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Por Martinho Lutero
No trecho de Romanos 3.21-25, Paulo proclama com toda a confiança: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que creem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante o redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé..." Essas palavras são quais raios contra a ideia do "livre-arbítrio". Paulo faz distinção entre a justiça conferida por Deus e a justiça que vem me diante a observância da lei.
O "livre-arbítrio" só poderia ser uma realidade se o homem pudesse ser salvo mediante a observância da lei. Não obstante, Paulo demonstra claramente que somos salvos sem dependermos, em absoluto, das obras da lei. Sem importar o quanto possamos imaginar um suposto "livre-arbítrio", como capaz de praticar boas obras ou de tornar-nos bons cidadãos, Paulo continua asseverando que a justiça dada por Deus é de natureza inteiramente diferente.
É impossível que o "livre-arbítrio" consiga resistir a assaltos de versículos como esses. Esses versículos desfecham ainda outro raio contra o "livre-arbítrio". Neles, Paulo traça uma linha distintiva entre os crentes e os incrédulos (Rm 3.22). Ninguém pode negar que o suposto poder do "livre-arbítrio" é bem diferente da fé em Jesus Cristo. Mas sem fé em Cristo, conforme Paulo esclarece, ninguém pode ser aceito por Deus. E se alguma coisa é inaceitável para Deus, então é pecado. Não pode ser algo neutro. Por conseguinte, o "livre-arbítrio", se existe, é pecado, visto que se opõe à fé e não redunda em glória a Deus. O trecho de Romanos 3.23 constitui-se em mais outro raio. Paulo não diz que todos pecaram, exceto aqueles que praticam boas obras mediante seu próprio "livre-arbítrio".
Não há exceções. Se fosse possível nos tornarmos aceitáveis diante de Deus através do "livre-arbítrio", então Paulo seria um mentiroso. Ele deveria ter dado margem a exceções. No entanto, Paulo afirma, categoricamente, que em face do pecado ninguém pode realmente glorificar e agradar a Deus. Todo aquele que agrada ao Senhor deve saber que Deus está satisfeito com ele. Porém, a nossa experiência ensina-nos que coisa alguma em nós agrada a Deus. Pergunte àqueles que defendem o "livre-arbítrio" se existe neles alguma coisa que agrada a Deus. Eles serão forçados a admitir que não existe. E é isto que Paulo claramente afirma.
Até mesmo aqueles que acreditam no "livre-arbítrio" precisam concordar comigo que não podem glorificar a Deus, contando apenas com os seus próprios recursos. A despeito do seu "livre-arbítrio", eles têm dúvida se podem agradar a Deus. Assim, eu provo, com base no testemunho da própria consciência deles, que o "livre-arbítrio" não agrada a Deus. Apesar de todos os seus esforços e de seu empenho, o "livre-arbítrio" é culpado do pecado de incredulidade. Portanto, vemos que a doutrina da salvação pela fé é completamente contrária a qualquer ideia de "livre-arbítrio".
Fonte: citação de NASCIDO ESCRAVO Martinho Lutero, argumento 05, capitulo 01 - Traduzido do original em inglês: BORN SLAVES. EDITORA FIEL da Missão Evangélica Literária.
Via: Bereianos
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