quinta-feira, 16 de maio de 2013

Igrejas deformadas, sempre se deformando.


.


Por Rev. Geremias Vale


Introdução ao assunto/recorte temporal

Inicio este artigo, usando um lema que serve para muitas igrejas de cunho “pseudo-reformado”, pois não detém mais nada ou quase nada que lembre a reforma, a não ser talvez o nome da igreja ou a liturgia, pois teologicamente, estão mais próximas dos antigos hereges ou libertinos de Roma, sendo, portanto um elemento deformado, e que segue se deformando à medida que rejeita obstinada e seguidamente os preceitos reformados em todos os âmbitos, o que equivale a dizer que rejeitam dessa forma a fonte e o espírito da reforma, apossando-se todavia de uma casca cadavérica e desfigurada a qual denominam “herança reformada”, que nada mais é do que uma falácia para enganar os teologicamente deficientes e os intelectualmente desinformados.

As Igrejas oriundas da reforma Protestante são as que seguem fiéis os princípios éticos e teológicos oriundos de Wittemberg e Genebra.

As Igrejas deixam de ser reformadas em sua essência, quando passam a adotar outros pontos teológicos alheios aos princípios tradicionais éticos e teológicos defendidos pelos cristãos oriundos da reforma, como: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Soli Deo Gloria.

Dentre os documentos reformados importantes, faz-se bem lembrar: os Catecismos de Westminster e Heidelberg, os cânones de Dort, e a Confissão de fé de Westminster, bem como teologicamente adotar o método Histórico Gramatical como ferramenta auxiliar para a interpretação das escrituras. Posto esse primeiro elemento para distinção entre reformado e deformado.

Igreja e estado

A Igreja Cristã está sujeita unicamente a Cristo, mesmo que deva obedecer as autoridades civis.  

A Laicidade do Estado não deve ser entendida como que o estado deva ser irreligioso. Todavia, o Brasil está levando a cabo uma estratagema marxista stalinista, onde os símbolos e os elementos da ética, moralidade e fé estão sendo retirados da nação para que o povo esqueça o que um dia aconteceu e viveu. Em 1929 Stalin: “promoveu diferentes manobras de apagamento, na memória do povo, das práticas e concepções leninistas de ação revolucionária e a partir da proibição de rememorar o ideário trotskista, o regime stalinista produz discursos que promovem o ‘esquecimento’”. Segundo Sériot: “não há nenhum pais do mundo onde as descontinuidades discursivas tenham sido tão violentas. É como se a memória de uma nação inteira tivesse sido apagada".

Não é isso que se tem visto no Brasil nos últimos anos, através da comissão da verdade? Que é unilateral, das tentativas de tirar a referência à Deus no dinheiro? Dos constantes ataques ao Cristianismo?

Aos poucos estão apagando tudo o que o Cristianismo tem trazido a nação, e para esta desconstrução, até mesmo pessoas de lideranças midiáticas tem contribuído, sendo um estereótipo caricato de cristão.

A arena de atuação

A Igreja tem sua área de atuação invariavelmente na proclamação do Evangelho, não deve se engajar política ou ideologicamente. A igreja que faz outra coisa que proclamar o Cristo Ressuscitado perdeu o foco e serve ao marxismo ou fascismo.
     
A ideologia

O Engajamento dos militantes de partidos marxistas, hoje no poder através do PT e seus aliados, bem como seus braços de promoção de desestabilização como MST, e todas as formas de “ismos” que recebem dinheiro público para promoção de ideologias, demonstram o adiantado estado de desconstrução social em que o Brasil se encontra.

A ideologia tem o poder de produzir evidências e impô-las de uma forma tal que o sujeito não perceba que está sob a influência ideológica, tanto a nação quanto a Igreja de tempos em tempos flertam com ideologias absurdas e anticristãs. Durante a implantação do marxismo no leste europeu, não poucos pastores e padres passaram a usar a linguagem ideológica comunista, mudando até mesmo a forma de saudação comum, chamando-se de “camaradas” o que aqui no Brasil equivale ao “companheiro”.

Porém é interessante definir ideologia. Nas palavras de Faraco (2003): “algumas vezes, o adjetivo ideológico aparece como equivalente a axiológico. Aqui é importante lembrar que, para o circulo de Bakhtin, a significação dos enunciados tem sempre uma dimensão avaliativa, expressa sempre em posicionamento social valorativo. Desse modo, qualquer enunciado é, na concepção do circulo, sempre ideológico, para eles não existe enunciado não ideológico”.

Portanto, assim como não há possibilidade de saber científico ou filosófico isento de preceitos, não há igualmente qualquer enunciado que não seja em ultima análise ideológico em seu cerne e mensagem transmitida.

Dessa forma, trago o assunto para a arena interna da igreja e suas cercanias. A igreja que se empenha em tratados políticos está empenhada com uma forma de cristianismo distorcido, pois a igreja não foi chamada para defender interesses humanos de quem quer que seja, mas ser uma voz profética de Deus na terra através da proclamação do evangelho.

Muitas alas no protestantismo tem assumido a si o papel de serem legítimos representantes do legado apostólico. Há os neo-puritanos, são como viúvas de um período que não volta, parecem venerar um modo de pensar típico do século XVII e XVIII.

Também aqueles que se denominam fundamentalistas, arrogando a si mesmos a única forma de ver a escritura, desprezando os demais, um tipo de cristianismo com a cara do Tio Sam, inclusive com seus defeitos crassos.

Entretanto nenhum outro tipo de teologia foi mais danoso à igreja quanto o liberalismo teológico oriundo das escolas alemãs, tendo Rudolf Bultmann e Paul Tillich como grandes defensores, juntamente com outros não menos famosos como Harnack.

Já escrevi sobre o liberalismo em outros artigos, e não o farei aqui novamente, apenas elencarei mais adiante o resultado dessa linha de teologia nas igrejas tradicionais e pentecostais.

A corrupção ideológica e a implantação de uma ditadura marxista


Corrupção pode ser analisada em várias instâncias, desde a social até mesmo na religiosa. Todavia, no sentido religioso, a corrupção não se refere simplesmente ao campo financeiro, mas também no moral e teológico, desde que certos preceitos, se modificam no passar do tempo.

a. A nível sócio-político.

A Corrupção no cenário político social, é algo que todo o brasileiro constata, desde que seja consciente. O Brasil demonstra certa inclinação desde a sua fundação. Onde a colônia foi de extração, não de construção. No solo Pátrio, por mais de 300 anos foi proibido a entrada de livros no Brasil, os que entravam eram contrabandeados, a vigilância se dava por meio da igreja católica e do império. A ideia era que nem o iluminismo e nem o protestantismo aqui chegasse.

O resultado foi a criação da cultura do “bem falante” não do “letrado”, o povo desde tempos antigos tem sido levado a cabresto pela ignorância promovida pelas autarquias superiores da nação, outrora imposta, ora auto-imposta.

Não se poderia esperar nada além de escândalos que atravessam gerações e aberrações em todas as áreas, desde a Jurídica à política, falta de tradição na defesa pela liberdade e de uma desinteligência constitucional internacionalmente reconhecida.

O Brasileiro não faz questão de ter memória boa, pois lembraria que os grandes ataques à constituição, à consolidação das Leis do Trabalho e a justiça tem sido feitas sumamente nesta última década.

As maiores palhaçadas políticas são notórias, apenas pede-se que se leiam os jornais e revistas.

O mensalão é o flagrante uso do dinheiro federal para a compra de votos, o que, aliás, comprovada a compra, a corrupção, a formação de uma quadrilha que amealhou recursos para impor a decisão do Governo.

O Legislativo não deveria ter outra opção moral/legal a não ser invalidar as aprovações que foram compradas pelo governo Lula. Porém a questão está mais para saber se lagosta quando boia, nada ou quando canguru quando pula, voa. Não é em vão que Charles de Gaulle concluiu que o Brasil não é um país sério. De Gaulle tinha razão, Genoíno e sua trupe voltaram ao poder, quem duvidaria? Se o próprio Ali Babá de 9 dedos ainda assombra o palácio do Planalto.

Atualmente a corrupção não é mais velada, mas escancarada, pois o que parecia impossível aconteceu; o povo tornou-se embrutecido pelas constantes notícias de escândalos, os sintomas de lepra moral crassa de norte a sul tornando insensível o País.

b. A nível religioso teológico.

A Teologia corrompida pela ideologia foi o mais duro golpe que a religião já enfrentou. Tire a Bíblia do catolicismo e ele seguirá sendo o que sempre foi, uma religião sincrética, sacramental, ritualística. Tire a Bíblia do protestantismo e ele acabará, pois o protestantismo tem a Bíblia como sua regra de fé e prática e na Bíblia está o supremo tribunal a se apelar em momentos de dúvidas ou decisões.

A luta de todo o cristão sincero foi em demonstrar sua fé em consonância com o já escrito e crido por milhões que viveram antes, a fé numa mensagem outrora proclamada oralmente pelos apóstolos e que hoje está nos evangelhos, cartas e apocalipse.

O cristianismo foi tão impactante no ocidente, que até mesmo ideologias que odiavam o cristianismo tentaram impor à força aquilo que o cristianismo traz a humanidade, o que acontece no âmbito espiritual e foi prometido para a eternidade, as ideologias corromperam para o aqui e agora.

Quantos cristãos tem abraçado o marxismo? Inúmeros! Todavia o marxismo é uma perversão de uma virtude cristã, o comunitarismo. Líderes cristãos atuais flertam com o marxismo, influentes como Ariovaldo Ramos, conhecido e afamado – seus elogios ao perverso Hugo Chaves chegam parecer piadas inglesas.

Seus devaneios esquerdistas fariam Stalin rir de tanta palhaçada daqueles que chamava de “idiotas úteis”. Ao declarar que Deus estaria do lado daqueles que defendem a luta de classes, Ariovaldo demonstra desconhecer ou ideologizar a bestialidade marxista: “Eu quero (diz Ariovaldo Ramos) o socialismo dos crentes que, em meio à marcha dos trabalhadores e, diante do impasse do confronto com as forças do estabelecido, grita ao megafone: companheiros, avancemos! Deus está do nosso lado! ”

O Fato é que o socialismo decreta em seu cerne uma relativização impar na moralidade das interações sociais. Trotski já havia escrito um título que diz tudo:“A moral deles e a nossa”.

Neste relativizar, o certo e o errado são determinados pela ideologia e em última análise pelo partido, que governam as mentes, como parasitas alojados na consciência. Não mais os ditames de Deus na Bíblia são autoritativos, mas relativizados segundo a conveniência de cada militante, desde que alinhada com a corrente principal, o hospedeiro parasitário que governa a superestrutura.

Aqui em terra Brasilis, estamos no estágio da boa fé, Besançon (2000) assevera que: “no começo, uma parte importante da população recebe de boa fé a pedagogia da mentira. Ela entra na nova moral, com seu patrimônio moral antigo. Ela ama os dirigentes que lhe prometem a felicidade, ela crê que é feliz, ela pensa viver na justiça. Ela detesta os inimigos do socialismo, ela os denuncia, aprova que sejam expropriados, que sejam mortos. Ela apoia o crime sem se dar conta, ao mesmo tempo ela embrutece por ignorância, desinformação, raciocínios falsos. Ela perde suas referencias  morais.”

Mesmo com tudo isso, no próximo estágio, os “gerentes” da ideologia não creem mais nelas, mas continuam falando sua linguagem, e cuidam que essa linguagem, que eles sabem ser mentirosa, seja a única falada, pois esse é o sinal de sua dominação. Os “companheiros” gerentes da ideologia acumulam privilégios e as vantagens, transformando-se numa casta, e entre eles, diz Alain: "a corrupção é generalizada. Entre o povo, não se comparam mais seus membros a lobos, mas a porcos". 

A corrupção tanto a nível social quanto religioso é escandalosa, igrejas defendendo causas de LGBTs como uma igreja dita reformada, na qual a poucos dias tive trocando e-mails. Seu ex-pastor, notório defensor de ideologias beligerantes, resultado de uma deformação teológica que vou tratar no próximo artigo. 

Via Bereianos
.VV

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *