sexta-feira, 22 de março de 2019

A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS DA MALÁSIA

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Saiba em quais esferas da vida os cristãos mais são pressionados e de que forma as mulheres mais são afetadas após se converterem

 Entenda como se dá a perseguição na Malásia e saiba como orar especificamente por este país
Desde 2014, a situação para cristãos na Malásia está claramente mais difícil. Se uma mulher ou garota se converte ao cristianismo e a família ou comunidade descobre, ela é geralmente ameaçada com violência sexual ou forçada a se casar com um muçulmano. Para muçulmanos, a idade legal mínima para casamento nas leis familiares islâmicas é de 18 anos para homens e 16 para mulheres, mas quem está abaixo dessa idade ainda pode casar se tiver o consentimento de um juiz da sharia (lei islâmica).
Essa lei torna mulheres e crianças convertidas mais vulneráveis, pois caso a fé cristã seja descoberta, elas podem ser forçadas a se casar com um muçulmano. No período de análise da Lista Mundial da Perseguição 2019, de 1 de novembro de 2017 a 31 de outubro de 2018, um caso de uma menina tailandesa de 11 anos, que não era cristã, que casou com um homem malaio de 41 anos causou comoção pública. Isso reforça que casamentos de menores de idade ainda têm números consideráveis, mesmo com as alterações para elevar a idade de casamento para 18 anos – que estão em curso. Ainda assim há previsões especiais na lei que dão liberdade especial para cortes da sharia.
Nos últimos cinco anos a Malásia mostrou uma situação instável. Apesar do nível de pressão na esfera da igreja cair nos últimos períodos de análise da Lista Mundial da Perseguição, o que reflete um aumento na ousadia nas atividades da igreja, os níveis em todas as outras esferas diminuíram desde 2018, porém, continuam mais altos do que em 2015. Isso também reflete no nível médio de pressão. Considerando que a média é próxima da de 2017, depois de atingir um pico em 2018 após o sequestro de cristãos, ela agora está apenas consideravelmente mais alta do que em 2015.
O padrão da perseguição na Lista Mundial da Perseguição 2019 para Malásia mostra que, em termos gerais, a pressão aos cristãos no país diminuiu em todas as esferas da vida, fazendo com que a média de pressão caísse de 12,3, em 2018, para 11,7, em 2019. A pressão é extrema e mais forte na esfera da família e está em um nível muito alto nas de comunidade, vida privada e nação. A pontuação para pressão na esfera nação ultrapassou um pouco a da vida privada, refletindo que em maio de 2018, um governo com menos paranoia ditatorial assumiu. O país ocupa a 42ª posição na Lista este ano.
A pressão nas esferas da família, comunidade e vida privada mostram problemas enfrentados por convertidos do islamismo e outras religiões, conduzido também por uma política de islamização do país. A pressão é resultado da opressão islâmica, presente em todas as esferas. Além disso, partidos e grupos islâmicos conservadores continuam sendo fortes na Malásia. A pontuação para violência contra cristãos reduziu de 3,9, em 2018, para 1,5, em 2019. Além do sequestro de alguns cristãos nos últimos anos, a perseguição raramente é violenta na Malásia. Para entender melhor como é feita a Lista Mundial da Perseguição e as esferas da vida que analisa, conheça a metodologia da lista.
Fonte:Portas Abertas

A Maior Prova de Abraão

A Maior Prova de Abraão
Gênesis 22
INTRODUÇÃO
Uma inscrição no relógio de uma catedral diz:
Quando em minha infância eu ria e chorava,
O tempo se arrastava.
Quando em minha juventude eu sonhava e falava,
O tempo caminhava.
Quando um homem crescido vim a ser,
O tempo passou a correr.
E, mais tarde, ao mais velho ficar,
Vi o tempo voar.
Logo, nesta jornada em que estou,

Verei que o tempo passou.
Abraão matriculou-se na “escola da fé” aos setenta e cinco anos de idade. Nesta passagem, estava com mais de cem anos e continuava passando por experiências intensas. Nunca somos velhos demais para enfrentar novos desafios, para lutar novas batalhas e para aprender novas verdades. Quando paramos de aprender, deixamos de crescer, e quando deixamos de crescer, paramos de viver.
 “Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto”, escreveu Arthur Schopenhauer, “e os outros trinta nos apresentam o comentário”. Para o cristão, o texto é Habacuque 2:4: “O justo viverá pela fé”. O “comentário” está sendo escrito quando ouvimos a voz de Deus e obedecemos à sua direção, um dia de cada vez. É triste dizer, mas algumas pessoas não entendem nem o texto nem o comentário, e sua vida acaba antes que tenham começado a viver de fato.
Gênesis 22 registra a maior prova pela qual Abraão teve de passar. É verdade que esse texto também apresenta um belo retrato do sacrifício de nosso Senhor no Calvário, mas a principal lição refere-se à fé obediente que supera todas as provações da vida. Abraão nos ensina como encarar e tratar as provas de nossa vida para a glória de Deus. Pense nestas cinco instruções simples:
1 . ESPERE QUE DEUS MANDE PROVAS (GN 22:1, 2)
 Na “escola da fé”, precisamos, periodicamente, passar por provas. De outro modo, jamais ficaremos sabendo onde nos encontramos em termos espirituais. Abraão teve sua cota de provas desde o começo. Primeiro, foi a “prova da família”, quando teve de deixar seus entes queridos e dar um passo de fé dirigindo-se a uma nova terra (Gn 11:27 – 12:5). Logo em seguida, veio a “prova da fome”, na qual Abraão não passou, pois duvidou de Deus e foi buscar ajuda no Egito (Gn 12:10 – 13:4).
Uma vez de volta à terra, Abraão passou pela “prova de cordialidade”, quando deixou que Ló escolhesse primeiro as terras para pastagem (Gn 13:5-18). Também passou pela “prova da luta”, quando derrotou os reis (Gn 14:1-16), e na “prova da fortuna”, ao dizer “não” às riquezas de Sodoma (vv. 1 7-24). No entanto, foi reprovado na “prova da paternidade”, quando Sara impacientou-se com Deus e sugeriu que Abraão tivesse um filho com Agar (Gn 16). Quando chegou o momento de mandar Ismael embora, Abraão passou na “prova da despedida” (Gn 21:14-21).
Nem toda experiência difícil na vida é, necessariamente, um teste pessoal de Deus. (É claro que qualquer experiência pode tor- nar-se uma prova ou tentação, dependendo de como lidamos com ela. Ver Tg 1:12-16.) Por vezes, é nossa própria desobediência que causa dor ou decepção, como aconteceu com Abraão quando foi para o Egito (Gn 12:1 Oss) e para Gerar (Gn 20). As vezes, nosso sofrimento é simplesmente uma parte normal da vida humana: como quando envelhecemos, quando amigos e entes queridos vão para longe ou morrem, quando a vida muda a nosso redor e devemos nos adaptar, mesmo que seja doloroso.
Aprenda a distinguir entre provações e tentações. As tentações vêm dos desejos dentro de nós (Tg 1:12-16), enquanto as provações vêm do Senhor, que tem um propósito específico a cumprir. As tentações podem ser usadas pelo inimigo para estimular o que há de pior em nós, mas as provações são usadas pelo Espírito Santo para extrair o que há de melhor em nós (Tg 1:1-6). As tentações parecem lógicas, enquanto as provações parecem não fazer sentido algum. Por que Deus daria um filho a Abraão para, depois, pedir que matasse o menino?
Todos os cristãos são tentados a pecar de forma parecida (1 Co 10:13), mas nem todos os cristãos passam pelas mesmas provações de fé. As provas de Deus são feitas sob medida para cada um de seus filhos, e a experiência de cada um deles é singular. Deus jamais pediu a Ló que passasse pelas mesmas provas que Abraão. Isso porque Ló estava sendo tentado pelo mundo e pela carne e jamais alcançou o mesmo nível de maturidade que Abraão. Em certo sentido, o fato de Deus nos mandar provações é um elogio – mostra que Deus deseja nos levar para o estágio seguinte da “escola da fé”. Deus jamais envia uma prova até que saiba que estamos preparados para ela.
“A vida é difícil”, escreveu o psiquiatra M. Scott Peck. “Uma vez que sabemos, de fato, que a vida é difícil – uma vez que sabemos e que aceitamos isso então a vida deixa de ser difícil” (The Road Less Traveled, p. 15). Essa é a primeira lição que devemos aprender. Espere provas de Deus, pois a vida cristã não é fácil.
2. CONCENTRE-SE NAS PROMESSAS, NÃO NAS EXPLICAÇÕES ( G n 22:3-5)
“No início da vida espiritual”, escreveu a religiosa francesa Madame Guyon, “nossa tarefa mais difícil é sofrer com nosso próximo; ao longo de seu progresso, conosco mesmos; e, no final, com Deus”. Nossa fé não é verdadeiramente testada até que Deus nos peça para suportar aquilo que parece insuportável e para esperar aquilo que parece impossível. Quer você olhe para José na prisão, para Moisés e Israel no mar Vermelho, para Davi na caverna, quer para Jesus no Calvário, a lição é a mesma: vivemos pelas promessas, não pelas explicações.
Pense em como foi absurdo o pedido de Deus. Isaque era o único filho de Abraão, e o futuro da aliança dependia dele. Isaque era o filho do milagre, a dádiva de Deus a Abraão e Sara em resposta à sua fé. Abraão e Sara amavam Isaque profundamente e haviam construído todo o seu futuro em torno dele. Quando Deus pediu a Abraão para oferecer seu filho em sacrifício, estava testando a fé, a esperança e o amor. Parecia que Deus estava acabando com tudo pelo que Abraão e Sara haviam vivido.
Quando Deus nos manda uma provação, normalmente nossa primeira reação é perguntar: “Por que, Senhor?” e, depois: “Por que eu?”. Mais que depressa, queremos que Deus nos dê explicações. E claro que sabemos que Deus tem seus motivos para mandar essas provas – talvez para purificar nossa fé (1 Pe 1:6-9), para aperfeiçoar nosso caráter (Tg 1:1-4) ou até mesmo para nos proteger do pecado (2 Co 12:7-10) -, mas não vemos de que modo tais coisas se aplicam a nós. O fato de pedirmos explicações ao nosso Pai indica que não nos conhecemos como deveríamos ou que não conhecemos a Deus como deveríamos.
Abraão ouviu a Palavra de Deus e obedeceu imediatamente pela fé. Ele sabia que Deus jamais entraria em contradição com suas promessas, de modo que se apegou à promessa de que “por Isaque será chamada a tua descendência” (Gn 21:12). Abraão creu que Deus, mesmo que lhe permitisse sacrificar seu filho, poderia ressuscitar Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). A fé não exige uma explicação; ela descansa nas promessas.
Abraão disse a seus dois servos: “Eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gn 22:5). Pelo fato de Abraão crer em Deus, não tinha intenção de trazer de volta um morto! Já foi dito que Abraão creu em Deus e obedeceu a ele quando não sabia onde (Hb 11:8), quando (Hb 11:9-10, 13-16), como (Hb 11:11, 12) nem por quê (Hb 11:17-19).
3. NA PROVA DEPENDA DA PROVISÃO DE DEUS (GN 22:6-14)
 Há duas declarações que revelam a ênfase dessa passagem: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (v. 8); e “Jeová-Jiré” (Gn 22:14), isto é, “O Senhor proverá”. Ao subir o monte Moriá com seu filho, Abraão estava confiante de que Deus supriria todas as necessidades.
Em que Abraão podia confiar? Certamente não em seus sentimentos, pois devia sentir uma dor terrível dentro dele ao pensar em sacrificar o filho no altar. Amava seu único filho, mas também amava a Deus e desejava lhe obedecer.
 Abraão também não podia depender de outras pessoas. Sara ficou em casa, e os dois servos que o haviam acompanhado permaneceram no acampamento. Agradecemos a Deus pelos amigos e membros da família que nos ajudam a carregar nossos fardos, mas há provações na vida que precisamos enfrentar sozinhos. É somente nessas ocasiões que podemos ver o que nosso Pai pode, de fato, fazer por nós!
Abraão podia confiar na promessa e na provisão do Senhor. Já havia experimentado o poder de ressurreição de Deus em seu próprio corpo (Rm 4:19-21), e assim sabia que Deus poderia ressuscitar Isaque dentre os mortos, caso esse fosse seu plano. Ao que parece, não houve nenhum caso de ressurreição antes daquela época, de modo que Abraão estava exercitando grande fé em Deus.
De acordo com Efésios 1:1 9, 20 e 3:20, 21, os cristãos têm o poder da ressurreição de Cristo disponível em seu corpo ao entregar-se ao Espírito Santo. Podemos conhecer “o poder da sua ressurreição” (Fp 3:10) ao enfrentar aquilo que a vida diária exige de nós, bem como suas provações. Quando a situação parece desesperadora, pergunte-se: “Acaso, para o Sen h o r há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18:14), e lembre-se: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:13).
Deus providenciou o sacrifício, e um carneiro tomou o lugar de Isaque no altar (Gn 22:13). Abraão descobriu um novo nome
para Deus – “Jeová-Jiré” – que pode ser traduzido como “o Senhor proverá” ou “o Senhor será visto”. A declaração: “No monte do S e n h o r se proverá” nos ajuda a compreender algumas verdades sobre a provisão do Senhor.
Onde o Senhor provê nossas necessidades? No lugar indicado por ele. Abraão estava no lugar certo, de modo que Deus pôde ir ao encontro de suas necessidades. Não temos o direito de esperar pela provisão de Deus se não estivermos dentro da vontade de Deus.
Quando Deus provê nossas necessidades? Exatamente quando precisarmos, nem um minuto antes. Quando você coloca seu pedido diante do trono da graça, Deus responde com misericórdia e graça “em ocasião oportuna” (Hb 4:1 6). Por vezes, temos a impressão de que Deus espera até o último minuto para nos socorrer, mas esse é apenas nosso ponto de vista humano. Deus nunca chega atrasado.
Como Deus provê? De maneiras que, normalmente, são bastante naturais. Deus não enviou um anjo junto com o sacrifício; simplesmente permitiu que um carneiro ficasse preso pelos chifres nos arbustos no momento em que Abraão precisava e num lugar que Abraão podia alcançar. Abraão só necessitava de um animal, de modo que Deus não mandou um rebanho de ovelhas.
A quem Deus concede sua provisão? Àqueles que confiam nele e que obedecem a suas instruções. Quando estamos fazendo a vontade de Deus, temos o direito de esperar pela provisão divina. Um diácono da primeira igreja que pastoreei costumava nos lembrar de que: “Quando a obra é feita à maneira de Deus, não carecerá do apoio de Deus”. O Senhor não tem obrigação de abençoar minhas idéias e projetos, mas tem obrigação de apoiar sua obra, se ela é feita da maneira correta.
Por que Deus supre todas as nossas necessidades? Para a glória de seu nome! “Santificado seja o teu nome” (Mt 6:9-13) é a primeira petição da oração do Pai-Nosso e governa todos os outros pedidos. Deus foi glorificado no monte Moriá, pois Abraão e Isaque fizeram a vontade do Senhor e glorificaram a Jesus Cristo. Devemos parar e refletir sobre essa importante verdade.
4. QUANDO VENCER A PROVA, GLORIFIQUE A CRISTO (22.6,8,19)
Durante as provações, é fácil pensar apenas em nossas necessidades e em nossos fardos; em vez disso, devemos nos concentrar em glorificar a Jesus Cristo. Pegamo-nos perguntando: “Como posso sair dessa situação?” em lugar de: “O que posso aprender com isso de modo a honrar ao Senhor?”. Por vezes, desperdiçamos nosso sofrimento ao negligenciar ou ignorar as oportunidades de revelar Jesus Cristo a outros que nos observam, enquanto passamos pela fornalha de fogo.
Se já houve duas pessoas sofredoras que revelaram Jesus Cristo foram Abraão e Isaque no monte Moriá. Sua experiência é um retrato do Pai, do Filho e da cruz e um dos símbolos mais antigos de Cristo encontrados em todo o Antigo Testamento. Jesus disse aos judeus: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56). No nascimento miraculoso de Isaque, Abraão viu o dia do nascimento de Cristo. E no casamento de Isaque (Gn 24), viu o dia da volta de Cristo para buscar sua noiva. No monte Moriá, porém, quando Isaque estava disposto a colocar-se no altar, Abraão viu o dia da morte e ressurreição de Cristo. Encontramos várias verdades sobre a expiação nesse acontecimento.
O Pai e o Filho agiram em conjunto. A frase comovente: “Caminhavam ambos juntos” (Gn 22:6, 8) aparece duas vezes durante a narração. Em nosso testemunho evangelístico, muitas vezes damos ênfase ao amor do Pai pelos pecadores perdidos (Jo 3:1-6) e ao amor do Filho por aqueles pelos quais morreu (1 Jo 3:16), mas deixamos de mencionar que o Pai e o Filho amam um ao outro. Jesus Cristo é o “Filho amado” (Mt 3:1 7) de seu Pai, e o Filho disse: “para que o mundo saiba que eu amo o Pai” (Jo 14:31). Abraão não reteve seu filho para si (Gn 22:16), assim como o Pai não poupou seu Filho, mas “por todos nós o entregou” (Rm 8:32).
O Filho precisava morrer. Abraão levou consigo uma faca e uma tocha. Dois instrumentos usados para a morte. A faca daria cabo da vida física de Isaque e o fogo queimaria a lenha no altar onde seu corpo seria colocado. No caso de Isaque, um substituto morreu em seu lugar; mas ninguém podia assumir o lugar de lesus na cruz. Ele era o único sacrifício capaz, de modo completo e definitivo, de tirar os pecados do mundo. Deus proveu um carneiro. A resposta à pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro?” foi dada por João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29). Na Bíblia, o fogo com freqüência simboliza a santidade de Deus (Dt 4:24; 9:3; Hb 12:29). A cruz foi o instrumento físico da morte. No Calvário, porém, Cristo experimentou muito mais do que a morte. Ele sentiu o julgamento de Deus pelos pecados do mundo. Isaque não sentiu nem a faca nem o fogo, mas Jesus sofreu com ambos. O pai amoroso de Isaque estava perto dele, mas Jesus foi abandonado por seu Pai quando se fez pecado por nós (Mt 27:45, 46; 2 Co 5:21). Que maravilhoso amor!
O Filho levou o fardo do pecado. E interessante que a lenha seja mencionada cinco vezes nessa narrativa e que Isaque não começasse a carregá-la até que chegaram ao monte Moriá. A lenha não é um símbolo da cruz, pois Jesus não carregou sua cruz o caminho todo até o Calvário. A lenha parece retratar o fardo do pecado que Jesus levou por nós (1 Pe 2:24). Abraão tomou a lenha “e a colocou sobre Isaque, seu filho” (Gn 22:6), e “o Senhor fez cair sobre ele [Jesus] a iniqüidade de nós todos” (Is 53:6). O fogo consumiu a lenha como um retrato do julgamento de Deus contra o pecado.
O Filho foi ressurreto dentre os mortos. Isaque não chegou a morrer, mas, “figurada- mente” (Hb 11:19), morreu e foi ressurreto dentre os mortos. Jesus, porém, morreu de fato e foi sepultado, mas foi ressurreto de modo triunfante. É interessante o fato de que Abraão voltou para onde estavam os dois servos (Gn 22:19), mas não se faz menção alguma de Isaque. Na realidade, não é dito mais nada sobre Isaque até que o vemos encontrando-se com sua noiva (Gn 24:62). Apesar de ser óbvio que Isaque voltou para casa com o pai, a simbologia bíblica lembra que o próximo acontecimento no calendário de Deus é a volta de Jesus Cristo para buscar sua noiva, a Igreja.
A melhor coisa que pode acontecer ao passarmos pelas provações que Deus envia é nos aproximarmos de nosso Pai e nos tornarmos mais semelhantes a Jesus Cristo. O Calvário não é apenas o lugar em que Cristo morreu por nossos pecados. É também o lugar onde ele santificou o sofrimento e, através de sua ressurreição, transformou o sofrimento em glória. Procure glorificar ao Senhor, e ele cuidará do resto.
Nas palavras de Martinho Lutero: “Nosso sofrimento não é digno de receber esse nome. Quando penso em minhas cruzes, tribulações e tentações, me envergonho profundamente de pensar no que são em comparação com os sofrimentos de meu bendito Senhor Cristo Jesus”.
5. ESPERE COM GRANDE EXPECTATIVA AQUILO QUE DEUS TEM RESERVADO PARA VOCÊ (GN 22:15-24)
Nas provas da vida, há sempre um “depois” (Hb 1 2:11; 1 Pe 5:1 0), pois Deus nunca desperdiça o sofrimento. “Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro” (Jó 23:10). Abraão recebeu várias bênçãos de Deus por causa de sua fé obediente.
Em primeiro lugar, Abraão recebeu nova aprovação de Deus (Gn 22:12). Abraão havia descrito toda essa experiência difícil como “adoração” (v. 5), pois, para ele, era nisso que consistia. Ele obedeceu à vontade de Deus e procurou agradar o coração do Senhor, e Deus o elogiou. Vale a pena passar por provações se, no final, o Pai puder lhe dizer: “Muito bem!”
Ele recebeu de volta um novo filho. Isaque e Abraão tinham estado no altar juntos, e Isaque passou a ser um “sacrifício vivo” (Rm 12:1,2).
Deus deu Isaque a Abraão, e Abraão devolveu Isaque a Deus. Devemos cuidar para que as dádivas de Deus não tomem o lugar dele.
Deus deu a Abraão novas garantias (Gn 22:16-18). O patriarca tinha ouvido essas promessas antes, mas elas adquiriram novo significado. Charles Spurgeon costumava dizer que as promessas de Deus nunca brilham com tanta intensidade quanto na fornalha da aflição. Aquilo que dois homens fizeram num altar solitário um dia serviria de bênção para o mundo todo!
Abraão também descobriu um novo nome para Deus (Gn 22:14). Como vimos, “Jeová-Jiré” quer dizer “o Senhor será visto” ou “o S en h o r proverá”. O templo judeu foi construído sobre o monte Moriá (2 Cr 3:1), e, durante o ministério de nosso Senhor aqui na Terra, ele foi visto lá. Cristo era o verdadeiro Cordeiro de Deus oferecido por Deus pelos pecados do mundo.
O fundador do ministério Missão para o Interior da China (conhecido hoje como Overseas Missionary Fellowship), J. Hudson Taylor, costumava pendurar em sua casa uma placa com duas palavras em hebraico: “Ebenézer” e “Jeová-Jiré”, que significam, respectivamente “pedra de ajuda” (Até aqui nos ajudou o S e n h o r “, 1 Sm 7:12) e “o S en h o r proverá”. Quer olhasse para o passado, quer para o futuro, Hudson Taylor sabia que o Senhor estava trabalhando, portanto ele não tinha nada a temer.
Quando chegou em casa, Abraão ouviu outro nome novo: Rebeca (Gn 22:23), a moça que Deus estava reservando para Isaque. Um homem com um único filho poderia ter desanimado ao ouvir a lista de nomes da família do irmão de Abraão, mas o patriarca não se abalou. Afinal, Deus havia prometido que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas no céu e a areia na praia do mar (Gn 22:1 7)!
Por fim, Abraão saiu dessa provação com um amor mais profundo pelo Senhor. Jesus nos fala desse amor mais profundo em João 14:21-24, e Paulo ora sobre isso em Efésios 3:14-21. Você já experimentou esse amor?
AC: Eli Vieira

Mais de 8.800 cristãos foram mortos na Nigéria nos últimos três anos

O massacre de cristãos na Nigéria está sendo classificado como genocídio por líderes cristãos do país.

Corpos de nigerianos foram colocados em uma vala, no norte da Nigéria. (Foto: Reuters/Akintunde Akinleye)
Corpos de nigerianos foram colocados em uma vala, no norte da Nigéria. (Foto: Reuters/Akintunde Akinleye)
Mais de 1.750 cristãos e outros não-muçulmanos foram mortos por terroristas islâmicos na Nigéria desde janeiro de 2018, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (2) pela Sociedade Internacional pelas Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety).
Além disso, nos últimos três anos, mais de 8.800 cristãos foram alvejados e mortos na por forças de segurança nigerianas, muçulmanos radicais xiitas, pastores da etnia fulani e militantes do Boko Haram.
Em meio ao massacre classificado como “genocídio” por líderes cristãos da Nigéria, mais de 6 mil pessoas foram mortas por pastores fulani desde janeiro, a maioria mulheres, crianças e idosos.
“O que está acontecendo no estado de Plateau e outros estados na Nigéria é puro genocídio e deve ser interrompido imediatamente”, declarou em nota a Associação Cristã da Nigéria.
A Associação ainda pediu à comunidade internacional, bem como às Nações Unidas, para intervirem nos ataques Fulani, temendo que eles possam se espalhar para outros países.
“Estamos preocupados com a insegurança generalizada no país, onde ataques e assassinatos arbitrários de pastores, bandidos e terroristas fulani armados vêm acontecendo diariamente em nossas comunidades, apesar dos grandes investimentos nas agências de segurança”, afirma a instituição.
Movidos pela jihad
O terrorismo promovido pelo Boko Haram e pastores fulani são alimentados pelo radicalismo islâmico no norte da Nigéria. Embora a violência da etnia fulani seja justificada pelos conflitos entre terras agrícolas que sobrevivem através do pastoreio, os dados indicam que outra realidade.
Entre 2004 e 2010, líderes fulani foram militarizados e transformados em jihadistas por radicais islâmicos, a fim de promover a islamização de toda a Nigéria nas próximas décadas. A informação foi confirmada recentemente pelo Fórum Nacional de Anciãos Cristãos, que revelou que “cristãos podem ser extintos da Nigéria até 2043”.
Os padrões dos ataques provocados por jihadistas do Boko Haram e Fulani mostram claramente que os cristãos são seus principais alvos de assassinato. Mais de 95% das vítimas e propriedades destruídas pelo Boko Haram entre 2009 e 2014 foram cristãs.
Mais de 13 mil igrejas e 1.500 escolas cristãs foram destruídas ou queimadas, mais de 11.500 cristãos foram mortos e mais de 1,3 milhão de cristãos foram forçados a fugir de suas casas para escapar da morte, de acordo com a organização Portas Abertas.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE THE CHRISTIAN POST

quinta-feira, 21 de março de 2019

QUEM REALMENTE SOMOS DE VERDADE?

Deuteronômio 8-11
Oliver Cromwell avisou ao artista que pintava seu retrato que se recusaria a pagar um centavo sequer pelo quadro se ele não se parecesse exatamente com ele, inclusive com “espinhas, verrugas e tudo o que você vê em mim”. Ao que parece, o grande estadista inglês era tão corajoso ao posar para um retrato quanto era liderando um exército no campo de batalha. A maioria de nós não é assim tão valente. Nossas fotos sem retoques nos incomodam e, certamente, pagaríamos de bom grado para que alguém pintasse um retrato que melhorasse nossa aparência.
Nesta parte de seu discurso de despedida, Moisés retratou o povo de Israel como era de fato, “com verrugas e tudo”. Era importante para a vida espiritual deles que Moisés fizesse isso, pois um dos primeiros passos para a maturidade é aceitar a realidade e tomar uma atitude em relação a ela. Precisamos nos ver com os olhos de Deus e, por sua graça, nos tornar tudo o que podemos ser em Jesus Cristo.
1. FILHOS NO DESERTO (Dt 8:1-5) – Os três elementos essenciais para que Israel conquistasse e desfrutasse a terra prometida eram: ouvir a Palavra de Deuslembrar-se Palavra e  obedecer a Palavra. Esses elementos ainda são essenciais para uma vida cristã bem-sucedida e satisfatória nos dias de hoje. Ao andar neste mundo, não temos como progredir sem a orientação de Deus, sem sua proteção e provisão, sendo que uma boa memória também ajuda. Nestes capítulos, Moisés nos ordena quatro vezes a lembrar (8:2, 18; 9:7, 27) e em quatro ocasiões nos admoesta a não esquecer (8:11, 14, 19; 9:7). Moisés ressaltou quatro ministérios que Deus realizou por Israel e que realiza por nós hoje, quando procura nos amadurecer e preparar para aquilo que ele tem planejado para nós.
 DEUS NOS PROVA (W. 1, 2). Deus sabe o que há dentro do coração de seus filhos, mas nem sempre seus filhos o sabem – ou querem saber. “E todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações” (Ap 2:23). A vida é uma escola (Sl 90:12), e muitas vezes não nos damos conta de qual é a lição até termos sido reprovados no teste!
A forma como reagimos às provas da vida revela o que há, de fato, dentro de nosso coração, especialmente quando essas provas incluem experiências da vida diária.
DEUS NOS ENSINA (V. 3). Durante a jornada do povo pelo deserto, Deus enviou-lhes “pão dos anjos” (Sl 78:21-25) todas as manhãs para ensiná-los a confiar nele em tudo de que precisassem. Porém, o maná era mais do que o sustento físico diário. Era também um símbolo do Messias vindouro, “o pão da vida” (Jo 6:35). Quando foi tentado por Satanás para transformar pedras em pão (Mt 4:1-4), Jesus citou Deuteronômio 8:3 e mostrou que a Palavra de Deus também é o pão de Deus, pois nos “alimentamos” de Jesus Cristo quando nos “alimentamos” da Palavra de Deus. O Senhor estava ensinando os israelitas a buscar nele seu “pão […] de cada dia” (Mt 6:11) e a começar o dia meditando na Palavra de Deus.
DEUS CUIDA DE NÓS (V. 4; 29:5). Deus não apenas alimentou os israelitas a cada manhã com “pão miraculoso”, mas também guardou as roupas que vestiam de se desgastar e seus pés de inchar. As três perguntas mais prementes da vida da maior parte das pessoas é: “O que comeremos? O que beberemos? O que iremos vestir?” (Mt 6:25-34), e o Senhor supriu todas essas necessidades de seu povo durante quarenta anos.
DEUS NOS DISCIPLINA (V. 5). Deus considerava os Filhos de Israel como seus próprios filhos a quem muito amava. “Israel é meu filho, meu primogênito” (Êx 4:22; ver Os 11:1). Depois de anos de escravidão no Egito, os israelitas precisavam aprender o que era a liberdade e como usá-la com responsabilidade. A disciplina é a preparação da criança para as responsabilidades da vida adulta. A disciplina prova que Deus nos ama e que somos membros de sua família (Hb 12:5-8; Pv 3:11, 12). O segredo para o crescimento durante a disciplina é nos humilharmos e nos submetermos à vontade de Deus (Dt 8:2, 3; Hb 12:9, 10).
2. PEREGRINOS NA TERRA (Dt 8:6-20)-Depois de ser libertado do Egito, o destino do povo de Israel não era o deserto, mas sim a terra prometida, o lugar de sua herança. “E [Deus] dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais” (Dt 6:23). O mesmo acontece com a vida cristã: nascer de novo e ser redimido do pecado é só o começo de nossa caminhada com Cristo, sem dúvida um grande começo, mas nada além disso. Porém, se nos entregarmos ao Senhor e obedecermos à sua vontade, então ele nos capacitará, a fim de nos tornarmos “mais que vencedores” (Rm 8:37) quando nos apropriarmos de nossa herança em Deus e servirmos ao Senhor.
DESFRUTANDO A BÊNÇÃO DE DEUS (W. 6-9). A “chave” que abria a porta da Terra Prometida era simples: obedecer aos mandamentos de Deus, andar nos seus caminhos e reverenciá-lo (v. 6). Sem dúvida, era uma terra de leite e mel, onde nada faltava. Tudo isso tipifica, para o cristão de hoje, a riqueza espiritual que temos em Cristo: as riquezas de sua graça (Ef 1:7; 2:7), as riquezas de sua glória (Ef 1:18; 3:16), as riquezas de sua misericórdia (Ef 2:4) e as “insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3:8). Somos completos em Cristo (Cl 2:10), no qual habita toda a plenitude (Cl 1:19) e, portanto, temos tudo de que precisamos e de que viremos a precisar para uma vida cristã plena para a glória de Deus.
ESQUECENDO-SE DA BONDADE DE DEUS (VV. 10-18). A prosperidade e o conforto trazem consigo o perigo de nos envolvermos tanto com as bênçãos a ponto de nos esquecermos daquele que nos abençoou. Por esse motivo, Moisés admoestou os israelitas a louvar a Deus depois de fazer suas refeições, para que não se esquecessem do Doador de tudo o que é bom e perfeito (v. 10; Tg 1:1 7). Moisés descreveu os perigos relacionados a se esquecer de que Deus é a fonte de todas as bênçãos que desfrutamos. “Antes, te lembrarás do S e n h o r, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas” (v. 18).
 REJEITANDO A AUTORIDADE DE DEUS (VV. 19, 20). No ponto mais crítico desse declínio espiritual, os “israelitas abastados” deixariam o Senhor, o verdadeiro Deus vivo, e passariam a adorar aos falsos deuses de seus vizinhos. A idolatria começa no coração quando a gratidão ao Doador é substituída pela cobiça pelas dádivas. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus” (Rm 1:21). Um coração ingrato pode tornar-se rapidamente um abrigo para todo tipo de atitude pecaminosa e de apetite carnal. O que o Senhor faria? Trataria a idolatria de seu próprio povo como havia tratado a idolatria das nações que expulsara da terra e destruiria Israel e seus falsos deuses. Prosperidade – ingratidão – idolatria: três passos para a destruição. No entanto, não se trata de pecados da antiguidade, pois estão presentes nos dias de hoje em corações, lares, negócios e igrejas.
3. SALVOS PELA GRAÇA DE DEUS (D t 9:1 – 10 :11 )-Israel era um povo rebelde contra o Senhor. Pela quinta vez em seu discurso, Moisés diz: “Ouve, ó Israel!” (ver Dt 4:1; 5:1; 6:3, 4). Ele estava lhes entregando a Palavra de Deus, e quando Deus fala, seu povo deve ouvir. A palavra “ouve” é usada com frequência em Deuteronômio, pois o povo de Deus vive pela fé, e “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Os israelitas não podiam ver seu Deus, mas podiam ouvi-lo, enquanto seus vizinhos pagãos podiam ver seus deuses, mas não podiam ouvi-los (Sl 115:5).Nessa parte do discurso, Moisés lembrou o povo de que sua conduta, desde que tinham deixado o Egito, havia sido qualquer coisa, menos exemplar, apesar da longanimidade e da graça de Deus.
A GRAÇA DE DEUS (W. 1-6). Deus lembrou Israel da incredulidade da geração anterior em Cades-Barnéia, quando viram os obstáculos de Canaã, mas se esqueceram do poder de seu Deus (Dt 9:1, 2; Nm 13 – 14). Deus garantiu a seu povo que não havia necessidade de temer o futuro, pois o Senhor iria adiante deles para ajudá-los a derrotar os inimigos. Mas Deus trabalharia neles e por intermédio deles, a fim de conquistar as nações da terra (Fp 2:12, 13; Pv 21:31). Mais uma vez, Moisés lembrou a nação de que a terra era uma dádiva do Senhor, não uma recompensa pela retidão deles. A ênfase é sobre a graça de Deus e não sobre a vontade do povo de Deus, e essa ênfase é necessária nos dias de hoje (Tt 2:11 – 3:7). Quando nos esquecemos da graça de Deus, tornamo-nos orgulhosos e começamos a pensar que merecemos tudo o que Deus fez por nós; assim, Deus precisa nos lembrar de sua bondade e de nossa pecaminosidade, e tal lembrete pode ser doloroso. Esse é o tema da parte seguinte da mensagem de Moisés.
 A DISCIPLINA DE DEUS (9:7 – 10:11). Moisés estava se dirigindo à nova geração, mas aquelas pessoas precisavam ouvir essa parte da mensagem e conscientizar-se de que eram pecadores assim como seus antepassados. O tema é expresso com severidade em Deuteronômio 9:24: “Rebeldes fostes contra o S e n h o r , desde o dia em que vos conheci”. Deus chamou Abraão e conduziu- o à Terra Prometida, mas o patriarca fugiu para o Egito, a fim de evitar uma fome que assolava a terra (Gn 12:1Oss). O cenário no drama da vida de fé pode mudar, mas os atores e os textos são basicamente os mesmos: Deus abençoa, desfrutamos as bênçãos e, em seguida, rebelamo-nos contra sua disciplina e perdemos as bênçãos que ele planejou para nós. Em sua recapitulação da história de rebeldia de Israel, Moisés começou com a adoração do bezerro de ouro no monte Sinai (Dt 9:7-21; 25:10, 11; Êx 32) e, depois, simplesmente mencionou os lugares onde se rebelaram na jornada do Sinai até Cades- Barnéia (Dt 9:22). Em seguida, anunciou a incredulidade e a rebelião do povo em Cades-Barnéia (vv. 23, 24), prosseguindo com outro lembrete a respeito do bezerro de ouro (9:25 – 10:11). Moisés não seguiu uma cronologia rígida em seu relato de todos os acontecimentos da história de Israel, mas enfatizou seus dois grandes pecados: a adoração ao bezerro de ouro, no Sinai, e a recusa em entrar na terra, em Cades-Barnéia. Israel cometeu um pecado gravíssimo quando adorou ao bezerro de ouro (Êx 32 – 34). Em sua história da libertação do Egito, encontrava-se uma demonstração da graça e do poder de Deus e, ainda assim, o povo rebelou-se contra seu Redentor! Israel era o povo de Deus, remido pela mão do Senhor, no entanto, fizeram um novo deus! A impaciência e a incredulidade impeliram Israel a pecar tão gravemente no monte Sinai, pois Moisés havia estado na montanha com o Senhor durante quarenta dias e quarenta noites (Êx 24:1-18).
Nunca subestime a importância da liderança espiritual que estimula a obediência à Palavra de Deus. Moisés enfrentou a mesma prova em Cades-Barnéia e, mais uma vez, colocou a glória de Deus e o bem do povo antes do benefício próprio (Nm 14:12). Moisés estava mais preocupado com a glória e a reputação do Senhor diante das nações pagãs, pois sabia que o temor de Deus deveria ir adiante de Israel, a fim de que pudessem conquistar a terra e apropriar-se de sua herança. Mas tanto os líderes quanto os seguidores são provados, e Moisés passou no teste. Demonstrou que sua grande preocupação não era com a própria fama ou posição, mas com a glória de Deus e o bem do povo. Na verdade, estava disposto a morrer pelos israelitas para que Deus não os destruísse (Êx 32:31-34). O verdadeiro pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10:11). Depois de recapitular o grande pecado no Sinai, Moisés mencionou as repetidas rebeliões de Israel a caminho de Cades-Barnéia (Dt 9:22). Em Taberá, o povo reclamou de suas “dificuldades”, e Deus enviou fogo do céu para consumir algumas pessoas das cercanias do acampamento (Nm 11:1-3). As pessoas que murmuraram para Moisés imploraram que seu líder orasse por eles, e Deus ouviu Moisés e fez cessar o julgamento. “Taberá” significa “queimadura”, e o nome deve nos lembrar de que a murmuração é pecado (Fp 2:14, 15; 1 Co 10:10). Em Massá, os israelitas reclamaram, pois estavam sedentos, de modo que Moisés feriu a rocha, e Deus proveu água em abundância para o povo (Êx 1 7:1-7). O nome “Massá” significa “provando” e é colocado junto com o nome “Meribá”, que quer dizer “contendendo”. “Quibrote-Taavá” significa “túmulo de concupiscência” e refere-se à ocasião em que Israel cansou-se do maná e pediu carne para comer (Nm 11:4ss). Deus enviou bandos de codornizes sobre o acampamento de Israel, e tudo o que o povo tinha a fazer era apanhar os pássaros, limpá-los, cozinhá-los e comê-los. Era o velho “apetite egípcio” se manifestando novamente, a carne se rebelando contra o Espírito. Enquanto os israelitas estavam comendo a carne, o julgamento do Senhor veio sobre eles, e Deus enviou uma praga ao acampamento. “Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma” (Sl 106:15). As vezes, o maior julgamento de Deus é permitir que nossos desejos sejam satisfeitos (Rm 1:22-28). Por fim, Moisés recapitulou o grande pecado de israel em Cades-Barnéia (Dt 9:23, 24; Nm 13-14). Durante a marcha do Egito para Cades, os israelitas haviam visto a mão de Deus operando cada dia, suprindo todas as suas necessidades, mas em Cades acharam que Deus não era grande o suficiente para lhes dar a vitória sobre as nações de Canaã. A incredulidade é um pecado deliberado; é tentar o Senhor e dizer: “Não vou confiar no Senhor nem obedecer a suas ordens!”.
Deus é sempre fiel em suas promessas, e mesmo quando não permitimos que ele governe nossa vida, ele prevalece e, ainda assim, cumpre seus propósitos. Todo cristão e todo ministério cristão, quer seja uma igreja local, quer seja um ministério paraeclesiástico, deve crer que Deus suprirá suas necessidades a cada dia. Se murmuramos ao longo do caminho, estaremos apenas dando provas de que não confiamos em Deus, mas achamos que sabemos melhor do que ele o que é o ideal para nós. Quando chegarmos a um lugar como Cades-Barnéia em nossa vida, onde devemos nos apropriar daquilo que Deus planejou para nós e avançar pela fé, não devemos nos rebelar contra Deus e nos recusar a confiar e a obedecer.
4. SERVOS DO SENHOR (Dt 10:12 – 11:32)-As palavras: “Agora, pois, ó Israel” (Dt 10:12) constituem a transição a que Moisés chega ao encerrar essa parte de seu discurso, uma seção em que ele lembra o povo dos motivos para obedecer ao Senhor seu Deus. Não se tratava de um assunto novo, porém, ainda assim, era uma questão importante, e Moisés queria que todos compreendessem a mensagem e que não a esquecessem: a obediência por amor ao Senhor é a chave de toda bênção. Os israelitas não carregavam Bíblias de bolso e tinham de depender de sua memória, de modo que a repetição era um recurso importante.
Obedeçam pelos mandamentos de Deus (w. 12, 13). A sequência destes cinco verbos é significativa: temer, andar, amar, servir e guardar.
 A obediência ao Senhor é “para o [nosso] bem” (Dt 10:13), pois quando lhe obedecemos temos comunhão com ele, desfrutamos suas bênçãos e evitamos as consequências trágicas da desobediência. O elemento central desse conjunto de cinco verbos é o amor, sendo que nessa parte de seu discurso Moisés emprega seis vezes termos relacionados a ele (Dt 10:12, 15, 19; 11:1, 13, 22). É possível temer e amar ao Senhor ao mesmo tempo? Sim, pois a reverência que demonstramos para com ele é uma forma amorosa de respeito que vem do coração. A palavra “coração” aparece cinco vezes nessa parte do discurso de Moisés (Dt 10:12, 16; 11:13, 16, 18), de modo que ele deixou claro que o Senhor quer mais do que obediência externa. Deseja que façamos a vontade dele de coração (Ef 6:6), uma obediência motivada pelo amor que alegra nosso Pai celestial. O amor é o cumprimento da lei (Rm 13:10); portanto, se amarmos a Deus, não será um fardo nem uma batalha lhe servir e guardar seus mandamentos. Esses cinco elementos são como partes de um motor, que devem ficar juntas e trabalhar em conjunto.
Obedeçam pelo caráter de Deus (vv. 14-22). O equilíbrio entre o temor do Senhor e o amor ao Senhor é resultado de uma compreensão cada vez maior dos atributos de Deus, sendo que esses atributos encontram-se descritos na Bíblia. Quando o Criador do Universo é seu Pai, por que se preocupar? Ao olhar para a criação, não ê difícil ver que existe um Deus poderoso e sábio, pois somente um Ser poderoso teria como criar algo do nada e somente um Ser sábio teria como fazê-lo de modo tão completo e maravilhoso e como mantê-lo funcionando em harmonia. Quer você olhe por um telescópio, quer por um microscópio, vai concordar com Isaac Watts:
Do chão que estou a pisar
As noites estreladas,
Para onde volto meu olhar.
 Senhor, como tuas maravilhas são demonstradas!
Deus escolheu Israel porque o amava, e, por causa desse amor, entrou em aliança com ele, a fim de ser seu Deus e de abençoá-lo. O selo dessa aliança era a circuncisão, dada primeiramente a Abraão (Gn 1 7:9-14) e que devia ser realizada em todos os seus descendentes do sexo masculino. A circuncisão não era uma garantia de que todo judeu iria para o céu (Mt 3:7-12). A menos que houvesse uma transformação interior, realizada por Deus em resposta a sua fé, a pessoa não pertenceria, necessariamente, ao Senhor (ver Dt 30:6), sendo que essa mensagem foi repetida pelos profetas (Jr 4:4; Ez 44:7, 9) e pelo apóstolo Paulo (Rm 4:9-12; ver At 7:51).
Infelizmente, a mesma cegueira espiritual ainda está presente em nosso meio hoje em dia, pois muitas pessoas crêem que o batismo, a profissão de fé, o fato de ser membro da igreja ou de participar da Ceia do Senhor garantem, automaticamente, sua salvação. Por mais importantes que sejam essas coisas, a certeza e o selo da salvação do cristão não estão em uma cerimônia física, mas sim na obra espiritual realizada pelo Espírito Santo no coração (Fp 3:1-10; Cl 2:9-12). A circuncisão dos judeus removia uma pequena parte da carne, mas o Espírito Santo despoja todo o “corpo da carne” e nos faz novas criaturas em Cristo (Cl 2:11).
Obedeçam pelo cuidado de Deus (10:21 – 11:7). As palavras “o que fez” ou semelhantes são usadas seis vezes nesse parágrafo, pois a ênfase é sobre os feitos poderosos de Deus em favor de seu povo, Israel, “a grandeza do S e n h o r , a sua poderosa mão e o seu braço estendido” (Dt 11:2). O que Deus fez por Israel? Em primeiro lugar, quando eram escravos no Egito, Deus cuidou deles e multiplicou-os grandemente. Quando os israelitas estavam no Egito, viram o grande poder de Deus em ação contra o Faraó e contra a nação, quando Deus enviou sucessivos juízos que finalmente levaram à libertação de Israel. O poder de Deus não apenas devastou a terra e destruiu o exército do Faraó, como também demonstrou que Jeová era o Deus verdadeiro e que todos os deuses e deusas do Egito não passavam de ídolos parvos e impotentes. Uma vez que Israel se assentasse na terra, comemoraria a Páscoa todos os anos e se recordaria do que o Senhor havia feito por eles. Moisés também lembrou a nova geração de que Deus havia cuidado deles durante o tempo em que vagaram pelo deserto, mas mencionou apenas um acontecimento específico: o julgamento de Deus sobre Datã e Abirão (Dt 11:5, 6; Nm 16; Jz 11). Era importante que essa nova geração aprendesse a respeitar os líderes de Deus e a obedecer aos mandamentos do Senhor com relação ao sacerdócio. Ainda hoje, indivíduos arrogantes que desejam promover-se e ser “importantes” na igreja devem ter cuidado com a disciplina e o juízo de Deus (At 5:1-11; 1 Co 3:9-23; Hb 13:17; 2 Jo 9-12).
Obedeçam pelas promessas da aliança de Deus (w. 8-25). A palavra-chave desta parte do discurso é “terra” e aparece pelo menos doze vezes, referindo-se à terra de Canaã que Deus havia prometido a Abraão e a seus descendentes quando entrou em aliança com ele (Gn 13:14-1 7; 15:7-21; 1 7:8; 28:13; 5:12; Êx 3:8). Canaã não era apenas a Terra Prometida pelo fato de Deus haver garantido a posse daquele território a Israel, mas era também a “terra das promessas”, pois naquele lugar Deus cumpriria muitas de suas promessas relacionadas a sua grande dádiva da salvação para o mundo todo.
O mesmo princípio aplica-se aos cristãos de hoje: em Cristo temos “toda sorte de bênção espiritual” (Ef 1:3), mas não podemos nos apropriar delas nem desfrutá-las a menos que creiamos nas promessas de Deus e que obedeçamos a seus mandamentos. Se a nação de Israel temesse a Deus, o amasse e lhe obedecesse, ele enviaria as colheitas de grãos em seu devido tempo e daria alimento ao povo e aos rebanhos. Deus não estava “comprando” a obediência deles, mas sim recompensando sua fé e ensinando-lhes sobre as alegrias de conhecer e de servir ao Senhor. O problema não era Deus nem a terra, mas sim o coração do povo. “Guardai-vos não suceda que o vosso coração se engane” (11:16). O instrumento mais eficaz para deter a idolatria era a Palavra de Deus (vv. 18-21; ver Dt 6:6-9), o tesouro que Deus deu a Israel e a nenhuma outra nação. Essa Palavra deveria governar a vida do povo e ser o assunto de suas conversas.
Os cristãos de hoje enfrentam o mesmo perigo. É muito mais fácil usar uma cruz de ouro no pescoço do que carregar a cruz de Cristo na vida diária, e pendurar um texto das Escrituras na parede de nossa casa é mais simples do que guardar a Palavra de Deus em nosso coração. Se amamos o Senhor e se nos apegamos a ele, vamos ansiar conhecer mais de sua Palavra e lhe obedecer em todas as áreas de nossa vida. De que maneira nos apropriamos das bênçãos de Deus? Ao dar um passo de fé (Dt 11:24, 25). Foi isso o que Deus ordenou a Abraão (Gn 13:17), bem como a Josué (Js 1:3). Essa foi a promessa da qual Calebe se apropriou quando pediu sua herança na terra prometida (Js 14:6-15) e essa é a promessa da qual todos os cristãos devem se apropriar se esperam desfrutar as bênçãos que Deus tem para eles.
Hudson Taylor, fundador da China Inland Mission [Missão para o Interior da China], hoje chamada Overseas Missionary Fellowship, disse: “Como fazer para que a fé se fortaleça? Não lutando por ela, mas, sim, descansando sobre aquele que é fiel”.
Obedeçam pela disciplina de Deus (w. 26-32). A conclusão era que o povo precisava escolher se iria obedecer a Deus e desfrutar suas bênçãos ou se iria desobedecer-lhe e sofrer sua disciplina. Tinham opção de desfrutar a terra, de suportar o castigo na terra (Livro de Juizes) ou de ser expulsos da terra (cativeiro na Babilônia). Seria de se esperar que a escolha fosse fácil, pois quem iria querer a disciplina do Senhor?
Suas vitórias no futuro dependiam de suas decisões no presente, da determinação em seu coração de amar ao Senhor e de obedecer à sua Palavra. A oferta era simples: se obedecessem ao Senhor, ele os abençoaria; se desobedecessem, ele os disciplinaria. Depois que os israelitas entrassem na terra e começassem a conquistá-la, deveriam realizar uma cerimônia especial em Siquém, localizada entre o monte Gerizim e o monte Ebal (os detalhes são apresentados em Dt 27 – 28 e a realização da cerimônia em Js 8:30-35).
Em termos espirituais, os cristãos de hoje se encontram entre dois montes: o Calvário, onde Jesus morreu por nós, e o monte das Oliveiras, para o qual um dia Jesus irá voltar (Zc 14:4; At 1:11, 12). Porém, Deus não escreveu a lei da antiga aliança em pedras nem nos advertiu sobre suas maldições. Antes, ele escreveu sua nova aliança em nosso coração e nos abençoou em Jesus Cristo (2 Co 3:1-3; Hb 8; Ef 1:3). “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1 (. As dispensações de Deus podem mudar, mas seus princípios são sempre os mesmos, e um desses princípios é que Deus nos abençoa quando obedecemos e nos disciplina quando desobedecemos. Ao caminhar no poder do Espírito, superamos os desejos da carne, a retidão de Deus se cumpre em nós (Rm 8:4) e nunca ouvimos as vozes do monte Ebal.
QUEM REALMENTE SOMOS DE VERDADE?
Deuteronômio 8-11
Oliver Cromwell avisou ao artista que pintava seu retrato que se recusaria a pagar um centavo sequer pelo quadro se ele não se parecesse exatamente com ele, inclusive com “espinhas, verrugas e tudo o que você vê em mim”. Ao que parece, o grande estadista inglês era tão corajoso ao posar para um retrato quanto era liderando um exército no campo de batalha. A maioria de nós não é assim tão valente. Nossas fotos sem retoques nos incomodam e, certamente, pagaríamos de bom grado para que alguém pintasse um retrato que melhorasse nossa aparência.
Nesta parte de seu discurso de despedida, Moisés retratou o povo de Israel como era de fato, “com verrugas e tudo”. Era importante para a vida espiritual deles que Moisés fizesse isso, pois um dos primeiros passos para a maturidade é aceitar a realidade e tomar uma atitude em relação a ela. Precisamos nos ver com os olhos de Deus e, por sua graça, nos tornar tudo o que podemos ser em Jesus Cristo.
1. FILHOS NO DESERTO (Dt 8:1-5) – Os três elementos essenciais para que Israel conquistasse e desfrutasse a terra prometida eram: ouvir a Palavra de Deuslembrar-se Palavra e  obedecer a Palavra. Esses elementos ainda são essenciais para uma vida cristã bem-sucedida e satisfatória nos dias de hoje. Ao andar neste mundo, não temos como progredir sem a orientação de Deus, sem sua proteção e provisão, sendo que uma boa memória também ajuda. Nestes capítulos, Moisés nos ordena quatro vezes a lembrar (8:2, 18; 9:7, 27) e em quatro ocasiões nos admoesta a não esquecer (8:11, 14, 19; 9:7). Moisés ressaltou quatro ministérios que Deus realizou por Israel e que realiza por nós hoje, quando procura nos amadurecer e preparar para aquilo que ele tem planejado para nós.
 DEUS NOS PROVA (W. 1, 2). Deus sabe o que há dentro do coração de seus filhos, mas nem sempre seus filhos o sabem – ou querem saber. “E todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mentes e corações” (Ap 2:23). A vida é uma escola (Sl 90:12), e muitas vezes não nos damos conta de qual é a lição até termos sido reprovados no teste!
A forma como reagimos às provas da vida revela o que há, de fato, dentro de nosso coração, especialmente quando essas provas incluem experiências da vida diária.
DEUS NOS ENSINA (V. 3). Durante a jornada do povo pelo deserto, Deus enviou-lhes “pão dos anjos” (Sl 78:21-25) todas as manhãs para ensiná-los a confiar nele em tudo de que precisassem. Porém, o maná era mais do que o sustento físico diário. Era também um símbolo do Messias vindouro, “o pão da vida” (Jo 6:35). Quando foi tentado por Satanás para transformar pedras em pão (Mt 4:1-4), Jesus citou Deuteronômio 8:3 e mostrou que a Palavra de Deus também é o pão de Deus, pois nos “alimentamos” de Jesus Cristo quando nos “alimentamos” da Palavra de Deus. O Senhor estava ensinando os israelitas a buscar nele seu “pão […] de cada dia” (Mt 6:11) e a começar o dia meditando na Palavra de Deus.
DEUS CUIDA DE NÓS (V. 4; 29:5). Deus não apenas alimentou os israelitas a cada manhã com “pão miraculoso”, mas também guardou as roupas que vestiam de se desgastar e seus pés de inchar. As três perguntas mais prementes da vida da maior parte das pessoas é: “O que comeremos? O que beberemos? O que iremos vestir?” (Mt 6:25-34), e o Senhor supriu todas essas necessidades de seu povo durante quarenta anos.
DEUS NOS DISCIPLINA (V. 5). Deus considerava os Filhos de Israel como seus próprios filhos a quem muito amava. “Israel é meu filho, meu primogênito” (Êx 4:22; ver Os 11:1). Depois de anos de escravidão no Egito, os israelitas precisavam aprender o que era a liberdade e como usá-la com responsabilidade. A disciplina é a preparação da criança para as responsabilidades da vida adulta. A disciplina prova que Deus nos ama e que somos membros de sua família (Hb 12:5-8; Pv 3:11, 12). O segredo para o crescimento durante a disciplina é nos humilharmos e nos submetermos à vontade de Deus (Dt 8:2, 3; Hb 12:9, 10).
2. PEREGRINOS NA TERRA (Dt 8:6-20)-Depois de ser libertado do Egito, o destino do povo de Israel não era o deserto, mas sim a terra prometida, o lugar de sua herança. “E [Deus] dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que sob juramento prometeu a nossos pais” (Dt 6:23). O mesmo acontece com a vida cristã: nascer de novo e ser redimido do pecado é só o começo de nossa caminhada com Cristo, sem dúvida um grande começo, mas nada além disso. Porém, se nos entregarmos ao Senhor e obedecermos à sua vontade, então ele nos capacitará, a fim de nos tornarmos “mais que vencedores” (Rm 8:37) quando nos apropriarmos de nossa herança em Deus e servirmos ao Senhor.
DESFRUTANDO A BÊNÇÃO DE DEUS (W. 6-9). A “chave” que abria a porta da Terra Prometida era simples: obedecer aos mandamentos de Deus, andar nos seus caminhos e reverenciá-lo (v. 6). Sem dúvida, era uma terra de leite e mel, onde nada faltava. Tudo isso tipifica, para o cristão de hoje, a riqueza espiritual que temos em Cristo: as riquezas de sua graça (Ef 1:7; 2:7), as riquezas de sua glória (Ef 1:18; 3:16), as riquezas de sua misericórdia (Ef 2:4) e as “insondáveis riquezas de Cristo” (Ef 3:8). Somos completos em Cristo (Cl 2:10), no qual habita toda a plenitude (Cl 1:19) e, portanto, temos tudo de que precisamos e de que viremos a precisar para uma vida cristã plena para a glória de Deus.
ESQUECENDO-SE DA BONDADE DE DEUS (VV. 10-18). A prosperidade e o conforto trazem consigo o perigo de nos envolvermos tanto com as bênçãos a ponto de nos esquecermos daquele que nos abençoou. Por esse motivo, Moisés admoestou os israelitas a louvar a Deus depois de fazer suas refeições, para que não se esquecessem do Doador de tudo o que é bom e perfeito (v. 10; Tg 1:1 7). Moisés descreveu os perigos relacionados a se esquecer de que Deus é a fonte de todas as bênçãos que desfrutamos. “Antes, te lembrarás do S e n h o r, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas” (v. 18).
 REJEITANDO A AUTORIDADE DE DEUS (VV. 19, 20). No ponto mais crítico desse declínio espiritual, os “israelitas abastados” deixariam o Senhor, o verdadeiro Deus vivo, e passariam a adorar aos falsos deuses de seus vizinhos. A idolatria começa no coração quando a gratidão ao Doador é substituída pela cobiça pelas dádivas. “Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus” (Rm 1:21). Um coração ingrato pode tornar-se rapidamente um abrigo para todo tipo de atitude pecaminosa e de apetite carnal. O que o Senhor faria? Trataria a idolatria de seu próprio povo como havia tratado a idolatria das nações que expulsara da terra e destruiria Israel e seus falsos deuses. Prosperidade – ingratidão – idolatria: três passos para a destruição. No entanto, não se trata de pecados da antiguidade, pois estão presentes nos dias de hoje em corações, lares, negócios e igrejas.
3. SALVOS PELA GRAÇA DE DEUS (D t 9:1 – 10 :11 )-Israel era um povo rebelde contra o Senhor. Pela quinta vez em seu discurso, Moisés diz: “Ouve, ó Israel!” (ver Dt 4:1; 5:1; 6:3, 4). Ele estava lhes entregando a Palavra de Deus, e quando Deus fala, seu povo deve ouvir. A palavra “ouve” é usada com frequência em Deuteronômio, pois o povo de Deus vive pela fé, e “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17). Os israelitas não podiam ver seu Deus, mas podiam ouvi-lo, enquanto seus vizinhos pagãos podiam ver seus deuses, mas não podiam ouvi-los (Sl 115:5).Nessa parte do discurso, Moisés lembrou o povo de que sua conduta, desde que tinham deixado o Egito, havia sido qualquer coisa, menos exemplar, apesar da longanimidade e da graça de Deus.
A GRAÇA DE DEUS (W. 1-6). Deus lembrou Israel da incredulidade da geração anterior em Cades-Barnéia, quando viram os obstáculos de Canaã, mas se esqueceram do poder de seu Deus (Dt 9:1, 2; Nm 13 – 14). Deus garantiu a seu povo que não havia necessidade de temer o futuro, pois o Senhor iria adiante deles para ajudá-los a derrotar os inimigos. Mas Deus trabalharia neles e por intermédio deles, a fim de conquistar as nações da terra (Fp 2:12, 13; Pv 21:31). Mais uma vez, Moisés lembrou a nação de que a terra era uma dádiva do Senhor, não uma recompensa pela retidão deles. A ênfase é sobre a graça de Deus e não sobre a vontade do povo de Deus, e essa ênfase é necessária nos dias de hoje (Tt 2:11 – 3:7). Quando nos esquecemos da graça de Deus, tornamo-nos orgulhosos e começamos a pensar que merecemos tudo o que Deus fez por nós; assim, Deus precisa nos lembrar de sua bondade e de nossa pecaminosidade, e tal lembrete pode ser doloroso. Esse é o tema da parte seguinte da mensagem de Moisés.
 A DISCIPLINA DE DEUS (9:7 – 10:11). Moisés estava se dirigindo à nova geração, mas aquelas pessoas precisavam ouvir essa parte da mensagem e conscientizar-se de que eram pecadores assim como seus antepassados. O tema é expresso com severidade em Deuteronômio 9:24: “Rebeldes fostes contra o S e n h o r , desde o dia em que vos conheci”. Deus chamou Abraão e conduziu- o à Terra Prometida, mas o patriarca fugiu para o Egito, a fim de evitar uma fome que assolava a terra (Gn 12:1Oss). O cenário no drama da vida de fé pode mudar, mas os atores e os textos são basicamente os mesmos: Deus abençoa, desfrutamos as bênçãos e, em seguida, rebelamo-nos contra sua disciplina e perdemos as bênçãos que ele planejou para nós. Em sua recapitulação da história de rebeldia de Israel, Moisés começou com a adoração do bezerro de ouro no monte Sinai (Dt 9:7-21; 25:10, 11; Êx 32) e, depois, simplesmente mencionou os lugares onde se rebelaram na jornada do Sinai até Cades- Barnéia (Dt 9:22). Em seguida, anunciou a incredulidade e a rebelião do povo em Cades-Barnéia (vv. 23, 24), prosseguindo com outro lembrete a respeito do bezerro de ouro (9:25 – 10:11). Moisés não seguiu uma cronologia rígida em seu relato de todos os acontecimentos da história de Israel, mas enfatizou seus dois grandes pecados: a adoração ao bezerro de ouro, no Sinai, e a recusa em entrar na terra, em Cades-Barnéia. Israel cometeu um pecado gravíssimo quando adorou ao bezerro de ouro (Êx 32 – 34). Em sua história da libertação do Egito, encontrava-se uma demonstração da graça e do poder de Deus e, ainda assim, o povo rebelou-se contra seu Redentor! Israel era o povo de Deus, remido pela mão do Senhor, no entanto, fizeram um novo deus! A impaciência e a incredulidade impeliram Israel a pecar tão gravemente no monte Sinai, pois Moisés havia estado na montanha com o Senhor durante quarenta dias e quarenta noites (Êx 24:1-18).
Nunca subestime a importância da liderança espiritual que estimula a obediência à Palavra de Deus. Moisés enfrentou a mesma prova em Cades-Barnéia e, mais uma vez, colocou a glória de Deus e o bem do povo antes do benefício próprio (Nm 14:12). Moisés estava mais preocupado com a glória e a reputação do Senhor diante das nações pagãs, pois sabia que o temor de Deus deveria ir adiante de Israel, a fim de que pudessem conquistar a terra e apropriar-se de sua herança. Mas tanto os líderes quanto os seguidores são provados, e Moisés passou no teste. Demonstrou que sua grande preocupação não era com a própria fama ou posição, mas com a glória de Deus e o bem do povo. Na verdade, estava disposto a morrer pelos israelitas para que Deus não os destruísse (Êx 32:31-34). O verdadeiro pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10:11). Depois de recapitular o grande pecado no Sinai, Moisés mencionou as repetidas rebeliões de Israel a caminho de Cades-Barnéia (Dt 9:22). Em Taberá, o povo reclamou de suas “dificuldades”, e Deus enviou fogo do céu para consumir algumas pessoas das cercanias do acampamento (Nm 11:1-3). As pessoas que murmuraram para Moisés imploraram que seu líder orasse por eles, e Deus ouviu Moisés e fez cessar o julgamento. “Taberá” significa “queimadura”, e o nome deve nos lembrar de que a murmuração é pecado (Fp 2:14, 15; 1 Co 10:10). Em Massá, os israelitas reclamaram, pois estavam sedentos, de modo que Moisés feriu a rocha, e Deus proveu água em abundância para o povo (Êx 1 7:1-7). O nome “Massá” significa “provando” e é colocado junto com o nome “Meribá”, que quer dizer “contendendo”. “Quibrote-Taavá” significa “túmulo de concupiscência” e refere-se à ocasião em que Israel cansou-se do maná e pediu carne para comer (Nm 11:4ss). Deus enviou bandos de codornizes sobre o acampamento de Israel, e tudo o que o povo tinha a fazer era apanhar os pássaros, limpá-los, cozinhá-los e comê-los. Era o velho “apetite egípcio” se manifestando novamente, a carne se rebelando contra o Espírito. Enquanto os israelitas estavam comendo a carne, o julgamento do Senhor veio sobre eles, e Deus enviou uma praga ao acampamento. “Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma” (Sl 106:15). As vezes, o maior julgamento de Deus é permitir que nossos desejos sejam satisfeitos (Rm 1:22-28). Por fim, Moisés recapitulou o grande pecado de israel em Cades-Barnéia (Dt 9:23, 24; Nm 13-14). Durante a marcha do Egito para Cades, os israelitas haviam visto a mão de Deus operando cada dia, suprindo todas as suas necessidades, mas em Cades acharam que Deus não era grande o suficiente para lhes dar a vitória sobre as nações de Canaã. A incredulidade é um pecado deliberado; é tentar o Senhor e dizer: “Não vou confiar no Senhor nem obedecer a suas ordens!”.
Deus é sempre fiel em suas promessas, e mesmo quando não permitimos que ele governe nossa vida, ele prevalece e, ainda assim, cumpre seus propósitos. Todo cristão e todo ministério cristão, quer seja uma igreja local, quer seja um ministério paraeclesiástico, deve crer que Deus suprirá suas necessidades a cada dia. Se murmuramos ao longo do caminho, estaremos apenas dando provas de que não confiamos em Deus, mas achamos que sabemos melhor do que ele o que é o ideal para nós. Quando chegarmos a um lugar como Cades-Barnéia em nossa vida, onde devemos nos apropriar daquilo que Deus planejou para nós e avançar pela fé, não devemos nos rebelar contra Deus e nos recusar a confiar e a obedecer.
4. SERVOS DO SENHOR (Dt 10:12 – 11:32)-As palavras: “Agora, pois, ó Israel” (Dt 10:12) constituem a transição a que Moisés chega ao encerrar essa parte de seu discurso, uma seção em que ele lembra o povo dos motivos para obedecer ao Senhor seu Deus. Não se tratava de um assunto novo, porém, ainda assim, era uma questão importante, e Moisés queria que todos compreendessem a mensagem e que não a esquecessem: a obediência por amor ao Senhor é a chave de toda bênção. Os israelitas não carregavam Bíblias de bolso e tinham de depender de sua memória, de modo que a repetição era um recurso importante.
Obedeçam pelos mandamentos de Deus (w. 12, 13). A sequência destes cinco verbos é significativa: temer, andar, amar, servir e guardar.
 A obediência ao Senhor é “para o [nosso] bem” (Dt 10:13), pois quando lhe obedecemos temos comunhão com ele, desfrutamos suas bênçãos e evitamos as consequências trágicas da desobediência. O elemento central desse conjunto de cinco verbos é o amor, sendo que nessa parte de seu discurso Moisés emprega seis vezes termos relacionados a ele (Dt 10:12, 15, 19; 11:1, 13, 22). É possível temer e amar ao Senhor ao mesmo tempo? Sim, pois a reverência que demonstramos para com ele é uma forma amorosa de respeito que vem do coração. A palavra “coração” aparece cinco vezes nessa parte do discurso de Moisés (Dt 10:12, 16; 11:13, 16, 18), de modo que ele deixou claro que o Senhor quer mais do que obediência externa. Deseja que façamos a vontade dele de coração (Ef 6:6), uma obediência motivada pelo amor que alegra nosso Pai celestial. O amor é o cumprimento da lei (Rm 13:10); portanto, se amarmos a Deus, não será um fardo nem uma batalha lhe servir e guardar seus mandamentos. Esses cinco elementos são como partes de um motor, que devem ficar juntas e trabalhar em conjunto.
Obedeçam pelo caráter de Deus (vv. 14-22). O equilíbrio entre o temor do Senhor e o amor ao Senhor é resultado de uma compreensão cada vez maior dos atributos de Deus, sendo que esses atributos encontram-se descritos na Bíblia. Quando o Criador do Universo é seu Pai, por que se preocupar? Ao olhar para a criação, não ê difícil ver que existe um Deus poderoso e sábio, pois somente um Ser poderoso teria como criar algo do nada e somente um Ser sábio teria como fazê-lo de modo tão completo e maravilhoso e como mantê-lo funcionando em harmonia. Quer você olhe por um telescópio, quer por um microscópio, vai concordar com Isaac Watts:
Do chão que estou a pisar
As noites estreladas,
Para onde volto meu olhar.
 Senhor, como tuas maravilhas são demonstradas!
Deus escolheu Israel porque o amava, e, por causa desse amor, entrou em aliança com ele, a fim de ser seu Deus e de abençoá-lo. O selo dessa aliança era a circuncisão, dada primeiramente a Abraão (Gn 1 7:9-14) e que devia ser realizada em todos os seus descendentes do sexo masculino. A circuncisão não era uma garantia de que todo judeu iria para o céu (Mt 3:7-12). A menos que houvesse uma transformação interior, realizada por Deus em resposta a sua fé, a pessoa não pertenceria, necessariamente, ao Senhor (ver Dt 30:6), sendo que essa mensagem foi repetida pelos profetas (Jr 4:4; Ez 44:7, 9) e pelo apóstolo Paulo (Rm 4:9-12; ver At 7:51).
Infelizmente, a mesma cegueira espiritual ainda está presente em nosso meio hoje em dia, pois muitas pessoas crêem que o batismo, a profissão de fé, o fato de ser membro da igreja ou de participar da Ceia do Senhor garantem, automaticamente, sua salvação. Por mais importantes que sejam essas coisas, a certeza e o selo da salvação do cristão não estão em uma cerimônia física, mas sim na obra espiritual realizada pelo Espírito Santo no coração (Fp 3:1-10; Cl 2:9-12). A circuncisão dos judeus removia uma pequena parte da carne, mas o Espírito Santo despoja todo o “corpo da carne” e nos faz novas criaturas em Cristo (Cl 2:11).
Obedeçam pelo cuidado de Deus (10:21 – 11:7). As palavras “o que fez” ou semelhantes são usadas seis vezes nesse parágrafo, pois a ênfase é sobre os feitos poderosos de Deus em favor de seu povo, Israel, “a grandeza do S e n h o r , a sua poderosa mão e o seu braço estendido” (Dt 11:2). O que Deus fez por Israel? Em primeiro lugar, quando eram escravos no Egito, Deus cuidou deles e multiplicou-os grandemente. Quando os israelitas estavam no Egito, viram o grande poder de Deus em ação contra o Faraó e contra a nação, quando Deus enviou sucessivos juízos que finalmente levaram à libertação de Israel. O poder de Deus não apenas devastou a terra e destruiu o exército do Faraó, como também demonstrou que Jeová era o Deus verdadeiro e que todos os deuses e deusas do Egito não passavam de ídolos parvos e impotentes. Uma vez que Israel se assentasse na terra, comemoraria a Páscoa todos os anos e se recordaria do que o Senhor havia feito por eles. Moisés também lembrou a nova geração de que Deus havia cuidado deles durante o tempo em que vagaram pelo deserto, mas mencionou apenas um acontecimento específico: o julgamento de Deus sobre Datã e Abirão (Dt 11:5, 6; Nm 16; Jz 11). Era importante que essa nova geração aprendesse a respeitar os líderes de Deus e a obedecer aos mandamentos do Senhor com relação ao sacerdócio. Ainda hoje, indivíduos arrogantes que desejam promover-se e ser “importantes” na igreja devem ter cuidado com a disciplina e o juízo de Deus (At 5:1-11; 1 Co 3:9-23; Hb 13:17; 2 Jo 9-12).
Obedeçam pelas promessas da aliança de Deus (w. 8-25). A palavra-chave desta parte do discurso é “terra” e aparece pelo menos doze vezes, referindo-se à terra de Canaã que Deus havia prometido a Abraão e a seus descendentes quando entrou em aliança com ele (Gn 13:14-1 7; 15:7-21; 1 7:8; 28:13; 5:12; Êx 3:8). Canaã não era apenas a Terra Prometida pelo fato de Deus haver garantido a posse daquele território a Israel, mas era também a “terra das promessas”, pois naquele lugar Deus cumpriria muitas de suas promessas relacionadas a sua grande dádiva da salvação para o mundo todo.
O mesmo princípio aplica-se aos cristãos de hoje: em Cristo temos “toda sorte de bênção espiritual” (Ef 1:3), mas não podemos nos apropriar delas nem desfrutá-las a menos que creiamos nas promessas de Deus e que obedeçamos a seus mandamentos. Se a nação de Israel temesse a Deus, o amasse e lhe obedecesse, ele enviaria as colheitas de grãos em seu devido tempo e daria alimento ao povo e aos rebanhos. Deus não estava “comprando” a obediência deles, mas sim recompensando sua fé e ensinando-lhes sobre as alegrias de conhecer e de servir ao Senhor. O problema não era Deus nem a terra, mas sim o coração do povo. “Guardai-vos não suceda que o vosso coração se engane” (11:16). O instrumento mais eficaz para deter a idolatria era a Palavra de Deus (vv. 18-21; ver Dt 6:6-9), o tesouro que Deus deu a Israel e a nenhuma outra nação. Essa Palavra deveria governar a vida do povo e ser o assunto de suas conversas.
Os cristãos de hoje enfrentam o mesmo perigo. É muito mais fácil usar uma cruz de ouro no pescoço do que carregar a cruz de Cristo na vida diária, e pendurar um texto das Escrituras na parede de nossa casa é mais simples do que guardar a Palavra de Deus em nosso coração. Se amamos o Senhor e se nos apegamos a ele, vamos ansiar conhecer mais de sua Palavra e lhe obedecer em todas as áreas de nossa vida. De que maneira nos apropriamos das bênçãos de Deus? Ao dar um passo de fé (Dt 11:24, 25). Foi isso o que Deus ordenou a Abraão (Gn 13:17), bem como a Josué (Js 1:3). Essa foi a promessa da qual Calebe se apropriou quando pediu sua herança na terra prometida (Js 14:6-15) e essa é a promessa da qual todos os cristãos devem se apropriar se esperam desfrutar as bênçãos que Deus tem para eles.
Hudson Taylor, fundador da China Inland Mission [Missão para o Interior da China], hoje chamada Overseas Missionary Fellowship, disse: “Como fazer para que a fé se fortaleça? Não lutando por ela, mas, sim, descansando sobre aquele que é fiel”.
Obedeçam pela disciplina de Deus (w. 26-32). A conclusão era que o povo precisava escolher se iria obedecer a Deus e desfrutar suas bênçãos ou se iria desobedecer-lhe e sofrer sua disciplina. Tinham opção de desfrutar a terra, de suportar o castigo na terra (Livro de Juizes) ou de ser expulsos da terra (cativeiro na Babilônia). Seria de se esperar que a escolha fosse fácil, pois quem iria querer a disciplina do Senhor?
Suas vitórias no futuro dependiam de suas decisões no presente, da determinação em seu coração de amar ao Senhor e de obedecer à sua Palavra. A oferta era simples: se obedecessem ao Senhor, ele os abençoaria; se desobedecessem, ele os disciplinaria. Depois que os israelitas entrassem na terra e começassem a conquistá-la, deveriam realizar uma cerimônia especial em Siquém, localizada entre o monte Gerizim e o monte Ebal (os detalhes são apresentados em Dt 27 – 28 e a realização da cerimônia em Js 8:30-35).
Em termos espirituais, os cristãos de hoje se encontram entre dois montes: o Calvário, onde Jesus morreu por nós, e o monte das Oliveiras, para o qual um dia Jesus irá voltar (Zc 14:4; At 1:11, 12). Porém, Deus não escreveu a lei da antiga aliança em pedras nem nos advertiu sobre suas maldições. Antes, ele escreveu sua nova aliança em nosso coração e nos abençoou em Jesus Cristo (2 Co 3:1-3; Hb 8; Ef 1:3). “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1 (. As dispensações de Deus podem mudar, mas seus princípios são sempre os mesmos, e um desses princípios é que Deus nos abençoa quando obedecemos e nos disciplina quando desobedecemos. Ao caminhar no poder do Espírito, superamos os desejos da carne, a retidão de Deus se cumpre em nós (Rm 8:4) e nunca ouvimos as vozes do monte Ebal.
CA; Eli Vieira

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