sábado, 21 de maio de 2016

IPB: Evangelização Confessional x Pragmatismo das Comunidades

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É com profunda dor e decepção que escrevo esta breve introdução desta série de postagens, especialmente com alguns que caíram pelos caminhos da dura pressão de resultados, que acabaram cedendo ao que é a pior ameaça contra a herança litúrgica e reformada histórica que a Igreja Presbiteriana do Brasil tem sofrido na última década. Creio que isso é pior que a pressão pentecostal sofrida na década de 90. Sem dúvida alguma, a IPB deixa de ser IPB onde uma Comunidade Presbiteriana é plantada. Esse é um câncer, um sistema corrosivo, destruidor para as igrejas presbiterianas.

Para acalmar alguns, a determinação de não usar o nome comunidade foi desferido pelo Supremo Concílio da IPB. Devo, porém, dizer três coisas: 1. Foi apenas isso, o que de fato não mudou nada na prática. As Comunidades continuam com suas mesmas características litúrgicas e eclesiológicas, quando não, humanistas; 2. Algumas demonstram que não estão nem um pouco submissas a essa decisão, continuam com o nome “comunidade”; 3. Muitos pastores de renome no Brasil não querem ‘mexer’ nisso, pois já estão envolvidos com os congressos promovidos pelas Comunidades.

Daqui a dez anos, talvez, não existirá mais IPBs em muitos lugares - sociedades internas, cultos solenes, hinos, símbolos de fé, farão parte da história de uma igreja morta, morta por um parasita que se tornou um monstro. A única coisa que se respeita da CI [Constituição Interna] da IPB são as garantias de salários para os pastores. Se até lá o Senhor não voltar, estaremos cheirando o vômito do Senhor Jesus.

Apesar de dizer assim, Ele pode causar uma mudança (Mt 16.16-18).

I. QUAL É O GRANDE PROBLEMA?

As Comunidades perderam, na prática, a compreensão da doutrina bíblica da depravação total (Rm 3.9-18) e passaram a buscar um estilo de igreja que agrade as pessoas. Isso causa um prejuízo incalculável na proclamação do evangelho. A advertência de Paul Washer é sábia:
“[..] àqueles que estão constantemente buscando formas inovadoras de comunicar o evangelho para um nova plateia [seeker-sencitive], faria bem começar e terminar uma pesquisa nas Escrituras. Os que enviam milhares de questionários perguntando aos não convertidos o que mais desejam em um culto devem perceber que dez mil opiniões de homens carnais não carregam a autoridade de um “i” ou “til” da palavra de Deus. Devemos entender que há um grande abismo de diferenças irreconciliáveis entre o que Deus ordenou nas Escrituras e o que a atual cultura carnal deseja.” (O Poder do Evangelho e Sua Mensagem, p. 20).

Van Til, apesar de focar a questão da lógica, comenta algo bem interessante:
“O Deus do cristianismo é para ele [para o homem caído] logicamente irrelevante para a experiência humana.” (Apologética Cristã, p.138).

Em um resumo bem simples, mas real e verdadeiro, as Comunidades não estão erradas em querer plantar igrejas, mas o tipo de igreja que querem plantar, não é uma que agrada a Deus em primeiro lugar, mas que agrada a cultura e os gostos dos filhos da ira (Ef 2.1,2).

Em certo sentido, enquanto as igrejas neopentecostais procuram agradar o misticismo brasileiro, usando elementos abolidos do Antigo Testamento, eles pelo menos estão buscando na Bíblia, com péssima exegese, a formatação de seus métodos, enquanto as Comunidades Presbiterianas estão indo direto à cultura popular caída (Veja aqui). Ambos os seguimentos são iguais.

II. QUAL É O SEGUNDO GRANDE PROBLEMA?

Não posso deixar de dizer algo de máxima importância. Muitos dos presbiterianos conservadores estão apáticos e não estão envolvidos na evangelização árdua em suas igrejas. Não evangelizar é o mesmo de evangelizar errado. Ser inativo é ser tão reprovável quanto ser pragmático. Criticar eles por fazerem errado, e não FAZER o certo é também cair em erro. Recentemente, um conhecido reformado em uma palestra sobre evangelização disse:
“Vou falar de evangelização urbana, mas eu mesmo não evangelizo.

O nosso doutor, foi “sinceramente hipócrita”. Ele não deveria dar a tal palestra nessa igreja. Aqui é onde estamos perdendo espaço para as Comunidades, que apesar de estarem erradas, não estão erradas na disposição.

Bom lembrarmos que não existe uma forma de evangelização, ela deve ser feita sempre e de diversas maneiras. Na pregação no culto solene, na visitação, no discipulado, nas reuniões, nas ruas, isso deve estar impregnado na vida do ministro, dos obreiros, dos líderes locais e de todos os crentes. Joel Beeke mostra que os puritanos eram evangelizadores por excelência, ao estilo da época (Espiritualidade Reformada, cap. 7º). A visitação de Richard Baxter demonstra um pastor evangelista (Manual Pastoral do Discipulado, Editora Cultura Cristã). O conteúdo, sabemos, nunca foi formatado aos ditames do mundo caído.

A Bíblia adverte que temos essa obrigação e promessa (Mt 28.18-20; I Pe 2.9,10). E temos dois documentos na IPB que deixam em relevo que nossa missão envolve a evangelização, juntamente com outras ações nobres da Igreja:
Catecismo Maior de Westminster - 159. Como a Palavra de Deus deve ser pregada por aqueles que para isto são chamados? Aqueles que são chamados a trabalhar no ministério da Palavra devem pregar a sã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras persuasivas de humana sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder; fielmente, tornando conhecido todo o conselho de Deus; sabiamente, adaptando-se às necessidades e às capacidades dos ouvintes; zelosamente, com amor fervoroso para com Deus e para com as almas de seu povo; sinceramente, tendo por alvo a glória de Deus e procurando converter, edificar e salvar as almas. Jr 23:28; Lc 12:42; Jo 7:18; At 18:25;20:27;26:16-18; I Tm 4:16; II Tm 2:10,15;4:2,5; I Co 2:4,17;3:2;4:1,2;9:19-22;14:9;II Co 4:2;5:13,14;12:15,19; Cl 1:28; Ef 4:12; I Ts 2:4-7;3:12; Fp 1:15-17; Tt 2:1,7,8; Hb 5:12-14.”
Constituição da IPB - Art. 2º. A Igreja Presbiteriana do Brasil tem por fim prestar culto a Deus, em espírito e verdade, pregar o Evangelho, batizar os conversos, seus filhos e menores sob sua guarda e "ensinar os fiéis a guardar a doutrina e prática das Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, na sua pureza e integridade, bem como promover a aplicação dos princípios de fraternidade cristã e o crescimento de seus membros na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Art. 14. São deveres dos membros da igreja, conforme o ensino e o Espírito de nosso Senhor Jesus Cristo: a) viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada; b) honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra; c) sustentar a igreja e as suas instituições, moral e financeiramente; d) obedecer às autoridades da igreja, enquanto estas permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras; e) participar dos trabalhos e reuniões da sua igreja, inclusive assembleias.”

Se é assim que se estabelece a Igreja Presbiteriana do Brasil, me parece que muitos estão se escondendo na crítica ao pragmatismo, o que de fato deve ser feito, mas estão parados. Outros nem na crítica a esse movimento cancerígeno, estão na Torre de Marfim, intocáveis, desde que sua fama e títulos sejam honrados.

O QUE FAZER NA PRÁTICA?

Para uma evangelização confessional, isto é, bíblica, você precisa acima de tudo ter duas atitudes em relação aos símbolos de fé presbiterianos - Primeiro conhecê-los de forma abrangente. Ler constantemente, na só a Confissão de Fé de Westminster, mas especialmente seus Catecismos. Segundo, ter fervor, convicção, entusiasmo, a respeito de suas posições bíblicas confessionais. O mundo tem convicção de seu relativismo, os neopentecostais de suas heresias, judeus foram trucidados e muçulmanos morrem e matam pela fé. Porém, muitos Reformados, parecem adotar uma atitude ‘complacente’ e apática em relação á sua fé, que não dá para entender por que são, muitos desses, pastores, presbiterianos. Não há fervor na alma. Se achar que não há fervor na vida Confessional, então duas coisas você não sabe mesmo: A vida dos puritanos, e duas perguntas e repostas do Catecismo Maior – a 104 e 105.

Jamais você verá os frutos de ser fiel aos símbolos de fé presbiterianos se você não conhecer e não ter paixão ardente por eles. Quando me deparo com alguns comentários negativos a respeito dos Símbolos da IPB, não raro identifico isso. O que está decepcionado em usar, não tem nenhum conhecimento a mais, nenhuma experiência de vida a respeito, nenhum plano devocional. Parece que o período no Seminário ou no Instituto esgotou sua paciência com os símbolos de fé, e algum afastamento parece ser um alivio. Outros não negam publicamente, mas negam na prática.

Ainda há os que talvez possuam os dois passos acima, estudam e tem fervor, mas não pensaram muito em usá-los no processo de evangelização e discipulado. Nessa postagem pretendo dar alguns apontamentos a respeito.

I. USANDO OS SÍMBOLOS COMO MATERIAL EVANGELÍSTICO

Talvez o que muitos nunca fizeram, é usar os Símbolos de fé já no processo de evangelização. Como fazer?

Quando produzir folhetos de evangelismo em sua igreja ou congregação, inclua algum trecho dos Símbolos de Fé. Uma parte da CFW ou dos catecismos que seja pertinente ao tema que você está abordando. Eu já inclui em um folheto a definição incomparável que a CFW dá de quem é Deus (presente também nos catecismos). Você talvez use aqueles folhetos das sociedades bíblicas, que são estreitos, com mensagens curtas. Então, faça-os apenas com duas perguntas, ou partes da CFW. Não tenha receio disso!! Imagine um folheto com a pergunta “Quem é Deus?” E antes de entregar para a pessoa, pergunte a ela qual seria a resposta dela. Você notará que as respostas são sempre aquelas, vazias e sem objetividade. É uma grande oportunidade de mostrar a resposta simples, bíblica e irrefutável do Catecismo Maior.

Recentemente escrevi um folheto que tem por tema “Qual o objetivo de sua vida?” Ao passo que a evangelização pragmática buscaria as respostas aos anseios do homem caído no homem, o Catecismo mostra que o foco está para cima, não em nós. A maior parte o folheto se desdobrou em torno do que é dito na primeira pergunta do CMW:
“1. Qual é o fim supremo e principal do homem? Resposta. O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e alegar-se nele para sempre.  Rom. 11:36; 1 Cor. 10:31; Sal. 73:24-26; João 17:22-24.”

O impacto disso é surpreendente, pois está honrando a Deus, dando testemunho não diluído de Sua Palavra. Faça o teste... ‘lance seu pão sobre as águas’. Quem sabe algumas pessoas saberão o sentido da “voz de grande estrondo” de Ez 3.12 por encontrar o objetivo da vida delas!

II. USANDO OS SÍMBOLOS DE FÉ COMO MANUAL DE DISCIPULADO

Eu costumo dizer que a evangelização bíblica envolve três momentos, ou passos. O primeiro é o anúncio/proclamação: quando você comunica o evangelho a uma pessoa. Depois vem o discipulado/ensino: quando você ensina o evangelho a uma pessoa. Por último, vem a integração/inclusão: quando você a inclui na comunidade do evangelho, na igreja. A Evangelização é plena.

No segundo passo, onde temos adotado o termo, ‘discipulado’, não é incomum um curso, alguns materiais de ensino do chamado “ABC” do evangelho. Isso é muito bom mesmo, e muitos materiais têm suprido essa necessidade e tem sido benção de Deus para a vida da igreja. Porém, você pode fazer um material de discipulado mesmo usando os Símbolos de Fé!

Eu organizei um, que expandi recentemente com artigos da Constituição da Igreja Presbiteriana, para ao mesmo tempo servir na classe de catecúmenos. Pensei em fazer assim, pois às vezes em trabalhos nascentes o discipulado já serviria para a recepção de membros. Como se fosse uma classe de catecúmeno pessoal, na casa do novo crente.

Como organizei esse material? Em cinco assuntos principais:

1. Bíblia - 2. Deus - 3. Salvação - 4. Vida Cristã e 5. Igreja

Selecionei o que especialmente o Catecismo Maior de Westminster diz a respeito desses temas e inclui alguns pontos da Confissão. Você pode fazer isso em seu discipulado [de uma certa forma, chamo-o de "Catecismo Médio"]

Se preferir, use o Breve Catecismo de Westminster no discipulado, não tenha medo, nem imagine que é profundo demais para as pessoas. Essa é nossa missão, ensinar todo o desígnio de Deus (At 20.27). Elas aprenderão, esteja certo disso. Jamais deixamos de entregar a Bíblia para alguém, pois nela tem o livro de Levítico, as profecias de Daniel, as visões de Ezequiel ou mesmo o difícil livro simbólico de Apocalipse. Esses são livros inspirados, superiores aos documentos de fé que neles estão baseados. Não fique preocupado se os Símbolos de Westminster podem causar confusão ou dificuldades. Eles causarão em todos que não estão de acordo com eles!!! Aí entra o papel do mestre, do discipulador, de ensinar com esmero (Rm 12.7).

III. TODOS OS MEMBROS DE SUA IGREJA TEM OS SÍMBOLOS DE FÉ?

Infelizmente, a maioria dos presbiterianos no Brasil não possuem os Símbolos doutrinários de sua fé. Isso tem contribuído para a formação de Igrejas Presbiterianas que são mais comunidades evangélicas do que Igrejas Reformadas. Precisamos trabalhar contra isso, com todo ardor e força que temos. Isso virou uma questão de sobrevivência. Aos reformados que estão preocupados com o crescimento das comunidades presbiterianas, eu tenho essa certeza. Já que nossos medalhões reformados estão calados diante das comunidades presbiterianas, só resta-nos a luta pela pulverização dos símbolos nas igrejas e congregações, em uma nova geração de crentes.

Mas se você quer ser um presbiteriano autêntico, se você quer ser um ministro honrado, de palavra, ou um obreiro que seja de confiança, comece a estimular a aquisição dos símbolos de fé por parte de todos os membros de sua igreja ou congregação. Se puder, que a igreja compre e distribua a todos os membros. Se não puder, que pelo menos aos que não tem muitas condições. MAS QUE TODOS TENHAM. Crianças e adultos. [Obs: A Editora Cultura Cristã tem feito promoções significativas para os símbolos de fé e, diga-se de passagem, os livros que contém os Símbolos já possuem os textos bíblicos transcritos. Eu sempre defendi a idéia que deveriam ser impressos em formatos de revista de escola dominical, com letras legíveis, e que fossem vendidos a preço de custo. Mas já que não é possível, fico grato a Deus pelas promoções realizadas pela editora, mostrando essa sensibilidade].

Como isso pode contribuir na evangelização? A medida que a pessoa for sendo integrada na igreja local, ela notará que tais documentos de fé são levados a sério. Que a importância deles é indispensável. Irá concluir a evangelização dele à medida que ele notar a cultura doutrinária no contexto de sua nova família da fé. Os crentes começarão a crescer em conhecimento doutrinário, sendo também capazes de dar orientação bíblica aos novos. Isso tudo é o processo de evangelização, até o momento em que ele for batizado e começar gerar para Cristo outros membros. E com essa impressão doutrinária prosseguirá em conduzir outros aos caminhos do Senhor.

Creio nessas coisas, e tenho praticado.

Deus nos fortaleça, em Cristo!

***
Autor: Luciano Sena
Fonte: MCA - Ministério Cristão Apologético

quinta-feira, 19 de maio de 2016

VII ENCONTRO REGIONAL DE OBREIROS DA JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS

Aconteceu na Primeira Igreja Presbiteriana do Recife  em maio de 2016 o VII Encontro Regional de Obreiros da JMN - Alagoas, Sudoeste da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Parceria da JMN com a Primeira IP de Recife-PE.Segundo dia: Oficinas com os Reverendos: Sérgio Victalino, Wicleyber, Cláudio Henrique e Mariano. Atendimentos individuais. Finalizando o dia com um belo jantar no restaurante Atlântico. Benção! Terceiro dia. Benção!! PALESTRANTES DO DIA: Rev. Pedro Ferreira - CPSS -IPB, Presb. Josimar Guerra, Rev. Lutero Rocha, Presb. Wilson Durães, Dr. Severino Santos e Rev. Waldecy Santos. Além disso teve Bazar Missionário.










Fonte:Face do Pr. Marioano

A Babilônia é aqui!

Pressionado pela política das grandes nações. Ouvindo vozes de falsos profetas que repetem com convicção: “paz! paz!” Testemunhando governantes corruptos subirem ao trono um após outro. Sendo guiado por líderes que agem como pastores que destroem as ovelhas. Vendo os tesouros do templo serem levados por alianças espúrias com pretensos aliados. A fome acompanhando os mais pobres como uma companhia indesejada. Perdendo seus jovens e promissores profissionais para outros centros. Assistindo ao desaparecimento dos elementos estruturadores da sociedade: a terra, a cidade e o templo. Rechaçando os profetas e seus vaticínios como palavras de lunáticos radicais. Marchando em direção ao exílio onde permanecerá por setenta anos. 

Israel estava no exílio. O povo havia sido levado para a Babilônia, desterrado em virtude de seus contínuos pecados. Os mesmos profetas que haviam predito o exílio profetizaram o retorno. Ainda havia esperança.

Tempos de sofrimento eram também tempos de revisão de vida e redirecionamento de caminhada. 

Estamos no exílio. Sim, em pleno século 21, nós, brasileiros, estamos na Babilônia. A história de Israel revive em nossa história. Vivemos a consequência de nossos pecados individuais, coletivos, estruturais. Nossas lideranças políticas, com raras exceções, nos enganam, nos vendem, são falsos profetas de uma paz cada vez mais distante. Os donos do capital vendem e compram corrupção.

Os poderes que estruturam nossa nação estão tão destruídos como os muros de Jerusalém e as colunas do templo. Não sobrou tijolo sobre tijolo.

Nossos tesouros, nossos muitos tesouros têm sido entregues em negociatas combinadas nas sombras da noite e comemoradas sob a luz de gabinetes com carpetes ou em restaurantes luxuosos.

Nossos pobres, como sempre, choram e lamentam as dores do passado e a desesperança do futuro.

Os jovens talentosos de nosso povo têm sido levados por multinacionais e universidades de países ricos. Não querem mais viver aqui.

Ficamos calados, sem resposta, quando nossos filhos nos perguntam sobre o futuro.

Estamos na Babilônia! E, o que é pior, não há profetas para predizer o retorno à nossa terra. E aqueles que o fazem têm sotaque, cheiro e jeito de falsos profetas.

Estamos na Babilônia! Quando voltaremos para nosso querido Brasil? Quando os reis, os governantes, os poderosos permitirão que retornemos? Daqui a setenta anos? Quem nos dera termos um Jeremias que nos desse tal esperança!

Quando acabarão as mentiras, as corrupções, os desvios, os desmandos, os líderes enganadores? 

Quando voltaremos para o Brasil, meu Deus?

• João Leonel é graduado em Teologia e Letras. Mestre em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Pós-doutor em História da Leitura pela Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Professor no Seminário Presbiteriano do Sul, Campinas (SP), e na graduação e pós-graduação em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Autor do e-book Perguntas de Quem Sofre.

Foto: Malina/Freeimages

Fonte:ultimatoonline - http://www.ultimato.com.br/conteudo/a-babilonia-e-aqui

Evangélicos que abusam de crianças

Lá longe, aqui perto, o problema está em todo lugar! É possível combater o abuso sexual de crianças perpetrado por pessoas envolvidas em ministério pastoral ou ministerial? Nós, evangélicos, acreditamos com facilidade nas denúncias de abusos cometidos por padres católicos que usam de sua posição de autoridade e confiança comunitária para comprar o silêncio de suas vítimas e perpetuar a situação abusiva. Será que tal comportamento é prerrogativa apenas dos religiosos não evangélicos? É evidente que não! Assim como é também evidente que algo mais preventivo precisa ser feito, como via de regra, em nossas comunidades de fé para proteger as crianças dos lobos que por aqui se vestirem de ovelhas!

A ABWE (Association of Baptists for World Evangelism), uma agência missionária norte-americana, acaba depublicar um relatório no qual ela admite que as alegações de assédio e abuso sexual de crianças que circularam por anos contra o missionário Donn Ketcham eram, de fato, verdadeiras. O missionário trabalhou como cirurgião em um hospital mantido pela missão no Bangladesh entre os anos 1961 e 1989. Sua vítimas incluem 4 mulheres e 18 crianças.

“Todo o remorso, culpa ou vergonha do mundo não seriam suficientes para reverter o sofrimento e dor que causamos,” afirmou Al Cockrell, presidente interino da ABWE, ao anunciar a publicação do relatório. “Nos dispomos a nos encontrar com as vítimas pessoalmente para expressar nosso pedido de perdão com um coração contrito; queremos custear o aconselhamento delas, e garantir para elas que estamos implementando as medidas necessárias para prevenir que comportamento tão deplorável venha a acontecer novamente.” 

As meninas, todas filhas de missionários da mesma missão, hoje já são mães e em alguns casos avós. Esperaram por décadas para que suas histórias fossem ouvidas e reconhecidas como verdadeiras. Este novo capítulo está sendo escrito pela ação cada vez mais insistente de alguns grupos de filhos de missionários, em sua maioria, egressos de internatos mantidos por agências missionárias nos países onde mantinham suas bases de operação. Wess Stafford, presidente emérito da Compassion International, compartilhou em 2010numa reportagem de capa da “Christianity Today” sobre os abusos sofridos quando criança e estudante de internato semelhante na África Ocidental. [leia aqui o testemunho de Wess em português]. No caso da ABWE, todas as crianças moravam com seus pais numa base missionária.

Uma outra agência missionária, a New Tribes Mission, com atuação global entre povos tribais, operou por várias décadas escolas para filhos de missionários norte-americanos em regime de internato. Como o trabalho que realizam é focado nas aldeias de povos indígenas onde não havia sequer a oferta de educação formal, sempre acharam justificável oferecer para seus filhos uma educação mais compatível com a que teriam nos Estados Unidos. Outras missões fizeram o mesmo, mas não com uma duração tão extensa transpondo várias gerações. Há casos de filhos de missionários egressos destas escolas que, hoje adultos,demandam o reconhecimento de que foram abusados ali e entendem que a agência missionária mantenedora é responsável em parte pelos abusos sofridos. Eles acreditam também que internatos onde as crianças são retiradas da família protetora para viverem segmentadas por idade, longe inclusive de seus irmãos, são ambientes propícios ao abuso. No Brasil, um destes internatos fechou, há vários anos, o outro continua em funcionamento.

O Brasil também está neste mapa. Em 2013, o missionário Warren Scott Kennel , 45, na época atuando como enviado da New Tribes Mission, que traduzia a Bíblia para a etnia Katukina no Norte do país, foi interceptado ao entrar no Aeroporto Internacional de Miami. A polícia aduaneira vasculhou seus pertences e encontrou em seu computador e pendrives mais de 940 imagens pornográficas envolvendo crianças. Em algumas delas Kennel era o próprio abusador. O missionário foi preso, respondeu processo e cumprirá 58 anos na cadeia por abuso sexual e participação na exploração sexual comercial de crianças.

Para qualquer líder de ministério ou agência missionária, este é o seu pior pesadelo! Muitos têm dificuldade em aceitar que seus próprios colegas possam ter uma vida dupla tão grotesca. E nós, cristãos em geral, temos dificuldade em não taxar o grupo todo como responsável pelas ações de uma pessoa, que oprimiu vidas inocentes anos a fio. É por isto que iniciativas como a da Junta de Missões Mundiais (JMM) da Convenção Batista Brasileira são tão relevantes e imprescindíveis. A junta publicou no ano passado suaPolítica de Proteção da Criança. Tais políticas são documentos que preconizam as ações com as quais todos em uma organização devem se comprometer para garantir a proteção de suas crianças. A recente publicação da política interna de proteção à criança da JMM é fruto de um trabalho sério de sua liderança que inclui prever ações que protejam as crianças que serão tocadas pela ação missionária em toda a sua rede. O manual aborda ações desde o recrutamento do candidato a missões até a sua manutenção no campo. A ideia é ajudar os missionários nos campos a agirem com mais clareza e rapidez quando suspeitam algum comportamento danoso de um colega ou associado e também formar nestes uma consciência de agentes de defesa das crianças em primeiro lugar, acima inclusive, da imagem de sua instituição.

Para os que ouvem estas coisas e imaginam que o problema é “norte-americano”, cabe uma pergunta: qual é a chance de um missionário brasileiro com o mesmo crime de Kennel, trabalhando no exterior, ser apreendido ao entrar no Brasil, ser encarcerado, julgado e condenado a 58 anos de prisão? Temos o mesmo problema, mas o grau de impunidade que reina no Brasil nos ajuda a negar a sua existência.

• Elsie Gilbert é jornalista e editora do blog da Rede Mãos Dadas.

Imagem: Freeimages.com

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Fonte:ultimatoonline -http://www.ultimato.com.br/conteudo/evangelicos-que-abusam-de-criancas

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Evangelho na Periferia – Princípio 2: Priorize o Ministério de Reconciliação

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O Ministério da Reconciliação
“Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5: 18-21)
Jesus está no negócio da reconciliação. Logo, a igreja deve, da mesma forma, estar no negócio da reconciliação. Nossa preocupação principal na periferia é ver pessoas reconciliadas com Deus. Isto está acima de todas as outras considerações ou necessidades (percebidas ou não). Sim, nós desejamos ver as pessoas conseguirem empregos, pagarem suas contas, endireitarem suas vidas, libertarem-se dos vícios (de todas as idolatrias na verdade) e uma multiplicidade de outras questões. Mas nós queremos proclamar as boas notícias do Evangelho de Jesus Cristo e ver as pessoas responderem com arrependimento e fé para o perdão dos seus pecados. Esqueça revitalização comunitária se primeiro não há reconciliação entre homens e mulheres pecadores e um Deus santo, justo, amoroso e irado.
A Reconciliação é necessária porque a relação deles com Deus está quebrada
Nós da 20schemes, obviamente, queremos desenvolver programas e projetos que sirvam a comunidade local e busquem melhorá-la para benefício de todos, seja ajudando com adolescentes nas ruas, ajudando nas comissões regionais, desenvolver programas de alcance da comunidade e uma série de outras coisas. Mas nós temos a certeza de que se não formos direcionados pela profunda necessidade de ver pessoas reconciliadas com Deus primeiro e acima de tudo, então vamos rapidamente perder o foco. As periferias estão cheias de gente quebrada. Derrubadas pela vida. Abatidas por uma falta de oportunidades. Abatidas pelo preconceito. Abatidas pela sua própria pecaminosidade inerente e sua preguiça. Abatidas por escolhas ruins. Mas nós sabemos que elas estão abatidas porque na raiz seu relacionamento com Deus está quebrado. Este pode não ser o problema mais evidente, mas se falharmos em apontar o evangelho para eles, então, eles nunca vão encontrar uma solução real e eficaz para todo o resto.
A Reconciliação é necessária porque a relação deles uns com os outros está quebrada
Brigas são comuns em algumas famílias em muitas periferias e têm sido assim por gerações. A reconciliação é necessária entre as pessoas em nível local. As igrejas podem ser modelo desta reconciliação ao ter pessoas diferentes e de classes sociais diferentes trabalhando juntas, guiadas pelo evangelho para o bem comum. Uma das perguntas mais comunsque me fazem sobre trabalhar na periferia é: “Você acha que uma pessoa de classe média pode fazer o que você faz aqui?”. Claro que a resposta é: “Sim e não”. Qualquer pessoa pode fazer o que eu faço aqui: amar as pessoas, tratá-las como iguais, buscar o bem delas, proclamar Cristo para eles e compartilhar a vida com eles. Não, em termos da conexão cultural natural e habilidade evangelística instintiva de contextualizar quando necessário.
O ponto é que não queremos uma igreja composta apenas de gente que faça como eu mais do que não queremos uma igreja composta apenas de pessoas da classe média. Nós queremos uma mistura, não queremos? Nós queremos que a igreja seja reflexo da cultura que nos rodeia. A periferia de Niddrie, por exemplo, não é só composta por parasitas e viciados em drogas. Existem também jovens profissionais e trabalhadores que desesperadamente precisam de Cristo. Ambos os lados desmerecem e suspeitam um do outro. A igreja local tem a chance de pintar um cenário contracultural por meio de sua vida e ministério juntos na comunidade. Devemos continuar trabalhando duro para que cultura da igreja seja modelo do que unidade e reconciliação são. Por exemplo, um “chá de mulheres” é um conceito estranho em Niddrie. É uma expressão de comunhão de classe média. Nós tivemos um aqui recentemente. O ponto chave foi que Miriam, minha esposa, certificou-se de convidar mulheres que nem sabiam o que isso significava. Então, dois grupos que normalmente não se misturariam se misturaram (em um nível pequeno). A questão agora é ver como ser recíproco para que a comunhão não seja dirigida por um grupo cultural em particular e que possa haver equilíbrio e reconhecimento de que uma maneira de expressar comunhão não é superior à outra. Em um nível micro, na comunidade, este é um retrato da reconciliação entre as pessoas (quer elas percebam ou não).
O alvo da reconciliação na comunidade neste nível é quebrar as barreiras da suspeita. Eu já perdi a conta do número de vezes que alguém da comunidade disse a respeito de outro na igreja o seguinte: “Na verdade ele/ela é legal. Eu achei que eles seriam uns &%)@¨#&$ metidos, mas eles são legais”. Ou, de forma recíproca: “Eu pensei que não saberia o que dizer a tal pessoa, mas ele/ela é na verdade muito esperto e faz perguntas inteligentes”. Por que a mudança de conceito? Porque os indivíduos atravessaram a barreira cultural e se engajaram em uma atividade fora da sua norma. Este tipo de comportamento conciliatório, então, se deve ter efeito duradouro, precisa ser uma via de mão dupla. Existe um enorme poder na reconciliação trazida a nós por meio do evangelho de Jesus Cristo. O testemunho de uma vida transformada após a devastação do pecado é uma ferramenta poderosa. Este poder é amplificado no nível comunitário à medida que eles veem reconciliação e barreiras derrubadas através da vida comunitária da igreja, juntamente com outras áreas do ministério. Claro que este é um grande tópico com muito a ser dito.
Em resumo, um dos pontos mais importantes no ministério do evangelho na periferia é se lembrar de sempre exaltar a reconciliação suprema ao proclamar a Palavra e ser modelo da mesma em nível micro nos relacionamentos com as pessoas. Nós somos embaixadores de Cristo, não de nossa classe social ou cultura. Estamos destacando a verdade e trabalhando juntos para mostrar com que isto se parece enquanto respeitamos nossas distinções na comunidade cristã e consideramos outros melhores do que nós.
Por: Mez McConnel . © 2013 20Schemes Original: The Keys to Breakthrough in the Housing Scheme (1)
Tradução: Fabio Luciano. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Evangelho na Periferia – Princípio 2: Priorize o Ministério de Reconciliação.

Evangelho na Periferia: Viva na Comunidade

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Nós precisamos estar preparados para “viver lá”
Se nós realmente queremos causar um impacto por Cristo nas muitas periferias que existem em nossa nação, então devemos estar preparados para nos mudarmos para estas áreas. Esta é a regra de ouro. Não existem exceções para nossos líderes. O ministério vai falhar desgraçadamente, particularmente se o(s) líder(es) não for(em) parte comunidade logo em seu início. Eu herdei uma igreja para revitalização, então meus presbíteros não haviam se mudado (ainda), mas o desafio já havia sido entregue a eles. Além disso, eu tenho (no momento) dois policiais em minha congregação e seria mais do que uma tolice fazer com que eles se mudassem para dentro da periferia, pois suas casas se tornariam alvos. Mesmo se eles não se importassem com isso, não seria justo com suas jovens famílias serem deixadas em casa à noite sozinhas enquanto eles estão de plantão. Uma dessas famílias se comprometeu a se mudar para o mais perto possível, no limite do que for seguro, mas a regra continua valendo, à medida do possível.
Eu já fui criticado no passado por usar o termo “deve” quando se trata deste assunto, mas mantenho minha convicção. Eu concordo que “deve” é uma palavra forte. Normalmente, eu a suavizaria com a expressão “em minha opinião”, em assuntos como este. Se pedido para provar meu ponto biblicamente, eu acho que a reação imediata seria correr para a doutrina da encarnação como uma “doutrina prova”, especialmente em nível mais amplo. A linha de raciocínio comum de “Deus se fez carne e habitou entre nós”. A lógica seria de que a encarnação dele nos dá um modelo para um ministério “encarnacional”. Sem dúvida, nós somos um povo enviado (Mateus 28), mas eu tenho reservas sobre usar a encarnação desta maneira.
Para mim, simplesmente, é uma grande tarefa não criar identificação e contextualizar as boas novas a não ser que estejamos preparados para uma “imersão total” (não é de batismo que eu estou falando). Em Atos 20, quando Paulo estava se despedindo dos presbíteros de Éfeso, ele fez isso os lembrando no verso 18 de como ele não só proclamou a Palavra a eles, mas os lembrou de “como foi que me conduzi entre vós” (v. 18). Admito que não há imperativos diretos aqui de “deve-se viver na periferia”, mas mesmo este olhar superficial sobre alguns textos me apontam para minha posição defendida na primeira frase.
Um dos maiores benefícios de viver na comunidade é que logo você começa a ver, experimentar e aprender quais são as maiores necessidades da área. Isto quer dizer que você não é apenas simpático às necessidades locais, mas que você tem total consciência delas porque elas também afetam você. Isto nos impede de nos tornarmos ilhados e procurarmos apenas o que é melhor para nossas vidas e nossas famílias. Esta prática nos dá um coração envolvido com a comunidade, muito mais do que se somente nos deslocarmos para lá nos fins de semanas para um culto e talvez uma reunião no meio da semana. Rob Lupton identificou três tipos de pessoas que se mudam para periferias:
1. Realocados – Estas são pessoas que não nasceram na região, mas se mudaram para a vizinhança.
2. Regressantes – Estas são as pessoas que foram criadas na região, mudaram por um tempo (normalmente procurando uma vida melhor) e escolheram voltar para a comunidade da sua infância porque não se sentem mais aprisionados pelas pressões sociológicas.
3. Remanescentes – Estes são os que entendem os problemas associados com viver naquela região, mas, apesar deles, escolheram ficar a fim de trabalhar para revitalizar a comunidade.
É senso comum que não começamos a nos importar em encontrar soluções reais para os problemas até que eles se tornem nossos problemas. Mudar-se para uma periferia logo nos dá uma visão dos problemas e preocupações, e nos leva a pensar na melhor maneira de tentar resolvê-los. É interessante notar em minha igreja como a linguagem é diferente entre os membros que moram fora de Niddrie e aqueles que moram na comunidade. Os que moram lá usam palavras como “nós” e “nossos”, enquanto aqueles que moram fora mais comumente dizem “deles” e “eles”.
Qualquer pessoa que estiver pensando em começar a plantação de uma igreja numa periferia precisa desistir agora se seu primeiro pensamento é não se mudar para a região. As chances de desenvolver relacionamentos profundos, construir uma comunidade que dê testemunho e ver o evangelho crescer aumentam consideravelmente se vivemos na periferia. Isso é tão simples que nem precisava ser dito, mas mesmo assim a maior parte do trabalho cristão em muitas periferias que conheço é feito por organizações para-eclesiásticas sem nenhuma base na comunidade que os conecte com um corpo local e vivo de crentes.
Embora não queira diminuir o trabalho que muitos dos meus membros fazem, é justo dizer que 100% do trabalho relacional no qual estamos envolvidos está diretamente ligado àqueles membros que moram na periferia. A frequência no domingo é sempre ajudada quando as pessoas da localidade podem entrar no templo e ser cumprimentadas por pessoas que elas já conhecem. Faz uma diferença enorme quando podemos andar pelas ruas da periferia e as pessoas nos conhecem pessoalmente ou, através dos seus amigos, sabem que somos “da missão”.
Por favor, ore por nós enquanto encorajamos mais membros a se mudarem para a periferia, e enquanto trabalhamos com as pessoas locais, ore para que Deus salve mais deles e que eles atraiam amigos/vizinhos/familiares para a comunidade de fé neste lugar. Por favor, orem pelo 20schemes à medida que buscamos desenvolver este modelo enquanto recrutamos plantadores de igreja, trabalhadoras para o trabalho de alcançar mulheres e aprendizes de ministério para as periferias necessitadas da Escócia.
Por: Mez McConnell. © 2013 20schemes. Original: The Keys to Breakthrough in the Housing Scheme (1)
Tradução: Fabio Luciano. Revisão: Yago Martins. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Evangelho na Periferia: Viva na Comunidade

terça-feira, 17 de maio de 2016

É FORTE.


Por Antônio Pereira Júnior 

Muitos cristãos se impressionam com qualquer coisa. Os modismos evangélicos são como ondas na praia, vem e vão e não produzem nada de extraordinário. Por mais de duas décadas envolvido nesse meio pude perceber que grande parte dos clichês gospeis são como um “abracadabra” que os mágicos antigos usavam para ludibriar os incautos. Ou a senha “abre-te sésamo” que Ali-Babá utilizava em “As Mil e uma Noites” para abrir a porta automaticamente do esconderijo do tesouro que os 40 ladrões roubavam. O grande problema é que os 40 se multiplicaram em milhares.


Quando um pregador cita algumas palavras, parece que o raciocínio dos fieis fica embotado. E o que este disser a partir da palavra-senha, será quase que a voz do próprio Deus falando. Como se fosse proibido pensar. Deixe-me ser mais claro. Houve época que a palavra mais citada era “tremendo”. O culto é “tremendo”; a revelação agora é “tremenda”; louvor “tremendo”, etc.

Outro tempo a palavra-senha foi “Deus purinho”. Quando o que se falava era “Deus purinho” não se questionava mais nada. Mesmo que o que se dizia não tinha nada de Deus e muito menos de puro. Outra palavra-frase muito dita, inclusive ainda hoje, é: “coisa grande”. Isso é grande, e o que se escuta depois, geralmente enfeitado com algum arrepio ou emoção alterada, também não tem nada de grande, é só mais uma “coisa”.

Esses clichês são utilizados em vários momentos e nas mais variadas denominações para produzir, em muitos casos, um clima de espiritualidade aparente. Verdadeiro pavoneamento do suposto profeta. Em tempos recentes, em alguns grupos, a palavra-chave agora é “forte”. Culto “forte”; oração “forte”; pregação “forte”. Isso e aquilo é muito “forte” igreja – é o que dizem. Pastor “forte”; profeta “forte”; missionário “forte”. São os halterofilistas da fé. Paulo, ao contrário, se gloriava nas fraquezas (2Coríntios 12.9).

Alguns, para justificar certa autoridade e espiritualidade, pregam aos berros, como se o grito fosse transformar heresia em verdade. Dizer mentiras aos berros não a torna mais crível. Gritar não vai fazer com que a heresia dita se transforme em verdade. Uma heresia será sempre uma heresia, seja dita em qualquer tom.

Saiba: não é proibido pensar. Não me leve a mal. Digo isso com tristeza no coração por ver o povo de Deus sendo enganado com discursos rasos e cheios de promessas vãs que não tem nada a ver com o evangelho de Jesus. Nenhuma dessas coisas se encontra nos lábios do Senhor e muito menos na boca dos apóstolos da Igreja primitiva.

Que saudade dos crentes bereanos que examinavam as Escrituras mesmo ouvindo um baluarte da fé como o apóstolo Paulo: “Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, porquanto, receberam a mensagem com vívido interesse, e dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo correspondia à verdade” (Atos 17.11). Estes eram mais nobres porque examinavam as Escrituras e não se impressionavam com qualquer oratória. Leia a Palavra e não se deixe enganar.

O apóstolo Pedro também advertiu que nos últimos tempos: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias…” (2Pedro 2.1-3). Percebe? O apóstolo Pedro adverte sobre essas pessoas cuja única finalidade é arrancar dinheiro dos fiéis. Portanto, já estamos todos avisados.

Pare e pense enquanto você pode. Tremendo (e não soberbo) ficou Isaías, e todo aquele que reconhece a grandeza do Eterno, ao se ter a visão daquele que é Santo, Santo, Santo. Grande é Cristo que foi crucificado, morto e sepultado por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia para a nossa justificação. Forte é o nosso Deus em cuja presença só podemos nos humilhar, o adorar, chorar, lamentar nossas misérias e dizer como o publicano: “Tem misericórdia de mim que sou pecador” (Lucas 18.13). Soli Deo Gloria Nunc Et Semper (Somente a Deus damos a Glória, agora e sempre).

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Antônio Pereira Júnior é pastor da 1ª Igreja Congregacional de Guarabira-PB, escritor e professor de Teologia do Seminário Betel Brasileiro.

(e-mail:oapologista@yahoo.com.br)

Considerações sobre a legalização do casamento gay

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Algumas pessoas, ainda umas que se denominam cristãs, não veem qualquer problema na legalização do casamento gay. Ora, qual o problema de duas pessoas que se amam serem reconhecidas pelo Estado, ou mesmo por alguma Igreja, sua união? Por que gozariam os heterossexuais de um direito ao casamento, enquanto esse direito seria negado aos homossexuais? Ainda, se estamos em um Estado laico, não deveriam os cristãos, mesmo sendo contra o casamento gay religioso, ser a favor das pessoas se casarem no civil? Alguns pensam: “sou contra a homossexualidade, mas a favor das pessoas se casarem”, ou “sou contra o casamento gay apenas religiosamente falando, mas não generalizo meus princípios religiosos privados para a vida secular”. Será mesmo coerente esse tipo de posicionamento? Como os cristãos devem enxergar o casamento gay?

As bases biológicas do casamento

Para começar, definamos “casamento”. Mesmo sem recorrer a argumentos essencialmente religiosos, a definição de casamento permanece sendo a união de duas pessoas de sexos diferentes. Isso porque a definição de casamento se sustenta sobre três pilares básicos: (i) sexo; (ii) quantidade e (iii) espécie. Existem dois sexos biológicos básicos na espécie humana: masculino e feminino (isso não significa que não possa haver exceções aos sexos biológicos básicos). Com base nesse aspecto biológico se estabelece o casamento como sendo entre duas pessoas (quantidade), sendo elas (um homem e uma mulher). Em seguida o casamento é delineado como sendo constituído por pessoas da espécie humana. Estes três pilares (i) sexo: homem e mulher; (ii) quantidade: duas pessoas; (iii) espécie: humana, são a essência que define o que é casamento. Sabe-se, no entanto, que o biológico não é a única coisa a se levar em conta na questão da conjugabilidade, e que nesse sentido o casamento precisa ser constituído de laços afetivos. No entanto, será um erro ignorar o biológico e assumir somente a afetividade na conceituação de casamento. A definição de casamento se sustenta sobre os três pilares biológicos e sobre a afetividade, e não apenas sobre um ou outro. Uma sociedade hedonista, em que se valoriza o amor eros e ignora a biologia humana, acaba por fazer com que o termo “casamento” perca seu rigor conceitual, o que por sua vez gera uma palavra vazia de significados, plástica e flexível, reflexo da fluidez de nossa sociedade. Casamento é, na própria definição do termo, heterossexual, pois carrega consigo a alteridade biológica. “Casamento gay” é um contradicto in adjecto, uma contradição nos próprios termos.

O campo da afetividade e a conjugabilidade

Baseado na teoria dos campos de poder de Weber, alguns teóricos tem desenvolvido a ideia da emergência de um novo campo de poder, o campo da afetividade.[1] Até o fim da Idade Média, campos de poder, como a política, a ética, a economia e a religião, estavam todos em torno da Igreja. Com o secularismo, teria havido uma delimitação mais distinguível dos campos de poder. O campo de poder da religião separou-se do campo de poder do Estado, a Ciência moderna, filha do escolasticismo, foi se tornando um campo cada vez mais independente, separando-se de pressupostos religiosos e subjetivistas. Desse modo, houve um processo que poder-se-ia chamar de uma complexificação dos campos de poder. 

Um campo de poder que também surgiu na Idade Moderna teria sido o campo da afetividade. Tal campo emergiria, englobando ciências afetivas, como a Psicologia, o estudo da socioafetividade, a Teoria das Relações Humanas na Administração, o conceito de Inteligência Emocional dentre outros, além de lançar o solo para o Feminismo, os movimentos de diversidade, o Pentecostalismo e as religiões carismáticas. O surgimento deste novo campo foi de grande importância para o mundo, especialmente por uma maior consideração da dimensão afetiva do ser humano, seus aspectos psicológicos, suas emoções e sua subjetividade.

O campo afetivo trouxe também consequências no que diz respeito ao casamento. O casamento, a partir do século XVIII, passou a estar cada vez mais vinculado a noção de amor. O casamento passou cada vez a estar mais ligado às ideias de erotismo e amor-paixão, do que às ideias de contrato familiar e propriedade. Surge então na Modernidade a ideia do amor-paixão como fundamento do casamento. E de fato, não negamos a importância da esfera psicológica e afetiva do casamento.       

No entanto, existe algo que podemos chamar de violência simbólica de um campo de poder. Alguns campos de poder podem lançar seus tentáculos e querer usurpar outro campo. O Mercado pode, por exemplo, interferir na Medicina, como quando a Psiquiatria passa a ter de atender interesses da indústria farmacêutica. O Estado pode querer interferir nas relações familiares, proibindo os pais de darem “palmadas” nos filhos. Um campo de poder pode também, querer reduzir toda a realidade em torno de si, como o fizeram o psicologismo, o positivismo e o biologismo. Assim, alguns podem interpretar que todos os fenômenos são psicológicos, ou passarem a enxergar o ser humano como um animal biológico tal como qualquer outro “produto do processo evolucionário”. 

Ultimamente, é isso que temos visto fazer o campo afetivo. Ele se ergue sobre outros campos, querendo lançar fora as bases biológicas para a definição do casamento e prepotentemente querendo definir casamento sobre a base do sentimento. O resumo da conjugabilidade pelo afetivismo se vê naqueles que pensam “Qual o problema de duas pessoas que se amam, se casarem?” ou “Deixem as pessoas serem felizes”– como se o sentimento afetivo de amor resumisse a questão. Isso tem reverberações até no crescimento do divórcio – o separar-se porque o “amor acabou”. Assim, o casamento, tanto conceitualmente, como pragmaticamente, passa a estar resumido e sustentado tão somente pela afetividade. O fato de dois homens ou duas mulheres se amarem eroticamente, não os torna um casal, pois o casamento não se reduz a esfera afetiva.

A esfera transcendental do casamento

Para os cristãos a questão é ainda mais profunda, o casamento não tem só uma esfera biológica e afetiva, mas também uma dimensão ética-transcendental. Ele foi criado com um propósito e um sentido. A união de dois sexos diferentes é o símbolo da distinção na unidade, reflexo do arquétipo uno/múltiplo da natureza divina, comunicada na Imago Dei. A unidade essencial e a pluralidade pessoal do divino são refletidas na união conjugal dos gêneros. A alteridade dos sexos é um elemento necessário para o casamento enquanto reflexo do transcendente. É por isso que, em sua dimensão transcendental, o casamento só pode ser casamento se for heterossexual, e a união sexual entre duas pessoas do mesmo sexual é uma perversão narcísica que ignora a alteridade. 

Há ainda uma esfera mítica no casamento. Ele revela um mistério, a união mística entre Cristo e a Igreja. O casamento tem uma esfera espiritual. Ele existe como encenação da união amorosa entre o Deus Filho e Seu povo eleito. O homem é o representante da autoridade de Cristo na família, e a mulher manifesta a glória da Igreja no matrimônio. Os cristãos devem ter em mente toda essa esfera ética – transcendental – espiritual, antes de darem as mãos ao reducionismo afetivo do casamento gay. 

O casamento gay e o posicionamento cristão

Lúcio Oliveira pontua que “Platão, em a ‘República’ observa que tal como é a sanção pública em torno da moralidade, dos valores, do que ela acha legal e ilegal, será a formação da mentalidade ética da geração posterior.[2] Trocando em miúdos, quando as crianças em formação olharem para o mundo e virem que tudo isso é considerado normal, uma questão de ‘direito’ e até mesmo algo comemorado pelo povo - inclusive por seus pais cristãos - é bem possível que tenha sua percepção de mundo influenciada. E, não, ela não assimilará os valores de tolerância e afins. Os valores antropológicos dos pais cristãos e sua concepção a respeito do ser humano serão solapados pelo fenômeno que se desdobra na sociedade. Um bom adolescente perceberá que esses valores da ‘velha religião’ são obsoletos para o seu tempo. E estes cristãos estarão em maus lençóis quando tiverem que evangelizar seus filhos. Se é que têm esse interesse. Se é que são cristãos”. 

Assim a legalização do casamento gay não significa uma mera concessão de direitos, mas uma nova, e quase uma revolução[3], no modo de pensar da sociedade, uma sociedade que vai tomar uma prática imoral como moralmente aceitável, consentir com isso é consentir que a sociedade adote um modo de pensar que é contrário aos princípios da moral, em especial levando em consideração que os cristãos consideram a moral como absoluta, universal e objetiva, e não relativa. Ser conivente com a legalização do casamento gay seria contribuir também para que o modo de pensar da próxima geração seja modificado, de modo a prejudicar e dificultar os cristãos a continuarem a manter seu posicionamento diante da nova mentalidade social.

Além disso, cremos que a Lei de um Governo acaba por refletir a moral do seu povo, de fato, as nossas leis são alicerçadas nos princípios da moral judaico-cristã, e seria uma pena que perdêssemos esses princípios, pois eles certamente são o que sustentam os princípios de justiça social, respeito, amor e tolerância. Um dos papéis da Igreja, apontados por Cristo, é que ela deve ser “sal da Terra”, o que faz o sal senão servir de elemento que permite a preservação e a conservação? Assim defendemos que o papel dos cristãos em meio a uma sociedade que esteja gradualmente perdendo os padrões de moral, é de trabalhar para que essa moral seja conservada. Isso é justamente uma manifestação do amor cristão, que jamais consentiria com que as decisões de hoje fizessem produzir uma mentalidade social desvinculada dos princípios morais. 

O casamento não é simplesmente um “direito civil inerente ao ser humano”, de fato, diferente do acesso à saúde, educação e moradia, o casamento não é um direito inalienável, e é verdade que, uma pessoa pode ser plenamente realizada sem se casar. A questão é que o Estado ao aprovar o casamento gay está concedendo benefícios a esse tipo de união, como direito a herança, repartição de bens, etc. Ao fazer isso o Estado está incentivando um tipo de prática, e não penso que os cristãos devam apoiar que o Estado incentive uma prática imoral. Cremos sim que os homossexuais têm o direito de fazer sexo com pessoas do mesmo sexo, mas uma coisa é o Estado permitir isso, outra é ele incentivar, quando dá benefícios a esse tipo de união. Ao conceder benefícios à união homossexual, legalizando o casamento, o Estado já está adotando um posicionamento moral, a saber, que o casamento homoafetivo é benéfico para a sociedade. Mas, os cristãos não concordam com esse posicionamento moral, já que cremos que a prática da homossexualidade é moralmente nociva, logo não faria sentido para o Cristianismo ser favorável a legalização do casamento gay. 

A posição do Estado em favor do casamento gay não é uma posição “neutra”, ao contrário, é uma posição em benefício de uma união imoral e que prejudica o Cristianismo. Aliás, a legalização do casamento gay favorece uma concepção relativista ou utilitarista de moral em detrimento a uma concepção ética metafísica ou objetiva. No entanto, a negação da objetividade e universalidade da ética e da moral é umacontradictio in adjecto, o relativismo moral se for levado a sério conduz a resultados desastrosos. A concepção utilitarista de moral, no entanto, continua não sendo um padrão satisfatório, na medida em que os efeitos de um posicionamento não determinam sua moralidade. 

Resposta à objeção do casamento como sendo privado

Alguns dizem que o casamento é uma questão de fórum privado, que duas pessoas se casarem não interfere na vida de um religioso contrário ao casamento gay. Mas será essa objeção coerente? O difícil estará em definir o que seria pertencente à vida privada, visto que de toda forma, nossa subjetividade não pode ser separada do social, e até mesmo aquilo que fazemos no âmbito privado, na medida em que se relaciona com a nossa subjetividade, e visto que esta última está intimamente relacionada com a vivência em sociedade, torna a linha entre social e privado extremamente difícil de definir. Neste caso, por exemplo, em relação aos homossexuais, sou contra a criminalização das relações homossexuais, não havendo problema civil que duas pessoas do mesmo sexo, tenham, no âmbito privado, relações entre si, por outro lado sou contra a legalização do casamento gay, na medida em que isso carrega várias questões ideológicas, que como se percebe, tem um impacto social muito significativo. Somente um cego não percebe as profundas modificações sociais e os impactos públicos, que têm a legalização do casamento gay. 

Considerações finais

Precisamos levar vários pontos em questão, para que a Igreja ao invés de ser “sal da Terra”, não se converta em uma contribuidora para a degradação moral que se desdobra em nossa sociedade. A legalização do casamento gay é uma violação simbólica entre campos de poder, em que a afetividade quer reduzir sobre si as prerrogativas de dominar sobre a ética, a religião, o transcendental e o biológico. Não existe casamento gay, justamente porque o termo casamento por si só já designa uma união heterossexual. Nós, cristãos, não compactuamos com a ideia de casamento gay, nem reconhecemos a existência real de tão união conjugal. Antes, obedecemos às Escrituras, quando dizem:
 “Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.  Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios,” - Efésios 5.3-15

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Fontes:
[1] http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932002000200009&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
[2] https://www.facebook.com/lucio.antoniodeoliveira/posts/661784180588386
[3] https://www.youtube.com/playlist?list=PLGwlMYcY85qaC58YrqYDdwrFghhaQUWkU

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Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Divulgação: Bereianos

10 armadilhas em que o apologeta tolo pode cair

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Um embaixador de Cristo deseja ser discreto, persuasivo, sensível e atencioso. Ser um bom apologeta e ser capaz de dar boas razões para a verdade do Cristianismo exige oração, paciência, estudo e persistência. Para aqueles que decidiram ter como meta se tornar bons defensores da fé, há certas disciplinas positivas e traços de caráter que seria bom que desenvolvessem.

Mas, por outro lado, há certas armadilhas que podem aparecer que, quando não são controladas, podem se tornar traços de caráter de um apologeta tolo. Aqui listamos 10 delas:

1 – O apologeta tolo fala antes de ouvir

O apologista tolo fala antes de ouvir. Provérbios 18:13 diz: “O que responde antes de ouvir comete estultícia que é para vergonha sua.” Não só ele passa a mensagem aos outros de que ele não se importa sobre o que eles têm a dizer, como ele também se torna incapaz de dar uma boa resposta. O apologeta sábio é paciente, procura compreender, e evita monólogos.

2 – O apologeta tolo exagera no seu argumento

O apologeta tolo não tem “boas razões”. Em vez disso, ele tem “provas”. Ele pode mostrar algo sem nenhuma sombra de dúvida! Seus argumentos são apresentados com toda confiança (e é claro que ele não pode estar errado). Mesmo quando ele utiliza bons argumentos, ele exagera o que eles realmente mostram. Sem modéstia, e as pessoas o rejeitam. O apologeta sábio argumenta com confiança, mas com modéstia.

3 – O apologeta tolo quer ganhar todos os pontos

Quando a conversa fica complexa, ele precisa corrigir todos os erros que ele vê na opinião da outra pessoa. Não importa se a pessoa do outro lado da conversa esteja ficando ofendida por sua “cautelosa atenção aos detalhes.” Se ele comete um erro, pedalam para trás, sem haver qualquer admissão de que estava errado. O apologeta sábio pode discernir o que realmente importa em uma conversa.

4 – O apologeta tolo persegue pistas falsas

Se o assunto é a ressurreição, ele fala de evolução. A conversa segue em todas as direções. Ele não pode fazer qualquer progresso em um argumento, porque ele não pode detectar pistas falsas e distrações. Na verdade, ele pode muitas vezes desfrutar destes desvios de foco no diálogo, porque ele tem orgulho de sua sabedoria nessas áreas. O apologeta sábio sabe como se ater a um ponto.

5 – O apologeta insensato é orgulhoso de si mesmo

Ele gosta do fato de que ele conhece termos que fazem os “novatos” em torno dele ficarem constrangidos. Ele secretamente elogia a si mesmo por ler mais livros em um mês do que a maioria das pessoas faz em um ano. Ele gosta do som de sua própria voz, e acha que ele faz um bom trabalho em um fórum na Internet. A apologética é, na verdade, a sua ferramenta para mostrar ao mundo que ele pode malhar seu músculo intelectual. Ele recebeu sua recompensa. O apologeta sábio se humilha diante de Deus, e olha para si mesmo com o julgamento sóbrio.

6 – O apologeta tolo busca popularidade

Ele desfruta ser elogiado pelos outros, desfruta falar com muitas pessoas, gosta de ser um cara famoso. Ele joga seu nome nas telas e nos fóruns como uma maneira de mostrar aos outros o quão conectado ele é ao que está acontecendo. Ele não escolhe o lugar de humildade. O apologeta sábio floresce onde ele foi plantado, e onde Deus designou que ele estivesse.

7 – O apologeta tolo despreza a disciplina espiritual

Ele acha a filosofia mais interessante do que a leitura da Bíblia. A oração é rara e quando acontece é apressada. Na verdade, oração, meditação, estudo bíblico, adoração e comunhão estão em segundo lugar na lista de prioridades. Ele prefere bolar seus próprios argumentos antes de se conectar a Deus. O apologeta tolo engana a si mesmo, crendo que é espiritual. O apologeta sábio senta-se aos pés de Jesus.

8 – O apologeta tolo não tem amor

Ele pode falar a línguas dos filósofos e dos teólogos, mas ele não ama. Ele tem o dom da inteligência e conhece todos os mistérios e toda a ciência; seus argumentos podem mover montanhas, mas ele não ama – ele não é nada. Ele dá todo o seu tempo e energia para estudar, e rende suas finanças a diplomas universitários, mas não tem amor – e não tem nada. O apologeta sábio é motivado pelo amor a Deus e amor ao próximo.

9 – O apologeta tolo se isola dos outros

Ele não aprecia a correção. Ele tem seus próprios planos, a sua própria agenda, e seu próprio ministério pessoal. Ele se recusa a deixar que o ferro afie o ferro. Quando ele cai, ele não tem ninguém para ajudá-lo. Ele é responsável perante si mesmo. O apologeta sábio envolve-se com os conselheiros piedosos e companheiros de trabalho.

10 – O apologeta tolo não faz apologética

Ele se torna um viciado em apologética; um consumidor ao invés de um soldado alistado. Ele fala mais sobre defender a fé do que, de fato, defende a fé. Debates são um esporte para ele. Ele se esquece que almas estão em jogo e nem sequer pensa em pregar o Evangelho. O apologeta sábio quer que outros venham a Cristo mais que tudo – e ele usa a apologética como uma ferramenta para auxiliar nesta tarefa.

Deparou-se com qualquer uma dessas armadilhas em sua própria vida? Esta lista pode servir como um lembrete útil ou até mesmo servir como uma lista de pontos para pedidos de oração, tendo em vista o seu próprio desenvolvimento, para ser tornar um melhor embaixador de Cristo.

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Autor: Brian Auten
Fonte: Apologetics 315
Tradução: Erving Ximendes

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A Europa e Alemanha perto de legalizar a pedofilia e pornografia infantil

PARE, LEIA E PENSE!

Quando escrevemos e falamos sobre a decadência moral que tem varrido o ocidente desconstruindo os valores  judaicos-cristãos, alguns irmãos dizem que isso não passa de fantasia de conservadores mal-intencionados.  

Pois é, fui alertado pelo twitter da missionária Braulia Ribeiro de que a coisa está mais complicada do que possamos imaginar. Braulia compartilhou (aqui)  que o site Jews News trouxe a notícia de que a Europa e a Alemanha estão bem perto de legalizar a pedofilia e pornografia infantil. (leia aqui)

Segundo o post Livretos de uma subsidiária do ministério do governo alemão para os Assuntos da Família incentivam os pais a  massagear sexualmente suas crianças entre 1-3 anos de idade. Dois pequenos livros de 40 páginas intitulado “Love, Body and Playing Doctor” tratam efetivamente do assunto.

Segundo os que defendem este tipo de comportamento, Os pais não dedicam como deveriam atenção suficiente ao clitóris e a vagina de suas filhas.  Ademais eles também afirmam que assim como a criança toca todas as partes do corpo de seu pai, despertando-o, o  pai deve fazer o mesmo com suas filhas.

Caro leitor, o mundo caminha a largos passos para a degradação TOTAL. Infelizmente práticas hediondas como a pedofilia começam a ser consideradas normais por alguns. Como já escrevi anteriormente, isso se deve em parte ao enfraquecimento da igreja que em virtude desse maldito liberalismo teológico relativizou as Escrituras. A consequência direta disso é que valores anticristãos tem sido disseminados em toda sociedade ocidental levando parte da população considerar tudo aquilo que é amargo, doce.

Como cristãos não podemos concordar com tais práticas. A pedofilia afronta o Criador e por mais que alguns queiram considerá-la normal, nós, à luz das Escrituras precisamos repudiá-la. 

No que depender de mim, gritarei em bom tom a todos quanto puder, quer nesse BLOG ou em qualquer outra mídia que relacionamentos sexuais com crianças é pecado e que todo aquele que age desta maneira desrespeita a lei de Deus e por tais atos responderá diante do Eterno.

É o que penso,

Renato Vargens

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