deixando de adorar ao Senhor para adorar um bezerro. Então disse o Senhor a Moisés que o anjo iria adiante do povo, mas Moisés disse ao Senhor: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faça subir deste lugar”. Com base em êxodo vamos aprender algumas lições.

1-PORQUE O PECADO NOS AFASTA DE DEUS (Êx. 32.9,10,30-35; 33.4,5)- Quando Moisés subiu ao monte para falar com Deus e passou quarenta dias e quarenta noites o povo ficou impaciente e pensando que Moisés não retornaria, e fizeram para si um ídolo ( Êx 32.1,2), e isso entristeceu ao Senhor de tal maneira que ele não queria mais caminhar no meio do povo (Êxodo 33.5). 

Deus ao libertar o seu povo da escravidão do Egito, escolheu para ser um povo santo. Agora pense na tristeza de Moisés, guiar aquele povo sem a nuvem do Senhor, sem a coluna de fogo sem a presença dos sinais visíveis da presença do Deus. Ele entendeu a gravidade do problema que seria conduzir aquele povo sem a presença de Deus.

O pecado provoca a ira de Deus, faz ele se afastar do meio do seu povo, e como consequência escraviza o homem e o leva para a morte. Por isso podemos contemplar Moisés clamando a misericórdia do Senhor ao interceder pelo povo diante de Deus (Êx. 32.11-24, 30-35; Dt 9.25-29).

Ah! Como é triste quando o povo de Deus desobedece aquele que o libertou da escravidão do pecado. Meu irmão não podemos brincar com o pecado, mas precisamos nos afastar de tudo aquilo que tenta nos afastar de Deus.

O profeta Isaías nos diz que a mão do senhor não está encolhida para que não possa salvar, surdo o seu ouvido para que não possa ouvir. “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”(Isaías 59.1,2).

Portanto, se você está vivendo em pecado arrependa-se e clame pelas misericórdias do Senhor, como Moisés fez pelos filhos de Israel, porque só no Senhor a perdão e verdadeira restauração.

2-PORQUE NADA PODE SUBSTITUIR A PRESENÇA DE DEUS (Êx. 33.2,3) – Deus prometeu enviar o seu anjo adiante do povo. Eles viram o mal que praticaram, ouvindo o que Deus falara, pratearam e tiraram seus atavios ( Êx. 33.4,5).

É interessante observarmos que Deus prometeu a Moisés enviar o anjo, lhe dar vitórias sobre os seus inimigos e a terra que manava leite e mel. Alguém poderia dizer está bom Senhor, mas o que um anjo comparado com o Senhor Deus todo poderoso, criador e sustentador. Os anjos são apenas seres criados por ele. Deus prometeu vitória sobre os inimigos de Israel, mas o que são as vitórias sem a presença de Deus? O que é a terra que mana leite e mel sem a presença de Deus? Ah! Como hoje a igreja precisa entender que a nossa maior necessidade é Deus.

As suas bênçãos sem a sua presença conosco em nosso viver, não tem sentido, ficamos vazios. Quantas pessoas tem bens matérias, tais como, casas luxuosas, carros, dinheiro, etc. mas são vazias, secas, sem esperança, sem amor sem vida, mesmo estando vivas.

O profeta Ageu advertiu o povo de Israel dizendo que a prioridade da nação deveria ser o Templo do Senhor, não casas luxuosas ( Ag. 1.1-11). Assim como o Tabernáculo o Templo era símbolo da presença de Deus para Israel. Jesus nos ensina que o reino de Deus deve ter a primazia em nossas vidas.

Nada pode substituir a presença de Deus em nossa vida neste mundo.

3- PORQUE DEUS ERA E É A RAZÃO DA EXISTÊNCIA DE ISRAEL (Gn. 12.1-9; 22; 32.27,28; 35.9-12; Êx. 12.1-51; 13.17-22; 40.34-38; Nm 9.15-23) –Quando olhamos para a Palavra de Deus podemos ver Deus chamando Abraão do meio de sua parentela, lhe dando um filho Isaque, transformando Jacó em Israel e resgatando os seus descendentes da Escravidão do Egito. 

Moisés conhecia a história dos seus pais, aqui de maneira maravilhosa podemos ver ele dizer: “Não é, porventura, em andares conosco, de maneira que somos separados, eu e o teu povo, de todos os povos da terra? (Êx. 33.16b). Todo o contexto histórico nos mostra que a razão da existência de Israel era o Senhor Deus.

A presença de Deus era indispensável para Israel continuar existindo, pois ele era o verdadeiro sentido da vida. Sem a presença de Deus as vitórias sobre os inimigos, a terra prometida, não teriam sentido. O principal alvo de Moisés não era uma terra que manava leite e mel, mas uma terra santa onde Deus estaria presente com o seu povo. Pois a presença de Deus fazia de Israel um povo diferente dos demais.

Meus irmãos assim como Moisés hoje também nós precisamos entender que a nossa maior necessidade é de Deus, pois somente com Ele nós podemos viver de forma diferente, caminhar desfrutando de sua comunhão e proteção no meio deste mundo que mais parece um deserto desafiador. Ele é o Deus vivo, poderoso, o Deus presente que nos dá força para viver (Isaías 41.10). O evangelho da graça, nos ensina que ele está conosco, pois ele é o Deus Emanuel (Mt 1.23), e que sem ele nada podemos fazer (Jo 15.5), mas com ele nós somos mais que vencedores (Rm 8.37).

Portanto, a igreja hoje, precisa ter esta consciência, que muito mais do que bênçãos, nós precisamos da presença de Deus em todos os momentos da nossa vida, porque sem ele não vale apenas você ter vitórias, casas luxuosas, carros, filhos, etc. Ele é a razão do nosso viver. Ele é o nosso Salvador. Sem ele, a vida não tem sentido, é isso que as sagradas escrituras nos ensinam.

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

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O DEUS QUE INTERVÉM
Pare, leia e pense!

Texto: Josué 3 e 4





Nos dias atuais muitos creem que Deus reina soberano no céu, mas muitos não acreditam que ele reina na terra. Muitos duvidam de sua soberana providência no mundo pós-moderno (atual), acham que ele não está conosco, não se interessa com o que está acontecendo em nosso mundo, etc.

Mas, quando olhamos para a Bíblia Sagrada podemos ver sua intervenção na história do povo de Israel, libertando-o do Egito, conduzindo o seu povo a terra prometida. 


O livro de Josué capítulos 3 e 4 contemplamos a soberana intervenção de Deus na história de Israel. No livro de Josué podemos aprender que O Deus que Intervém: 

1-Cumpre a sua Palavra - Em Josué 1.1-9, 3.7,8,15 podemos ver Deus falando e cumprindo a sua Palavra, assim como ele falara a Josué. Assim, aprendemos que podemos confiar em sua Palavra, pois ela é a única infalível. Sua palavra é imutável, como Deus não muda (Ml 3.6), sua palavra também não muda. O Senhor Jesus nos ensina dizendo: "PASSARÁ O CÉU E A TERRA, PORÉM AS MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO" (Mt.24.35). 

Nós podemos confiar na Palavra viva e eficaz do nosso Deus ainda hoje. Meu irmão, nas escrituras encontramos todo o conselho de Deus concernente a vida, a salvação a sua vontade para nós, etc. Hoje é o dia de nos firmarmos na Palavra, pois a Palavra de Deus é fiel e verdadeira.

2-Ele é o Deus que Age - Nos capítulos 3 e 4 de Josué podemos contemplar o agir soberano de Deus, fazendo as águas do Rio Jordão pararem de maneira inédita, pois fato igual a este Israel não havia visto. 

Deus é especialista em fazer coisas inéditas meu irmão, nada é impossível para Deus, ele é o Deus todo poderoso criador dos céus e da terra. Ele continua o mesmo. Por isso, diante das dificuldades da vida, confie em Deus, entregue seus problemas a Ele, bem como seus sonhos e projetos, na certeza que Deus proverá. 

Não diga eu tenho um grande problema, mas diga, eu tenho um Deus incomparável, nada é impossível para ele. Ele está vivo, e tem o controle da minha vida e de tudo em suas mãos. Sua mão é forte e poderosa.

3-E único digo de Temor (Josué 4.24)-Deus realizou aquele milagre extraordinário não só para que Israel entrasse na terá prometida, mas para que Israel e os demais povos soubessem quem verdadeiramente era o único Deus digno de temor, honra e glória.

Só o Senhor é Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra. Sua mão é forte para livrar, salvar, para fazer aquilo que o homem não pode fazer. Assim a Palavra de Deus continua falando ainda hoje, confie em Deus, como nos ensina o salmista: "entrega o teu caminho (vida) ao Senhor confia nele e o mais ele fará" (Sl 37.5).

Ele conhece nosso andar, sabe o momento que você está passando, as circunstâncias que lhe cercam. Nada foge o seu controle, mesmo que muitos não creiam, ele é o nosso Deus soberano, transcendente e imanente.
Pare e pense.
A Ele toda glória.



Pr. Eli Vieira
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O VALE DA RESTAURAÇÃO



Ezequiel 37.1-14

Estamos vivendo em um momento em que precisamos de restauração. Há uma necessidade de restauração na igreja, na família e no nosso país. A nossa atualidade é desoladora e desafiadora, em alguns aspectos semelhante ao vale de ossos secos. Para onde olhamos parece não haver esperança, mas o que contemplamos é tristeza, violência, corrupção, etc.

Ao lermos o livro do profeta Ezequiel, podemos nos encher de esperança. A mensagem de Ezequiel nos ensina que apesar das dificuldades, do sofrimento e da miséria do povo, Deus é o Senhor soberano e finalmente fará aquilo que nós não podemos fazer. Por isso neste momento convido você para meditarmos no texto de Ezequiel 37.1-14. O texto em tela não é só uma visão de tristeza, desolação e morte, mas é uma visão maravilhosa de restauração.

A visão que Deus revelara ao seu servo era para encorajar os que estavam no exílio desanimados, sem expectativa de vida, de restauração. Hoje, Deus nos convida a olharmos para este vale de ossos secos e extrairmos algumas lições para nós hoje.

1-PRECISAMOS OLHAR PARA ESTES OSSOS (Ez 37.1,2)
O texto de Ezequiel 37.1-14 nos diz que o vale era muito grande e estava cheio de ossos secos. Aquele vale era um quadro desolador, triste, depressivo, pois ali não havia vida, mas apenas ossos secos (morte).Aqueles ossos, apontava para o povo de Israel, que se encontrava exilado, sem expectativa, desanimado, morto, sem esperança de restauração. 

Mas este vale também aponta para aqueles que estão mortos em seus delitos e pecados, depravados, escravizados pelo diabo, sem vida, distantes de Deus.O homem sem Deus é um miserável que merece apenas o inferno. Meu querido, o homem sem Deus, é pior que ossos secos. É um pecador que blasfema contra o Deus Soberano.

O homem precisa saber quão terrível é o pecado, e que ele nada pode fazer para ajudar a si mesmo. Ele precisa da misericórdia de Deus e da sua graça. O homem é depravado, não tem desejo pelo Deus vivo, e distante de Deus está totalmente perdido. Ele precisa da ajuda e do favor de Deus. Não obstante, não podemos perder a esperança, mas precisamos nos levantar e obedecer a Deus que nos comissionou a pregar aos que estão mortos assim como fez o profeta Ezequiel (Ez 37.7,8).

Quem sabe você hoje não se encontra nesta situação, apenas ossos, sem vida, sem poder fazer nada, sem esperança diante do cenário desolador em que você se encontra. Você não conhece a Deus, não passa de ossos mortos. Você talvez se mexe de um lado para outro, mas é apenas um corpo, precisa de vida.

2-PRECISAMOS OLHAR PARA A OBRA DO ESPÍRITO SANTO(Ez 37.9,10) - Deus fala ao profeta que ele não podia apenas se contentar com o movimento dos ossos, com os tendões, carnes, pele se não havia naqueles corpos vida. Então Deus mandou o profeta, profetizar ao Espírito, e quando profetizou ao Espírito os corpos receberam vida. Este é um quadro maravilhoso da obra poderosa do Espírito Santo que dá vida aos mortos (Ez. 37.10).

Hoje, também nós precisamos da ação do Espírito para vivificar aqueles que estão mortos. As pessoas são um conjunto de ossos mortos, e elas podem ser trazidas a vida porque o Espírito Santo irá soprar em suas almas e mostrar como elas são pecadoras e abrir-lhes os olhos para que possam contemplar a esperança do perdão que existe no sangue de Jesus que foi derramado na cruz do calvário, pois o Espírito ama a obra de Jesus.

Quando o Espírito de Deus age as pessoas se rendem, como aconteceu no dia de pentecoste conforme narra o médico Lucas em Atos 2.41. Pedro pregou e o espírito operou de maneira tremenda que naquele momento houve um acréscimo de quase três mil pessoas (At. 2.1-41). O Espírito convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), só ele tem poder para dá vida também hoje aqueles que estão mortos. Pois não basta ao homem ser religioso, frequentar uma igreja, ele precisa nascer de novo, como Jesus disse a Nicodemos (Jo 3.1-6). 

Assim como Nicodemos, existe muitas pessoas em nossos dias, são religiosas, mas não tem vida. Elas precisam nascer do Espírito para contemplarem a obra de Jesus. Muitos estão apenas confiando em sua religião, em suas obras, em sacrifícios, cumprem com os seus deveres sociais, morais, etc. Mas, estão mortas, precisam de vida, e esta, só há na pessoa do Senhor Jesus Cristo que disse: “Eu sou a ressurreição e a vida”( João 11.25).

3- PRECISAMOS OLHAR A ATIVIDADE DO SERVO DE DEUS (Ez 37.4-10) - Deus mostrou o vale e falou com Ezequiel que ele precisava pregar aos ossos. O vale era grande, mas ele precisava pregar. Ezequiel não questionou a Deus, dizendo: Senhor são apenas ossos! Para que pregar? Ele disse que faria a vontade de Deus. Ezequiel pregou e algo maravilhoso aconteceu os ossos começaram a se mexer, surgiu tendões, músculos e peles. Há uma grande lição aqui para nós. Antes do homem nascer de novo ele pode aprender muitas coisas. Muitos se tornam mais rebeldes do que eram outros se rebelam contra evangelho. Então ao ouvirem a palavra de Deus algo estranho começa a acontecer. Eles começam a frequentar uma igreja, estão melhorando, mas ainda estão mortos.

O texto nos diz que Deus deu uma nova ordem ao profeta, ele manda o profeta clamar ao Espírito para que ele venha e sopre sobre aqueles ossos. E assim o profeta fez e o milagre aconteceu.

Meus irmãos, isso pode ser uma figura do operar do Espírito no Avivamento.

Olhemos para o ano 1850, segundo alguns historiadores esta década foi marcada por um grande declínio espiritual dos Estados Unidos. Algumas coisas tinham desviado a atenção das pessoas da vida com Deus, para as coisas materiais, a instabilidade política, um pânico financeiro trouxe ainda mais preocupação a população. Em setembro de 1857 um comerciante de nome Jeremiar Lanphier, ao perceber aquela situação triste decidiu convidar outros comerciantes para orarem ao meio dia uma vez por semana pela atuação renovadora do Espírito Santo. Ele distribuiu centenas de folhetos convidando as pessoas para participarem do encontro, mas no primeiro dia só meia dúzia apareceu encontrando-se nos fundos de uma igreja na Fulton Street. Duas semanas depois já eram quarenta, e em seis meses uns dez mil se reuniam diariamente para orar somente em Nova Yorque. Um avivamento aconteceu naquele país, e em dois anos mais ou menos um milhão de pessoas tinham se rendido ao Senhor Jesus.

Diante do texto de Ezequiel e do despertamento que Deus operou nos Estados Unidos podemos tirar exemplos para os nossos dias. Porque o que nós estamos precisando é do sopro do Espírito de Deus despertando a sua igreja e salvando aqueles que estão mortos. Nunca podemos esquecer que o Espírito atua através da oração e da pregação da palavra de Deus.

Portanto, não podemos perder a esperança, mas precisamos confiar em Deus certos de que ele pode restaurar o seu povo, transformar a nossa nação, mas nós precisamos obedecer ao Senhor e fazer a nossa parte como o profeta Ezequiel fez. A restauração é uma obra de Deus (Ez 37.12-14), nada é impossível para Ele, mesmo que aos nossos olhos pareça difícil, Deus é soberano, e ainda há esperança para o seu povo.

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

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O DESERTO: A ESCOLA DO POVO DE DEUS





Números 1.1; 9.15-23

O pastor e escritor Hernandes Dias Lopes em uma de suas meditações disse: “ o deserto não é um acidente de percurso e sim a escola de Deus”.

Conforme nota introdutória da Bíblia de Genebra sobre o livro de Números, “Na bíblia Hebraica, o título do livro é derivado da quinta palavra hebraica do primeiro versículo, que pode ser traduzida como “no deserto” - uma descrição apropriada do conteúdo do livro. Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego (a Septuaginta) seus livros receberam títulos gregos. Nesse caso, foi adotada uma palavra grega que descreve apenas as listas dos homens de guerra: arithmoi ou “números”¹(2009 p. 180). O título no deserto é muito apropriado, uma vez que este livro descreve a experiência do povo de Israel durante os quarenta anos de peregrinação no deserto.

Neste momento, convido você para aprendermos algumas lições preciosa que encontramos no livro de números para enfrentarmos os desertos da vida.

1-O deserto faz parte do plano de Deus (Nm (1.1; Dt 8.1-10) – O deserto fazia parte do plano pedagógico de Deus para o seu povo. O deserto foi uma grande escola para o aprendizado de Israel, onde ali fora provado por Deus durante um período de peregrinação.

No deserto, podemos ver quem realmente era Israel, uma vez que tinha sido escravo no Egito, e agora iria viver sem julgo, em liberdade. Deus sabia que aquele povo precisava aprender a viver uma nova história.

O Senhor é onisciente e sapientíssimo, ele bem sabia que Israel precisava ser treinado na escola do deserto, para aprender a viver no caminho da obediência (Dt. 8.2), pois Israel era pequeno, medroso, murmurador, se deixou levar pela idolatria dos povos vizinhos, desobediente a Deus (Ex 32.1-10), etc.Os acontecimentos do deserto nos mostra a fidelidade de Deus, não obstante os erros de um povo pecador.

São nos momentos difíceis, que realmente o homem revela quem ele é, ser crente quando tudo está bem é fácil, mas no meio das dificuldades não é. Quando você recebe o diagnóstico de uma enfermidade, quando os seus projetos não dão certo, quando os seus familiares o abandonam, quando tudo parece dar errado, muitos murmuram, choram, dizem que Deus o abandonou, que não adianta servir ao Senhor, etc.

Nós precisamos nos conscientizar, que as dificuldades que surgem em nossas vidas, não é por acaso, Deus está no controle. Lembre-se, que este momento não será o fim, mas faz parte do nosso desenvolvimento na jornada da vida. São nas dificuldades que Deus prepara os seus escolhidos para algo maior e melhor.

2-No deserto precisamos confiar na direção divina ( Nm 1.1; 2.1; 4.1; 9.15-23;10.34-36; Êx 13.21,22)- Ao lermos o livro de números, podemos ver Deus constantemente falando com Moisés dando-lhe as orientações para a jornada do povo naquele lugar difícil. O que o povo precisava fazer, era tão somente obedece e confiar nas instruções que Moisés recebia de Deus, independente das circunstancias ou da visão humana.Israel não poderia pegar atalhos ou olhar para os povos vizinhos, precisava seguir a direção divina.

É isso que devemos fazer como povo de Deus neste mundo, não importa o deserto. Não devemos fixar os nossos olhos nas dificuldades, mas precisamos confiar que Deus está conosco em todos os momentos como Ele nos ensina em sua palavra, para que assim possamos vencer os desertos da vida.

Portanto, você precisa fitar os olhos em Jesus, como diz Hebreus: “fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hb 12.2). Este olhar implica em fé e obediência.

3-No Deserto podemos ver o poder Soberano de Deus (Nm 10.35,36; 11.1-35; 16.1-40; 17.1-12)- O livro de número manifesta o poder soberano de Deus na história, apesar dos obstáculos, dos grandes perigos e do fracasso do povo.

Em números Deus revela o seu poder, conduzindo povo em segurança durante aqueles quarenta anos, de dia e de noite, livrando de inimigos, serpentes abrasadoras, suprindo a necessidades do povo, tanto de água como de pão, como número nos mostra Deus suprindo as necessidades do povo mandando o maná 11.7-9; carne 11.23,31-35; água 2.2-13; curando 21.4-6; dando vitória sobre os seus inimigos 21.21-35; 31.12, livrando das maldições 23:23, etc.

Números revela o poder soberano de Deus até mesmo ao disciplinar os seus filhos, com o propósito de levar o seu povo à terra prometida, e ensinando-os que o segredo da vida de Israel estava na obediência ao Senhor.

Meu irmão, os propósitos de divinos não falharão, mesmo que o seu povo seja fraco, pobre, não tenha poder militar, ele cumprirá as suas promessas e os seus planos, concernente ao seu povo eleito.Nós precisamos crer nele, depender tão somente dele, para enfrentarmos os as nossas dificuldades, certos de que ele não mudou.

4- No deserto vemos a misericórdia de Deus (Nm 12.1-16; 14.13-38) - No deserto podemos contemplar o fracasso do homem que é capaz de alcançar os padrões de Deus por sua própria força ou vontade. Neste livro os pecados de Israel são apresentados de maneira clara, em contraste com a fidelidade do Deus da aliança, que permanece sempre fiel. Mesmo, Moisés um homem tremendo, pecou e não lhe foi permitido entrar na terra prometida 20.9-11; 27.12-14, assim aprendemos que mesmo os melhores homens, são fracos, pecadores que necessitam da misericórdia de Deus.

Mesmo Deus presente, guiando, protegendo e alimentando a nação, Israel, não deixou de pecar, pois se deixou levar pela idolatria Êx 32; teve saudade das comidas do Egito 11.1-9; inveja 12.1-3; sedição 14.1-12; rebelião e rebeldia 16.1- 50; desobediência de Moisés 20. 2-13; faram mal contra Deus 21.5-9; prostituição com as mulheres moabitas 25.1-18 foram muitas as desobediências no deserto, mas o Senhor revelou a sua misericórdia não destruindo a nação.

Oh! Irmãos nós também somos pecadores como os israelitas, desobedientes, murmuradores, ingratos, etc. Se não fosse as misericórdias de Deus aonde estaríamos nós? Mas, as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, se renovam a cada manhã (Lm 3.22). Porque Deus é misericordioso ele perdoou o seu povo, e assim também está pronto para perdoar os que arrependidos se derramam aos seus pés.

Nas misericórdias do Senhor podemos contemplar a sua graça salvadora para com o miserável pecador indigno ainda hoje. Portanto, precisamos proclamar alto e a bom som, somente a graça, pois se não fosse a graça do Senhor a vida humana seria uma grande desgraça.

Meus queridos, como peregrinos nesta terra não estamos isentos de passarmos por desertos. Mas Deus tem propósito para você e para mim, precisamos tão somente seguir a sua orientação, obedecendo a sua vontade, certos de que o Senhor é soberano e nada foge ao seu controle. Nós somos fracos e miseráveis pecadores, mas Cristo realizou o sacrifício suficiente para salvar todo aquele que nele crer. Em Cristo podemos vencer os desertos deste mundo tenebroso, pois com Ele somos mais que vencedores. Somente a glória de Deus.


Referência Bibliográfica
1-Bíblia de Estudo de Genebra. 2. Ed. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil; São Paulo: Cultura Cristã, 2009

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursa Administração na Uninassau e pastor efetivo da Igreja Presbiteriana Filadélfia, Garanhuns-PE

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Ao lermos a biografia do herói da fé Jorge Muler, podemos aprender muito sobre seu exemplo de oração e fé. Conta-se que certa vez o Dr. A. T. Pierson foi hospede de Jorge Muler no seu orfanato. Depois que todos se deitaram, Jorge Muler o chamou para orar dizendo que não havia coisa alguma em casa para comer. Dr. Pierson quis lembrar-lhe que o comércio estava fechado, mas Jorge Muler bem sabia disso. Depois da oração deitaram-se, dormiram e ao amanhecer a alimentação já estava suprida e em abundância para duas mil crianças.

Nem o Dr. Pierson, nem Jorge Muler chegaram a saber como a alimentação foi suprida. A história foi contada naquela manhã só Sr. Simão Short sob a promessa de guardá-la em segredo até o dia da morte do benfeitor.

O Senhor despertara essa pessoa do sono e o chamara para levar alimentos suficientes para suprir o orfanato durante um mês, isso sem ele saber coisa alguma da oração de Jorge Muler e Dr. Pierson.

Jorge Muler disse: “Muitas vezes tenho-me colocado na posição onde não tinha recursos; não só com 2100 pessoas comendo diariamente as mesas, mas também todo o resto necessário para suprir, e todos os fundos esgotados, 189 missionários para sustentar e sem coisa alguma; cerca de cem colégios com mais ou menos 9000 alunos e sem nada na mão; quase quatro milhões de tratados para distribuir e todo dinheiro gasto”, só lhe restava orar e confiar na providência divina, e Deus nunca o deixou abandonado.

Ao olharmos para a Palavra de Deus, podemos tirar algumas lições preciosas para vivermos hoje.

1-RECONHEÇA QUE AS VITÓRIAS DO PASSADO, NÃO GARANTEM VITÓRIAS HOJE ( Mc 9.17-29; Js 6-7) – Os evangelistas(sinópticos) nos falam que os discípulos ao serem enviados por Jesus foram bem sucedidos, realizaram sinais e maravilhas. Mas, em um determinado dia, um homem trouxe o seu filho possesso e os discípulos não puderam fazer nada, não puderam expelir aquele espírito ( Mt 17.14-21), então os discípulos ficaram em aperto diante dos escribas e fariseus. Anteriormente eles haviam realizado milagres, curas e sinais (Mc 6.7-13). Eles não estavam prontos para enfrentar aquela casta de demônios. Quando perguntaram a Jesus, porque eles não puderam expulsá-lo¿ Jesus respondeu-lhes: Esta casta não pode sair senão por meio de oração e jejum (Mc.9.28,29).

No livro de Josué podemos contemplar Israel conquistando vencendo os inimigos, conquistando outros povos, mas em um dia ao enfrentar a pequena cidade de Ai, Israel foi derrotado (Josué 7), pois Acã havia desobedecido a palavra de Deus.

Cada vitória deve nos levar para mais perto de Deus e não para distante dele. Não podemos ficar apenas olhando para as vitórias do passado, como era a nossa vida de comunhão com o Senhor, mas precisamos continuar a cada momento conhecendo a Deus, através da comunhão, isto é, da oração e jejum, para vencermos os nossos desafios.

Para vencermos hoje, não permita que o seu coração lhe engane, fazendo-o pensar que as vitórias do passado vão lhe garantir vitórias hoje.

2-RECONHEÇA QUE A SUA GRANDEZA ESTÁ EM DEUS (Gn 39.2-23; 41.51,52; I Cr 29.10-13)- Quando olhamos para a vida de José, ele tinha tudo para ser um homem triste, depressivo, desanimado, murmurador, etc., pois quando era adolescente foi abandonado e vendido por seus irmãos, acusado falsamente pela esposa de seu senhor, esquecido na prisão por seu amigo, contudo José não deixou de confiar em Deus, de depender do Senhor. O pastor Jonathan Edwards disse: “a glória de Deus está na dependência do homem”, assim podemos contemplar a grandeza a grandeza de José, pois ele era um homem totalmente dependente de Deus.

Ao ser promovido como o segundo homem mais importante do Egito, não permitiu que o orgulho dominasse a sua vida. Não se vingou dos seus irmãos depois da morte de seu pai, mais reconheceu a providência divina em sua vida Gn 50.18-21.

Em nosso viver precisamos depender de Deus em nossa caminhada, certos de que é ele quem engrandece e humilha (I Sm 2.7; Isaías 2.12), e que sem ele nada somos (Jo 15.5). Ao olharmos, para o jovem Davi, cuidando das ovelhas de seu pai, quem poderia dizer que ele um dia seria rei¿ Mas Deus estava preparando-o para ser o grande rei de Israel. Pois, foi o Senhor quem o tirou do meio das malhadas como nos diz a sua palavra: “Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tomei-te da malhada e de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo de Israel. E fui contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos diante de ti e fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra”( I Cr 17.7,8).

E, Davi, como um homem segundo o coração de Deus, disse: “Teu, Senhor, é o poder a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glórias vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo da força”(I Cr 29.11,12).

Oh! Meus irmãos, nós precisamos ter a mesma visão e viver na dependência de Deus, assim como José e Davi, certos de que nada foge do controle do Senhor, só ele é digno de honra e glória, assim podemos dizer, somente a glória de Deus.

3- RECONHEÇA QUE É DEUS QUEM LHE DAR A VITÓRIA ( 2 Rs 19.32-37; 2 Cr 20.1-30)- O rei Ezequias decidiu depender do Senhor diante das afrontas do rei da Assíria (2 Rs 18.19-37; 19.1-34), ele se voltou para o Deus, consultou o profeta Isaías, o qual o consolou e o aconselhou a confiar tão somente em Deus. Ezequias orou e confiou em Deus e não se deixou levar pelas ameaças, e Deus lhe concedeu vitória, como nos diz a sua palavra: “Então naquela mesma noite, saiu o Anjo do Senhor e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil; e, quando se levantaram os restantes pela manhã, eis que todos estes eram cadáveres”(2 Rs 19.35).

Como homens e servos de Deus não estamos isentos de enfrentarmos lutas, mas se queremos vencer precisamos fazer como Josafá fez diante de inimigos que se levantara contra ele. O rei Josafá admitiu a sua fraqueza, se derramou perante o Senhor e ouviu o seu servo Jaaziel e Deus lhe concedeu vitória (2 Cr 20.1-30). Josafá nos ensina que diante dos inimigos, das dificuldades, nós precisamos buscar a Deus com todo o nosso ser, certos de que ele nos ouvirá, como também devemos confiar na palavra de Deus, pois o nosso Deus é fiel e zela por sua palavra.

Meus irmãos o Deus que deu vitória a Ezequias e a Josafá, é o nosso Deus, nele precisamos confiar sem duvidar, mas quando ele te abençoar, reconheça o seu poder gracioso para contigo e renda glórias ao seu nome. Como nos ensina o salmista Davi: “bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum só de seus benefícios”(Sl 103.2).

Portanto, meus irmãos, o mesmo Deus que ouviu as orações de Jorge Muler e lhe deu grandes vitórias também é o nosso Deus. Precisamos viver cada dia em comunhão com Ele, independente das circunstâncias, certo de que com ele somos mais que vencedores. Somente a glória de Deus.

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE

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João 13.1-38


Charles Erdman diz que o capítulo 13 de João, “é o lugar santo do edifício sagrado desse evangelho”. Depois de alguns anos de ministério público de Jesus, agora podemos ver o ministério particular do mestre dos mestres. Naquele momento Jesus se reuniu com os seus discípulos e lhes transmitiu ensinamentos que continuam falando ainda hoje. Neste momento eu convido você para olharmos para o texto em tela como também para o evangelho de João e aprendermos com Jesus algumas lições.


1-PORQUE ELE ERA HUMILDE (13.1-11) - Cada família em Israel se preparava para imolar o cordeiro pascal. A pascoa era a festa onde todos se reunião em Israel para celebrar a libertação da escravidão egípcia. Mas onde também era oferecido cordeiro Pascal, o mais vivido tipo de Cristo.



Era costume das pessoas antes de se sentarem à mesa, lavarem os pés. Este era o trabalho dos servos, dos escravos mais humildes de uma casa. Os seus discípulos, tinha vindo de Betânia, seus pés estavam sujos. Nem um dos discípulos de Jesus tomou atitude, eles não podiam sentar a mesa com os pés sujos, mas nenhum discípulo tomou atitude no que diz respeito a lavar os pés dos seus irmãos. Os discípulos pensavam que no reino privilégios implicava em grandeza (Lc 22.24-30), regalias, aplausos e reconhecimento dos homens.



Neste momento podemos contemplar a atitude incomparável do mestre Jesus, diferente dos seus discípulos, Jesus tomou uma toalha, e uma bacia com água, e se pôs a lavar os pés dos seus discípulos, enquanto eles estavam pensando que seria o maior entre eles, Jesus ensina que eles deveriam ser humildes.Com esta atitude Jesus estava ensinando que privilégios, não implica em soberba, mas em humildade. Jesus sabia quem era, de onde tinha vindo e para onde ia. Ele era o rei dos reis, o senhor do universo. Não obstante, o seu poder não o levou a auto-exaltação, mas a humildade. Como disse o pastor Hernandes Dias Lopes “sua humildade não procedeu da sua pobreza, mas da sua riqueza”.



Willam Barclay disse: “o mundo se encontra cheio de gente que está de pé sobre sua dignidade quando deveria estar ajoelhada aos pés de seus irmãos”.


Portanto, meus irmãos, humildade e amor, são atitudes que aqueles que não temem a Deus podem entender, mesmo que elas não saibam nada acerca das doutrinas teológicas que muitos crentes sabem. 


Como servos de Jesus hoje, nós precisamos rogar ao Pai que nos ajude a seguir o exemplo de seu filho amado Jesus, que nós não venhamos apenas falar acerca da humildade de Jesus, mas a viver uma vida de tal maneira que a beleza de Cristo possa ser vista em nós.



2- PORQUE ELE ERA ONISCIENTE (13.18-32) – Em seu evangelho, João nos mostra quem era realmente o Senhor Jesus, ele era homem, mas João ao revelar sua onisciência, nos ensina que ele era Deus. Judas passou com Jesus e os discípulos dele três anos, os discípulos amigos de Judas não o conheciam, mas Jesus sabia quem era Judas. Ali no cenáculo era o momento que Judas tinha que tirar a sua máscara, e deixar a sua aparência de homem piedoso, e Jesus deixou claro que Judas não era um servo de Deus.



Ele andou com Jesus, viu seus milagres, ouviu seus sermões, realizou as obras de Deus (evangelizou), estava com os discípulos, pregou, orou, etc. Judas agora é dominado pelo diabo. Tudo aquilo não pegou Jesus de surpresa, ele sabia o que estava acontecendo, quem era Judas Iscariotes. “Judas nos mostra quão longe um homem pode ir em sua profissão religiosa sem ser convertido, quão profundamente uma pessoa pode se envolver nas coisas de Deus e ser apenas um hipócrita, Judas Iscariotes nos mostra a inutilidade dos maiores privilégios sem um coração sincero diante de Deus. 



Privilégios espirituais sem a graça de Deus não salvam ninguém. Ninguém é salvo por ser um líder religioso, por ocupar um lugar de destaque na denominação ou por exercer um ministério espetacular”(Hernandes D. Lopes). No texto em tela, podemos contemplar a onisciência de Jesus, não só ao revelar o traidor, mas também ao revelar a fraqueza de Pedro (13.36-38), quando este fez questão de dizer que estaria pronto para morrer por Jesus, demonstrando assim a sua lealdade, mas ao mesmo tempo sua gabolice, Pedro estava dizendo que era melhor do que os seus colegas (Mc 14.29).O mestre Jesus revela que a autoconfiança de Pedro era nada, e coloca por terra toda a sua coragem.



Meus queridos, Jesus estava nos ensinando que diante dos desafios da vida, precisamos depender dele, porque sem ele não somos nada, mesmo que sejamos, corajosos, intelectuais, etc. Eu e você precisamos de Jesus, pois somos semelhantes a Pedro. Não se deixe levar por suas gabolices, conhecimento, dinheiro, cargo, etc. Você é tão fraco como Pedro. Somente Jesus, Ele conhece o nosso sentar e o nosso levantar, só a graça dele nos basta.



3-PORQUE ELE ERA ONIPOTENTE (Jo 2.1-12; 6.1-15; 9.1-12; 11.1-46) – O evangelista João ao falar sobre o ministério público de Jesus, enfatiza não só a sua vida como homem, mas nos mostra sete sinais que revelam o poder incomparável do Senhor Jesus, ao transformar a água em vinho, ao curar o cego, ressuscitar Lázaro depois de quatro dias, etc. Não só nos milagres realizados por Jesus, podemos ver o seu poder, mas também em suas palavras. 



É interessante notar que quando Judas fora entregar Jesus juntamente com a escolta dos sacerdotes e fariseus, Jesus lhes perguntou-lhes: a quem o buscais? e responderam-lhe: a Jesus o Nazareno. Quando, pois, Jesus disse-lhes: sou eu, recuaram e caíram por terra (Jo 18.1-6). Judas estava liderando a turba que fora fortemente armada ao Getsêmani para prender Jesus. Ele não fora acompanhado apenas de Judeus oficiais do templo, mas também de um destacamento de soldados romanos. Tratava-se de uma coorte. Uma coorte completa tinha 1000 homens, 760 soldados de infantaria e 240 de cavalaria. Essas tropas auxiliares de Roma ficavam estacionadas em Cesareia Marítima, quartel-general de Roma em Israel. Durante os dias de festa eles ficavam na fortaleza Antônia, a noroeste do complexo do templo em Jerusalém. Isso garantia um policiamento mais efetivo das grandes multidões que aumentavam muito a população de Jerusalém. Na festa da páscoa a população de Jerusalém quintuplicava. Essa festa era a alegria dos Judeus e o terror dos romanos. As tropas em Jerusalém tinham o propósito de garantir a ordem diante de qualquer possibilidade de tumulto ou rebelião alimentados pelo fervor religioso. Por essa razão é que essa coorte foi chamada para apoiar os guardas do templo; o risco de reação por parte da multidão era sem dúvida, elevado no caso da prisão de alguém com a popularidade de Jesus. D. A. Carson diz que a combinação de autoridades judaicas e romanas nessa prisão condena o mundo todo (Hernandes, 2015, ps. 440, 443)¹. 



Todo este aparato não intimidara Jesus, mas ele revela o seu poder, ele tinha pleno controle sobre aquela situação, Jesus não fora preso, mas se entregou para cumprir as sagradas escrituras. 



O sinédrio tinha a seu dispor um grupo de soldados para manter a ordem no templo. João 18.3 cita uma “escolta” que consistia em seiscentos homens, um décimo de uma legião. O Sinédrio entendeu que um destacamento de soldados seria prudente e necessário para evitar qualquer tumulto. E aquele grupo seguira armado até os dentes (Mc. 14.43). Isso nos mostra ainda mais o poder de Jesus.



Meus irmãos, hoje a nossa grande necessidade é de Jesus, ele não mudou, sem ele nós não somos nada e nada podemos fazer (Jo 15.5), com ele somos mais que vencedores (Rm 8.37), com ele podemos enfrentar quaisquer situações (Fl 4.13). Não sei quais são os seus dramas, as circunstâncias que lhe cercam, mas eu sei que Jesus não mudou, ele é o mesmo ontem e hoje e para sempre. Somente Jesus.



Nota
1-Lopes, Hernandes Dias - João: As glórias do Filho de Deus – São Paulo: Hagnos, 2015. 

Sobre o autor: Pr. Eli Vieira é formado pelo Seminário Presbiteriano do Norte-Recife, cursando Administração na Uninassau e pastor efetivo da IP Filadélfia,Garanhuns-PE


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Perdido dentro da igreja



Texto:  Lucas 15.25-32


INTRODUÇÃO
1. Jesus contou três parábolas sobre a alegria do encontro
a) A ovelha perdida que foi encontrada – O pastor chama a todos para se alegrarem.
b) A moeda perdida que foi encontrada – A mulher chama seus vizinhos para se alegrarem.
c) O filho perdido que voltou para casa – O pai oferece uma festa e se alegra. Nessas três parábolas a única pessoa que não está alegria e feliz é o irmão mais velho do pródigo.


2. No meio dessa festa do encontro, do resgate, da salvação há uma voz que destoa
O filho mais velho está triste, porque o Pai recebeu o filho pródigo com alegria.
O filho mais velho está irado, porque o Pai é misericordioso.
O filho mais velho está do lado de fora, enquanto o filho pródigo está dentro da Casa do Pai.

3. O perigo de se estar na Casa do Pai, dentro da Igreja e ainda estar perdido
Esse filho representou os escribas e fariseus que se consideravam santos e desprezavam os outros.
Esse filho representa aqueles que estão dentro da igreja, obedecendo a leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, pelos corredores escuros do mundo e ainda assim, estão perdidos.
Ilustração: O jovem rico – criado na sinagoga, cumpria os mandamentos, mas estava perdido.

I. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS DESOBEDECE OS DOIS PRINCIPAIS MANDAMENTOS
Jesus ensinou que os dois principais mandamentos da lei são amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo. Esse filho quebrou esses dois mandamentos: ele nem amou Deus, representado pelo Pai e nem o seu irmão.
Ele não perdoou o Pai por haver recebido o filho pródigo, nem perdoou o irmão pelos seus erros.
Há pessoas que estão na igreja, mas não têm amor por Deus nem pelos perdidos. Estão na igreja, mas não amam os irmãos.

II. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ CONFIADO NA SUA PRÓPRIA JUSTIÇA
Ele era veloz para ver o pecado do seu irmão, mas não enxergava os seus próprios pecados. Ele era cáustico para condenar o irmão, enquanto via-se a si mesmo como o padrão da obediência.
Os fariseus definiam pecado em termos de ações exteriores e não atitudes íntimas. Eles eram orgulhosos de si mesmos. Como o profeta Jonas, esse filho mais velho obedecia ao Pai, mas não de coração. Ele trabalhava com intensidade, mas não por amor.

III. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO É LIVRE
Ele não vive como livre, mas como escravo. Sua religião é rígida. Ele obedece por medo ou para receber elogios. Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua obediência não provém do coração.
Ele anda como um escravo (v. 29). O verbo é douleo = servir como escravo. Ele nunca entendeu o que é ser filho. Nunca usufruiu nem se deleitou no amor do Pai.
Ser crente para ele é um peso, um fardo, uma obrigação pesada. Ele vive sufocado, gemendo como um escravo.
Está na igreja, mas não tem prazer. Obedece, mas não com alegria. Está na Casa do Pai, mas vive como escravo.

IV. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS ESTÁ COM O CORAÇÃO CHEIO DE AMARGURA
1. Complexo de santidade X Rejeita os marginalizados – v. 29,30
Ele estava escorado orgulhosamente em sua religiosidade, arrotando uma santarronice discriminatória. Só ele presta; o pai e o irmão estão debaixo de suas acusações mais veementes.
Sua mágoa começa a vazar. Para ele quem erra não tem chance de se recuperar. No seu vocabulário não tem a palavra perdão. Na sua religião não existe a oportunidade de restauração.
2. Sente-se injustiçado pelo pai
Acusa o pai de ser injusto com ele, só porque perdoou o irmão. Na religião dele não havia espaço para a misericórdia, perdão e restauração.
Ele se achava mais merecedor que o outro. Sua religião estava fundamentada no mérito pessoal e não na graça. É a religião da lei, do legalismo e não graça nem da fé que opera pelo amor.
3. Ele não perdoa nem restaura o relacionamento com o irmão – v. 30
Ele não se refere ao pródigo como irmão, mas diz: “Esse teu filho”.
A Bíblia diz que “quem não ama a seu irmão até agora está nas trevas”.
Ele desconhece o amor. Ele vive mergulhado no ressentimento. Ele vê seu irmão como um rival.
4. O ódio que ele sente pelo irmão não é menos grave que o pecado de dissolução que o pródigo cometeu fora da igreja – Gl 5.19-21
A bíblia fala sobre três pecados na área da imoralidade e usa nove na área de mágoa, ressentimentos, ira.
A falta de amor é um pecado tão grave como o pecado da vida imoral e dissoluta.
5. O ressentimento o isolou do Pai e do irmão
Quando uma pessoa guarda ressentimento no coração pelo irmão que falhou, perde também a comunhão com o Pai.
Ele se recusa a entrar, fica fora da celebração. Mergulha-se num caudal de amargura.
Ele diz para o Pai: “Esse teu filho”. Mas o Pai o corrige e diz-lhe: “Esse teu irmão” (v. 30,31).

V. VIVE DENTRO DA IGREJA, NA PRESENÇA DO PAI, MAS ANDA COMO SOLITÁRIO – V. 31
Ele anda sem alegria, sem amor, sem prazer. Vive na Casa do Pai, mas sente-se escravo. Está na Casa do Pai, mas não tem comunhão com ele.
Quantos estão na igreja, mas nunca sentem o amor de Deus, a alegria da salvação, o prazer de pertencer a Jesus, a doçura do Espírito Santo. Vivem como órfãos: sozinhos, curtindo uma grande solidão e insatisfação dentro da Casa do Pai.

VI. VIVE DENTRO DA IGREJA, MAS NÃO SE SENTE DONO DO QUE É DO PAI – V. 31
1) Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Muitos hoje estão vivendo um cristianismo pobre. Vivem sem alegria, sem banquete, sem festa na alma, trabalhando, servindo, mas sem alegria;
2) Deus tem uma vida abundante – Jo 10.10;
3) Deus tem rios de água viva – Jo 7.38;
4) Deus tem as riquezas insondáveis do evangelho – Ef 3.14
5) Deus tem a suprema grandeza do seu poder – Ef 1.19
6) Deus tem a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7
7) Deus tem alegria indizível e cheia de glória – 1 Pe 1.8
8) Deus tem vida de delícias para a sua alma.
Esse filho não tem nenhum proveito na herança do Pai. Ele nunca fez uma festa. Nunca celebrou com seus amigos. Nem sequer um cabrito, ele comeu. Ele nunca saboreou as riquezas do Pai.
Ele não tem comunhão com o Pai: É como Absalão, está em Jerusalém, mas não pode fazer a face do Rei.
Ele está na igreja por obrigação. Ele não toma posse do que é seu.
Ilustração: o homem que fez um cruzeiro de Navio e levou o seu lanche. Vendo as pessoas comendo os pratos mais deliciosos, guardou dinheiro para comer uma boa refeição no último dia. Só então ficou sabendo que todos aqueles banquetes já estavam incluídos.

CONCLUSÃO
O mesmo Pai que saiu ao encontro do filho pródigo para abraça-lo, sai para conciliar este filho (v. 31).
O remédio para esse filho era o mesmo para o outro: confessar o seu pecado.
Mas ele ficou do lado de fora. Agora perdido dentro da Casa do Pai.
Não fique do lado de fora. Venha e desfrute da festa que Deus preparou!!!

Somente a Glória de Deus


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Chegou a hora de cruzar o seu Jordão

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Referência: Josué 1.1-9


INTRODUÇÃO 

1. O raiar de um novo ano abre diante de nós novos desafios. Atravessamos o deserto, enfrentamos lutas, tentações, batalhas, perigos. Nesse ano que se passou tivemos dias de festa e dias de luto; dias de celebração e dias de choro; dias em que a nossa cabeça estava untada pelo óleo da alegria e dias em que estávamos cobertos pelas cinzas da tristeza. 

2. Como o povo de Israel agora chegou a hora de cruzar o nosso Jordão. Há uma terra a ser conquistada. Há inimigos a serem vencidos. O povo de Israel ansiava por esse momento desde a promessa feita a Abraão. Mais de 500 anos haviam se passado. Mas, agora, chegara o momento. O tempo da oportunidade batia à porta. O tempo oportuno de Deus havia chegado. Era hora de tomar posse da herança. 

3. Há muitos sonhos que você tem nutrido há anos: no seu casamento, na sua família, no seu trabalho, nos seus estudos, na sua vida financeira, na sua vida espiritual. Agora, chegou a hora de você também cruzar o seu Jordão, entrar na sua terra prometida. 

4. O que você precisa fazer para cruzar o seu Jordão? 

I. É PRECISO TIRAR OS OLHOS DA CRISE E SABER QUE DEUS ESTÁ NO CONTROLE – V. 1-2 

1. Moisés está morto, uma crise real está instalada – v. 1-2 

Moisés o grande líder, o grande libertador, o grande legislador, o grande intercessor está morto. A crise chega repentinamente. Ela vem a todos. Vivemos um crise internacional. O terrorismo ainda é uma ameaça. A paz mundial parece cada vez mais distante. A violência campeia bem ao nosso lado. A miséria convive com a fartura. O desemprego assusta os pais de família. O tráfico de drogas parece resistir a todo expediente da lei e da justiça. O desmoronamento dos valores morais e a desintegração das famílias são verdadeiros terremotos. Os fenômenos da natureza parecem anunciar que estamos mais perto do fim do que jamais imaginamos. 

2. Moisés está morto, mas Deus continua no trono – v. 1-2 
A obra continua. Precisamos assumir o nosso papel histórico. Às vezes, damos desculpas, dizendo para Deus que não estamos preparados para cruzar o nosso Jordão e tomar posse da terra prometida. Mas com a nossa idade, alguns homens já tinham influenciado o mundo: 1) Alexandre, o Grande já havia conquistado o mundo aos 23 anos de idade; 2) Mozart já havia sido consagrado como o grande gênio da música mundial; 3) Cristóvão Colombo já tinha seus planos feitos para entrar na Índia aos 28 anos; 4) Lutero iniciou a Reforma com 38 anos e Calvino com 21 anos; 5) Joana D’arc fez todos os seus trabalhos e terminou sua missão na fogueira aos 19 anos; 6) Billy Graham aos 40 anos já tinha pregado ao mundo inteiro. 

3. Moisés está morto, mas o povo precisa cruzar o Jordão e conquistar a terra prometida – v. 2 

Nossa confiança está no Senhor. Nossa vitória não vem dos homens, mas de Deus. Os homens passam, mas Deus continua no trono. Cada geração precisa se levantar e cruzar o seu Jordão, manter o ideal aceso. 

João Wesley disse: “Senhor, dá-me 100 homens que não temam outra coisa senão o pecado, não amem ninguém mais do que a Deus, e eu abalarei o mundo”. Ashbell Green Simonton ao morrer aos 34 anos disse para sua irmã: “Deus levantará os seus próprios instrumentos para continuar a sua obra.” 

II. PRECISAMOS SAIR DO DESERTO E CRAVAR OS OLHOS NOS NOVOS DESAFIOS – V. 1-2 

1. O deserto estéril não é o nosso paradeiro 
Não fomos chamados para fazer do deserto o nosso cemitério, mas para conquistar a terra que Deus nos prometeu. Aqueles que duvidaram da promessa foram enterrados no deserto. A incredulidade nos planta no deserto, mas a fé nos leva a cruzar o Jordão. 

2. O Jordão precisa ser atrevessado 
Aquilo que é impossível para você, é possível para Deus. O Senhor pode realizar o seu sonho neste ano. Você pode cruzar o seu Jordão. Você pode tomar posse da sua terra prometida. Este pode ser o ano da sua vitória: vitória na vida familiar, vitória na vida financeira, vitória na vida espiritual. Aquilo que parecia impossível para você, pode se abrir diante do seus olhos, como o Jordão se abriu para o povo que creu. 

Quando abraçamos o projeto de Deus, nossos sonhos deixam de ser medíocres. Precisamos ter grandes sonhos, grandes alvos, grandes anseios. João Wesley pregou mais de uma vez por dia durante 54 anos. Viajou a cavalo 200.000 Km. Publicou um comentário de 4 volumes sobre a Bíblia, 1 dicionário de inglês, 5 volumes sobre Filosofia, 4 volumes sobre História da Igreja. Escreveu 3 volumes sobre Medicina e 6 volumes sobre Música Clássica. Seu Jornal ao fim da sua vida, totalizou 50 volumes. No final da sua vida a Igreja Metodista era a terceira maior força evangélica do mundo e a maior igreja evangélica dos Estados Unidos no século XIX. 

3. As cidades fortificadas precisam ser conquistadas 
Deus não nos chamou para contar os inimigos, mas para vencê-los. Há inimigos que nos espreitam. Há batalhas que precisam ser travadas. Mas a vitória vem do Senhor. Ele vai à nossa frente. Ele quebra o arco e despedaça a lança. Nenhuma arma forjada contra você vai prosperar. Deus é o seu escudo. Possua a sua terra. Desaloje o inimigo. Entre nessa peleja sabendo que o Senhor é quem o conduz em triunfo. 

4. O tempo de agir é agora 
A vida não é um ensaio. Muitos vivem como se a vida fosse um ensaio. Muitos entram em cena e fazem as coisas sem excelência, pensando que poderão repetir aquele ato. Ledo engano. A vida não se repete. A vida não espera. O que você precisa fazer, deve fazer agora, porque é mais tarde do que você imagina. 

III. PRECISAMOS SABER QUE A VITÓRIA VEM DE DEUS, MAS SOMOS NÓS QUE TEMOS QUE CRUZAR O JORDÃO – V. 2 

1. Precisamos desromantizar a vida, pois entre a promessa e a terra prometida há um Jordão 

Entre nós e os nossos sonhos há sempre um Jordão. Sempre haverá um Jordão a atravessar para tomarmos posse da terra prometida. Não há vitória sem luta. Deus nos promete força e consolo e não ausência de lágrimas. 

Há obstáculos em nossa vida que poderíamos chamar do nosso Jordão pessoal: uma pessoa, uma doença, um relacionamento quebrado, um problema financeiro, um pecado, um sonho não realizado. 

Deus mostrou o Jordão e lhe deu ordem para atravessá-lo, mas não lhe disse como. Deus não lhe mostrou uma ponte. A ponte para atravessar o Jordão é a fé. Devemos cruzar o nosso Jordão mesmo quando somos fracos, doentes, sozinhos. 

Charles Spurgeon – Ele sempre exerceu suas múltiplas atividades quando estava doente. Sofria de gota e atravessava crises terríveis de depressão. Houve época em que sua saúde se achava tão abalada que teve de passar a maior parte do tempo no sul da França para se recuperar. Sua esposa, que ficou inválida após o nascimento dos filhos gêmeos, também superou suas limitações . Embora paralítica, ela dirigiu da cama, um trabalho pioneiro de distruibuição de livros do seu marido. Com 20 anos Spurgeon atraía pessoas de longe para ouvi-lo. Então decidiu construir um templo para 5.500 pessoas. Chamou sua liderança e disse que, se alguém duvidasse de que Deus poderia realizar aquele plano, que saísse. 23 líderes de Spurgeon o deixaram e só ficaram 7. Veja o Jordão de Spurgeon. Ele levou o seu sonho adiante com aqueles 7 líderes. Construiu o templo e durante 30 anos, lotou manhã e noite o Tabernáculo Metropolitano de Londres. 

Irmãos, há sempre um Jordão a ser atravessado. Mas o que é o Jordão para aquele que lançou os fundamentos da terra? Que é o Jordão para o Senhor que a mede as águas do oceano na concha da sua mão? 

2. Precisamos saber que a vitória vem de Deus e não da nossa força – v. 2 

Saber que a vitória vem de Deus nos torna destemidos. 

Saber que a vitória vem de Deus nos ajuda a enfrentar os gigantes com ousadia. Podemos dizer aos Golias: “Tu vens contra mim com espada com e com escudo, mas eu vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos”. 

Saber que a vitória vem de Deus nos impede de cair na fogueira das vaidades. Isso nos mantém humildes. 

IV. PRECISAMOS DISCERNIR A VISÃO DE DEUS PARA A NOSSA VIDA – V. 2-4 

1. Josué recebeu visão clara sobre o que fazer, onde ir e a quem levar – v. 2-4 

O chamado de Deus para Josué foi claro. Deus não o estava chamando para outra coisa, senão para cruzar o Jordão e conduzir o povo à terra prometida. Aquela era a meta de Deus para a sua vida. Josué tinha absoluta certeza acerca daquilo que Deus queria da sua vida. 

Deus respondeu três perguntas de Josué: 

a) A quem? Todo o povo. 

b) Aonde? À terra que eu dou aos filhos de Israel, Canaã. 

c) Quando? Agora. 

Deus mostra os limites da ação de Josué (v. 2-3): “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés. Desde o deserto e o Líbano até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus e até ao mar Grande para o poente do sol será o vosso termo” – Josué não deveria digirir-se à Mesopotâmia, Índia, China nem para a Europa. É importante discernir onde devemos colocar o nosso pé. O mesmo Deus que disse que todo lugar que pisar a planta do vosso pé, delimita a geografia da bênção. 

2. Qual é o grande propósito de Deus para a sua vida? 

O que Deus chamou você para fazer? O que ele colocou em suas mãos para realizar? Qual é a visão de Deus para você? Você está no centro da vontade de Deus? Tem fugido como Jonas? Quem caminha com base na visão, caminha com objetividade. Paulo disse: Uma coisa eu faço. Quem caminha com base na visão caminha com propósito. 

Qual é a paixão da sua vida? O que inflama o seu coração?? A visão de Deus para sua vida está relacionado com aquilo que lhe pesa no coração. Deixe de reclamar. Deixe de murmurar. Há um chamado de Deus para você. Há uma obra a ser feita. Qual é a visão de Deus para sua vida? 

a) Minha paixão é pregar! Há alguns anos eu tiro parte das férias para pregar. Eu preguei em média uma vez por dia este ano. Preguei pouco. 

b) No peito de Hudson Taylor ardia a evangelização da China. 

c) John Knox sonhava com a Escócia sendo ganha para Jesus. 

d) William Wilberforce sonhava com o término da escravidão na Inglaterra. 

e) Spurgeon dizia para os seus alunos: “Meus filhos, se o mundo os chamar para serem reis, não se rebaixem deixando a posição de embaixadores do céu”. 

Deus diz para Josué: “Não to mandei eu? Por que estamos ainda acomodados? Por que ainda não colocamos a mão no arado? Por que ainda não cruzamos o nosso Jordão? Por que ainda não tomamos posse da Terra Prometida? 

V. É PRECISO VIVER COM O PEITO ENCHARCADO DE ÂNIMO E CORAGEM – V. 6,7,9 

1. Deus é contra o desânimo – v. 6,7,9 

Deus falou três vezes para Josué ser forte, ter coragem e ânimo. O desânimo é contagioso. Foi por causa dele que toda uma geração de 2 milhões de pessoas morreram no deserto. Sem ânimo ninguém se levanta na crise. Sem ânimo ninguém cruza o Jordão. Sem ânimo ninguém enfrenta o inimigo. Sem ânimo ninguém toma posse da terra prometida. Sem ânimo não se restaura casamento. Sem ânimo não se evangeliza nem se experimenta o avivamento da igreja. 

Sem coragem, podemos ter visão que não sairemos do lugar. Quem crê corre riscos. Quem confia sai à batalha em nome do Senhor. Quem crê no Senhor vence os Golias da vida. Josué ganhou tremendas batalhas. Ele não temeu. Ele confiou que do Senhor vem a vitória. 

Exemplo: Davi em Ziclague: “… mas Davi reanimou no Senhor seu Deus”. 

2. O desânimo nos impede de cruzar o nosso Jordão 

a) Há pessoas que são desanimadas por uma causa física – A mulher hemorrágica estava anêmica há 12 anos. Quando Jesus a curou, disse para ela: “Tem bom ânimo” . Por que? Porque ela já tinha cacuete de desanimada. Adquiriu o hábito de desânimo. Agora ela tinha que adotar outro estilo de vida. Tem gente que vive reclamando. 

b) Há pessoas que precisam ser curadas do desânimo antes da cura física – O paralítico de Cafarnaum. Além de deficiente, era desanimado. Chegam os 4 amigos e dizem: “Olha, nós vamos te levar até Jesus.” – Ah! Eu quero ficar na cama. – “Você vai então com cama e tudo”. Chegam na casa e a multidão socada na porta e o homem diz: – Eu não falei, tem muita gente. Me leva para casa. Mas eles insistem. Abrem um buraco no telhado. Os amigos têm ânimo, mas ele está desanimado. Quando chega, Jesus antes de curá-lo, diz: “Homem tem bom ânimo”. O que adianta Jesus curar o homem se ele iria continuar desanimado? Ele nem iria fazer festa. 

3. O ânimo precisa ser cultivado no coração 

O texto nos mostra que o ânimo é gerado no coração de 3 formas: 

a) O que produz o ânimo é a promessa de Deus – v. 6 “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento prometi dar a seus pais”. 

b) O que gera o ânimo é agir de acordo com a vontade de Deus – v. 7 “…”. O ânimo é resultado da obediência. 

c) O que mantém o ânimo é a consciência da presença de Deus – v. 9: “Porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares.” Deus oferece a Josué uma base histórica para a sua confiança: “Assim como fui com Moisés, assim serei contigo” (v. 5). Deus também oferece a ele sua presença contínua e manifesta: “Eu serei contigo, eu não te desampararei”. 

VI. PRECISAMOS NOS CONDUZIR SEGUNDO A PALAVRA DE DEUS – V. 7-8 

1. Para cruzar o Jorão não basta apenas coragem, é preciso ter também santidade 

A geração atual tem sido chamada a geração coca-cola, a geração shopping center, a geração virtual, mas também tem sido chamada a geração analfabeta da Bíblia. 

Se queremos cruzar o Jordão precisamos ter uma vida conduzida pela Palavra de Deus. Josué nos dá três princípios e um resultado: 

a) Meditar (v. 8) – Quando? Dia e noite. 

b) Fazer (v. 7-8) – Como? Não se desviando nem para direita… 

c) Falar (v. 8) – De que forma? Sem cessar. 

d) Resultado (v. 8b) – Sucesso e prosperidade. 

2. Sucesso e prosperidade sem santidade não sucesso nem prosperidade segundo Deus 

Deus é quem chama, desafia, dá visão, dá poder e dá vitória. Ele promete um fim glorioso, mas também estabelece os meios. Precisamos agir segundo a Palavra. Precisamos conhecer, viver e proclamar a Palavra. Há poder na Palavra de Deus. 

Ilustração: Na pequena cidade de Rochester, Inglaterra, o presbítero John Egglen observava da janela a nevasca. Ele precisava ir abrir a igreja porque o pastor certamente não conseguiria chegar à igreja naquela noite. Havia poucas pessoas na igreja devido à nevasca. Ele não era pregador, mas abriu a Bíblia no profeta Isaías e pregou: “Olhai para Mim sede salvos, diz o Senhor”. Ali estava um rapaz de 13 anos e essas palavras atingiram o seu coração. O nome do adolescente era Charles Haddon Spurgeon. Quando a Palavra de Deus é anunciada, há virtude do alto! 


CONCLUSÃO 

1. Estamos no apagar das luzes de um novo ano. Nosso peito se enche de novas esperanças. Temos novos desafios na igreja, na família, no trabalho. Precisamos atravessar o nosso Jordão. Há uma terra a ser conquista e possuída. 

2. Ao seu redor há crise. Mas, chama você e lhe faz promessas. É tempo de se levantar e obedecer. É tempo de experimentar os milagres de Deus, pois quando agimso em nome de Deus e para glória de Deus, o Jordão se abre, os inimigos fogem e nós possuímos a terra da Promessa. 

Rev. Hernandes Dias Lopes


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