por Jarbas Aragão
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha abriu um processo administrativo procurando identificar quem são os responsáveis pela distribuição do material que havia sido proibido pela presidente Dilma Rousseff em 2011.
Na ocasião, a pressão da bancada evangélica no Congresso Nacional conseguiu fazer o governo recuar na produção do que foi chamado de “kit gay”. Era um material “anti-homofobia”, produzido pelos Ministérios da Educação e da Saúde e que deveria ser distribuído nas escolas do país. Dilma fez uma promessa de que aquele material não seria impresso nem distribuído.
Contudo, milhares dessas revistas em formato de histórias em quadrinhos e voltadas para o público adolescente chegaram este ano a Secretarias de Saúde de 13 estados das regiões Norte e Nordeste.
Inicialmente seria parte de um programa de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids do Governo Federal. O problema é que entre os seis volumes do material, um mostra a transmissão da Aids nas relações entre pessoas do mesmo sexo e aborda a homofobia nas escolas.
Oficialmente, a proibição do material surgiu pelo fato de o kit não ter passado por “mecanismos de controle” do conselho editorial. Mas especula-se que o governo teme uma nova onda de protestos por parte dos evangélicos, em especial depois da repercussão negativa da presidência da Comissão de Direitos Humanos, que trataria de questão da homofobia, ter ficado nas mãos do pastor Marco Feliciano.
A divulgação do envio das revistas e o veto do ministro Padilha foi matéria do jornal “O Estado de S. Paulo” no sábado (16). Segundo a reportagem, além da homossexualidade, as revistas tratam da gravidez na adolescência e do uso de camisinha.
Embora o Ministério da Saúde diga que este não é o mesmo material que foi vetado em 2011, o Palácio do Planalto pediu a interrupção da distribuição do novo kit após 15 mil revistas terem sido remetidas aos estados. Afirma ainda que já começou a investigar de onde partiu a remessa do material, embora tenha apurado que os 13 estados receberam o envio do Departamento de DST/Aids da pasta, vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde. Com informações O Globo.
Fonte:gospelprime
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