quinta-feira, 16 de novembro de 2023

OS 5 PILARES DA REFORMA PROTESTANTE

 


CINCO PILARES DA REFORMA PROTESTANTE DO SÉCULO XVI 31 DE OUTUBRO DE 1517

A reforma protestante do século XVI começou com o monge agostiniano Martinho Lutero. Em 31 de outubro surgiu Tetzel vendendo o perdão de Deus na forma de indulgências, que eram venda pública de documentos e relíquias que garantiam a seus adeptos o perdão pelos pecados cometidos, meio utilizado pela igreja para obter fundos. Lutero, indignado com tudo isso, (com o chamado comércio sagrado das indulgências), afixa 95 teses na porta da capela da Igreja de Wittemberg (Alemanha) em 31 de outubro de 1517 protestando contra esse ensino herético da Igreja Católica Romana daquela época. Os cinco “Solas da Reforma Protestante” são proposições teológicas que sintetizam os principais pensamentos dos reformadores. Os Solas são os principais pontos de oposição da teologia reformada contra os ensinos da Igreja Católica Apostólica Romana. Todos eles são frases no latim e o termo “Sola” significa “somente” em português. São eles: Sola Scriptura – somente as Escrituras; Sola Fide – somente a Fé; Sola Gratia – somente a Graça; Solus Christus – somente Cristo; Soli Deo glória – somente a glória de Deus. Os cinco solas surgiram durante a reforma protestante e princípios fundamentais da reforma, em oposição ao ensino da Igreja Católica Romana da época. As cinco solas sintetizam os credos teológicos básicos dos reformadores e constituem os pilares da reforma protestante, os quais creram ser essenciais da vida e prática cristã. Todas cinco “solas” rejeitam e se contrapõe aos ensinamentos da então dominante igreja romana.

1) Sola Scriptura – somente as Escrituras (2 Tm 3.16,17). O papa não tem a palavra final. De acordo com a teologia católica romana o papa é infalível, isto é, isento de erros. A teologia romana definiu essa infalibilidade do papa afirmando que, quando o papa fala “ex cathedra”, isto é, quando trata de assuntos doutrinários, moral e ético, ele é infalível. Os reformadores refutaram e rejeitaram essa loucura e heresia. A tradição oral não tem a palavra final. Os reformadores sustentavam que a Escritura é a única autoridade infalível dentro da igreja. Deste modo, a autoridade dos Credos (Apostólico, Nicéia, Calcedônia), eram documentos importantes e considerados pelos reformadores, contudo, somente as Escrituras são incondicionalmente autoritativas. A Igreja não tem a palavra final. Nenhuma denominação religiosa está isenta de erros neste mundo. Os concílios são compostos por pessoas e, por melhores que sejam as intenções dessas pessoas e por mais sólido que seja seu conhecimento teológico, elas continuam sendo sujeitas a erros. Nossos concílios e igrejas são falíveis, não há denominação cristã perfeita. Para os reformadores, a autoridade fundamental, segundo a qual a igreja deve moldar sua fé não é a opinião de pessoas por mais ilustres que sejam. Toda doutrina, ensinamentos, conselho, aconselhamento, conceito, instrução e direção deve ser fundamentado na Bíblia que é a única autoridade divina, infalível, inerrante regra de fé e prática.

2) Sola Fide – somente a Fé (Rm 1.16,17). “A salvação não é alcançada pelas obras nem por uma parceria entre a fé e as obras. A salvação é recebida pela fé e pela fé somente. Pelas obras ninguém pode ser justificado diante de Deus. A salvação não é conquista pelas obras, mas recebida pela fé. Não é fruto do que fazemos para Deus, mas do que Deus fez por nós. A fé é a causa instrumental da salvação. Todo aquele que crê em Cristo tem a vida eterna. A fé, portanto, é como a mão de um mendigo estendida para receber o presente de um rei. Somos justificados pela fé. Somos salvos pela graça mediante a fé. Somos salvos pela fé para as obras. As obras não são a causa da nossa salvação, mas a sua evidência. A salvação é obra exclusiva de Deus. Deus planejou, executa e garante a salvação” (Transcrito: Rev. Hernandes D. Lopes).

3) Sola Gratia – somente a Graça (Ef 2.8,9). Deus não nos salva porque fazemos boas obras ou porque merecemos alguma coisa. Não há nada que podemos fazer para merecer a salvação. O que você e eu merecemos é o juízo e a condenação de Deus, mas pela maravilhosa graça Deus nos concede em Cristo Jesus misericórdia, nos livra do inferno e nos levará para o céu. Os seres humanos nascem espiritualmente mortos e nem mesmo são capazes de cooperar com a graça regeneradora.

4) Solus Christus – somente Cristo. A igreja romana alega ser necessária, (além da obra de Cristo), mais alguma coisa, para que a salvação seja completa. Como resultado, a doutrina católica romana acrescenta como mediadores Maria e outros santos. Mas, refutamos totalmente essa heresia e reafirmamos que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5,6). Somente Cristo é o verdadeiro e perfeito mediador entre Deus e os homens e que a nossa salvação é realizada tão somente pela obra mediadora e redentiva de Jesus Cristo. “Jesus Cristo não é uma verdade entre outras; ele é a verdade. Ele não é um caminho entre muitos; ele é o Caminho. Ele não é um mediador no meio de panteão de intercessores; ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Ele não é um salvador entre outros salvadores. Ele é o único nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos. Fora dele não há salvação. Ele sendo Deus, fez-se carne. Sendo Rei da glória, fezse servo. Sendo santíssimo, fez-se pecado. Ele tomou o nosso lugar, como nosso substituto e fiador e morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação. Só por meio dele podemos ser reconciliados com Deus. Só nele temos vida eterna” (Transcrito: Rev. Hernandes D. Lopes).

5) Soli Deo glória (Sl 115.1; 1 Tm 1.17). Deus é o único que merece toda honra, toda glória e toda adoração. “Toda glória dada ao homem é glória vazia, é vanglória, é idolatria, é abominação para Deus. Só o Senhor é Deus. Ele subsiste em três pessoas da mesma essência e substância: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ele é glorioso em si mesmo, mas criou-nos e salvou-nos para o louvor de sua glória. Ele não divide a sua glória com ninguém. O fim principal do homem é glorificá-lo e gozá-lo para sempre. Nenhum outro propósito, por mais elevado, pode dar significado à nossa vida. Fomos criados por ele e nossa alma só encontrará descanso, quando vivemos para o louvor de sua glória” (Transcrito: Rev. Hernandes Dias Lopes).

Rev. Carlos Eduardo Baptista

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