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Os calvinistas creem na expiação limitada, isto é, que Cristo não morreu por todos os homens, mas somente pelos eleitos. Por expiação limitada, contudo, não queremos dizer que o valor ou poder da morte e sangue de Cristo sejam limitados, mas somente que ele morreu por um número “limitado” de pessoas.
É melhor não falar de expiação limitada, mas de expiação particular. A palavra particular enfatiza a verdade bíblica que Cristo morreu somente por algumas pessoas particulares, e não por todos sem exceção.
Cremos na expiação particular ou limitada por causa das muitas passagens da Escritura que ensinam que Cristo morreu, não por todos, mas por muitos (Is. 53:11; Mt. 20:28; Mt. 26:28; Hb. 9:28); isto é, ele morreu por seu povo (Is. 53:8; Mt. 1:21), por suas ovelhas (João 10:14, 15, 26-28) e por sua igreja (Atos 20:28).
Não cremos que as passagens que falam de “todos” ou “o mundo” contradigam de alguma forma aquelas que falam de um número limitado. A Palavra de Deus não pode se contradizer. O que tais passagens ensinam é que Cristo morreu por todos os homens sem distinção, não por todos os homens sem exceção. Em outras palavras, tais passagens ensinam que Cristo morreu por todos os tipos de homens (1Tm. 2:1-6), por todos que estão nEle (1Co. 15:22), ou pelo “mundo” de seu povo, isto é, por seus eleitos de toda nação (compare João 3:16 e João 17:9).
Somente a expiação limitada exalta a Cristo como Salvador. A idéia que Cristo morreu por todos os homens, mas que muitos não serão salvos, degrada a obra salvífica de Cristo. Esse ensino na verdade diz que Cristo não fez o suficiente no seu sofrimento e morte para a nossa salvação, e que algo mais é necessário (geralmente a livre escolha da pessoa). Ele diz que Cristo morreu por todos, mas que alguns ainda irão para o inferno. Se isso fosse verdade, o sangue de Cristo teria sido derramado em vão por alguns, e sua morte seria inútil para eles. Então, sua morte não teria sido realmente um resgate, uma expiação, ou uma satisfação pelo pecado, nem teria nos reconciliado com Deus.
Se Cristo morreu por todos os homens, e, todavia, alguns ainda não são salvos, e se a diferença é a livre escolha da pessoa, então o que realmente importa na nossa salvação não é a morte de Cristo, mas a nossa escolha.
Então, nossa salvação depende não dele, mas de nós. Que Deus não permita pensarmos tais coisas sobre a morte de Cristo ou sobre nós mesmos!
O ensino de que Cristo morreu por seu povo eleito, aqueles a quem o Pai lhe deu, significa que ele fez tudo o que era necessário para a salvação deles mediante seu sofrimento e morte, e que nada mais é necessário. Assim, sua morte é realmente uma expiação, reconciliação, pleno pagamento pelo pecado, resgate e satisfação. Ele realmente salva, e salva completamente, aqueles por quem morreu.
A expiação limitada diz que Cristo não torna a salvação simplesmente possível. Ele é um Príncipe e Salvador. Glórias a Deus!
Fonte: Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free Publishing Association, p. 155-156. Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Via: Monergismo
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