terça-feira, 28 de maio de 2013

Dez motivos para não participar da “Marcha para Jesus”

PARE, LEIA E PENSE!

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Por Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Jr. 


No dia, 03/09/2009, o então Presidente da República, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

Estavam ali, naquele ato, alguns líderes do governo, juntamente com o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, e os bispos da Igreja Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes. A sanção do presidente veio apenas tornar oficial uma prática que se repete a cada ano. Considerando o tamanho do evento e a quantidade de irmãos que mobiliza, alisto abaixo dez motivos que cada cristão deveria considerar para não participar desta marcha. As informações que dão base à análise podem ser encontradas em sites de promoção da marcha:

1. A igreja que organiza a maior parte da marcha é conduzida por um homem que se autodenomina apóstolo. Este é um erro cada vez mais frequente em algumas denominações. É sabido que o título “apóstolo” foi reservado àquele primeiro grupo de homens escolhidos por Cristo. Após a traição e suicídio de Judas, os apóstolos escolheram outro para ocupar seu lugar (At 1.15-20), mas, como foi feita esta escolha? Que critérios foram usados? 1º) Ter sido discípulo de Jesus durante o seu ministério terreno; 2º) Ter sido testemunha ocular do Cristo ressurreto. Portanto, ninguém que não tenha sido contemporâneo de Cristo ou dos apóstolos (como Paulo o foi) pode sustentar para si o título de apóstolo;

2. A igreja que organiza a marcha ensina a Teologia da prosperidade (crença de que o cristão deve ser próspero financeiramente), Confissão positiva (crença no poder profético das palavras — assim como Deus falou e tudo foi criado, eu também falo e tudo acontece), Quebra de maldições (convicção de que podem existir maldições, mesmo na vida dos já salvos por Cristo) e Espíritos territoriais (crença em espíritos malignos que governam sob determinadas áreas de uma cidade);

3. A filosofia da marcha está fundamentada em uma Teologia Triunfalista (tudo sempre vai dar certo, não existem problemas na vida do crente), tendo como base textos como Êxodo 14 (passagem de Israel no mar Vermelho) e Josué 6 (destruição de Jericó);

4. De acordo com os sites que organizam a marcha, uma das finalidades dela é promover curas e libertações;

5. A marcha não celebra culto, mas “show gospel”;

6. Os líderes do movimento propagam que a marcha tem o poder de “mudar o destino de uma nação”;

7. Na visão do grupo, com base em Josué 1.3: “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado”, a marcha é uma reivindicação do lugar por onde passam na cidade;

8. Na visão do grupo, a marcha serve para tapar as “brechas deixadas pelos atos ímpios de nossa nação”;

9. Na visão do grupo, a marcha destrói “fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas em nossas cidades e regiões”;

10. A marcha tem caráter isolacionista, próprio de gueto, e não o que Cristo nos ensinou, a saber, envolvimento amplo na sociedade, como sal e luz (Mt 5.13-16), com irrepreensível testemunho cristão: “...mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (1 Pe 2.12).

Ademais, é importante observar que toda a organização da marcha está centrada nas mãos de uma igreja apenas, excluindo-se o alegado caráter de união entre os evangélicos.

Tanta força e entusiasmo deveriam ser canalizados para a pregação do evangelho. As pesquisas indicam que os evangélicos já somam 25% da população brasileira, no entanto, a imoralidade, a corrupção e a violência estão cada vez maiores em nosso país. Os canais de TV, os programas de rádio, bem como as marchas não têm gerado transformação de vida em nosso povo.

A marcha que Cristo ensinou à sua igreja foi outra, silenciosa e efetiva, tal qual o sal penetrando no alimento (Mt 5.13); pessoal e de relacionamento, como na igreja primitiva (At 8.4); cotidiana e sem cessar, como entre os primeiros convertidos (At 2.42-47).

Que Deus nos restaure essa visão. 

__________________________________
- Sobre o autor: Rev. Ageu Cirilo é pastor da Igreja Presbiteriana Vila Guarani, São Paulo, diretor do JMC e membro do Conselho Editorial da CEP.

Texto extraído do jornal Brasil Presbiteriano de Maio de 2013. 

Aproveitando este excelente artigo do Rev. Ageu, sugiro também a leitura de um artigo de minha autoria sobre o mesmo assunto, escrito em 2012: "A Marcha que nunca foi para Jesus."

Fonte:Bereianos

2 comentários:

  1. ok .. então para sermos conhecidos como cristãos temos que ser desunidos, multiplos egoistas ... jesus morre por todos e nao por alguns ... ou so por alguns e nao por todos .. ? IDE E ANUNCIAI A TODAS AS NAÇÕES" mas como se eu nem posso ir a uma marcha para o cristianismo .. dizer que existo .. igreja que apenas reprova repreende nao pode ser amorosa .. sinto muito .. mas nao concordo com o que dizes .. desta forma nao se comemora nem o natal .. afinal a data ta errada mesmo..
    oras bolas deixamos de ser egoistas e vivamos os frutos do espirito " amor, longanimidade, mansidao etc... sinto por sua opniao .. mas que Deus te abençoe . e se revele
    @Bragat

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  2. A marcha pra Jesus é a mais visível manifestação da massa evangélica que forma o nosso Pais, independente de placa denominacional ou teologia confessional. É a expressão real da unidade do corpo de Cristo (João 17:21-22)"20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra;
    21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste." Agora, pensamos que só a minha denominação é o corpo de cristo,não temos conhecido o sentido de igreja universal!!Que Deus dê mais sabedoria e humildade para aqueles que usam os meios de comunicação para influenciar pessoas inocentes!!!Pr. Joirço de Campos Ferreira IPB)

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