Geralmente os conselhos vêem de quem já está no final da estrada da vida, procurando alertar e avisar aqueles que estão ainda começando. Isso vale também no ministério pastoral.
Mas não estou no fim da estrada. Ainda tenho muita lenha pra queimar, espero eu. Mas, nem por isso eu posso deixar de ajudar aquém está no começo, ou mesmo quem está em plena caminhada pastoral, mas que passou por experiências diferentes das minhas.
Sei que tem aquele ditado besta, se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. Bom, nem preciso dizer que discordo disso, principalmente por esse ditado ser a cara de Edir Macedo, sujeito com quem não tenho nenhuma semelhança (a começar pela conta bancária). Portanto, vão aí alguns conselhos. Espero que sirvam pra você.
Pastorado é coisa séria. Nunca permita com que o chamado de Baal (leia-se money) se torne tão alto que obscureça o chamado de Javé. É verdade que dinheiro é importante, especialmente em um mundo capitalista como o nosso. Mas, a partir do momento em que ele se torna a coisa mais importante, a vocação murcha. Nunca mexa no dinheiro da igreja. Tenha sempre um tesoureiro de confiança ou uma comissão financeira que controle as entradas, as saídas e que pague seu salário. Viva de maneira honesta, sem dar motivos a falatórios.
Pastorado também é arte. Use sempre a criatividade nas mensagens, estudos, aconselhamentos, administração. A tentação pela mesmice é tremenda. É uma tendência humana e, dependendo de onde você vai pastorear, uma força muito grande.
Porém, apesar de ser arte, pastorado não é circo. Púlpito não é picadeiro e a igreja não é o respeitável público. Sempre que possível, use o humor como ferramenta pedagógica. Mas tome cuidado para não se transformar em um palhaço.
Pastorado também não é entretenimento. Silvio Santos funciona bem na TV, nunca num púlpito. A função do pastor não é animar o povo. A função do pastor é falar aquilo que Deus quer dizer à igreja. Pastor não tem que entregar mensagem que faz o povo se sentir levinho. Pastor tem que entregar mensagem que estimule à santidade e a um maior comprometimento com o Senhor. Pastor não pode ser um entertainer, assim como Fausto Silva não pode ser um profeta.
Cuide de sua saúde. Nunca permita que o pastorado se torne um fardo de chumbo fundido, impossível de se levar. A pressão é muita, a solidão também. Mas não deixe que o stress acabe com você. Sempre tenha em mente o seguinte: o pastor é passageiro na igreja, não importa o tempo em que ele permanecer à frente dela. Mas a pessoa que exerce o pastorado precisa se manter bem para Deus, para si, para a família e para a própria igreja.
Neste quesito, não se engane: existem vampiros de almas nas igrejas. A Bíblia os chama de joio e filhos de Belial. E são mais freqüentes do que se imagina. E, para piorar, muitos estão em posições-chave. Eles farão de tudo para destruir sua vida e seu ministério, e isso em nome de Deus. Farão ilações, promoverão discórdias, pregarão calúnias e injúrias. Você não será o primeiro e nem o último a sofrer na mão desses filhos de satanás. Sim, porque é isso que são: filhos do diabo dentro da família de Deus. E geralmente se mostram com maior aparência religiosa e jeito piedoso. Mas é só casca.
Nunca permita que sua esposa e seus filhos fiquem desvalorizados. Não é nada bonito, heróico ou cristão negligenciar a família para cuidar da igreja. Pelo contrário, isso vai contra o espírito das Escrituras. Quem é, afinal de contas, que agüenta suas crises de mau humor, úlceras nervosas e tristezas? Com certeza, não é o presbítero, o diácono ou o dirigente de louvor. Não são eles que dormem com você todos os dias. E nem são eles que prometeram andar com você na saúde, na doença, etc., etc. Você sabe o resto.
Cuidando da família, você também se previne contra as tentações de ordem sexual. Mesmo que você se pareça com o Tiririca num dia ruim, você representa o poder. E o poder sempre é afrodisíaco. Nas igrejas, há mulheres mal-resolvidas sexual e emocionalmente que começam a fantasiar com esse poder ao lado delas. Fuja disso!
Por fim, tenha sempre amizades com quem você possa contar e para quem você possa abrir seu coração. Pastor também precisa ser pastoreado. De preferência, amizades de outra igreja, ou mesmo de outra denominação. Tudo o que você disser será usado contra você no tribunal, já diziam alguns enlatados estadunidenses. Alguns traíras travestidos de colegas de ministério copiam fielmente esses dizeres.
Espero ter sido útil. Caso queira compartilhar algum conselho, mande para meu email (rlima777@gmail.com) que publico aqui com prazer.
Autor: Rodrigo de Lima Ferreira - rev. Digão - casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO.
Fonte: [ Blog do autor ]
Mas não estou no fim da estrada. Ainda tenho muita lenha pra queimar, espero eu. Mas, nem por isso eu posso deixar de ajudar aquém está no começo, ou mesmo quem está em plena caminhada pastoral, mas que passou por experiências diferentes das minhas.
Sei que tem aquele ditado besta, se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. Bom, nem preciso dizer que discordo disso, principalmente por esse ditado ser a cara de Edir Macedo, sujeito com quem não tenho nenhuma semelhança (a começar pela conta bancária). Portanto, vão aí alguns conselhos. Espero que sirvam pra você.
Pastorado é coisa séria. Nunca permita com que o chamado de Baal (leia-se money) se torne tão alto que obscureça o chamado de Javé. É verdade que dinheiro é importante, especialmente em um mundo capitalista como o nosso. Mas, a partir do momento em que ele se torna a coisa mais importante, a vocação murcha. Nunca mexa no dinheiro da igreja. Tenha sempre um tesoureiro de confiança ou uma comissão financeira que controle as entradas, as saídas e que pague seu salário. Viva de maneira honesta, sem dar motivos a falatórios.
Pastorado também é arte. Use sempre a criatividade nas mensagens, estudos, aconselhamentos, administração. A tentação pela mesmice é tremenda. É uma tendência humana e, dependendo de onde você vai pastorear, uma força muito grande.
Porém, apesar de ser arte, pastorado não é circo. Púlpito não é picadeiro e a igreja não é o respeitável público. Sempre que possível, use o humor como ferramenta pedagógica. Mas tome cuidado para não se transformar em um palhaço.
Pastorado também não é entretenimento. Silvio Santos funciona bem na TV, nunca num púlpito. A função do pastor não é animar o povo. A função do pastor é falar aquilo que Deus quer dizer à igreja. Pastor não tem que entregar mensagem que faz o povo se sentir levinho. Pastor tem que entregar mensagem que estimule à santidade e a um maior comprometimento com o Senhor. Pastor não pode ser um entertainer, assim como Fausto Silva não pode ser um profeta.
Cuide de sua saúde. Nunca permita que o pastorado se torne um fardo de chumbo fundido, impossível de se levar. A pressão é muita, a solidão também. Mas não deixe que o stress acabe com você. Sempre tenha em mente o seguinte: o pastor é passageiro na igreja, não importa o tempo em que ele permanecer à frente dela. Mas a pessoa que exerce o pastorado precisa se manter bem para Deus, para si, para a família e para a própria igreja.
Neste quesito, não se engane: existem vampiros de almas nas igrejas. A Bíblia os chama de joio e filhos de Belial. E são mais freqüentes do que se imagina. E, para piorar, muitos estão em posições-chave. Eles farão de tudo para destruir sua vida e seu ministério, e isso em nome de Deus. Farão ilações, promoverão discórdias, pregarão calúnias e injúrias. Você não será o primeiro e nem o último a sofrer na mão desses filhos de satanás. Sim, porque é isso que são: filhos do diabo dentro da família de Deus. E geralmente se mostram com maior aparência religiosa e jeito piedoso. Mas é só casca.
Nunca permita que sua esposa e seus filhos fiquem desvalorizados. Não é nada bonito, heróico ou cristão negligenciar a família para cuidar da igreja. Pelo contrário, isso vai contra o espírito das Escrituras. Quem é, afinal de contas, que agüenta suas crises de mau humor, úlceras nervosas e tristezas? Com certeza, não é o presbítero, o diácono ou o dirigente de louvor. Não são eles que dormem com você todos os dias. E nem são eles que prometeram andar com você na saúde, na doença, etc., etc. Você sabe o resto.
Cuidando da família, você também se previne contra as tentações de ordem sexual. Mesmo que você se pareça com o Tiririca num dia ruim, você representa o poder. E o poder sempre é afrodisíaco. Nas igrejas, há mulheres mal-resolvidas sexual e emocionalmente que começam a fantasiar com esse poder ao lado delas. Fuja disso!
Por fim, tenha sempre amizades com quem você possa contar e para quem você possa abrir seu coração. Pastor também precisa ser pastoreado. De preferência, amizades de outra igreja, ou mesmo de outra denominação. Tudo o que você disser será usado contra você no tribunal, já diziam alguns enlatados estadunidenses. Alguns traíras travestidos de colegas de ministério copiam fielmente esses dizeres.
Espero ter sido útil. Caso queira compartilhar algum conselho, mande para meu email (rlima777@gmail.com) que publico aqui com prazer.
Autor: Rodrigo de Lima Ferreira - rev. Digão - casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO.
Fonte: [ Blog do autor ]
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