Força para viver
Ageu 1
Os obstáculos muitas vezes nos desanimam e nos fazem perder o verdadeiro propósito da vida, mas não podemos desanimar, precisamos continuar na jornada da vida independente das circunstâncias.
Quando foram lançados os alicerces do templo em Jerusalém, no ano de 536 a.C., os homens mais jovens exultaram, enquanto os mais velhos choraram (Ed 3:8-13). No entanto, não tardou para que o zelo esfriasse e para que o povo de Deus desse lugar à apatia, especialmente quando diante das ameaças eles pararam a construção do templo.
Nesta mensagem, Ageu nos apresenta quatro admoestações que nos encoraja ainda hoje como igreja do Senhor para enfrentarmos os desafios da vida e vencermos.
1 . COLOQUEM DEUS EM PRIMEIRO LUGAR EM SUA VIDA (Ag 1:1-4) – A primeira mensagem divina, foi direto ao cerne do problema e desmascarou a hipocrisia e a incredulidade do povo.
Desculpas. “Ainda não é hora de reconstruir a Casa do S e n h o r ” – foi a justificativa do povo para sua inatividade. Benjamin Franklin disse: “Jamais conheci um homem que fosse bom em inventar desculpas e que também fosse bom em alguma outra coisa”. A incoerência do povo era assustadora: ainda não era hora de construir a casa de Deus, mas era hora de construir suas próprias casas!
Quando colocamos Deus em primeiro lugar e lhe damos o que é de direito, abrimos a porta para o enriquecimento espiritual e para o tipo de mordomia que honra ao Senhor.
2 . CREIAM NAS PROMESSAS DE DEUS (Ag 1:5,6,9-11) – A segunda admoestação de Ageu convidou o povo a examinar seu modo de vida e suas ações à luz da aliança que Deus havia feito com eles antes de sua nação entrar na terra de Canaã (Lv 26; Dt 27 – 28). O verbo “considerar” significa “meditar, pensar com cuidado” (Ag 1:5). Era chegada a hora do povo fazer uma séria introspecção diante do Senhor.
Pelo fato de os judeus terem voltado à terra em obediência ao Senhor, pensaram que ele lhes daria bênçãos especiais por seus sacrifícios, mas se decepcionaram (Ag 1:9). Em vez disso, o Senhor fez vir uma seca e reteve tanto o orvalho quanto a chuva. Tomou suas bênçãos dos homens que labutavam nos campos, nas vinhas e nos pomares. No versículo 11, Ageu citou os produtos básicos dos quais o povo necessitava para sobreviver: água, grãos, vinho e azeite (Dt 7:13; 11:14).
Mais uma vez, o profeta revelou a origem de seus problemas: o povo estava ocupado demais construindo suas próprias casas e não tinha tempo para a casa do Senhor (Ag 1:9). É exatamente o que se encontra em Mateus 6:33! Se a nação tivesse crido naquilo que Deus havia prometido em suas alianças, teria obedecido ao Senhor e desfrutado suas bênçãos.
3 . GLORIFIQUEM O NOME DE DEUS – (Ag 1:7,8) – De acordo com Esdras 3:7, os judeus compraram madeira de Tiro e Sidom, como Salomão havia feito quando construiu o primeiro templo (1 Rs 5:6-12). Aqui, Ageu ordenou que os homens fossem às florestas nas montanhas e que cortassem a madeira para ser usada a fim de reparar e de reconstruir o templo. O que aconteceu com a primeira leva de madeira? Não sabemos, mas nos perguntamos onde o povo conseguiu material para fazer suas casas sofisticadas, quando não havia madeira disponível para a casa de Deus.
Sem dúvida, não agradou a Deus nem glorificou seu nome quando o povo deixou de lado a casa do Senhor para construir casas sofisticadas para si mesmos. Sabemos que Deus não vive em templos feitos por mãos humanas (At 7:48-50) e que os edifícios de nossas igrejas não são sua santa morada, mas a maneira como cuidamos desses templos reflete nossas prioridades espirituais e nosso amor por Deus.
O Dr. G. Campbell Morgan expressou-se bem quando pregou sobre Ageu 1:4 muitos anos atrás: “Apesar de, hoje em dia, a casa de Deus não ser mais material, mas sim espiritual, o material ainda é um símbolo muito real do espiritual. Quando a igreja de Deus em qualquer lugar é desleixada com o ambiente físico de reunião, com seu lugar de adoração e seu trabalho, trata-se de um sinal e de uma evidência de declínio da vida dessa igreja”.
4 . OBEDEÇAM À ORDEM DE DEUS – (Ag 1:12-15) Quando Deus nos fala por sua Palavra, a única resposta aceitável é nossa obediência. Não devemos duvidar, mas obedecer. Como disse o pregador inglês Geoffrey Studder-Kennedy: “Fé não é crer apesar das evidências, é obedecer apesar das consequências”.
Os líderes e todo o povo uniram-se em obediência às instruções de Deus e foram motivados por um temor reverente do Senhor (Ag 1:12). Afinal, ele é o “Senhor dos Exércitos”, título usado dez vezes no livro de Ageu (vv.2,9,14;2:4,7,8,9,23). Deus é o comandante supremo das hostes celestiais (estrelas e anjos) e da terra. A obediência sempre revela mais da verdade de Deus (Jo 7:7), e o profeta garantiu-lhes que Deus estava com eles em suas empreitadas (Ag 1:13; ver 2:4).
A Igreja de hoje pode aprender uma lição com o remanescente judeu do tempo de Ageu. Com demasiada frequência, inventamos desculpas quando deveríamos estar nos confessando e obedecendo ao Senhor. Dizemos: “Não é hora de o Espírito trazer reavivamento”. “Não é hora de expandir o ministério”. Agimos como se entendêssemos os “tempos ou épocas” que Deus ordenou a seu povo, mas na verdade não os compreendemos (At 1:6,7).
Qualquer interpretação da Bíblia que limite a Deus e que incentive seu povo a ser indolente em vez de diligente no ministério é uma interpretação falsa e deve ser rejeitada. A fim de que o Senhor se agrade de nós e seja glorificado diante de um mundo incrédulo, devemos ouvir sua voz, crer nela e agir de acordo com ela, quaisquer que sejam as circunstâncias. Afinal, Deus está conosco, e “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).
Pr. Eli Vieira
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