quarta-feira, 25 de maio de 2016

POR QUE HÁ UMA CONVERGÊNCIA ATUAL PARA A FÉ REFORMADA?




Por Michel Augusto

Breve Reflexão Teólogica

A história da igreja é caracterizada por uma dinâmica teológica necessária. Quando nos reportamos ao período atual, verificamos que há uma convergência para a  fé reformada. Por que isso tem acontecido atualmente? É uma questão de “modinha” ou um mero “movimento”? É uma convergência para criar exclusivismos? Qual é o valor prático dessa reviravolta atual? É uma contraposição à todas as demais cosmovisões e uma afirmação arrogante que estamos com a verdade? Em que medida essa convergência é saudável para o povo de Deus?


  1. Sentimento de insegurança no povo de Deus. Pastores e igrejas de formação histórica, conhecidos como o povo da Bíblia, tem como critério de segurança a Palavra de Deus, autoritativa, inerrante, inspirada, única regra de fé e prática. Quando esse sentimento é perturbado, há uma busca por um porto seguro. A fé reformada não busca ser uma categoria exclusivista, mas tem prestado um serviço relevante para o povo de Cristo, por voltar às Escrituras Sagradas em sua totalidade, em contraposição à “neo-ortodoxia de um povo evangélico aberto, isto é, uma neo-ortodoxia disfarçada de pensamento evangélico[1]“, como diz Francis Shaeffer;
  2. Igreja e teologia andando de mãos dadas. O seminário teológico não pode se tornar uma academia independente do povo de Deus, mas deve ser um instrumento de conhecimento para que a fé bíblica se torne o ponto de partida para se analisar o mundo, a sociedade e a cultura. Quando há um desvencilhamento desse aspecto, a teologia começa a prestar um trabalho irrelevante, pois despreza a comunidade cristã como precursora dessa construção e entra num processo de análise e convergência religiosa como ponto de partida e não as Escrituras Sagradas. Justo Gonzalez nos lembra dessa relação, dizendo que o “fazer teológico é um processo para toda a vida e de toda a igreja, e que temos que promover um tipo de educação que ajude toda a igreja a enfrentar as circunstâncias sempre em mutação e os desafios inesperados[2].”
  3. Bíblia e Interpretação: Jesus e Paulo. O método de interpretação histórico-crítico de cunho liberal trouxe uma dicotomia entre Jesus e Paulo, fragmentando o que é normativo para a igreja. O método histórico-gramatical conservador, usado pelos reformados, considera alguns aspectos importantes daquela, como as variações textuais, mas assegura com firmeza a totalidade das Escrituras como Palavra de Deus. As novas perspectivas dos estudos paulinos tem produzido uma nova categoria de liberais que usa o discurso de Jesus, desconsiderando a totalidade das Escrituras. Em virtude disso, os ditos paulinos deixam de ser vistos como inspirados e passam para a categoria antropológica-cultural da igreja neotestamentária. Neste contexto, a caminhada cristã se torna uma hermenêutica da vida, sem a necessidade de doutrinação bíblica em sua totalidade. O princípio “somente as Escrituras” corrige essa rota, buscando convergir todos os assuntos da igreja atual para o campo bíblico, como autoridade final em qualquer assunto;
  4. Dicotomia entre bíblia e teologia prática. A herança liberal deixou um presente de grego para a atualidade: Uma prática cristã com alguns retalhos bíblicos, isto é, uma pragmática religiosa sem compromisso com o discurso escriturístico sagrado em sua inteireza. É claro que ambas disciplinas podem e devem ser estudadas em momentos distintos, mas a prática cristã não pode ser vinculada somente à uma parte, mas às Escrituras Sagradas como um todo, pois elas convergem em Cristo. A praxis evangélica liberal busca referenciais nos Evangelhos, desprezando os escritos apostólicos, justamente pela atuação do método histórico-crítico;
  5. Evangelho social e o flerte com o universalismo da salvação. A injustiça social, desigualdade e as atuais questões de gênero e diversidade religiosa sorrateiramente tem levado muitos ao consenso interreligioso do universalismo da salvação. O discurso da eleição divina se torna um absurdo em virtude do problema do mal e das injustiças. O consenso liberal de “picotar” as cartas dos apóstolos tem formado um conceito do amor de Deus acima de qualquer escolha divina. A soberania e eleição de Deus na salvação é inadmissível num mundo de sofrimento, lutas sociais e raciais. Não podemos ser favoráveis à intolerância religiosa, mas não temos necessidade de buscar a unidade no contexto pagão religioso brasileiro. O processo ecumênico começa de forma atraente, mas os resultados práticos vistos é um diálogo interreligioso salvacionista. É um caminho que promete o retorno, mas por encontrar um discurso menos agressivo, pode desaguar no mar das incertezas religiosas, no famoso discurso do “amor de Deus”;
  6. Evangelismo e ação social. São idênticos? A teologia da libertação desaguou numa ação contra injustiças, apenas, e outras teologias atuais correm o mesmo perigo. Ação social sem evangelização bíblica desagua em luta por direitos e justiça, somente. “É crucial à fé que Deus esteja salvando corpos, não apenas almas – e nos conclama ao serviço tangível ao próximo, especialmente aos pobres e marginalizados da sociedade. No entanto, o perigo é quando queremos deixar uma marca distintiva nesse projeto social.[3]” Desta forma, o nosso desafio é trabalhar ortodoxia e ortopraxia, levando em consideração que uma não vive sem a outra. “Aqueles que se concentram exclusivamente em questões de justiça social se esquecem da afirmação cristã que é “fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores”, e da clara comissão dada à igreja de proclamar o arrependimento e o perdão dos pecados.[4]“
  7. Púlpito e docência. Teólogos e pastores devem ter o mesmo discurso. Teologia e igreja, cátedra e pregação devem ser coerentes na teoria e prática. O ensino do método histórico-crítico tem gerado uma separação entre o docente e o pastor entre o ensino e explanação da Palavra. Quanta hipocrisia e falta de zelo! Que o Senhor tenha misericórdia e traga um despertamento através dessa convergência em torno da fé reformada, como pressuposto de retorno à Bíblia, como Palavra de Deus em sua totalidade. A neo-ortodoxia, com trejeitos evangélicos não converge para as Escrituras Sagradas como única regra de fé e prática, acabando em “rua sem saída”, como diz Schaeffer;
  8. Liberalismo teológico. Não podemos partir do pressuposto de que tudo o que não faz parte da fé reformada, é liberalismo. Isso é um erro crasso! Por outro lado, temos pontos de partida (Cristo, Escrituras, fé, graça, e uma vida em função da glória de Deus), que nos permite fazer uma análise da história da igreja e seus desajustes com a abertura liberal. Assim sendo, surge uma pergunta básica: Qual é a contribuição do liberalismo teológico para a igreja de Cristo? Na Holanda e outros países temos como resultado o fechamento de inúmeras igrejas e seminários. Qual é o valor do método histórico-crítico para o povo de Deus, a não ser o de desfazer e retalhar as Escrituras Sagradas! O liberalismo tem se infiltrado em igrejas, denominações e seminários, percorrendo um longo caminho para não chegar em lugar nenhum, como bichinhos à cata do próprio “rabo”;
  9. Neopentecostalização. Muitos estão fugindo do liberalismo e outros do neopentecostalismo. O pragmatismo religioso atual através da espiritualidade sem entendimento bíblico levou muitos a abandonarem as igrejas históricas em virtude da teologia do resultado instantâneo. O retorno tem se dado numa convergência à fé reformada, como tentativa de respiração de um ar sem as contaminações da busca pelo crescimento numérico desenfreado. É um grito de socorro em meio à selva de pedras, uma tentativa de sobrevivência em relação ao pragmatismo religioso liberal e da teoria da prosperidade neopentecostal;
  10. Pregação. O Sermão Expositivo não é a única forma de pregar o Evangelho, mas uma alternativa indispensável de ensinar as Escrituras no contexto evangélico atual: um contexto de pragmatismo e pluralismo jamais visto na história da igreja. O fruto da separação da pregação do ensino trouxe prejuízos incalculáveis para o povo de Deus. “Deus não é um Deus de pantomina ou de encenação. Sua criação fundamental é um conjunto de revelação verbal e o corpo humano de Jesus Cristo, a Palavra que se fez carne. O trabalho do pregador não é citar a Bíblia como em uma palestra cheia de conselhos pragmáticos, mas expor o texto bíblico, aplicá-lo e exortar o povo a viver de acordo com ele, em união com Cristo e pelo poder do Espírito[5]”;
  11. Aconselhamento. O consultório pastoral deve ter uma ferramenta redentiva: Palavra de Deus. Partimos do pressuposto bíblico que o homem é um ser caído, que carece da glória de Deus. Após ser encontrado pela graça (Ef 2.8), precisa caminhar em santidade, que não é um caminho isolado da graça, mas também não é separado dos preceitos da lei divina. Aconselhar sem esse entendimento nos levará à uma caminho do pressuposto humanista da solução dos problemas, puramente;
  12. Espiritualidade. Vivemos num contexto de muitas espiritualidades. A experiência é muito enfática nas liturgias e prática cristã. O entendimento é reduzido ao campo do ensino, criando uma dicotomia entre teoria e prática. A espiritualidade reformada busca um entendimento bíblico para a prática, evitando as muitas espiritualidades “tupiniquins” como regra;
  13. Musicalidade. A herança do reformador Lutero quanto à musicalidade como Palavra cantada se perdeu gradativamente. Da década de oitenta até os dias atuais, temos enfrentando um pragmatismo na musicalidade igrejeira. As inspirações musicais pessoais cedeu lugar à regra bíblica de cantar as Escrituras Sagradas. Perguntaram para Lutero qual era a parte mais importante do culto. O mesmo respondeu que “o elemento mais importante é a pregação e o ensino da Palavra de Deus[6]“. Considerando que o ensino permeia todo o culto e liturgia, através do sermão e dos cânticos, se houver ensino bíblico nesses dois momentos, o culto será relevante;
  14. Cosmovisão e juventude. Os nossos jovens vivem inúmeros desafios diariamente. Muitos congressos da juventude brasileira tratam de temas ligadas ao “fogo” e deixam de ensinar o caminho da cosmovisão. O poder do Espírito Santos é vital na vida do crente, mas a alienação em torno de temas relevantes, não é o caminho para a juventude. Temos a necessidade de trabalhar a fé conjugada a: universidade, ciência, artes, musicalidade, cosmovisão política, cultura e outros.

O posicionamento da fé reformada não é uma auto-intitulação arrogante de infalibilidade do movimento em si, mas uma regência teológica que leva em consideração a totalidade das Escrituras como Sagradas, em contraposição à dinâmica da teologia na história da igreja, partindo do século XVI em oposição ao catolicismo romano quanto à teologia da justificação, quanto ao liberalismo teológico do século XIX e meados do XX e também em muitos aspectos da neo-ortodoxia, que entendemos ser uma teologia evangélica sorrateiramente aberta ao discurso interreligioso.

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Notas bibliográficas

SCHAEFFER, Francis. A igreja do século XXI. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 280.

GONZÁLEZ, Justo L. Ministério. Vocação ou profissão. O preparo ministerial ontém, hoje e amanhã. São Paulo: Editora Hagnos, 2012, p. 141-157.

HORTON, Michael. Simplesmente Crente. São José dos Campos: Editora Fiel, 2016, p. 40

STOTT, John. As controvérsias de Jesus. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2015, p. 161.

STRACHAN, Owen. Profetas, sacerdotes e reis. Uma breve teologia bíblica do ministério pastoral. In: VANHOOZER, Kevin; STRACHAN, Owen. O pastor como teólogo público. Recuperando uma visão perdida. São Paulo: Editora Vida Nova, 2016, p. 86.

CÉSAR, Elben M. Conversas com Lutero. História e pensamento. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2006, p. 196.

Sobre o autor

Michel Augusto é casado e pai de dois filhos. Cristão reformado calvinista. Pastor e teólogo. Doutorando em Teologia pelas Faculdades EST (Teologia Prática) – bolsista pela Capes. Mestre em Teologia pelas Faculdades EST (Teologia Prática). Mestre em Teologia, (Novo Testamento) pela Faculdade Teológica Cristã do Brasil. Bacharel em Teologia pelo Seminário Batista (SBJN). Bacharel em Direito pelo Centro Universitário IESB.

É professor de Teologia Prática na FTRB – Faculdade Teológica Reformada de Brasília. Advogado na área de direito eclesiástico. Pastor da Igreja Batista Nacional Deus é Luz. Membro da Ordem de Ministros Batistas Nacionais/DF e OAB/DF.

Áreas de pesquisa: Teologia Prática (homilética – sermão expositivo), Teologia da Musicalidade, Mídia e Religião e Teologia do Novo Testamento.

[1] SCHAEFFER, Francis. A igreja do século XXI. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2010, p. 280.

[2] GONZÁLEZ, Justo L. Ministério. Vocação ou profissão. O preparo ministerial ontém, hoje e amanhã. São Paulo: Editora Hagnos, 2012, p. 141-157.

[3] HORTON, Michael. Simplesmente Crente. São José dos Campos: Editora Fiel, 2016, p. 40

[4] STOTT, John. As controvérsias de Jesus. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2015, p. 161.

[5] STRACHAN, Owen. Profetas, sacerdotes e reis. Uma breve teologia bíblica do ministério pastoral. In: VANHOOZER, Kevin; STRACHAN, Owen. O pastor como teólogo público. Recuperando uma visão perdida. São Paulo: Editora Vida Nova, 2016, p. 86.

[6] CÉSAR, Elben M. Conversas com Lutero. História e pensamento. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2006, p. 196.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Não deixem seus filhos irados

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E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” – Efésios 6.4

O filosofo Luiz Felipe Pondé disse que, provavelmente, daqui a mil anos a nossa geração será lembrada como a era do ressentimento. Parafraseando Nietzsche, que afirmou sobre essa “era do ressentimento”, Pondé justifica: nós sonhamos com um sol que se preocupe com o que a gente sente. No entanto, diz ele que, quando descobrimos que o sol não está nem aí pra nósque as estrelas não brilham pra nós, nós caímos no desespero do ressentimento.[1] Esse ressentimento é achar que todos deveriam nos amar mais do que amam e achar que todos deveriam nos reconhecer por grandes valores que não temos.

Não obstante, esse ressentimento piorou muito nos últimos tempos. Você não pode falar nada que todos se ofendem. Se fizermos uma crítica, muitos tomam como algo pessoal e se comportam como pessoas mimadas. Infelizmente isso está sendo aplicado sobre os nossos filhos também. Eles estão sendo criados como crianças mimadas. Por exemplo, após a Suécia proibir que os pais corrijissem seus filhos com palmadas, hoje eles – de modo geral – estão sofrendo muito com seus filhos, pois fizeram das crianças pequenos tiranos, deixando sérias consequências futuras.

A disciplina antiga

Quando Paulo escreveu a carta aos Efésios, ele focou a mensagem às igrejas da Ásia, mostrando sobre a nova sociedade em Cristo. Essa nova sociedade era composta por crentes que vieram de um sistema contrário às Escrituras, inclusive na questão da criação de filhos.

Segundo a lei Patria Potestes (O poder dos pais), os pais romanos tinham total autoridade sobre a família, chegando ao ponto de vendê-las, se necessário. Mas, dependendo do caso, até a pena de morte os pais poderiam aplicar. Não somente isso, quando uma criança nascia ela era colocada aos pés dos pais. Se o pai se inclinasse para a frente em direção da criança, ela seria aceita por ele. No entanto, se o pai virasse as costas e fosse embora a criança tinha que ser jogada fora.

A disciplina moderna

A questão anterior parece não ter nenhuma ligação conosco atualmente. Mas essa rejeição dos pais pela criança, hoje, pode ser retratada na questão do aborto, da mesma forma em que os pais daquela época livravam-se de certas crianças pelo simples desejo, sem motivo, ou até por questões físicas. Porém, existe um outro lado. Há pais que não apoiam o aborto, mas criam seus filhos de forma mimada achando que alguma correção física poderá trazer danos futuros à criança. O que vemos, na verdade, é uma geração de jovens e adolescentes indecisos em certos temas centrais da vida, porque não foram inseridos no mundo como deveriam ser.

Por exemplo, eu trabalho em um lugar que é tido como o “redil evangélico”. E todos os dias jovens transitam por lá para comprar livros, cds e dvds. Há jovens que se comportam corretamente. No entanto, infelizmente, há alguns jovens, principalmente homens, que não se comportam e nem se vestem como homens. Entenda, não estou dizendo que a causa deste comportamento é a falta de uma boa surra, mas faz parte da intromissão do Estado na família ditando o que devemos ou não ensinar aos nossos filhos e a omissão dos pais que aceitam isso com bom grado.

Isso faz parte desta mentalidade moderna, na qual não podemos induzir nossos filhos a serem aquilo que eles são geneticamente, pois, segundo tal conceito, o fato de uma pessoa nascer com o órgão feminino não quer dizer que ela deva se comportar como uma mulher, e vice e versa.

A falta de disciplina e orientação correta pode ser vista na defesa de menores infratores. Se olharmos para 90% das defesas feitas à esses menores criminosos os argumentos giram em torno da pessoa em si, jogando a culpa na sociedade. Ou seja, por que tal adolescente se tornou um criminoso? Porque, primeiro, a autoestima dele está baixa; e, segundo, isso é culpa da sociedade. Ou seja, como resolver o problema da criminalidade, segundo eles? Basta levantar a autoestima deste menor para que ele melhore. No entanto, essa não é a visão bíblica.

A disciplina bíblica

A disciplina bíblica parte do pressuposto de que somos pecadores e como qualquer pecador, precisamos de disciplina. Mas para entender isso temos que voltar ao Gênesis. Deus, ao criar o primeiro casal, deu a eles certas atribuições as quais chamamos de Mandato Espiritual, Social e Cultural. Após a rebelião praticada por Adão e Eva, o Homem continua a desenvolver esses Mandatos, mas agora manchados pelo pecado.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos Efésios, mostra como é a nova sociedade em Cristo, a qual deve desenvolver esses Mandatos ordenados no Éden, mostrando que uma pessoa cheia do Espírito Santo (5.18) – tendo em vista um relacionamento com  Deus já restaurado (cap 4) – é aquela pessoa que anda dignamente em família, abrangendo o relacionamento entre o casal (5.21-33), mostrando que os filhos devem honrar a Deus por meio da obediência aos pais (6.1-3), que os pais devem cumprir com sua tarefa na criação, com disciplina e admoestação no Senhor (6.4), os empregados devem obedecer aos seus patrões (6.5-8) e que os patrões devem desenvolver seu oficio com dignidade (6.9). 

E aqui eu quero destacar um ponto interessante. Paulo, em Efésios 6, repete a palavra “pais” (no plural mesmo) duas vezes, nos versículos 1 e 4. No verso 1, quando diz que os filhos devem obedecer aos pais, ele usa a palavra grega γονευσιν, que se refere ao casal. Porém, no verso 4 ele usa πατερες, referindo-se especificamente aos homens. Pode ser que haja dois motivos para que o apóstolo se dirija somente aos homens; a) porque o homem é o cabeça do lar e a responsabilidade de ensino da família é dele, pois ele é como se fosse o sacerdote do lar, tal como Jó intercedia por seus filhos (Jó 1.5); b) talvez porque, em certos casos, os homens precisem de uma admoestação especial, mais que as mulheres. 

Como os pais podem irritar seus filhos? Qualquer forma de disciplina, quer seja física ou moral, pode fazer com que os filhos se irritem. Por exemplo, é só pedir a eles para lavar louça ou limpar o quintal que a ira é ascendida. Mas nós também erramos, porque somos pecadores e achamos que as nossas decisões erradas serão corretas para os nossos filhos. Podemos fazer com que eles fiquem irados quando agimos com excesso de proteção, igual à Dona Florinda, do seriado Chaves, quando diz ao Kiko que ele pode entrar na piscina, mas que não poderá se molhar. Irritamos os nossos filhos quando agimos com favoritismo, da mesma forma que Isaque tinha com o “queridinho do papai” Esaú e com o “queridinho da mamãe” que era Jacó (Gn 25.28). Por desestímulo, por exemplo, achamos que todo curso que nossos filhos devem fazer tem que ser rentável financeiramente para ele enriquecer, da mesma forma, quando o jovem diz aos pais que quer ir para o seminário teológico, pois entende que tem chamado pastoral. Neste caso, na grande maioria das vezes, os pais questionam sobre se o filho terá como sobreviver financeiramente, de uma forma confortável. Podemos agir também por negligência, como Davi fez com Absalão e Amnom após o estupro de Tamar (2Sm 13.20-22). Podemos irritar nossos filhos por agir asperamente ou com crueldade física, para mostrar superioridade e força superior, se esquecendo que a disciplina bíblica tem que ser feita com moderação, nunca motivada por paixões pecaminosas, mas com fim proveitoso. 

E, por fim, podemos irritar os nossos filhos por questões pecaminosas. Paulo em Efésios não mostra claramente, mas podemos entender isso pelo contexto. No capítulo 4:26,27 ele já havia tratado sobre a ira, mostrando que ela não pode perdurar até o outro dia e que, quando não tratada, pode dar lugar ao Diabo. Contudo, em Colossenses 3.21 o apóstolo repete a mesma advertência mostrando que não devemos irritar os nossos filhos para que eles não fiquem desanimados.

Como devemos agir? 

Não com ira, mas de acordo como a Bíblia nos manda. Hebreus 12 faz o contraste entre as disciplinas dos pais na carne e a disciplina que Deus aplica: Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplinava para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento, não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, frutos da justiça. Por isso, restabelecei as mãos decaídas e os joelhos trôpegos” (9-12).

Infelizmente agimos por impulso, sem nenhum proveito em nossas disciplinas, mas Deus nos deixa o exemplo claro em Sua Palavra mostrando que a disciplina deve ter um foco proveitoso que, mesmo produzindo tristeza, no fim saberemos que foi para o nosso bem. E assim, devemos agir com nossos filhos para a glória de Deus Pai.

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Nota:
[1] A era do ressentimento, Luiz Felipe Pondé. Editora LeYa.

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Autor: Denis Monteiro
Fonte: Bereianos

MECANICIDADE, OBRIGAÇÃO OU PAIXÃO?

Depois de sete anos em cartaz na peça “Nós na Fita” ao lado de Leandro Hassun, o comediante Marcius Melhem afirmou que estava muito atarefado, correndo muito, gravando dois programas para televisão e viajando com a peça e por isso estava se sentindo vazio. 
Marcius confessou que numa das ocasiões subiu ao palco e se apresentou diante do público com naturalidade, mas ele percebeu que estava fazendo as coisas mecanicamente, por dinheiro, mas a sua alma não estava ali, então ele decidiu parar.
Enquanto acompanhava a entrevista do comediante fiquei me perguntando sobre quantas vezes isto não tem acontecido conosco? Quantas vezes o nosso culto, a nossa vida cristã e a nossa obediência a Deus não passam de atos mecânicos, mera obrigação, afinal de contas, a nossa alma não está ali?
Diria que isto acontece com muita gente em nossas igrejas. Em alguns casos é fruto da falta de conversão, noutras ocasiões esta frieza é fruto da falta de vida devocional séria. Paramos de orar, paramos de estudar a Palavra de Deus e abandonamos a piedade e quando isto acontece esfriamos.
A grande tragédia, nisto tudo, é saber que, infelizmente, mesmo percebendo que as coisas não estão bem e que a frieza espiritual se tornou uma realidade, não paramos como Marcius Melhem e não admitimos que precisamos mudar. Em alguns casos, temos a impressão de que não existe mais jeito para nossa condição.
O Senhor sabia que isto poderia acontecer ao seu povo, por isso, em Deuteronômio 6 ele fez uma série de recomendações, por boca de Moisés, aos hebreus que estavam às portas da Terra Prometida e que devem ser aplicadas a todos nós. O Senhor disse: “Havendo-te, pois, o Senhor, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais... e quando comeres e te fartares, guarda-te, para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” – (Dt 6.10-12).
O Senhor não apenas alerta o povo quanto ao risco da frieza espiritual, mas Ele apresenta o antídoto contra este tipo de situação que nos leva à mecanicidade e à obrigação, Ele nos orienta a tomar uma decisão radical: “Diligentemente, guardarás os mandamentos do Senhor, teu Deus, e os seus testemunhos, e os seus estatutos que te ordenou” – (Dt 6.17), ao invés de continuar frio, acomodado, fazendo as coisas mecanicamente, quero lhe desafiar a se esforçar para orar, ler a Palavra, participar da vida doméstica da igreja, afinal de contas, esta é a vontade de Deus para a sua vida e, você descobrirá que o Senhor mesmo agirá em nossa vida nos dando a alegria necessária para servi-lo com paixão e entusiasmo.

Pr. Calvino Rocha pastor da Igreja Presbiteriana de Campina Grande-PB

UM HOMEM PODE TRANSFORMAR O MUNDO



Um homem sozinho totalmente entregue a Deus, ardendo de paixão por avivamento na igreja e pela salvação de seu povo, durante vários anos mudara a maré contra a maldade na igreja, no governo e na vida do povo. Se Deus pôde usar Savonarola a trazer tão poderoso avivamento em tempos tão improváveis, o que ele poderá fazer em resposta a um movimento de oração da parte de milhares de crentes e líderes cristãos que amam a Cristo hoje? Será que prepararemos o caminho do Senhor como fez Savonarola? Estaremos nos alimentando da Palavra de Deus e memorizando boa parte da Bíblia, como ele fez? Passaremos as noites e horas em oração e jejum como ele?
Savonarola não temia homens nem demônios. Ele expunha o pecado onde quer que o encontrasse. Foi pioneiro da Reforma Protestante, embora permanecesse fiel a igreja Católica Romana mesmo excomungado pelo papa. Do púlpito, Savonarola respondeu que antes importava obedecer a Deus do que aos homens. Afirmou que o papa era pessoa falível como os demais pecadores e que errava e pecava como qualquer outro homem. Savonarola ressaltou que o líder da igreja daquela época, o papa Alexandre, havia comprado ilegalmente seu ofício com dinheiro e não era nem crente.
Ao crescer, Martinho Lutero foi grandemente influenciado pela vida, pelo ministério e pela morte de Savonarola. Com certeza, Savonarola é um dos grandes heróis na história da Igreja e na história dos avivamentos. Ele estará diante do trono do juízo de Deus como testemunha contra todos os que nos dias atuais negociam sua consciência e ficaram calados para conseguir favores e posições na igreja, nas empresas e nos governos da terra. Ele denunciará os covardes que deixaram de condenar o pecado nos altos lugares, que diluíram suas convicções a fim de conseguir promoções, posições ou poder, até mesmo nas denominações e organizações cristãs.


Fonte: Livro Fogo do Avivamento, p 37,38

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O NOVO CALVINISMO DEFORMADO


Pare, leia e pense!





Por Thomas Magnum

A cada dia o movimento reformado no Brasil vai ficando mais estranho. E suas características vão se aproximando do secularismo, mundanismo, anti-pactual, reducionista e mais uma série de mazelas. Quem acabou de ler um texto de blog ou ver um vídeo de um "outro" contra um ponto tradicional da fé reformada já se acha capaz de mostrar os "erros dos calvinistas tradicionais". É um fenômeno curioso, sempre antes da apostasia doutrinária vem um estabelecimento de uma "nova ortodoxia", e esse fato corrobora historicamente para uma situação de declive.

Já tenho dito faz tempo que as causas iniciais possíveis nesse novo "Calvinismo Deformado" (título que dou a tal movimento) é fruto da mesma gênese das controvérsias teológicas, a saber: presunção e arrogância. A tradição reformada carrega nos ombros uma sólida teologia pactual que segue em linha exegética histórico-gramatical. Essa abordagem hermenêutica faz muita diferença num processo de interpretação dentro de uma teologia bíblica. Ao meu ver, o biblicismo de muitos reformados requerendo texto comprobatório pra tudo (achando que isso é seguir a risca o sola scriptura) é desmoronador de suas próprias convicções. A teologia pactual é progressiva, orgânica e adaptável na teologia bíblica, segue o desenvolvimento da revelação de Deus. Uma forma estanque de abordagem biblicista é estranha ao método histórico-redentivo de olhar teologicamente o processo de revelação divina.

Teologia não se faz assistindo vídeos de três minutos, nem lendo um texto corrido de quatro mil caracteres. A teologia reformada tem um contexto, uma construção lógica, hermeneuticamente aplicável a nosso contexto. Acho que o desforque do atual Calvinismo Deformado se dá pela falta de maturidade com a teologia reformada, leiam historia da teologia, história do pensamento cristão, leiam as confissões de fé, catecismos e catecismos comentados, leiam teologia bíblica do Antigo e Novo Testamento, é precido parar de achar que conhece teologia sem ler responsavelmente o que ela diz e é preciso uma disposição paciente e honesta de anos de estudos para uma maturação teológica.
Esse Calvinismo anômalo é secular, anti-confessional, conectado as seduções de interpretações pós-modernas. Quão estranho é ver neófitos apaixonados pelo calvinismo, de forma a exaltar o que é para servir e se tornam servos de um coração soberbo e imaturo. Não é um "sobrenome" como: Fulano de Tal Puritano ou Reformado que faz de você alguém respeitável teologicamente, isso só é adquirido com suor sobre páginas, lágrimas sobre a Escritura, de joelhos diante da majestade de Deus. 

O verdadeiro Calvinista segue e se esforça pela piedade cristã, pela simplicidade, pela humildade, pela paixão pela glória de Deus, pelo zelo doutrinário e pela proclamação da verdade.

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IGREJAS QUE FAZEM PARTE DA MINHA HISTÓRIA

Memórias do Ministério do Pastor Eli Vieira

Um breve esboço


Igreja Presbiteriana do Catonho, Jupi-PE


 Foi na Igreja Presbiteriana do Catonho Jupi-PE que comecei a conhecer a Palavra de Deus e o Deus da Palavra. Nesta amada igreja aprendi os primeiros ensino a cerca do caminho que conduz para a vida, e ainda na adolescência fui chamado para o ministério. O primeiro pastor que me deu a oportunidade para pregar foi o pastor Jayme de Barros Oliveira. O texto naquela ocasião que meditei foi Mateus 7.1s. Nesta igreja trabalhei na Mocidade, fui presbítero (Conselho: Pr. Jayme Barros, Pb. Obadias Peixoto Vilela, Pb. Rivaldave Freire Vilela e Pb. Joaquim V. Vilela), representante da igreja várias vezes junto ao Presbitério de Garanhuns. Foi a Igreja Presbiteriana do Catonho que me enviou para o Instituto Bíblico do Norte, me apresentou como candidato ao Sagrado Ministério ao Presbitério de Garanhuns. Deus continue derramando suas ricas bênçãos sobre a Igreja Presbiteriana do Sítio Catonho- Jupi-PE para honra e glória dEle.




Igreja Presbiteriana de Heliópolis Garanhuns-PE

       Ao terminar o Bacharel de Teologia no Seminário Presbiteriano do Norte em 1997 fui convidado pelo pastor José Ernando para ser pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Heliópolis dando assistência as Congregações da igreja: Manancial, Filadélfia e a Congregação na Cidade da Pedra (atualmente estas congregações são igrejas organizadas)  e cooperando em outros trabalhos  da igreja onde aprendi muito com o conselho e os irmãos desta amada igreja.
                                                                          


                                               Igreja Presbiteriana de Itamaraju-BA





Deus na sua infinita graça, me concedeu o privilégio de ser pastor efetivo da Igreja Presbiteriana de Itamaraju-BA do ano 1999 a 2002. Foram anos de lutas e vitórias onde posso destacar a Organização da Congregação do Bairro S. Domingos e construção do templo, iniciamos um trabalho no município de Alcobaça-BA, o Crescimento do Colégio Presbiteriano 12 de Agosto onde durante quatro anos fui o presidente do Conselho Deliberativo do Colégio e a organização da 3ª Igreja Presbiteriana de Itamaraju que teve como seu primeiro pastor o nosso irmão de saudosa memória Itamar que promovido e está na glória junto com o Pai Eterno.


3ª Igreja Presbiteriana de Itamaraju-BA


No meu pastorado o conselho da Igreja Presbiteriana de Itamaraju entrou com um documento junto ao Presbitério de Itamaraju pedindo a organização da Congregação do bairro da Liberdade. Hoje, esta é a 3ª IP de Itamaraju-BA,  seu novo templo foi construído no pastorado do Rev. Gilton de Souza.


Igreja Presbiteriana de Capela do Alto Alegre-BA






























Do ano 2003 a 2007 o Senhor Deus me deu a honra de ser pastor efetivo da Igreja Presbiteriana de  Capela do Alto Alegre-Bahia.No meu pastorado da IP Capela posso destacar a: construção do Templo atual, Fundação da Escola Presbiteriana John Knox, plantação das Congregações de Capelinha e Nova Fátima junto com Miss. Alberico, Nesta igreja destaco o apoio  do Conselho, junta diaconal e os as sociedades internas ( SAF, UPH, UMP, UPA e UCP) e os amados irmãos da IP Capela. Um fato interessante foi participar da luta para resgatar a realização do Desfile Cívico do dia 7 de setembro junto com a irmã Eliete Almeida e outros irmãos..


Igreja Presbiteriana Betel de João Dourado-BA




Do ano 2008 a 2010 - Deus me concedeu o privilégio de pastorear a IP Betel, onde podemos aprender muito com os irmãos e destaco a construção do Templo da Congregação de Soares sob a liderança do Presb. Renivaldo, plantação da Congregação do Povoado de Mata do Milho, a construção dos banheiros da IP Betel.


Igreja Presbiteriana Filadélfia Garanhuns-PE


De 2011 até o momento estou pastoreando a Igreja Presbiteriana Filadélfia de Garanhuns-PE onde posso dizer até aqui me ajudou o Senhor. Neste período assumimos a Congregação da cidade de Caetés-PE .Tenho desenvolvido um trabalho pastoral junto a igreja, participo do Projeto Novos Campos, assistindo a Congregação de Lagoa do Ouro e também tenho cooperado como professor do Instituto Bíblico do Norte.Os planos que posso destacar é a construção do prédio de educação cristã da igreja  e fundação de uma escola para atendemos a população do nosso bairro e da cidade dentro dos princípios cristãos se o bom Deus assim nos permitir.
A Deus toda glória. 

Pastor Eli Vieira



Pão Quente

🍞Pão Quente:
 "Tinha Abraão cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho." Gn.21:5 - Nossa vida é cheia de esperas. Quando Deus prometeu uma grande descendência à Abraão, ele e sua mulher Sara já estavam bem idosos. A espera foi angustiante, ao ponto de Sara querer ajudar oferecendo sua serva Agar. Se Deus prometeu algo a você, e você está vendo a promessa se cumprir, aguarde com paciência e fé. Precisamos aprender a difícil arte de esperar em Deus. Deus é o Senhor do tempo. Espere no Senhor, Ele vai cumprir a Sua promessa! Creia nisso! Reparta este pão e tenha um bom dia! Medite.

Pr. Jadson Cunha.- Pastor da Igreja Presbiteriana Ebenézer e Secretário de Apoio Pastoral do Presbitério de Garanhuns.

CONSCIÊNCIA CRISTÃ 2017 TERÁ CIRO SANCHES ZIBORDI





Por Mariana Gouveia

A próxima edição do Encontro para a Consciência Cristã já está sendo programada. Entre 23 e 28 de fevereiro de 2017, a 19ª Consciência Cristã acontecerá no Parque do Povo, em Campina Grande (PB), com o tema “A Tua Palavra é a Verdade: Celebrando os 500 anos da Reforma Protestante”. Vários preletores já foram confirmados para o evento, entre eles o pastor assembleiano Ciro Sanches Zibordi.

Ciro Sanches Zibordi é bacharelando em Relações Internacionais (Universidade La Salle-RJ) e licenciando em Português/Francês (UFF-RJ). Pastor na Assembleia de Deus em Niterói-RJ. Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil e da Casa de Letras Emílio Conde. Colunista do CPAD News desde 2010. Articulista do Mensageiro da Paz (CPAD) desde 1993. Autor dos livros “Erros que os Pregadores Devem Evitar”, “Erros Escatológicos que os Pregadores Devem Evitar”, “Evangelhos que Paulo Jamais Pregaria”, “Erros que os Adoradores Devem Evitar”, “Mais Erros que os Pregadores Devem Evitar”, “Perguntas Intrigantes que os Jovens Costumam Fazer”, “Adolescentes S/A”, além de coautor de Teologia Sistemática Pentecostal, todos da CPAD. Preletor em escolas bíblicas no Brasil e no exterior. Professor de Hermenêutica, Exegese, Homilética, Teologia Sistemática e várias outras matérias durante dez anos na Faculdade Evangélica de São Paulo (Faesp), onde se formou em Teologia, em 1992. Pastoreou congregações na AD do Ministério do Belém-SP e foi copastor da AD Cordovil-RJ. Atuou na CPAD (RJ) como gerente de TI e editor (2001-2008).

Além de Sanches, outros 24 preletores já foram confirmados para a 19ª Consciência Cristã. Entre eles, estão Hernandes Dias Lopes, Augustus Nicodemus, Paulo Junior, Franklin Ferreira, Heber Campos, Hermisten Maia, Adauto Lourenço, Renato Vargens, Norma Braga, Simone e Orebe Quaresma, Jailson Santos, Wilson Porte Jr., Maurício Zágari e D. A. Carson, teólogo canadense. O evento terá ainda as participações musicais de Stênio Március e de Paulo Cezar e Nilma Soares, do Grupo Logos.

Programe-se, faça a sua caravana, participe! De 23 a 28 de fevereiro de 2017, 19º Encontro para a Consciência Cristã, em Campina Grande, Paraíba!

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Revelação e Futuro

image from google


Excerto da palestra X, "Revelação e Futuro", do livro A Filosofia da Revelação, de Herman Bavinck, a ser publicado em breve pela Editora Monergismo. Tradução de Fabrício Tavares de Moraes, co-editor do blog Bereianos.

A doutrina de que o homem está corrompido pelo pecado, não podendo, portanto, santificar e salvar a si mesmo por meio de sua própria força é comumente considerada o erro mais terrível de todos; a autonomia e a autosoteria rejeitam toda forma de heterosoteria. Mas, ao mesmo tempo, quando toda transcendência e metafísica são negadas, o ser humano é exaltado acima de seu estado habitual, passando a ser identificado com o divino. A tarefa super-humana de transformar a presente sociedade num estado de paz e alegria requer mais do que simplesmente o poder humano; se Deus não opera a mudança, a esperança pode ser cultivada somente quando o poder do homem é divinizado. De fato, essa é a ideia central daquela teoria filosófica que Strauss desenvolveu mais claramente, a saber, que o infinito não é realizado num único homem, mas somente na humanidade; esta, sendo a verdadeira unidade das naturezas divina e humana, o homem transformando-se em Deus, o Espírito infinito descendo à finitude, a criança da visível mãe-natureza e do invisível pai-espírito, o realizador de milagres, o salvador do mundo. Aquilo que a humanidade confessa com relação a Cristo e declara em sua ideia de divindade é simplesmente um símbolo daquilo que ela encontra em si mesma, daquilo que ela é. Teologia é essencialmente antropologia; o culto a Deus é a humanidade adorando a si mesma. Comte, dessa forma, foi bem consistente quando substituiu a adoração a Deus pela adoração ao homem.

Essa deificação do homem prova claramente que nenhuma escatologia é possível sem metafísica. Mas isso é demonstrado ainda mais claramente por outro fato. A cultura, a ética, o idealismo – todos indo atrás de um objetivo – devem sempre buscar uma aliança com a metafísica. Kant reverteu as relações entre esses elementos, e tentou tornar a moral totalmente independente da ciência; mas sobre essa moralidade, o filósofo construiu novamente uma fé prática numa providência divina. De semelhante modo, qualquer sistema ético que aspira ser a verdadeira ética e apresentar um caráter normativo e teleológico, sem se tornar uma simples descrição de hábitos e costumes, se vê forçado a buscar o apoio da metafísica. Se o homem deve se empenhar por um ideal, ele pode ganhar coragem apenas pela fé que tal ideal é o ideal do mundo inteiro e está baseado efetivamente na realidade. Ao banir a metafísica, o materialismo não possui mais um sistema ético, passa a desconhecer a distinção entre bem e mal, não possui mais lei moral, nem dever, nem virtude, nem sumo bem. E quando a filosofia humanista imanentista de Natorp, Cohen e outros procura basear a ética exclusivamente no imperativo categórico, ela perde toda segurança de que o “deveria” irá algum dia triunfar sobre o “é”, e o bem sobre o mal. Independentemente daquilo que se crê ser o bem maior, este é ou uma imaginação, ou é e deve também ser o supremo e verdadeiro ser, a essência da realidade, o sentido e destino do mundo, e, assim, também o vínculo que mantém unidos todos os homens e nações em cada parte do mundo, salvando-os da anarquia.

O cristão, por sua vez, encontra a segurança do triunfo do bem em sua confissão da vontade soberana e todo-poderosa, que, embora distinta e exaltada acima do mundo, cumpre, todavia, por meio dele, Seus santos desígnios, e, de acordo com estes desígnios, conduz a humanidade e o mundo à salvação. Mas aquele que rejeita essa confissão não escapa, contudo, da metafísica. Soa bem chamar o homem de “o rebelde na natureza”, o qual, quando esta diz: “Morra!”, responde: “Eu continuarei vivendo”. Porém, com toda sua sabedoria e força, o homem, ao final das contas, é impotente contra a natureza. Eis o motivo porque, mesmo quando o teísmo é negado, a verdadeira realidade – a vontade do mundo que se encontra oculta por detrás dos fenômenos, manifestando-se muito imperfeitamente – é pensada como análoga àquela do homem, e especialmente como uma vontade eticamente boa. Não obstante toda sua autoconfiança e autoglorificação, o homem está, em toda cosmovisão possível, incorporado num todo maior, sendo, portanto, explicado e confirmado por essa totalidade. A metafísica, que é a crença no absoluto como um poder sagrado, sempre constitui o fundamento da ética.

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Autor: Herman Bavinck
Fonte: A filosofia da revelação
Tradução: Fabrício Tavares de Moraes
Divulgação: Bereianos

Encontro da Editora Fiel: Santos no Mundo - Em Garanhuns-PE







Queremos convidar você para participar do primeiro Encontro FIEL no interior de Pernambuco que acontecerá nos dias 17 e 18 de Junho de 2016 na IV Igreja Presbiteriana de Garanhuns. O s preletores serão os pastores Wilson Porte e Paulo Brasil.Parceria da Editora Fiel, Instituto Bíblico do Norte e 4ª Igreja Presbiteriana de Garanhuns. INSCRIÇÕES ABERTAS. (VC ganha na inscrição um vale desconto de R$10,00 na compra de livros da FIEL). Você não pode perder, faça já a sua inscrição.

domingo, 22 de maio de 2016

VINACC DISPONIBILIZA ACERVO EM VÍDEO DE TODAS AS EDIÇÕES DA CONSCIÊNCIA CRISTÃ #ASSISTA





A VINACC, entidade organizadora do Encontro para a Consciência Cristã, disponibilizará todas as palestras e pregações em vídeo gravadas ao longo dos anos, nas edições do evento. Os vídeos completos serão publicados no perfil oficial do evento no YouTube.

As palestras e pregações foram gravadas ao longo das edições do Encontro para a Consciência Cristã, e tratam de vários assuntos de interesse do público cristão, como teologia, missões, apologética, liderança cristã, família, sexualidade, dependência química, louvor e adoração, feminilidade, fé e ciência e outros. No total, mais de 600 palestras serão disponibilizadas na íntegra para o público, sendo uma publicada por dia.
As ministrações foram feitas por preletores cristãos de destaque nacional e internacional, alguns dos quais estarão na Consciência Cristã 2017: Hernandes Dias Lopes, Augustus Nicodemus, Franklin Ferreira, Paulo Junior, Hermisten Maia, Renato Vargens, Adauto Lourenço, Aurivan Marinho, Ciro Sanches Zibordi, José Bernardo, Norma Braga e outros. Além destes, outros nomes de destaque que já passaram pelo evento em anos anteriores também terão palestras disponibilizadas. Entre os preletores nacionais, estão Russell Shedd, Joide Miranda, Jonas Madureira, Ronaldo Lidório; entre os internacionais, Paul Washer, Norman Geisler, Ron Boyd Mac-Millan, Josh McDowell, Justin Peters e outros.
Para acompanhar a publicação das palestras, basta acessar o perfil da VINACC no YouTube: youtube.com/conscienciacrista, ou no Facebook (Consciência Cristã VINACC).

Confira a primeira palestra abaixo!


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DIP 2016 - PERSEVERANÇA PARA A IGREJA NO IRAQUE #ASSISTA




O que é o DIP?

O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) é um dia de intercessão pelos cristãos perseguidos ao redor do mundo. Estima-se que, atualmente, 100 milhões de cristãos enfrentam algum tipo de hostilidade por causa da sua fé em Jesus.


O evento idealizado pelo Irmão André (fundador da Portas Abertas) acontece no Brasil desde 1988 e tem como objetivo servir aos cristãos perseguidos e conscientizar a igreja brasileira a respeito da perseguição religiosa.

Queremos desafiar você a participar do Domingo da Igreja Perseguida 2016, no dia 22 de maio, para orar juntamente a milhares de cristãos em favor dos nossos irmãos e irmãs no Iraque e na Síria.

Participe do DIP 2016, um momento de oração para que o Senhor fortaleça nossos irmãos perseguidos a perseverar e permanecer firmes no evangelho. Mobilize sua igreja, cadastre-se e faça parte desse dia especial.


Ainda dá tempo de se cadastrar! Cadastre-se aqui

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ESPERANÇA PARA SÍRIA #DIP2016





Queremos desafiar você a participar do Domingo da Igreja Perseguida 2016, no dia 22 de maio, para orar juntamente a milhares de cristãos em favor dos nossos irmãos e irmãs no Iraque e na Síria.



Participe do DIP 2016, um momento de oração para que o Senhor fortaleça nossos irmãos perseguidos a perseverar e permanecer firmes no evangelho. Mobilize sua igreja, cadastre-se e faça parte desse dia especial.


sábado, 21 de maio de 2016

Hernandes Dias Lopes e as igrejas pragmáticas



“Quando os homens se esquecem do Senhor, os falsos ensinamentos prosperam. Muitas igrejas abandonaram a suficiência da Escritura e a substituíram por doutrinas erradas. As perguntas pragmáticas (o que funciona? O que é prático?) dominam as discussões contemporâneas, dos concílios nacionais e aos conselhos das igrejas. Algumas igrejas que experimentam crescimento numérico infelizmente mudaram a mensagem para o que o povo prefere. A mensagem torna-se centrada no homem. O pragmatismo, não teologia, tem governando a abordagem de muitos pregadores. A ciência social tem dirigido mais o ministério do que a Escritura. “Muitas igrejas vão bem na quantidade e mal na qualidade”.


Gene Edward Veith, citando Charles Colson, conta a respeito de uma igreja evangélica que decidiu crescer em número. Ele diz que o pastor contratou primeiro uma pesquisa de mercado e descobriu que muitos se sentiam repelidos pelo termo “batista”. A pesquisa mostrou que as pessoas queriam facilidade de acesso, de modo que a igreja construiu um novo prédio distante da auto-estrada. O templo tinha tetos com vigas, lareiras de pedra e nenhuma cruz ou outros símbolos religiosos que pudessem fazer as pessoas se sentir desconfortáveis. Depois, o pastor resolveu não mais usar a linguagem teológica. “Se usarmos as palavras ‘redenção ou conversão’”, raciocinou ele, “pensarão que estamos nos referindo a títulos”. Deixou de falar do inferno e da condenação e mudou pra temas mais positivos. É claro que a igreja cresceu. “O espírito é pôr as pessoas acima da doutrina” – comentou um membro entusiasmado. A igreja aceita totalmente as pessoas como são, sem qualquer tipo de “faça ou não faça”. Ao abandonar a doutrina a autoridade moral e ao ajustar os ensinamentos de acordo com as exigências do mercado, a igreja embarcou em uma peregrinação para o pós-modernismo. “Igreja calorosa, “igreja verdadeira” e consumismo na igreja diluem a mensagem, mudam o caráter da igreja, pervertem o evangelho e negam a autoridade da igreja.”

Rev. Hernandes Dias Lopes


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Nota: Eu vejo muitas dessas advertências, se não todas, perfeitamente aplicáveis ao movimento “das comunidades” que tem assolado a identidade Confessional daIgreja Presbiteriana do Brasil nessa década e meia, patrocinada por uma escola chamada CTPI. Eles mudaram o nome de igreja para comunidade, adaptaram os púlpitos, ‘modernizaram’ o ambiente reverente, mesclaram a linguagem teológica e bíblica, fazem pesquisas de gosto de mercado para ‘abrir uma igreja/comunidade’, usam mensagens, personagens e músicas mundanas, como conteúdo e foco de estudos e mensagens para a Noiva de Cristo. O que é tudo isso se não uma igreja pragmática?

Luciano Sena
Fonte: MCA

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