Por Denis Monteiro
Recentemente tive conhecimento de um artigo arminiano que tentou me refutar, em questão do artigo de minha autoria que refuta os argumentos do Pr. Ciro Zibordi sobre o tema "por quem Cristo morreu".
Antes de prosseguir com as minhas considerações, informo que tanto o título quanto a imagem do artigo arminiano deu a entender que eu sou o dono do Blog Bereianos, o que não é verdade. Apenas faço parte dos vários colaboradores deste renomado blog, onde periodicamente publico meus artigos. E este meu artigo em questão foi "republicado" de meu blog (Teologia & Apologética) no Bereianos.
Antes de prosseguir com as minhas considerações, informo que tanto o título quanto a imagem do artigo arminiano deu a entender que eu sou o dono do Blog Bereianos, o que não é verdade. Apenas faço parte dos vários colaboradores deste renomado blog, onde periodicamente publico meus artigos. E este meu artigo em questão foi "republicado" de meu blog (Teologia & Apologética) no Bereianos.
Segue agora os argumentos do arminiano:
Arminiano - Paulo, no contexto, está falando de duas humanidades sob a qual os seres humanos podem estar, Adão e Cristo, e da superioridade do ato do segundo sobre o ato do primeiro. No entanto, ele fala em termos de resultado, não de provisão. Um único pecado de Adão resultou no juízo de toda a humanidade sob este cabeça (Adão), e um único ato de Cristo resultou na justificação de toda a humanidade sob este cabeça (Cristo). Não é possível estabelecer a extensão da expiação de Cristo com base nesses versículos.
Se Cristo tivesse de fato morrido por cada pessoa, não só teríamos um grave problema teológico, mas também estaríamos considerando que a obra de Adão seria maior que a obra de Cristo, pois a obra de Adão de fato fez com que todos fossem condenados, e a de Cristo não faria com que todos fossem salvos. Porém, se a morte de Cristo foi de fato em favor dos eleitos, então a sua obra sem dúvidas foi maior que a de Adão, pois todos por quem Ele morreu foram salvos de fato, fazendo com que Sua obra exceda eternamente à de Adão.
Arminiano - O autor rebate a crítica do Pr. Ciro cometendo o mesmo erro que este último. Ele diz que não fazer acepção significa que "Deus não leva em consideração as circunstâncias externas do gênero e nem seus méritos". Pois bem, se isto é fazer acepção, como ele pode acusar a teologia arminiana do mesmo erro se esta diz que Deus elege aquele que crê? Crer não é uma "circunstância externa" e nem um ato meritório. Logo, sua acusação é completamente infundada.
Infundada? Bom se Deus vê desde a eternidade a fé de alguém, o que é isso? Mesmo que a fé não seja uma circunstância externa. Se Deus vê desde a eternidade a fé de tal pessoa Deus está se baseando unicamente na qualidade de tal pessoa, e não em Seu amor (Ef 1.4).
Arminiano - mas se ele julga o réu com base no que ele fez ou deixou de fazer, ele está fazendo um justo juízo.
O que Deus vê no pecador como um ato aceitável para que Deus o eleja, sendo que a nossa justiça é considerada como trapos de imundícias? Veja que a teologia arminiana nega o fato da pessoa ser pecadora e incapaz, por si mesma, crer em Deus, sendo este pecador cego e surdo pelo o pecado.
Arminiano - Sobre Rm 9.11, nada mais precisa ser dito além de que ali Paulo está contrastando a eleição, o chamado, a promessa, a misericórdia com as obras, e isto ainda sobre a eleição da nação de Israel. O ponto é que a descendência natural e as obras não contam para Deus. Ele elege quem ele quer, com base em sua misericórdia, e ele decidiu ser misericordioso com os crentes, judeus e gentios.
Bom como sempre ouço e vejo este argumento de que Romanos 9 faz menção à nações e não a indivíduos. Se Romanos 9.11,12 faz menção a nações pelo o fato de fazer referência a Malaquias 1.2,3, o que dizer de Mateus 2.15 que diz em relação a Jesus: "Do Egito chamei o meu Filho; sendo que Oseias, que é a referencia de Mateus, cita este verso em menção a nação de Israel." ?
Arminiano - Nesse outro versículo, Mc 14.24, temos uma afirmação sobre a extensão da expiação. No entanto, para infelicidade do autor, o versículo afirma a universalidade da obra de Cristo. Cristo derramou seu sangue em favor de muitos, mas muitos em contraste com poucos e não com todos. Cristo derramou seu sangue por muitos, ou seja, todos. Essa mesma alternância entre "todos" e "muitos" pode ser vista no próprio versículo que ele está analisando, Rm 5.17, 18.
Que incoerência! Veja claramente que Marcos diz que a Ceia (sacramento que expressa a morte de Cristo) não pode ser dado a todos. Como que, se a Santa Ceia não pode ser dado a todos, a morte de Cristo tem que ser em favor de todos? Em Romanos 5 é a da hermenêutica rabínica usada por Paulo nessa passagem, ou seja, "do leve para o mais pesado" ou "do menor para o maior", como este exemplo: "Jesus, percebendo isso, retirou-se dali. Acompanharam-no muitos; e ele curou a todos" (Mt 12.15). Veja muitos = todos. Mas para não ser cansativo, este ponto já foi refutado acima, na primeira refutação.
Arminiano - Nada disso pode ser deduzido do contexto. Os "muitos filhos" do v. 19 não equivalem ao "todos" por quem Cristo morreu. Antes, a morte de Cristo por "todos" os homens resultou em "muitos filhos". Isso se torna ainda mais claro quando vemos que o texto não diz "todos os homens" mas "cada [homem]". O singular (muito mais do que o plural) afirma com maior clareza a universalidade da obra de Cristo.
Engaçado como o arminiano cai em contradição. Por que? Veja o que ele diz sobre Hebreus 2.9, que "muitos" não equivalem a "todos". Sendo que em Romanos 5 ele diz que: "Cristo derramou seu sangue por muitos", ou seja, "todos". Essa mesma alternância ocorre entre "todos" e "muitos". Veja, "todos" = "muitos". Mas em qual posição essa pessoa se encontra?
Arminiano - Isso é simplesmente indefensável biblicamente. "Todos" [pas] pode significar "classes de pessoas", mas não em todos os contextos, como o autor dá a entender. Além disso, mesmo significando "classes de pessoas", isso não pode ser contrastado com "todas as pessoas de todas as classes". Alguns contextos mostram claramente que Paulo está falando de classes de pessoas, como Rm 3.23, e ainda assim incluindo todas as pessoas dentro de sua classe.
Arminiano - O autor ainda apela a Ap 5.9 onde diz; "Com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação", para mostrar que "classes de pessoas" significa "algumas pessoas de cada classe", mas a estrutura dos dois versículos é completamente diferente. Em Ap 5.9, o autor está falando de classes de pessoas, mas isso não acontece em Hb 2.9. É um erro impor o sentido de um contexto em outro.
Concordo com o arminiano, em certa parte, que nem todas as passagens que aparece a palavra "todos" significa "todos os tipos" (Rm 3.23). Mas eu entendo quando ele diz que eu apelo. É porque o seus argumentos chegaram ao fim e eu apelei. Sim, em Apocalipse mostra claramente classes de pessoas. Mas em Hebreus não? "Pois tanto o que santifica como os que são santificados, vêm todos de um só; por esta causa ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. E outra vez: Porei nele a minha confiança. E ainda: Eis-me aqui, e os filhos que Deus me deu." (Hb 2.12-13). Bom se Hb 2.9 quer mostrar todos os homens de todas as classes, terá um sério problema com os versos 12 e 13 que mostra aqueles que o Pai deu a Cristo são chamados de "irmãos". "E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia." (Jo 6.39).
Arminiano - O autor está falando de Rm 5.6, 8 e comete outro erro de interpretação. Paulo não está limitando a morte de Cristo a alguns ímpios, alguns pecadores. Ele está exaltando o amor de Cristo em sua morte, que foi feita em favor de ímpios e não santos. O fato de Cristo ter demonstrado esse amor por nós não significa que ele não tenha demonstrado por mais ninguém.
A falacia é tão grande enraizada na mente do arminiano que ele não sabe interpretar textos tão fáceis. Veja que ele diz que "foi feita em favor de ímpios e não santos. O fato de Cristo ter demonstrado esse amor por nós não significa que ele não tenha demonstrado por mais ninguém.". Contrapondo esta colocação, veja os seguintes textos bíblicos:
"Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios."Romanos 5:6
"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." Romanos 5:8 (negrito acrescentado)
"Logo, muito mais agora tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira." Romanos 5:9
"Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida."Romanos 5:10.
Veja as implicações que há em Romanos 5.6,8 se crermos na Expiação Ilimitada. No verso 9 mostra que por aqueles que por quem Cristo morre são justificados, ou como diz a passagem "sendo justificados", que na gramática grega está no particípio passivo aoristo que resulta uma ação passada sem que o que recebe tal ação reaja a ela. Se Cristo morre por toda a humanidade, a mesma não pode reagir ao contrário e ela está justificada e será salva da ira de Deus.
No verso 10 Paulo mostra que "fomos reconciliados com Deus". Se Cristo morre por toda a humanidade, toda a humanidade está reconciliada com Deus. Mas vejamos: "fomos reconciliados" na gramática grega mostra que está no aoristo passivo, ou seja, uma ação passiva ao que recebe. Mais uma vez, se Cristo morre por toda a humanidade, toda a humanidade está reconciliada (katallasso) com Deus e sendo esta humanidade passiva a ação de Cristo em favor de todos que resulta que "já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Rm 5.10, negrito acrescentado).
Portanto, finalizo afirmando que continua de pé a minha refutação ao Pr. Ciro, pois as colocações do arminiano não possuem fundamento teológico para descredenciar o meu artigo.
Graça e Paz.
Fonte: Teologia & Apologética
Divulgação: Bereianos
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