por Jarbas Aragão
No mesmo dia que o deputado Marco Feliciano recebeu o apoio de um grupo de 40 evangélicos que decidiu cobrar a saída dos deputados petistas José Genoíno e João Paulo Cunha da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, uma manobra política pode ter acabado com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).
Pressionado, Feliciano afirmou semana passada que só renunciaria à presidência da CDHM se os petistas condenados no julgamento do “mensalão” deixassem a Comissão de Constituição e Justiça. Embora o governo Dilma não tenha se pronunciado oficialmente, possivelmente com medo de perder o apoio dos evangélicos, a resposta do PT veio hoje.
Os deputados do PT Padre Tom (RO), Erika Kokay (DF), Domingos Dutra (MA) e Nilmário Miranda (MG) anunciaram sua saída da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Além deles, também abdicaram de seus postos Chico Alencar e Jean Wyllys (PSOL-RJ) e a Luiza Erundina (PSB-SP).
Ao informarem o líder da bancada petista, deputado José Guimarães (CE), que estão fora da comissão, pediram ainda que o partido não indique outros deputados para suas vagas.
“A comissão está inviabilizada por este ano. Não fazia sentido participar das reuniões e não quero mais polemizar, porque esse cara é um artista e está tirando proveito da situação para interesses individuais”, justificou o deputado Padre Tom. Afirmou que esse grupo “anti-Feliciano” irá trabalhar para a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, que atuaria paralelo à Comissão de Direitos Humanos.
A justificativa dos parlamentares do PT, PSOL e PSB é o protesto à permanência do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). “Estamos saindo para não legitimar os atos do pastor. Não reconhecemos a eleição dele”, asseverou Nilmário Miranda, ex-presidente do colegiado.
O deputado Jean Wyllys, principal opositor de Feliciano, escreveu um artigo, publicado na internet, onde afirma: “Não serviremos de trampolim para fundamentalistas homofóbicos, inimigos da cidadania plena de minorias e desonestos intelectuais”. Deixando claro que não aceita o fato de parlamentares religiosos comporem a Comissão. Por fim, anunciou que o 10º seminário LGBT do Congresso Nacional, terá como tema “Religião e Diversidades”.
Embora o deputado Marco Feliciano não tenha se pronunciado oficialmente ainda, está claro que a atitude orquestrada pelo Partido dos Trabalhadores foi “implodir” a Comissão. Sem seus membros, nem substitutos indicados pelos partidos, na prática ela perdeu sua função e dificilmente conseguirá dar sequencia aos trabalhos por falta de quórum nas próximas reuniões. Com informações de IG e Último Segundo.
Fonte:gospelprime
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