sábado, 26 de novembro de 2022

É TEMPO DE CONQUISTAR



CONQUISTANDO PELA FÉ



Josué 3 – 4

Há alguns anos o ex-primeiro ministro britânico Benjamim Disraeli disse: “o mundo jamais foi conquistado por intrigas; antes, foi conquistado pela fé”.

O livro de Josué concentra-se na fé de Israel como nação. Ele trata de questões que vão além de história antiga, daquilo que Deus fez séculos atrás pelos israelitas. Josué diz respeito a sua vida e à vida da Igreja nos dias de hoje, ao que Deus quer fazer aqui e agora pelos que crêem nele. Ele trata da vitória da fé e da glória que Deus recebe quando seu povo crê e obedece.

Em Josué 3 e 4, podemos aprender três coisas essenciais para que possamos conquistar pela fé e tomarmos posse de tudo o que Deus tem para nós: a palavra da fé, a jornada de fé e o testemunho da fé.

1. A PALAVRA DA FÉ (Js 3:1-13) - Enquanto a nação estava aguardando à beira do rio Jordão, o povo deve ter ficado imaginando o que Josué pretendia fazer. Por certo, ele não ia pedir que atravessassem o rio a nado, pois era a estação das cheias e o rio estava cheio (Js 3:15). Não tinham como construir barcos nem balsas para transportar mais de um milhão de pessoas pela água até o outro lado. Além disso, ao se aproximarem desse modo da terra, seriam alvo fácil para os inimigos.

Como Moisés antes dele, Josué recebia ordens do Senhor e lhes obedecia pela fé. “E, assim, a fé vem pelo ouvir a mensagem da Palavra de Cristo” (Rm 10:17). Alguém disse bem: “que ter fé não é crer apesar das evidências, mas sim obedecer apesar das consequências”. A vida de fé sempre nos leva a agir. “Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2:26).

O Senhor deu aos israelitas toda a informação que precisavam para realizarem a tarefa que lhes atribuía (Js 3.1-13). São encontradas as condições que deveriam preencher, as ordens que deveriam obedecer e as promessas nas quais deveriam crer. Deus sempre dá sua “Palavra da fé” a seu povo quando pede que o siga para a conquista. Com seus mandamentos, ele concede a capacitação e as promessas de Deus não falham. “Nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas” (1 Rs 8:56).

2. A JORNADA DE FÉ (JS 3:14-17) - Durante a maior parte do ano, o rio Jordão tinha pouco mais de trinta metros de largura, mas na época das cheias de primavera, o rio transbordava sobre as margens e chegava a ter mais de um quilômetro e meio de largura. Assim que os sacerdotes carregando a arca colocaram os pés no rio, as águas pararam de correr e se detiveram como muros, cerca de trinta quilômetros rio acima, perto de uma cidade chamada Adã. Foi um milagre de Deus em resposta à fé de seu povo.

É preciso darmos um passo de Fé (JS 1:3) se não “molharmos nossos pés”, é pouco provável que tenhamos grandes progressos em nossa vida e serviço para Cristo. Quando Israel atravessou o Jordão, não foi o braço obediente do líder que operou o milagre, mas sim os pés obedientes do povo. Se não estivermos dispostos a dar um passo de fé e obedecer à Palavra do Senhor, Deus não abrirá o caminho para nós.

Não podemos ficar parado na vida cristã: ou avançamos pela fé, ou regredimos em incredulidade. Mas, antes de agirmos, precisamos crer em Deus e nos santificarmos para o agir poderoso dele. Deus abriu o rio, mas o povo teve que atravessá-lo. Às vezes há uma inércia espiritual no meio do povo de Deus. Quando as oportunidades estão diante de nós, quando Deus abre o rio, devemos atravessar.

Boa parte dos problemas é resultado de desobediência ou descaso para com a Palavra de Deus. Então, resolva que você vai colocar a sua vida em ordem diante do Senhor e vai começar a andar com ele pela fé. Santifique-se e viva, para a glória de Deus.

3. O TESTEMUNHO DA FÉ (Js 4:1-24) - O Senhor estava no controle de tudo o que ocorreu no rio Jordão naquele dia. Disse aos sacerdotes quando entrar no rio e quando sair dele e ir para a outra margem. Ordenou às águas quando deveriam se deter e quando retomar o curso. Tanto as águas quanto o povo obedeceram ao Senhor, e tudo correu de acordo com os planos de Deus. Foi um dia que glorificou ao Senhor e que engrandeceu seu servo, Josué (Js 4:14).

O povo de Israel ergueu dois montes de pedras como memoriais da travessia do rio Jordão: doze pedras em Gilgal (vv. 1-8, 10-24) e doze pedras no meio do rio (v. 9). Esses monumentos eram testemunhas de que Deus honra a fé e opera em favor daqueles que confiam nele.

Na vida cristã, você é vencedor ou vencido, vitorioso ou vítima. Afinal, Deus não nos salvou para nos transformar em estátuas para exibição. Fomos salvos para que nos transformasse em soldados, avançando pela fé a fim de tomar posse de nossa rica herança em Cristo Jesus. Moisés expressou esse fato com perfeição: “Dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra” (Dt 6:23).

Hoje a muita gente do povo de Deus com a ideia equivocada quanto a salvação – ser liberto da escravidão do Egito – é tudo o que há na vida cristã, quando, na verdade, a salvação é apenas o começo. Tanto em nosso crescimento pessoal quanto em nosso serviço ao Senhor “ainda muitíssima terra ficou para se possuir” (Js 13:1). O tema do Livro de Josué também é o tema do Livro de Hebreus: “Deixemo-nos levar” (Hb 6:1), e a única forma de fazer isso é pela fé. Portanto, que você possa se lembrar disso e ter esperança, coragem e força para viver.

Pr. Eli Vieira

AINDA HÁ ESPERANÇA



Como transformar a desespero em cântico de vitória?

Texto: Habacuque 1-3

Há um provérbio Chinês que diz: “Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda”.

O profeta Habacuque foi contemporâneo de Naum, de Sofonias e de Jeremias durante os reinados de Josias (640-609 a.C.) e de Jeoaquim (609-598 a.C.). A Assíria havia saído de cena, e a Babilônia (“os caldeus”) estava no poder. Nabucodonosor havia derrotado o Egito em 605 a.C. e estava prestes a atacar Judá. Jeremias havia anunciado que a Babilônia invadiria Judá, destruiria Jerusalém e o templo e enviaria a nação para o exílio. Isso ocorreu em 606-586 a.C.

Seu nome significa “abraçar” ou “lutar”, e em seu livro ele faz as duas coisas. Seu conflito com Deus foi entender como um Deus santo podia usar uma nação perversa como a Babilônia para disciplinar o povo de Judá, e assim, pela fé, aceitou o que Deus lhe disse e apegou-se a suas promessas. Habacuque também lutou contra o declínio espiritual de sua nação e perguntou-se por que Deus não estava tomando uma providência. O profeta desejava ver o povo renovado (Hc 3:2), mas Deus não estava respondendo às suas orações.

A declaração de Habacuque: “mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4) é citada três vezes no Novo Testamento (Rm 1:17; Cl 3:11; Hb 10:38). A ênfase em Romanos é sobre o justo, em Gálatas sobre como ele deve viver e em Hebreus sobre a fé propriamente dita. O profeta Habacuque nos desafia mesmo em meio as aflições da vida a não perdermos a nossa esperança, por isso ele fala hoje, que ainda há esperança.

1-PORQUE DEUS CONHECE OS NOSSOS PROBLEMAS – Hc 1

O primeiro capítulo de Habacuque fala de uma sentença, um peso, uma mensagem difícil de ser entendida e mais difícil ainda de ser engolida. Nesse capítulo, o profeta escancara as tensões da sua alma e expressa sem rodeios os dilemas que assaltam seu coração. Dois grandes conflitos são vividos por Habacuque.

O primeiro é o prevalecimento do mal e a aparente inação e demora de Deus. Suas orações não são respondidas com a urgência que as endereçou ao céu.

O segundo conflito é a resposta surpreendente da sua oração. A resposta de Deus deixou o profeta mais alarmado e esmagado que o seu silêncio. Deus disse a Habacuque que os caldeus sanguinários, truculentos e expansionistas estavam vindo contra Judá não ao arrepio da sua vontade, mas em obediência ao seu chamado.

Meus irmãos tempos de crises geram questionamentos, porém, o profeta fez a coisa certa: levou seus problemas para o Senhor. Assim podemos ver:

1 .1. PORQUE DEUS É TÃO INDIFERENTE? ” (HC 1:2-11)

Uma vez que era um homem perceptivo, Habacuque sabia que o reino de Judá estava se deteriorando rapidamente. Desde a morte do rei Josias, em 609 a.C., suas reformas religiosas haviam sido esquecidas, e seu filho e sucessor, Jeoaquim, vinha conduzindo a nação cada vez mais para perto da calamidade (se você deseja saber o que Deus pensava de Jeoaquim, leia Jr 22:13-19).

A preocupação do profeta (vv. 2, 3). O vocabulário de Habacuque neste capítulo indica que os tempos eram difíceis e perigosos, pois ele usa palavras como violência, iniquidade, destruição, contendas e injustiça. Habacuque orou pedindo a Deus que tomasse uma providência quanto à violência, às contendas e às injustiças na terra, mas Deus pareceu não ouvir.

A causa fundamental (v. 4). Os problemas de Judá eram causados por líderes que não obedeciam à lei. “Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida” (v. 4). Os ricos exploravam os pobres e escapavam do castigo subornando os oficiais.

O conselho do Senhor (vv. 5-11). Deus respondeu a Habacuque e garantiu-lhe que, ainda que seu servo não pudesse ver, o Senhor estava operando em meio às nações.

Essa não era a resposta que Habacuque estava esperando. Sua esperança era que Deus enviasse a seu povo um reavivamento (ver Hc 3:2), julgasse os líderes perversos e estabelecesse a justiça na terra. Só assim, a nação poderia escapar do julgamento, e o povo e as cidades seriam poupados.

Haviam tentado a longanimidade de Deus tempo suficiente, e era chegada a hora do Senhor agir.

1.2. ” COMO DEUS PODE SER TÃO INCOERENTE?” (HC 1:12-17)

Para Habacuque, a primeira resposta de Deus, na verdade, não havia sido uma resposta coisa nenhuma. Na verdade, só havia criado um novo problema ainda mais desconcertante: a incoerência da parte de Deus. Como era possível um Deus santo usar uma nação perversa para castigar seu povo especial?

A santidade de Deus (vv. 12, 13). O profeta concentrou-se no caráter de Deus, como Jonas ao discordar do que Deus estava fazendo (Jn 4:2). Nas palavras de G. Campbell Morgan: “Os homens de fé são sempre os homens que devem confrontar os problemas”, pois quem crê em Deus, às vezes se pergunta por que ele permite que certas coisas aconteçam. Mas não se esqueça de que existe uma diferença entre dúvida e incredulidade.

Era preciso que o profeta se lembrasse de dois fatos: (1) Deus havia usado outros instrumentos para disciplinar seu povo – guerras, calamidades naturais, a pregação dos profetas -, mas eles não haviam dado ouvidos; (2) Quanto maior o conhecimento, maior a responsabilidade. Sem dúvida, os babilônios eram pecadores perversos, mas eram idólatras e não conheciam o verdadeiro Deus vivo. Isso não desculpava seus pecados (Rm 1:18ss), mas explicava sua conduta.

A fragilidade do povo (vv. 14, 15). Depois de apresentar seu caso tomando por base a santidade de Deus, Habacuque argumentou do ponto de vista da fragilidade do povo (vv. 14, 15). Judá jamais seria capaz de sobreviver a um ataque dos ferozes babilônios. Para eles, a vida não tinha valor algum, e os prisioneiros de guerra eram sacrificáveis. As pessoas eram como peixes a ser fisgados ou répteis marinhos a ser capturados em redes varredouras.

A arrogância do inimigo (vv. 16, 17). A terceira abordagem do profeta foi ressaltar como os babilônios viviam e adoravam. Seu deus era o poder (ver Hc 1:11), confiavam em sua força militar (“a sua rede”; vv. 16, 1 7) e idolatravam a violência. Os babilônios eram “soberbos” (Hc 2:4) em sua arrogância e autoconfiança. Como era possível Deus honrá-los ao dar-lhes vitória sobre Judá? Deus estava enchendo a rede deles de vítimas, e os caldeus estavam esvaziando a rede ao destruir uma nação após a outra (Hc 1:1 7).

Habacuque poderia ter dito mais coisas sobre a religião abominável dos babilônios. Acreditavam numa miríade de deuses e deusas, sendo Bel o cabeça do panteão. Anu era o deus do céu, Nebo, o deus da literatura e da sabedoria e Nergal, o deus do Sol. A feitiçaria era uma parte importante de sua religião, que incluía a adoração a Ea, o deus da magia. Seus sacerdotes praticavam adivinhações e usavam agouros, sendo que todas essas coisas eram proibidas pela lei de Moisés. Parecia sem sentido algum o Senhor permitir a tal povo espiritualmente ignorante

Mas, Habacuque estava deixando de observar o que Judá não precisava de grande poderio militar, mas sim de fé obediente em Deus.

II- PORQUE DEUS RESPONDE A ORAÇÃO DO SEU SERVO – Hc 2

Neste capítulo o profeta se dispõe a vigiar e esperar a resposta do Senhor(2.1ss).O segundo capítulo fala de uma visão. O profeta deveria escrever a visão num outdoor para todos lerem. A visão que Deus revela anuncia que o soberbo vai perecer, mas o justo vai sobreviver à crise, pois ele viverá pela fé. Os caldeus, por pensarem que seu poder emanava de suas próprias mãos e de seus ídolos mudos, cairiam, sem jamais serem levantados, mas o povo de Deus, que vive pela fé, seria restaurado.

Juntemo-nos a Habacuque na torre de vigia, seu santuário, e ouçamos o que o Senhor lhe disse. Quando Deus falou a seu servo, incumbiu-o de três responsabilidades.

2.1. ESCREVA A VISÃO DE DEUS (HC 2:1-3) – O profeta viu-se como um vigia nos muros de Jerusalém esperando uma mensagem de Deus que pudesse transmitir ao povo. Na antiguidade, os vigias (ou “atalaias”) eram responsáveis por alertar a cidade de qualquer perigo que se aproximasse, e se não fossem fiéis, o sangue do povo que morresse ficaria nas mãos deles (Ez 3:17-21; 33:1-3). Tratava-se de uma grande responsabilidade.

A imagem do vigia tem uma lição espiritual para nós nos dias de hoje. Como povo de Deus, devemos saber que o perigo se aproxima, e é nossa responsabilidade alertar as pessoas a “fugir da ira vindoura” (Mt 3:7).

Contemplar a glória de Deus e crer na Palavra de Deus dá-nos fé para aceitar a vontade de Deus. Não estaríamos estudando este livro hoje se Habacuque não tivesse obedecido às ordens de Deus e escrito o que o Senhor lhe havia dito e mostrado. Este texto deveria ser registrado de modo permanente, a fim de que geração após geração pudesse lê-lo.

2.2. CONFIE NA PALAVRA DE DEUS (Hc 2:4,5) – Aqui, o contraste apresentado é entre pessoas de fé e pessoas que, em sua arrogância, confiam em si mesmas e deixam Deus de fora de sua vida. A aplicação imediata era aos babilônios. O pecador. Os babilônios eram “soberbos”, cheios de orgulho de seu poderio militar e de suas grandes conquistas. Haviam construído um império impressionante, o qual estavam certos de ser invencível. As palavras de Nabucodonosor expressam perfeitamente esse fato: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn 4:30).

O justo. E agora, o contraste: “mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4b; ver Rm 1:1 7; Gl 3:11; Hb 10:38). Essa é a primeira de três certezas maravilhosas que Deus dá neste capítulo para estimular seu povo. Ela enfatiza a graça de Deus, pois a graça e a fé sempre andam juntas.

As palavras “o justo viverá pela sua fé” foram o lema da Reforma e podem muito bem ter sido as mais importantes de toda a história da Igreja. Foi o versículo 4, citado em Romanos 1:17, que ajudou a levar Martinho Lutero à verdade da justificação pela fé. “Esse texto”, disse Lutero, “foi para mim a verdadeira porta do Paraíso”.

A glória de Deus – Habacuque 2:14 ressalta a glória de Deus e nos assegura de que, apesar de este mundo estar cheio de violência e de corrupção (Gn 6:5, 11-13), um dia ele se encherá da glória de Deus.

A Soberania – Habacuque 2:20 e enfatiza a soberania de Deus. Os impérios podem se elevar e cair, mas Deus está assentado em seu santo trono e é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

A vitória. Não somos apenas salvos pela fé (Ef 2:8, 9), mas também instruídos a viver pela fé. “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4). A fé é um modo de vida exatamente oposto à “soberba” e à dependência dos próprios recursos. Habacuque sabia que o povo de Judá teria pela frente tempos difíceis e que seu único recurso era confiar na Palavra de Deus e descansar em sua vontade.

Viver pela fé significa crer na Palavra de Deus e lhe obedecer, independentemente de como nos sentimos, do que vemos ou de quais possam ser as consequências. Esse fato é ilustrado em Hebreus 11, o famoso capítulo da Bíblia sobre os “heróis da fé”.

Alguém disse bem que ter FÉ NÃO É CRER APESAR DAS EVIDÊNCIAS, MAS SIM OBEDECER APESAR DAS CONSEQUÊNCIAS, DESCANSANDO NA FIDELIDADE DE DEUS.

2.3 . DECLARE O JULGAMENTO DE DEUS (Hc 2:6-20) – Para os judeus fiéis na terra, Deus seria refúgio e força (Na 1:7; Sl 46), mas para os perversos babilônios, seria um Juiz que, a seu tempo, os castigaria por seus pecados e lhes daria o que mereciam. Em seu “cântico de escárnio”, Deus pronuncia “ais” sobre cinco pecados diferentes, todos eles comuns no mundo de hoje.

Ambição egoísta (vv. 6-8). A ambição, em si, pode ser uma coisa boa, mas é ruim se motiva as pessoas a serem gananciosas, egoístas e agressivas. “[Esforço-me], deste modo, por pregar o evangelho” (Rm 1 5:20), disse Paulo, e Deus honrou essa santa ambição.

Ganância (vv. 9-11). De acordo com Efésios 4:28, há três maneiras de se obter riqueza: você pode trabalhar por ela, roubá-la ou recebê-la de presente. Roubar é uma transgressão do oitavo mandamento: “Não furtarás” (Êx 20:15). “Nenhum indivíduo ou nação pode construir muros altos o suficientes para deixar Deus de fora”.

Exploração do povo (vv. 12-14). A Babilônia foi construída com o sangue de vítimas inocentes que os babilônios derramaram. Foi construída por prisioneiros de guerra, cujo trabalho escravo era explorado ao máximo.

A QUEDA DA “GRANDE BABILÔNIA” É UMA LEMBRANÇA PARA NÓS DE QUE AQUILO QUE O HOMEM CONSTRÓI SEM DEUS NÃO PODE DURAR.

Embriaguez e violência (vv. 15-17). Esse retrato repulsivo pode ser interpretado tanto pessoal quanto nacionalmente. Ao mesmo tempo que a Bíblia não exige abstinência total, adverte sobre os males das bebidas fortes (Pv 20:1; 21:1 7; 23:20, 21,29-35; Rm 13:13; Gl 5:21; 1 Ts 5:7). A embriaguez e o comportamento sensual com frequência andam juntos (Gn 9:20-27; 19:30-38; Rm 13:11-14).

Idolatria (vv. 18-20). Infelizmente, o povo de Judá também era culpado desse pecado, pois, durante os anos de declínio do reino, adoraram os deuses de outras nações.

A idolatria não apenas é uma forma de desobediência à Palavra de Deus, como também é tola e fútil. De que vale um deus feito pelo homem? É muito mais racional adorar ao Deus que fez o homem (ver Rm 1:1 8ss)! A idolatria não só é inútil (ver Sl 11 5), mas também causa verdadeiro mal ao ensinar mentiras (Hc 2:18) e ao dar às pessoas uma falsa segurança de que ídolos sem vida podem ajudá-las. Para um exemplo comovente desse tipo de raciocínio tolo, leia Jeremias 44.

Os ídolos são substitutos mortos do Deus vivo (Sl 115). Tudo aquilo de que as pessoas se agradam além de Deus, tudo aquilo a que se dedicam e pelo que se sacrificam, tudo aquilo que não podem viver sem é um ídolo e, portanto, condenado por Deus.

Também é possível adorar e servir a coisas como carros, casas, barcos, jóias e obras de arte. Ainda que todos nós apreciemos objetos bonitos e úteis, uma coisa é possuí-los e outra bem diferente é ser possuído por eles. De acordo com Albert Schweitzer:

“Qualquer coisa que tiver e que não seja capaz de dar é algo que não possui, mas sim que possui você”. Encontrei pessoas que idolatravam seus filhos e netos a ponto de se recusarem a permitir que estes sequer considerassem dedicar sua vida ao serviço cristão.

A posição social pode ser um ídolo, bem como a realização profissional. Para alguns, seu ídolo é o apetite (Fp 3:19; Rm 16:18) e vivem apenas em função de sentir prazer carnal. A capacidade intelectual pode ser um ídolo terrível (2 Co 10:5), quando as pessoas adoram seu Ql e recusam-se a submeter-se à Palavra de Deus.

Deus conclui sua resposta a Habacuque dando-lhe uma terceira certeza: “O Senhor , porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2:20; ver Sl 11:4).

A primeira certeza ressaltava a graça de Deus (Hc 2:4), e a segunda, a glória de Deus (v. 14). Essa terceira certeza concentra-se na soberania de Deus; ele está assentado em seu trono e tem o controle de todas as coisas.

Ao compreender o significado das três grandes certezas que Deus lhe deu, passou da preocupação e da vigilância à adoração. No capítulo de encerramento de seu livro, compartilhará conosco a visão que recebeu de Deus e a diferença que isso fez na vida dele.

III- POR ISSO DEVEMOS ADORAR A DEUS INDEPENDENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS Hc 3

O terceiro capítulo fala de um cântico. O profeta, que começa o livro chorando, termina-o cantando. Seu cântico não é em virtude da mudança circunstancial. As circunstâncias continuavam pardacentas, mas a verdade de Deus enchera sua alma de esperança. Deus descortinara para o Seu profeta Seu propósito, mostrara a ele Sua soberania, e agora, em vez de questionar a Deus, Habacuque clama por avivamento e se alegra em Deus, a despeito da situação.

O que levou Habacuque do vale para o alto do monte? As mesmas disciplinas espirituais que também podem nos elevar: oração, visão e fé. Habacuque intercedeu pela obra de Deus (vv. 1, 2), meditou sobre os caminhos de Deus (vv. 3-15) e afirmou a vontade de Deus (vv. 16-19).

3.1. ORAÇÃO : ORE PELA OBRA DE DEUS (Hc 3:1, 2) – Este capítulo é um “salmo de oração” que pode ter sido usado na adoração no templo de Jerusalém.’ (Para outros “salmos de oração”, ver Sl 17; 86; 90; 102 e 142.).O profeta começou a orar ao Senhor e não discutir com o Senhor, e sua oração logo se transformou em louvor e adoração.

Ele orou porque havia ouvido Deus falar. O termo “declarações” é o mesmo que “relatos” e refere-se ao que Deus havia lhe dito anteriormente (Hc 2:2, 3). Conhecer a vontade de Deus deve nos levar a orar pedindo: “Seja feita a tua vontade”. O mesmo Deus que determina os fins também determina os meios para alcançar esses fins.

D. L. Moody disse: “Costumava pensar que devia fechar minha Bíblia e orar pedindo fé, mas percebi que era por meio do estudo da Palavra que obteria a fé”.

A. W. Tozer disse: “CONHECER A DEUS É, AO MESMO TEMPO, A COISA MAIS FÁCIL E A MAIS DIFÍCIL DO MUNDO”. Deus certamente tem a capacidade de se revelar a nós, pois para ele nada é impossível; porém, Deus tem dificuldade em achar alguém que esteja pronto para encontra-se com ele.

Por fim, Habacuque orou porque desejava que Deus mostrasse misericórdia. O profeta concordava que o povo de Deus merecia ser disciplinado e que a disciplina de Deus seria para o bem, mas pediu que o coração amoroso do Senhor se revelasse em sua misericórdia.

NAS PALAVRAS DE CHARLES SPURGEON: “QUER GOSTEMOS QUER NÃO, A REGRA NO REINO É PEDIR”. O que o mundo de hoje mais precisa é de intercessores. “Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor” (Is 59:16).

3.2 . VISÃO: MEDITE SOBRE A GRANDEZA DE DEUS (HC 3:3-15) – É pouco provável que, nos dias de hoje, o Senhor nos dê uma visão como a de Habacuque, mas pelo fato do profeta tê-la registrado na Palavra, podemos meditar sobre ela e deixar que o Espírito a use para nos ensinar.

DEUS REVELA SUA GRANDEZA NA CRIAÇÃO, NAS ESCRITURAS E NA HISTÓRIA, E SE TIVERMOS OLHOS PARA VER, PODEMOS CONTEMPLAR SUA GLÓRIA.

Deus veio em esplendor (vv. 3-5). De acordo com alguns estudiosos, o monte Parã é outro nome para toda a península do Sinai ou para o próprio monte Sinai (Dt 33:2).

Tudo nessa estrofe revela a glória de Deus. Ele é chamado de “Santo” (Hc 3:3; ver 1:12), nome usado em Isaías pelo menos trinta vezes. A expressão: “A sua glória cobre os céus” (Hc 3:3) é um antegozo do tempo em que sua glória cobrirá toda a Terra (Hc 2:14). A aparência de Deus é como a de um relâmpago que cruza os céus antes da tempestade. Toda a criação participa da adoração, uma vez que “a terra se enche do seu louvor”. O esplendor de Deus era como o nascer do Sol, porém muito mais intenso (ver Mt 17:2). Raios saíam de sua mão, em que estava oculto o seu poder (Hc 3:4).

O versículo 5 nos leva para o Egito, onde Deus revelou seu poder e glória nas pragas e pestes que devastaram a terra e que tiraram a vida dos primogênitos (Êx 7 – 12).

O Senhor deteve-se em poder (vv. 6, 7). Numa invasão, os generais avançam para ganhar terreno ou recuam em retirada, mas o Senhor simplesmente se deteve e, destemido, encarou o inimigo. Na verdade, mediu a terra calmamente, como sinal de que ela era sua propriedade. Medir algo era indicação de que aquilo lhe pertencia e de que você poderia fazer disso o que bem entendesse.

Deus marchou em vitória (vv. 8-15). Habacuque usa imagens poéticas dinâmicas para descrever a marcha de Israel pelo deserto seguindo o Senhor até a Terra Prometida e, depois, ao tomar posse de sua herança.

Nesse hino, Habacuque descreve seu Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e o Deus e Pai da nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o Deus da glória que revela sua glória na criação e na história. Ele é o Deus vivo que faz com que os ídolos mortos das nações pareçam ridículos. Ele é o Deus de poder que pode comandar o céu, a terra e o mar e, portanto, ele é o Deus da vitória que conduz seu povo em triunfo.

Não há substitutos para uma teologia correta – nem sermões nem cânticos. A superficialidade dos sermões, livros e cânticos da atualidade pode ser o principal fator a contribuir para o enfraquecimento da igreja e para o crescimento do “entretenimento religioso” em encontros nos quais deveríamos estar louvando a Deus. O QUE ELEVOU HABACUQUE ATÉ O ALTO DO MONTE FOI SUA COMPREENSÃO DA GRANDEZA DE DEUS.

Precisamos voltar ao tipo de adoração que se concentra na glória de Deus e buscar honrar somente o Senhor.

3.3. FÉ: AFIRME A VONTADE DE DEUS (Hc 3:16-19) – Essa é uma das mais magníficas confissões de fé das Escrituras. Habacuque encarou o fato assustador de que a nação seria invadida por um inimigo inclemente. O profeta sabia que muitos do povo iriam para o exílio e que muitos outros seriam mortos. A terra seria devastada, e Jerusalém e o templo seriam destruídos. E, no entanto, declara ao Senhor que confiaria nele em qualquer circunstância!

Ouça sua confissão de fé -“Esperarei pacientemente no Senhor” (v. 16). Se Habacuque tivesse dependido de seus sentimentos, jamais teria escrito essa magnífica confissão de fé. Ao olhar para o futuro, Habacuque viu a nação rumando para a destruição.

ANDAR PELA FÉ SIGNIFICA CONCENTRAR-SE NA GRANDEZA E NA GLÓRIA DE DEUS.

Não importa o que vemos nem como nos sentimos, devemos depender das promessas de Deus e não permitir que nos desintegremos. “Descansa no Senhor e espera nele” (Sl 37:7).

Ao longo dos anos disse Wiersbe, aprendi três versículos que têm me ajudado a esperar pacientemente no Senhor: “Não temais; aquietai-vos” (Êx 14:13), “Espera” (Rt 3:18) e “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10).

Sempre que nos sentimos agitados, podemos estar certos de que precisamos parar, orar e esperar no Senhor antes de fazer alguma tolice.

“Eu me alegrarei no Senhor” (vv. 17,18). Depois que os babilônios passassem por Judá, não restaria muita coisa de valor (Hc 2:17). Destruiriam as construções, saqueariam os tesouros e devastariam lavouras e pomares. A economia se desintegraria, e não haveria motivo para cantar. Contudo, Deus ainda estaria assentado em seu trono, cumprindo os propósitos divinos para seu povo (Rm 8:28). Habacuque não podia se alegrar com suas circunstâncias, mas podia se alegrar em seu Deus!

Habacuque descobriu que Deus era sua força (Hc 3:19) e também seu cântico e sua salvação (ver Is 12:1, 2; Êx 15:2; Sl 118:14), portanto, não precisava temer coisa alguma.

“Confiarei no Senhor” (v. 19). Este é o motivo pelo qual Deus permite que passemos por provações: elas podem nos aproximar dele e nos elevar acima das circunstâncias para que andemos nas alturas com o Senhor.

Nas palavras do grande comentarista inglês, G. Campbell Morgan: “Nossa alegria é proporcional a nossa confiança. Nossa confiança é proporcional a nosso conhecimento de Deus”.

OS MISSIONÁRIOS MÁRTIRES NO EQUADOR – Cinco homens – todos eles jovens – com personalidades diferentes, provenientes de diversas zonas do Estados Unidos, chegaram ao Equador com um objetivo comum. Todos eles tinham respondido a uma mesma chamada: a de pregar o evangelho onde ele nunca tinha sido pregado. Um mesmo e terrível povo estava no coração deles: os Aucas. No entanto, para evangelizá-los, deveriam estar dispostos a pagar o preço.

A história de Jim Elliot e seus quatro amigos é uma das histórias missionárias mais empolgantes e inspiradoras.
Jim Elliot nasceu em 8 de Outubro de 1927 na cidade de Portland, no estado americano de Oregon. Jim pertencia a uma família cristã dedicada ao Senhor; desde cedo foi instruído nos caminhos de Deus, e veio a receber a Cristo como seu salvador aos 8 anos de idade. Fred, um pastor batista, e Clara Elliot, seus pais, eram bastante cuidadosos quanto à instrução bíblica de seus filhos e exerceram forte influência na formação de suas vidas.
Jim recusou convites para pastorear em algumas igrejas nos ministérios da juventude. Para alguns líderes, Jim tinha um futuro bastante promissor no ministério pastoral nas igrejas do EUA. Por esta razão foi criticado quando insistia em sua decisão em levar o evangelho de seu Salvador aos índios na Amazônia. Jim convenceu dois de seus amigos (Ed mcCully e Peter Fleming) que trabalhavam com ele numa rádio de difusão do evangelho a participarem da escola linguística, juntamente com ele e Elisabeth.

Pouco tempo depois, um grupo de quatro índios visitaram os missionários em seu acampamento. Os missionários deram-lhes presentes e alimentos como um sinal de paz. Outros contatos foram feitos por mais algumas vezes e um daqueles índios chegou a voar com Nate Saint em seu avião, sobrevoando sua própria aldeia. Incentivados por uma visita no dia 7 de Janeiro, os missionários decidiram ir até a aldeia dos huaoranis. Acordaram cedo e louvaram ao Senhor na manhã de 8 de Janeiro. Nate e Jim sobrevoando a área da aldeia dos aucas avistaram um grupo de 20 a 30 índios se movendo em direção ao acampamento. Através do rádio comunicaram com suas esposas e decidiram ás 16:30 entrarem em contato novamente.

Ao chegarem na praia de seu acampamento, Nate e Jim avisaram aos outros que os aucas estavam vindo. Munidos de armas decidiram não utilizá-las. Pouco tempo depois chegaram os aucas e pouco esses cinco jovens puderam fazer. Foram mortos pelos aucas naquele dia de 8 de Janeiro de 1956. Angustiadas pela demora do contato de seus maridos, suas esposas solicitaram imediatamente ajuda. Helicópteros e forças do exército equatoriano sobrevoando o rio Curray encontraram os corpos de quatro missionários (não foi encontrado o corpo de Ed McCully). Seus corpos foram encontrados brutalmente perfurados por lanças e machados. O relógio de Nate Saint foi encontrado parado em 15:12 minutos, do que se deduz a hora em que foram mortos.

As esposas desses missionários, apesar da grande dor que sofreram, decidiram continuar com a missão, e algum tempo depois foram sucedidas na evangelização dos aucas. A tribo foi evangelizada e alguns anos mais tarde, o assassino de Jim Elliot, agora convertido ao Senhor Jesus e líder da igreja na aldeia batizou a filha de Jim e Elizabeth no rio onde seu pai tinha sido morto.
A vida e o testemunho desses cinco missionários martirizados por amor ao evangelho têm inspirado até hoje centenas de jovens a dedicar suas vidas ao Senhor da seara. Jim Elliot procurou servir a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua vida e de seu ministério é contado por sua esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre: “Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo”.

Habacuque nos ensina a encarar nossas dúvidas e conflitos com honestidade, a LEVA-LOS HUMILDEMENTE AO SENHOR, A ESPERAR QUE SUA PALAVRA NOS ENSINE E, ENTÃO, A ADORÁ-LO A DESPEITO DO QUE SENTIMOS E VEMOS.

Deus nem sempre muda as circunstâncias, mas pode nos transformar para enfrentarmos as situações. Isso é viver pela fé.


Pr. Eli Vieira AAWW

CONTRIBUIÇÕES DA REFORMA AO MUNDO MODERNO

  



CONTRIBUIÇÕES DA REFORMA AO MUNDO MODERNO

Alderi Souza de Matos

A Reforma e a Educação

Vários princípios da Reforma geraram um profundo interesse pela educação. A norma de Sola Scriptura exigia que a Bíblia fosse lida, estudada e ensinada. Para tanto, era preciso que as pessoas fossem alfabetizadas e instruídas, e que os pastores, os ministros da Palavra, recebessem sólida formação intelectual. O preceito do “Sacerdócio universal dos fiéis”, ou seja, a entendimento de que todo cristão é um ministro de Deus, fez com que se eliminasse a distinção entre clero e leigos, levando os crentes a um forte envolvimento com a vida da igreja. Além disso, surgiu um novo conceito de vocação que valorizava todas as atividades humanas como oportunidades de serviço a Deus e ao próximo.

Em consequência, desde o início os reformados se dedicaram à criação de escolas, como a Academia de Genebra, fundada por João Calvino em 1559. À medida que o movimento se difundiu, primeiro na Europa e depois nos outros continentes, os protestantes disseminaram o interesse pela educação e multiplicaram suas instituições de ensino. Surgiram, assim, algumas universidades que hoje se encontram entre as mais prestigiadas do mundo, como Harvard, Yale e Princeton, nos Estados Unidos. Na América Latina, o melhor exemplo é a Universidade Presbiteriana Mackenzie. O bispo e educador morávio Jan Amos Comenius (1592-1670) é considerado um dos pais da educação moderna.

Você sabia?

No final do século 18, praticamente não havia analfabetismo na Nova Inglaterra (Estados Unidos), visto que todas as crianças tinham acesso à escola.

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A Reforma e a Literatura

Sendo o protestantismo um movimento do Livro e dos livros, somente poderia resultar em vasta e significativa produção literária. Em primeiro lugar, isso se manifestou na tradução da Bíblia para o vernáculo de muitas nações. Algumas dessas traduções se revestiram de grande valor literário e tiveram profunda influência sobre os respectivos idiomas, como foi o caso da Bíblia Alemã de Lutero e das muitas edições inglesas da Bíblia publicadas nos séculos 16 e 17 (Tyndale, Bíblia de Genebra, King James e outras).

A chamada erudição bíblica, ou seja, o estudo especializado da Escritura, também foi responsável por grande quantidade de literatura de alto nível. Um exemplo clássico são as Institutas da Religião Cristã e os comentários bíblicos de João Calvino. No âmbito da literatura devocional, merece destaque O Peregrino (1678), de autoria do pastor batista inglês John Bunyan, um dos livros mais lidos de todos os tempos.

Quanto a grandes obras de literatura propriamente ditas, um dos exemplos mais eloquentes é o do poeta inglês John Milton, autor de Paraíso Perdido (1667), grandioso poema épico a respeito da Queda, considerado uma das expressões mais refinadas da literatura inglesa. Muitos também veem nas obras de William Shakespeare passagens que revelam profunda percepção da fé cristã e calorosa simpatia em relação ela.

Você sabia?

Alguns protestantes brasileiros se destacaram no estudo da língua e literatura portuguesa, como Eduardo Carlos Pereira, Otoniel Mota e Isaac Nicolau Salum.

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A Reforma e a Ética Social

Tanto em seus escritos como em suas ações, os reformadores e seus herdeiros foram marcados por forte interesse social. João Calvino atribuiu grande importância ao ofício diaconal como expressão da responsabilidade social da igreja. Em seus comentários, sermões e em sua obra magna, as Institutas, ele destacou os ensinos das Escrituras a esse respeito. Calvino também exortou as autoridades civis a promoveram a justiça social e apoiou duas importantes instituições sociais em Genebra, o Hospital Geral e a Bolsa Francesa para Estrangeiros Pobres.

Movimentos posteriores mantiveram essa preocupação, como o pietismo alemão, o movimento evangélico inglês e os grandes despertamentos norte-americanos. Estudos recentes revelam que as missões protestantes dos séculos 19 e 20 foram fundamentais para a elevação dos padrões educacionais, políticos e sociais de muitas nações ao redor do mundo. Iniciativas como o Exército de Salvação, o evangelho social, o movimento de Lausanne e a missão integral são outras expressões desse duradouro legado da Reforma no âmbito social.

Você sabia?

Um indivíduo cuja fé evangélica causou enorme impacto na história recente foi o pastor batista Martin Luther King Jr., defensor dos direitos civis dos afroamericanos.

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A Reforma e a Política

O movimento do século 16 produziu uma nova concepção acerca da igreja, buscando resgatar algumas ênfases do cristianismo antigo. A igreja passou a ser vista primordialmente, não como uma instituição, mas como a “comunhão dos fiéis”, o conjunto dos seguidores de Cristo. Com isso, as primeiras comunidades protestantes se tornaram ambientes de intensa participação democrática. Os fiéis tinham forte atuação no culto, nas assembleias deliberativas, na eleição dos pastores e outros oficiais. Esse estilo participativo logo se transferiu para a área política, a gestão dos interesses da sociedade mais ampla. Ao mesmo tempo, surgiu uma intensa reflexão sobre as obrigações e limites dos governantes e os deveres e direitos dos cidadãos.

Assim, não é de admirar que nações protestantes como Inglaterra, Holanda e Estados Unidos tenham se tornado o berço das modernas instituições democráticas que tantos benefícios têm trazido ao mundo. A maior parte das confissões de fé protestantes inclui seções sobre o estado, reconhecendo a importância das instituições públicas, mas rejeitando a onipotência estatal. Os protestantes, em especial os calvinistas, tiveram participação decisiva em três grandes revoluções contra a tirania: a independência holandesa, a “Revolução Gloriosa” inglesa e a Revolução Americana. Historicamente, os protestantes têm defendido a tolerância, a liberdade de consciência e a separação entre a igreja e o estado.

Você sabia?

Entre os signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776), estava um ministro religioso, o presbiteriano John Witherspoon.

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A Reforma e a Economia

No início do século 20, Max Weber publicou seu influente livro A ética protestante e o espírito do capitalismo. O sociólogo alemão defendeu a tese de que a teologia e a ética calvinistas foram fatores importantes no desenvolvimento do capitalismo moderno. Embora alguns de seus argumentos sejam questionáveis, é inegável que os valores de disciplina, frugalidade e apego ao trabalho apregoados pela Reforma contribuíram para a prosperidade das nações protestantes. Ao mesmo tempo, a ética protestante se voltou contra as mazelas do chamado “capitalismo selvagem”, como a obsessão pelo lucro e o desprezo pelos direitos dos trabalhadores.

Refletindo sobre os ensinos da Bíblia acerca de temas como dinheiro, riqueza e pobreza, os reformadores também deram ênfase aos deveres de compaixão e solidariedade para com os menos afortunados, de busca incessante de uma sociedade mais justa e fraterna. São exemplos disso as constantes gestões de Calvino junto aos órgãos dirigentes de Genebra no sentido de que fossem coibidas práticas econômicas lesivas aos pobres, como a cobrança de juros extorsivos e a retenção dos estoques de alimentos para forçar a elevação artificial dos preços.

Você sabia?

Muitos anabatistas e menonitas optaram por viver em comunidades agrícolas, compartilhando igualmente todos os seus recursos.

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A Reforma e a Ciência

O cristianismo contribuiu para o desenvolvimento da ciência ao postular um mundo criado por Deus e dotado de leis fixas e universais. Porém, no início do período moderno, a condenação de Galileu pela Inquisição, em 1633, pelo fato de ter defendido o heliocentrismo, parecia indicar que a fé cristã se colocava contra a ciência. Desde os seus primórdios, o movimento protestante deu grande importância ao labor científico, como fica evidenciado em seu interesse pela educação e pela criação de universidades.

Sir Isaac Newton (1642-1717), um dos pais da ciência moderna, era um anglicano impelido por profundas motivações religiosas. Esse cientista, físico e matemático considerava a ciência um “jardim” que lhe fora dado para cultivar e cria que cada descoberta que fazia lhe havia sido comunicada pelo próprio Deus. Entre suas contribuições estão a descoberta da lei da gravidade, o cálculo infinitesimal, o espectro de cores da luz branca e o estudo dos chamados anéis de Newton.

Você sabia?

Por vários séculos, a maioria dos cientistas foram cristãos, muitos deles ligados a igrejas protestantes.

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A Reforma e a Música

É incalculável a contribuição que a Reforma Protestante deu ao campo da música. Em primeiro lugar, os reformadores restauraram o canto congregacional ao lugar de proeminência que havia ocupado na igreja antiga. Alguns deles, a começar de Lutero, foram grandes compositores sacros. Quem já não ouviu ou cantou seu vigoroso hino “Castelo forte”? No ramo calvinista ou reformado, uma preocupação significativa foi a criação de saltérios, ou seja, hinários constituídos de salmos metrificados e musicados. Nessa tarefa, destacaram-se os compositores franceses Louis Bourgeois e Claude Goudimel.

No que diz respeito à música instrumental e erudita, vale lembrar a figura extraordinária do compositor e organista alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750). Um luterano convicto durante toda a vida, ele produziu centenas de composições que até hoje impressionam e encantam as audiências, como o coral “Jesus alegria dos homens”. Seu contemporâneo e compatriota Georg Friedrich Händel, que recebeu influências do movimento pietista em Halle, é conhecido pelo belíssimo e comovente oratório “Messias”.

Você sabia?

O reformador suíço Ulrico Zuínglio, embora fosse talentoso organista, achava que não devia haver música instrumental no culto, só vocal.

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A Reforma e as Artes

A arte foi definida como uma atividade voltada para a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, bem como a capacidade criadora de transmitir tais sensações e sentimentos. Sendo numerosas tais atividades, convencionou-se subdividi-las em artes plásticas ou visuais, artes cênicas ou dramáticas, artes musicais, etc. As mais salientes são a música, o teatro, a pintura, a escultura e a arquitetura.

Nos seus primeiros tempos, a Reforma Protestante se mostrou bastante reticente em relação à pintura e à escultura, por considerar que elas haviam sido utilizadas de modo inadequado pela igreja medieval. A grande ênfase dos reformadores na Palavra como meio de comunicação da mensagem cristã fez com que as artes visuais fossem relativizadas ou até mesmo esquecidas.

Posteriormente, surgiram expressões artísticas de grande beleza influenciadas pela cosmovisão protestante, em especial no campo da pintura. Alguns nomes conhecidos são os alemães Albrecht Dürer, Lucas Cranach e Hans Holbein e os holandeses Jan Vermeer e Rembrandt van Rijn. Durante sua vida cheia de provações, Rembrandt (1606-1669) foi acima de tudo um pintor da Bíblia, tendo deixado cerca de 850 pinturas, gravuras e desenhos sobre temas bíblicos. Ele é considerado o grande artista do discipulado cristão diário, como se pode ver em seu impressionante “Cristo em Emaús”.

Você sabia?

O príncipe protestante Maurício de Nassau trouxe para o Brasil pintores talentosos como Frans Post e Albert Eckhout, que produziram telas de grande beleza e sensibilidade.

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A Reforma e a Arquitetura

O movimento protestante foi herdeiro de uma grandiosa e milenar tradição arquitetônica cristã. Em diversos países, como Suíça, Alemanha, Inglaterra e Escócia, templos católicos romanos passaram a abrigar congregações reformadas. De um modo geral, a parte externa desses edifícios foi mantida inalterada, porém o interior sofreu modificações substanciais em razão das convicções teológicas do novo movimento.

Além da remoção das imagens, o altar da missa cedeu espaço para o púlpito, por causa da centralidade da pregação da Palavra. Todavia, muitos templos retiveram seus belos vitrais com cenas bíblicas e outros elementos decorativos que não pareciam violar os preceitos bíblicos contrários à idolatria. Agora tais elementos não eram mais tidos como “a Bíblia dos ignorantes”, mas como expressões simbólicas da beleza da criação e da majestade do Criador.

Os novos templos protestantes construídos na Europa, Estados Unidos e outros países, mantiveram muitas características arquitetônicas antigas, porém com maior sobriedade. Christopher Wren (1632-1723), filho de um ministro anglicano, projetou notáveis edifícios para a Igreja da Inglaterra. Nos Estados Unidos, destaca-se a Trinity Church, um belíssimo templo episcopal em Boston.

Você sabia?

Nos países do terceiro mundo em que atuaram as missões protestantes, as restrições legais resultaram em uma arquitetura eclesiástica pobre, como é o caso do Brasil.

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A Reforma e o Direito

A grande reflexão produzida pela Reforma Protestante a respeito do estado só poderia resultar em importantes considerações jurídicas. Afinal, o estado é o responsável pela construção e manutenção do ordenamento jurídico da sociedade. Assim, direta ou indiretamente, o novo movimento contribuiu para o aperfeiçoamento do direito em suas diferentes manifestações (civil, público, constitucional, internacional).

Foi decisiva a contribuição da Reforma para conquistas como o governo representativo, a separação dos poderes e a ampliação dos direitos e liberdades civis. Aquilo que se denomina “estado de direito”, recebeu grande incentivo das convicções reformadas. Um nome de grande expressão é o do jurista e estadista holandês Hugo Grotius (1583-1645), considerado o pai do direito internacional.

Um personagem destacado na Inglaterra foi o parlamentar William Wilberforce (1759-1833), um dos principais responsáveis pela abolição do tráfico internacional de escravos. Ele e outros integrantes do movimento evangélico do século 18 também contribuíram para a aprovação de leis humanitárias voltadas para a reforma das prisões, a supressão do trabalho infantil e outras causas valiosas.

Você sabia?

A luta dos primeiros protestantes pela liberdade religiosa no Brasil contribuiu para uma legislação liberal e tolerante nessa área.

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A Reforma e o Mundo Moderno

Não é fácil avaliar com precisão o impacto da Reforma Protestante no mundo moderno e contemporâneo, nem se deve ter uma postura ufanista que só vê aspectos positivos e elogiosos nesse grande e complexo movimento que completa 500 anos. Todavia, é forçoso reconhecer que as contribuições da Reforma foram numerosas e significativas. A vida de incontáveis indivíduos, comunidades e mesmo de sociedade inteiras se tornou melhor graças às ênfases dos reformadores e seus sucessores.

Hoje, em razão do secularismo avassalador, muitas nações protestantes estão progressivamente abandonando a sua herança espiritual. No entanto, mesmo deixando de lado o componente religioso, continuam inconscientemente se beneficiando dos valores, das instituições, das conquistas e da história construída pela Reforma ao longo dos séculos. Apesar dos percalços da caminhada, espera-se que os herdeiros dos reformadores continuem encontrando inspiração na vida e no trabalho dos pioneiros para revitalizar o seu movimento e dar novas contribuições ao mundo em que vivem.

Você sabia?

As igrejas protestantes reconheceram sua necessidade de uma contínua reforma ao cunharem o moto “Ecclesia reformata semper reformanda” (Igreja reformada, sempre se reformando).

Fonte: Site da IPB https://www.ipb.org.br/conteudos_detalhe?conteudo=760

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Mais de 700 italianos aceitam Jesus em evento evangelístico histórico

Mais de 700 pessoas aceitaram a Jesus em evento evangeslítico na Itália. (Foto: Billy Graham Evangelistic Association).

Mais de 13 mil pessoas lotaram a arena Fórum Mediolanum, em Milão, para ouvir o Evangelho no Festival Noi.

Mais de 13 mil pessoas lotaram a arena Fórum Mediolanum, em Milão, na Itália, para ouvir a Palavra de Deus durante o Festival Noi, no sábado (29).

O evento evangelístico, organizado por igrejas locais em parceria com a Billy Graham Evangelistic Association, reuniu o maior público que a arena, usada para shows e jogos da Euroliga de basquete, já recebeu em seus 32 anos de história.

O evangelista Franklin Graham pregou a mensagem do Evangelho, baseado em João 3:16.

“Estou aqui para lhe dizer que religião não é suficiente. Jesus disse ao [líder religioso] Nicodemos: ‘Você precisa nascer de novo’”, ministrou Graham.

E ressaltou: “Conheci muitas pessoas que são religiosas, mas não têm um relacionamento com Deus. Religião não é suficiente. Você não pode trabalhar pela sua salvação. Você não pode comprar sua salvação”.

Após a ministração, o evangelista fez o apelo para entregar sua vida a Cristo e mais de 700 italianos responderam ao convite e foram à frente para serem ministrados.


Mais de 700 pessoas aceitaram a Jesus em evento evangeslítico na Itália. (Foto: Billy Graham Evangelistic Association).

Entre a multidão de recém convertidos, estava Rosa*, de 50 anos, que aceitou Jesus em lágrimas. Simona, uma conselheira da equipe evangelística, explicou a ela sobre a decisão que havia acabado de tomar.

“Ela se apresentou com seu tio e disse que podia sentir a presença de Deus logo atrás dela”, testemunhou Simona.

Marco*, de 44 anos, que foi ao Festival incentivado pela esposa cristã, também se rendeu a Cristo. 

“Hoje, ele aceitou Jesus como seu Salvador. Ele estava tão feliz. Ele disse que nunca havia sentido essas emoções antes. Ele sentiu a presença do Senhor pela primeira vez esta noite”, contou Francesco, o conselheiro que o ministrou.

Para os líderes cristãos que trabalharam no Festival Noi, a cruzada iniciou um novo marco na união de igrejas e no evangelismo na Itália.

“Nunca tivemos algo assim – mais de 13.000 pessoas em um evento cristão”, declarou Gerry Testori, membro do comitê do Festival.

“Os pastores da parte norte de Milão estão orando com os pastores do sul. Esta é uma bênção para a nossa nação”.

*Nomes alterados para privacidade.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE BILLY GRAHAM EVANGELISTIC ASSOCIATION

“América Latina vive uma onda de abusos à liberdade religiosa”, alerta organização dos EUA

 


Dom Rolando Álvarez antes de ser preso por autoridades na Nicarágua. (Foto: Reprodução/Aleteia)

“O que estamos vendo é indicativo de um desrespeito alarmante por esse direito humano fundamental”, disse o diretor da ADF.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos realizou sua primeira audiência sobre liberdade religiosa na América Latina. 

Especialistas em direitos humanos chamam a atenção para a crise de liberdade religiosa que está “varrendo a região”, conforme notícias da ADF International. 

“A América Latina está atualmente experimentando uma onda de abusos de direitos humanos na área de liberdade religiosa. O que estamos vendo é indicativo de um desrespeito alarmante por esse direito humano fundamental”, disse Tomás Henriquez, diretor da ADF International para a América Latina, dirigindo-se à Comissão. 

“Haverá graves consequências não apenas para as pessoas de fé, mas também para o futuro da democracia na região como um todo”, continuou Henriquez que exigiu da Comissão medidas contra as violações flagrantes da liberdade religiosa na Nicarágua, México e Argentina, entre outros países latino-americanos. 

Situação na Nicarágua

No início deste ano, o governo de Ortega expulsou do país as “Missionárias da Caridade de Santa Teresa de Calcutá” e as “Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus” do país, sem o devido processo.

O regime assediou e forçou o exílio de mais de uma dúzia de padres católicos. Muitos outros foram detidos, incluindo o Bispo de Matagalpa, Rolando Álvarez (em prisão domiciliar) e os padres Oscar Benavidez, Ramiro Tijerino, José Luis Díaz, Sadiel Eugarrios e Raúl González.

Também foram detidos os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, junto com o cinegrafista Sergio Cárdenas.

Henriquez, que é especialista em questões relacionadas a violações de direitos humanos na América Latina, se manifestou contra a repressão política sistemática e a perseguição religiosa aberta contra o povo da Nicarágua. 

Dirigindo-se à audiência de liberdade religiosa, Henriquez disse: “Comissários, estamos diante da infeliz coincidência de que esta audiência esteja ocorrendo ao mesmo tempo em que a região está testemunhando com impotência uma das piores perseguições religiosas da memória viva desde que o sistema entrou em vigor”. 

“Refiro-me, é claro, à situação muito grave e urgente que vive o povo nicaraguense, incluindo em particular a Igreja Católica e seus bispos, sacerdotes, seminaristas, leigos e irmãos e irmãs religiosos”, continuou.

Ele citou ainda a responsabilidade do governo no fechamento de escolas cristãs, serviços sociais das igrejas e o fechamento forçado da Universidade Católica Agropecuária del Trópico Seco.

Henriquez pediu à Comissão que tome medidas urgentes contra a perseguição à Igreja Católica na Nicarágua e pediu a libertação imediata de todos os clérigos detidos pelo regime de Ortega para a proteção de suas vidas, integridade física e psicológica. 

Perseguição religiosa no México

Abusos flagrantes da liberdade religiosa também estão ocorrendo no México, onde é ilegal para o clero falar sobre questões políticas por causa de regulamentos que datam de 1917. 

No início de 2022, quatro padres — Juan Sandoval, Mario Angel Flores, Carlos Aguiar e Angel Espinosa de los Monteros — foram considerados culpados de violar o artigo 130 da Constituição mexicana, por emitir declarações contendo suas opiniões sobre eventos sócio-políticos em seu país e instando os fiéis a votar de acordo com suas convicções. 

Os padres foram denunciados pelo partido político no poder, julgados por um tribunal eleitoral e considerados culpados pelo “crime” de discurso politicamente orientado. 

Sobre a situação no México, Henriquez afirmou que o silenciamento de líderes religiosos “não apenas viola a liberdade de religião e expressão, mas também é discriminatório, pois afeta uma categoria definida de pessoas por causa de sua fé”.

Observando que o problema não se limita ao México, Henriquez afirmou que “a Comissão deve tomar medidas concretas para exigir a revogação das leis que prejudicam a livre expressão dos ministros da religião nas constituições do México, Honduras, El Salvador e Costa Rica”. 

Tanto Henriquez quanto a ADF International afirmam que vão continuar a intervir e a monitorar as violações das liberdades religiosas que ocorrem na América Latina. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE ADF INTERNATIONAL

Reino Unido teve mais de 10 milhões de abortos em 55 anos, diz grupo pró-vida

 

Marcha pela Vida. (Foto: Reprodução/Christian Concern)

“Estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”, disse Andrea Williams que participou da Marcha pela Vida.

No dia 27 de outubro, a Lei do Aborto de 1967 do Reino Unido completou 55 anos. Na ocasião, um grande grupo pró-vida se reuniu para lamentar as 10 milhões de vidas perdidas durante esse período.

O grupo ocupou todo o perímetro da Praça do Parlamento em silêncio, na presença de políticos e jornalistas que se envolveram no ato para fazer perguntas. Apesar da solenidade da ocasião, foi uma visão encorajadora.

Andrea Williams, executiva-chefe do Christian Concern — uma organização cristã — também esteve presente e comentou: “Estou aqui porque sou apaixonadamente pró-vida. Aqui estamos nós, de pé na Praça do Parlamento, e estamos falando em nome daqueles que não conseguiram viver e não tiveram seu primeiro suspiro”. 

‘10 milhões é demais’

Andrea refletiu sobre as “10 milhões de pessoas que não puderam viver” desde a aprovação da Lei de Aborto. “É muito mais gente do que posso ver nesta praça hoje; 10 milhões é quase toda a população da Grande Londres e duas vezes a população da Escócia”, observou. 

“Não sei se podemos sequer começar a imaginar sobre o que significa esse número. 10 milhões é demais”, lamentou.

“Queremos ver o fim dessa matança intencional de nossos filhos ainda não nascidos. Isso é o que nossa humanidade comum exige, é o que Deus exige. Porque Deus diz que você e eu, e todos que vejo, são preciosos aos seus olhos e dignos de sua proteção. Vamos trabalhar para isso”, ela encorajou. 

Marcha pela Vida

A “Marcha pela Vida” que organizou o “dia da lembrança” é um evento que ocorre na Inglaterra desde 2012, com o objetivo de acabar com o aborto e proteger as mulheres que enfrentam momentos de crise na gravidez. 

Isabel Vaughan-Spruce, co-diretora do movimento Marcha pela Vida, disse que várias pessoas testemunham todos os anos sobre as consequências do aborto.

“As mulheres que ficaram feridas, os homens que perderam seus filhos para o aborto, os avós e a família em geral. Estamos aqui para garantir que esta ocasião não passe despercebida. Esses 10 milhões merecem ser lembrados”, disse Isabel. 

Além disso, ela enfatizou sobre as mulheres que ainda não tiveram voz para contar o que aconteceu com elas: “Merecem ser notadas e estamos aqui hoje para ser uma voz para elas também”. 

“O aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres”

No Reino Unido, nos últimos 55 anos, a taxa de aborto tem aumentado e o procedimento tem sido facilitado.

“No ano passado, 88% dos abortos foram medicamentosos. E sabemos que 1 em cada 17 dá errado e as mulheres acabam indo para o hospital com complicações”, apontou Isabel. 

“No entanto, o aborto está sendo vendido como ‘saúde’ para as mulheres. Mas, fica claro que não há nenhuma preocupação com a saúde da mulher, nem física e nem emocional”, continuou.

Ela também lembra que agora as mulheres podem fazer abortos em sua própria casa. “Isso mostra ainda mais o descaso com a saúde da mulher. Elas estão fazendo abortos sem ter feito um exame, sem sequer ter uma consulta presencial”, disse.

Isabel também mencionou que essas mulheres que fazem o aborto em casa são obrigadas a se desfazer do próprio filho depois: “É até difícil colocar isso em palavras”. 

‘Aborto não é assistência à saúde’

Calvin Robinson, jornalista da GB News, falou sobre como o assunto sobre o aborto precisa ser abordado nacionalmente: “Nada importa mais do que a santidade da vida”. 

Ele explica que as pessoas pró-aborto lutaram para legalizar o procedimento, alegando casos de estupro, incesto e proteção à vida da mãe. “Mas o aborto não é feito só nessas circunstâncias extremas”, protestou. 

Ele aponta para o aumento do número de abortos depois da aprovação da lei. “São 200 mil todos os anos. As pessoas estão recorrendo ao aborto e chamando isso de ‘assistência à saúde’, como se fosse um contraceptivo, quando na verdade é um crime moral absoluto matar um feto por conveniência”, continuou. 

O jornalista lembrou também do impacto que isso tem nas mulheres, deixando traumas para o resto de suas vidas.

‘Seu corpo, sua escolha?’

Sobre o lema tão reforçado pelos defensores do aborto: “Meu corpo, minha escolha”, Calvin retrucou: “Mas não é o seu corpo, é o corpo que você está protegendo, é o corpo dentro de você. É o corpo pelo qual todos devemos falar, porque esse corpo não tem voz própria”. 

“Mesmo que fosse apenas um, importaria. 10 milhões é um número difícil de conceber. São 10 milhões de vidas que não estão aqui porque as pessoas fizeram escolhas que não precisavam fazer. E acho que se o aborto é a resposta, estamos fazendo as perguntas erradas”, refletiu. 

‘Emocionalmente é muito difícil’

“Temos que ser honestos sobre o que realmente está acontecendo aqui e não usar linguagem floreada. É um horror. Precisamos parar isso e aqueles no parlamento parecem não estar fazendo nada sobre isso, na verdade, eles estão piorando”, disse David Kurten, ex-membro da Assembleia de Londres.

Natalia, que agora trabalha com o grupo pró-vida Abortion Resistance, falou de suas próprias experiências: “Estou aqui em nome do meu próprio filho que morreu em decorrência do aborto que fiz em 2020”. 

“O aborto é muito difícil, emocionalmente é muito difícil. Eu acho que muitas pessoas simplesmente se fecham emocionalmente, e então isso começa a afetá-las mais tarde na vida. Felizmente, no meu caso, consegui lidar com isso ao iniciar essa jornada de cura”, ela concluiu. 

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE CHRISTIAN CONCERN

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