A Maior Prova de Abraão
Gênesis 22
INTRODUÇÃO
Uma inscrição no relógio de uma catedral diz:Quando em minha infância eu ria e chorava,
O tempo se arrastava.
Quando em minha juventude eu sonhava e falava,
O tempo caminhava.
Quando um homem crescido vim a ser,
O tempo passou a correr.
E, mais tarde, ao mais velho ficar,
Vi o tempo voar.
Logo, nesta jornada em que estou,
Verei que o tempo passou.
Abraão matriculou-se na “escola da fé” aos setenta e cinco anos de idade. Nesta passagem, estava com mais de cem anos e continuava passando por experiências intensas. Nunca somos velhos demais para enfrentar novos desafios, para lutar novas batalhas e para aprender novas verdades. Quando paramos de aprender, deixamos de crescer, e quando deixamos de crescer, paramos de viver.
“Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o texto”, escreveu Arthur Schopenhauer, “e os outros trinta nos apresentam o comentário”. Para o cristão, o texto é Habacuque 2:4: “O justo viverá pela fé”. O “comentário” está sendo escrito quando ouvimos a voz de Deus e obedecemos à sua direção, um dia de cada vez. É triste dizer, mas algumas pessoas não entendem nem o texto nem o comentário, e sua vida acaba antes que tenham começado a viver de fato.
Gênesis 22 registra a maior prova pela qual Abraão teve de passar. É verdade que esse texto também apresenta um belo retrato do sacrifício de nosso Senhor no Calvário, mas a principal lição refere-se à fé obediente que supera todas as provações da vida. Abraão nos ensina como encarar e tratar as provas de nossa vida para a glória de Deus. Pense nestas cinco instruções simples:
1 . ESPERE QUE DEUS MANDE PROVAS (GN 22:1, 2)
Na “escola da fé”, precisamos, periodicamente, passar por provas. De outro modo, jamais ficaremos sabendo onde nos encontramos em termos espirituais. Abraão teve sua cota de provas desde o começo. Primeiro, foi a “prova da família”, quando teve de deixar seus entes queridos e dar um passo de fé dirigindo-se a uma nova terra (Gn 11:27 – 12:5). Logo em seguida, veio a “prova da fome”, na qual Abraão não passou, pois duvidou de Deus e foi buscar ajuda no Egito (Gn 12:10 – 13:4).
Uma vez de volta à terra, Abraão passou pela “prova de cordialidade”, quando deixou que Ló escolhesse primeiro as terras para pastagem (Gn 13:5-18). Também passou pela “prova da luta”, quando derrotou os reis (Gn 14:1-16), e na “prova da fortuna”, ao dizer “não” às riquezas de Sodoma (vv. 1 7-24). No entanto, foi reprovado na “prova da paternidade”, quando Sara impacientou-se com Deus e sugeriu que Abraão tivesse um filho com Agar (Gn 16). Quando chegou o momento de mandar Ismael embora, Abraão passou na “prova da despedida” (Gn 21:14-21).
Nem toda experiência difícil na vida é, necessariamente, um teste pessoal de Deus. (É claro que qualquer experiência pode tor- nar-se uma prova ou tentação, dependendo de como lidamos com ela. Ver Tg 1:12-16.) Por vezes, é nossa própria desobediência que causa dor ou decepção, como aconteceu com Abraão quando foi para o Egito (Gn 12:1 Oss) e para Gerar (Gn 20). As vezes, nosso sofrimento é simplesmente uma parte normal da vida humana: como quando envelhecemos, quando amigos e entes queridos vão para longe ou morrem, quando a vida muda a nosso redor e devemos nos adaptar, mesmo que seja doloroso.
Aprenda a distinguir entre provações e tentações. As tentações vêm dos desejos dentro de nós (Tg 1:12-16), enquanto as provações vêm do Senhor, que tem um propósito específico a cumprir. As tentações podem ser usadas pelo inimigo para estimular o que há de pior em nós, mas as provações são usadas pelo Espírito Santo para extrair o que há de melhor em nós (Tg 1:1-6). As tentações parecem lógicas, enquanto as provações parecem não fazer sentido algum. Por que Deus daria um filho a Abraão para, depois, pedir que matasse o menino?
Todos os cristãos são tentados a pecar de forma parecida (1 Co 10:13), mas nem todos os cristãos passam pelas mesmas provações de fé. As provas de Deus são feitas sob medida para cada um de seus filhos, e a experiência de cada um deles é singular. Deus jamais pediu a Ló que passasse pelas mesmas provas que Abraão. Isso porque Ló estava sendo tentado pelo mundo e pela carne e jamais alcançou o mesmo nível de maturidade que Abraão. Em certo sentido, o fato de Deus nos mandar provações é um elogio – mostra que Deus deseja nos levar para o estágio seguinte da “escola da fé”. Deus jamais envia uma prova até que saiba que estamos preparados para ela.
“A vida é difícil”, escreveu o psiquiatra M. Scott Peck. “Uma vez que sabemos, de fato, que a vida é difícil – uma vez que sabemos e que aceitamos isso então a vida deixa de ser difícil” (The Road Less Traveled, p. 15). Essa é a primeira lição que devemos aprender. Espere provas de Deus, pois a vida cristã não é fácil.
2. CONCENTRE-SE NAS PROMESSAS, NÃO NAS EXPLICAÇÕES ( G n 22:3-5)
“No início da vida espiritual”, escreveu a religiosa francesa Madame Guyon, “nossa tarefa mais difícil é sofrer com nosso próximo; ao longo de seu progresso, conosco mesmos; e, no final, com Deus”. Nossa fé não é verdadeiramente testada até que Deus nos peça para suportar aquilo que parece insuportável e para esperar aquilo que parece impossível. Quer você olhe para José na prisão, para Moisés e Israel no mar Vermelho, para Davi na caverna, quer para Jesus no Calvário, a lição é a mesma: vivemos pelas promessas, não pelas explicações.
Pense em como foi absurdo o pedido de Deus. Isaque era o único filho de Abraão, e o futuro da aliança dependia dele. Isaque era o filho do milagre, a dádiva de Deus a Abraão e Sara em resposta à sua fé. Abraão e Sara amavam Isaque profundamente e haviam construído todo o seu futuro em torno dele. Quando Deus pediu a Abraão para oferecer seu filho em sacrifício, estava testando a fé, a esperança e o amor. Parecia que Deus estava acabando com tudo pelo que Abraão e Sara haviam vivido.
Quando Deus nos manda uma provação, normalmente nossa primeira reação é perguntar: “Por que, Senhor?” e, depois: “Por que eu?”. Mais que depressa, queremos que Deus nos dê explicações. E claro que sabemos que Deus tem seus motivos para mandar essas provas – talvez para purificar nossa fé (1 Pe 1:6-9), para aperfeiçoar nosso caráter (Tg 1:1-4) ou até mesmo para nos proteger do pecado (2 Co 12:7-10) -, mas não vemos de que modo tais coisas se aplicam a nós. O fato de pedirmos explicações ao nosso Pai indica que não nos conhecemos como deveríamos ou que não conhecemos a Deus como deveríamos.
Abraão ouviu a Palavra de Deus e obedeceu imediatamente pela fé. Ele sabia que Deus jamais entraria em contradição com suas promessas, de modo que se apegou à promessa de que “por Isaque será chamada a tua descendência” (Gn 21:12). Abraão creu que Deus, mesmo que lhe permitisse sacrificar seu filho, poderia ressuscitar Isaque dentre os mortos (Hb 11:17-19). A fé não exige uma explicação; ela descansa nas promessas.
Abraão disse a seus dois servos: “Eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” (Gn 22:5). Pelo fato de Abraão crer em Deus, não tinha intenção de trazer de volta um morto! Já foi dito que Abraão creu em Deus e obedeceu a ele quando não sabia onde (Hb 11:8), quando (Hb 11:9-10, 13-16), como (Hb 11:11, 12) nem por quê (Hb 11:17-19).
3. NA PROVA DEPENDA DA PROVISÃO DE DEUS (GN 22:6-14)
Há duas declarações que revelam a ênfase dessa passagem: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto” (v. 8); e “Jeová-Jiré” (Gn 22:14), isto é, “O Senhor proverá”. Ao subir o monte Moriá com seu filho, Abraão estava confiante de que Deus supriria todas as necessidades.
Em que Abraão podia confiar? Certamente não em seus sentimentos, pois devia sentir uma dor terrível dentro dele ao pensar em sacrificar o filho no altar. Amava seu único filho, mas também amava a Deus e desejava lhe obedecer.
Abraão também não podia depender de outras pessoas. Sara ficou em casa, e os dois servos que o haviam acompanhado permaneceram no acampamento. Agradecemos a Deus pelos amigos e membros da família que nos ajudam a carregar nossos fardos, mas há provações na vida que precisamos enfrentar sozinhos. É somente nessas ocasiões que podemos ver o que nosso Pai pode, de fato, fazer por nós!
Abraão podia confiar na promessa e na provisão do Senhor. Já havia experimentado o poder de ressurreição de Deus em seu próprio corpo (Rm 4:19-21), e assim sabia que Deus poderia ressuscitar Isaque dentre os mortos, caso esse fosse seu plano. Ao que parece, não houve nenhum caso de ressurreição antes daquela época, de modo que Abraão estava exercitando grande fé em Deus.
De acordo com Efésios 1:1 9, 20 e 3:20, 21, os cristãos têm o poder da ressurreição de Cristo disponível em seu corpo ao entregar-se ao Espírito Santo. Podemos conhecer “o poder da sua ressurreição” (Fp 3:10) ao enfrentar aquilo que a vida diária exige de nós, bem como suas provações. Quando a situação parece desesperadora, pergunte-se: “Acaso, para o Sen h o r há coisa demasiadamente difícil?” (Gn 18:14), e lembre-se: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:13).
Deus providenciou o sacrifício, e um carneiro tomou o lugar de Isaque no altar (Gn 22:13). Abraão descobriu um novo nome
para Deus – “Jeová-Jiré” – que pode ser traduzido como “o Senhor proverá” ou “o Senhor será visto”. A declaração: “No monte do S e n h o r se proverá” nos ajuda a compreender algumas verdades sobre a provisão do Senhor.
Onde o Senhor provê nossas necessidades? No lugar indicado por ele. Abraão estava no lugar certo, de modo que Deus pôde ir ao encontro de suas necessidades. Não temos o direito de esperar pela provisão de Deus se não estivermos dentro da vontade de Deus.
Quando Deus provê nossas necessidades? Exatamente quando precisarmos, nem um minuto antes. Quando você coloca seu pedido diante do trono da graça, Deus responde com misericórdia e graça “em ocasião oportuna” (Hb 4:1 6). Por vezes, temos a impressão de que Deus espera até o último minuto para nos socorrer, mas esse é apenas nosso ponto de vista humano. Deus nunca chega atrasado.
Como Deus provê? De maneiras que, normalmente, são bastante naturais. Deus não enviou um anjo junto com o sacrifício; simplesmente permitiu que um carneiro ficasse preso pelos chifres nos arbustos no momento em que Abraão precisava e num lugar que Abraão podia alcançar. Abraão só necessitava de um animal, de modo que Deus não mandou um rebanho de ovelhas.
A quem Deus concede sua provisão? Àqueles que confiam nele e que obedecem a suas instruções. Quando estamos fazendo a vontade de Deus, temos o direito de esperar pela provisão divina. Um diácono da primeira igreja que pastoreei costumava nos lembrar de que: “Quando a obra é feita à maneira de Deus, não carecerá do apoio de Deus”. O Senhor não tem obrigação de abençoar minhas idéias e projetos, mas tem obrigação de apoiar sua obra, se ela é feita da maneira correta.
Por que Deus supre todas as nossas necessidades? Para a glória de seu nome! “Santificado seja o teu nome” (Mt 6:9-13) é a primeira petição da oração do Pai-Nosso e governa todos os outros pedidos. Deus foi glorificado no monte Moriá, pois Abraão e Isaque fizeram a vontade do Senhor e glorificaram a Jesus Cristo. Devemos parar e refletir sobre essa importante verdade.
4. QUANDO VENCER A PROVA, GLORIFIQUE A CRISTO (22.6,8,19)
Durante as provações, é fácil pensar apenas em nossas necessidades e em nossos fardos; em vez disso, devemos nos concentrar em glorificar a Jesus Cristo. Pegamo-nos perguntando: “Como posso sair dessa situação?” em lugar de: “O que posso aprender com isso de modo a honrar ao Senhor?”. Por vezes, desperdiçamos nosso sofrimento ao negligenciar ou ignorar as oportunidades de revelar Jesus Cristo a outros que nos observam, enquanto passamos pela fornalha de fogo.
Se já houve duas pessoas sofredoras que revelaram Jesus Cristo foram Abraão e Isaque no monte Moriá. Sua experiência é um retrato do Pai, do Filho e da cruz e um dos símbolos mais antigos de Cristo encontrados em todo o Antigo Testamento. Jesus disse aos judeus: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (Jo 8:56). No nascimento miraculoso de Isaque, Abraão viu o dia do nascimento de Cristo. E no casamento de Isaque (Gn 24), viu o dia da volta de Cristo para buscar sua noiva. No monte Moriá, porém, quando Isaque estava disposto a colocar-se no altar, Abraão viu o dia da morte e ressurreição de Cristo. Encontramos várias verdades sobre a expiação nesse acontecimento.
O Pai e o Filho agiram em conjunto. A frase comovente: “Caminhavam ambos juntos” (Gn 22:6, 8) aparece duas vezes durante a narração. Em nosso testemunho evangelístico, muitas vezes damos ênfase ao amor do Pai pelos pecadores perdidos (Jo 3:1-6) e ao amor do Filho por aqueles pelos quais morreu (1 Jo 3:16), mas deixamos de mencionar que o Pai e o Filho amam um ao outro. Jesus Cristo é o “Filho amado” (Mt 3:1 7) de seu Pai, e o Filho disse: “para que o mundo saiba que eu amo o Pai” (Jo 14:31). Abraão não reteve seu filho para si (Gn 22:16), assim como o Pai não poupou seu Filho, mas “por todos nós o entregou” (Rm 8:32).
O Filho precisava morrer. Abraão levou consigo uma faca e uma tocha. Dois instrumentos usados para a morte. A faca daria cabo da vida física de Isaque e o fogo queimaria a lenha no altar onde seu corpo seria colocado. No caso de Isaque, um substituto morreu em seu lugar; mas ninguém podia assumir o lugar de lesus na cruz. Ele era o único sacrifício capaz, de modo completo e definitivo, de tirar os pecados do mundo. Deus proveu um carneiro. A resposta à pergunta de Isaque: “Onde está o cordeiro?” foi dada por João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29). Na Bíblia, o fogo com freqüência simboliza a santidade de Deus (Dt 4:24; 9:3; Hb 12:29). A cruz foi o instrumento físico da morte. No Calvário, porém, Cristo experimentou muito mais do que a morte. Ele sentiu o julgamento de Deus pelos pecados do mundo. Isaque não sentiu nem a faca nem o fogo, mas Jesus sofreu com ambos. O pai amoroso de Isaque estava perto dele, mas Jesus foi abandonado por seu Pai quando se fez pecado por nós (Mt 27:45, 46; 2 Co 5:21). Que maravilhoso amor!
O Filho levou o fardo do pecado. E interessante que a lenha seja mencionada cinco vezes nessa narrativa e que Isaque não começasse a carregá-la até que chegaram ao monte Moriá. A lenha não é um símbolo da cruz, pois Jesus não carregou sua cruz o caminho todo até o Calvário. A lenha parece retratar o fardo do pecado que Jesus levou por nós (1 Pe 2:24). Abraão tomou a lenha “e a colocou sobre Isaque, seu filho” (Gn 22:6), e “o Senhor fez cair sobre ele [Jesus] a iniqüidade de nós todos” (Is 53:6). O fogo consumiu a lenha como um retrato do julgamento de Deus contra o pecado.
O Filho foi ressurreto dentre os mortos. Isaque não chegou a morrer, mas, “figurada- mente” (Hb 11:19), morreu e foi ressurreto dentre os mortos. Jesus, porém, morreu de fato e foi sepultado, mas foi ressurreto de modo triunfante. É interessante o fato de que Abraão voltou para onde estavam os dois servos (Gn 22:19), mas não se faz menção alguma de Isaque. Na realidade, não é dito mais nada sobre Isaque até que o vemos encontrando-se com sua noiva (Gn 24:62). Apesar de ser óbvio que Isaque voltou para casa com o pai, a simbologia bíblica lembra que o próximo acontecimento no calendário de Deus é a volta de Jesus Cristo para buscar sua noiva, a Igreja.
A melhor coisa que pode acontecer ao passarmos pelas provações que Deus envia é nos aproximarmos de nosso Pai e nos tornarmos mais semelhantes a Jesus Cristo. O Calvário não é apenas o lugar em que Cristo morreu por nossos pecados. É também o lugar onde ele santificou o sofrimento e, através de sua ressurreição, transformou o sofrimento em glória. Procure glorificar ao Senhor, e ele cuidará do resto.
Nas palavras de Martinho Lutero: “Nosso sofrimento não é digno de receber esse nome. Quando penso em minhas cruzes, tribulações e tentações, me envergonho profundamente de pensar no que são em comparação com os sofrimentos de meu bendito Senhor Cristo Jesus”.
5. ESPERE COM GRANDE EXPECTATIVA AQUILO QUE DEUS TEM RESERVADO PARA VOCÊ (GN 22:15-24)
Nas provas da vida, há sempre um “depois” (Hb 1 2:11; 1 Pe 5:1 0), pois Deus nunca desperdiça o sofrimento. “Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro” (Jó 23:10). Abraão recebeu várias bênçãos de Deus por causa de sua fé obediente.
Em primeiro lugar, Abraão recebeu nova aprovação de Deus (Gn 22:12). Abraão havia descrito toda essa experiência difícil como “adoração” (v. 5), pois, para ele, era nisso que consistia. Ele obedeceu à vontade de Deus e procurou agradar o coração do Senhor, e Deus o elogiou. Vale a pena passar por provações se, no final, o Pai puder lhe dizer: “Muito bem!”
Ele recebeu de volta um novo filho. Isaque e Abraão tinham estado no altar juntos, e Isaque passou a ser um “sacrifício vivo” (Rm 12:1,2).
Deus deu Isaque a Abraão, e Abraão devolveu Isaque a Deus. Devemos cuidar para que as dádivas de Deus não tomem o lugar dele.
Deus deu a Abraão novas garantias (Gn 22:16-18). O patriarca tinha ouvido essas promessas antes, mas elas adquiriram novo significado. Charles Spurgeon costumava dizer que as promessas de Deus nunca brilham com tanta intensidade quanto na fornalha da aflição. Aquilo que dois homens fizeram num altar solitário um dia serviria de bênção para o mundo todo!
Abraão também descobriu um novo nome para Deus (Gn 22:14). Como vimos, “Jeová-Jiré” quer dizer “o Senhor será visto” ou “o S en h o r proverá”. O templo judeu foi construído sobre o monte Moriá (2 Cr 3:1), e, durante o ministério de nosso Senhor aqui na Terra, ele foi visto lá. Cristo era o verdadeiro Cordeiro de Deus oferecido por Deus pelos pecados do mundo.
O fundador do ministério Missão para o Interior da China (conhecido hoje como Overseas Missionary Fellowship), J. Hudson Taylor, costumava pendurar em sua casa uma placa com duas palavras em hebraico: “Ebenézer” e “Jeová-Jiré”, que significam, respectivamente “pedra de ajuda” (Até aqui nos ajudou o S e n h o r “, 1 Sm 7:12) e “o S en h o r proverá”. Quer olhasse para o passado, quer para o futuro, Hudson Taylor sabia que o Senhor estava trabalhando, portanto ele não tinha nada a temer.
Quando chegou em casa, Abraão ouviu outro nome novo: Rebeca (Gn 22:23), a moça que Deus estava reservando para Isaque. Um homem com um único filho poderia ter desanimado ao ouvir a lista de nomes da família do irmão de Abraão, mas o patriarca não se abalou. Afinal, Deus havia prometido que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas no céu e a areia na praia do mar (Gn 22:1 7)!
Por fim, Abraão saiu dessa provação com um amor mais profundo pelo Senhor. Jesus nos fala desse amor mais profundo em João 14:21-24, e Paulo ora sobre isso em Efésios 3:14-21. Você já experimentou esse amor?
AC: Eli Vieira
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