Ensaio a propósito do falecimento do escritor Rubem Alves (1934-2014)
“... exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas
foi entregue aos santos”. Judas 1.3
Vivemos em meio a heresias e distorções do cristianismo histórico, e
somos impelidos, pela própria Bíblia a, repetidamente, reafirmar os
ensinamentos das Escrituras. É verdade que por vezes cansamos e chegamos a duvidar
se vale a pena gastar tempo em tanta discussão. Alguns críticos, neste nosso blog, várias
vezes aventaram se não estávamos forçando um pouco a barra em cima dos
liberais. Deveríamos falar de outras coisas; de pontos mais positivos.
É verdade que ninguém gosta muito de controvérsia. Apesar de umas poucas
pessoas darem a impressão de serem alimentadas por dissonâncias de opiniões, a
grande maioria, principalmente do Povo de Deus, procura a concórdia e a
harmonia. Não nos sentimos bem discutindo questões a toda hora e isso é um
reflexo de que Deus nos tem chamado “à paz” (1 Co 7.15). No entanto existe
“paz” que pode ser enganosa, superficial e até mortal. Controvérsias
doutrinárias, por mais desagradáveis que sejam, ocorrem no seio da igreja.
Muitas vezes somos sugados a uma batalha que não nos alegra, nem representa o
nosso desejo. Estas ocorrem na época e na providência divina, exatamente para
nos testar, para que o nosso testemunho possa ser renovado, para que aqueles
que introduzem falsos ensinamentos sejam revelados e identificados na igreja
visível. A história já provou como a doutrina verdadeira é depurada, triunfa e
é cristalizada e esclarecida às gerações futuras, no cadinho da controvérsia.
Como bem indica Judas 1.3 (acima), esta é uma luta não só de
especialistas ou de algum "clero especializado, mas de todos nós. Temos
que ter a consciência de que vivemos uma batalha na qual nossas mentes e
corações são testados pelas mais diferentes correntes de pensamento. Ela é
vencida quando brandimos a Espada do Espírito – a Palavra de Deus; quando nos
empenhamos no estudo das Escrituras e enraizamos suas doutrinas nas nossas
vidas, de tal forma que vamos ficando equipados a reconhecer o erro e seus
propagadores. Sempre mantendo uma postura cristã no trato, devemos ter firmeza
doutrinária sobre o que cremos, principalmente porque existem aqueles que não
possuem o mínimo apreço pela Bíblia, mas sorrateiramente possuem seguidores em
nossos arraiais.
Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso
educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em
igrejas presbiterianas, nos no início deste século (>2000). Ele estava sendo
convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso
motivou até uma decisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse
a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em
tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014,
ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do
falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma
mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.
Ora, ninguém disputa as grandes qualificações acadêmicas e o enorme
talento que o Sr. Rubem Alves possuiu. Ele encantou multidões, principalmente
educadores, com suas palestras e livros de histórias. No entanto, como
desconhecer que foi uma pessoa que abjurou publicamente da fé? Como ignorar que
ele, tanto explicitamente como nas entrelinhas, propagou uma mensagem
destrutiva contra os ensinamentos da Palavra de Deus? Se a situação de tietagem
teológica equivocada estava se alastrando a um ponto em que o Supremo Concílio
da Igreja Presbiteriana do Brasil, definiu explicitamente que ele não deveria
ocupar púlpitos da denominação, será que com a sua morte haverá o esquecimento
disso e caminhamos para uma quase "canonização" protestante? É claro
que o seu nome é alvo da abordagem politicamente correta que, em ocasiões do
falecimento, oblitera as falhas e exalta as virtudes, mas o problema é que essa
visão enaltece pronunciamentos metafísicos do Rubem Alves, que são letais para
a alma. Não podemos passar às gerações à frente a ideia de que tombou no campo
de batalha um grande general, ou mesmo soldado, cristão, que foi injustiçado ou
incompreendido em suas proposições.
Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da
Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2004,
em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma
cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é
contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou
o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser
Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico
enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados
humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem
porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua
biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é
todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade,
é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão
sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e
orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa
queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de
ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos
falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio
contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma
mensagem verdadeira das coisas espirituais.
Postado por Solano Portela
Fonte: O Tempora, O Mores
Um grande exemplo claro disso foram os convites que eram feitos ao famoso educador, escritor e ex-pastor Rubem Alves para conferências e palestras em igrejas presbiterianas, nos no início deste século (>2000). Ele estava sendo convidado, apresentado e reverenciado em certos círculos presbiterianos e isso motivou até uma decisão do concílio maior da igreja - para que ele não tivesse a plataforma eclesiástica, contra a qual havia se pronunciado e se insurgido em tantas ocasiões. Agora, com o seu falecimento neste dia 19 de julho de 2014, ressurgem pronunciamentos enaltecendo não apenas as qualificações literárias do falecido, mas também a presença de um suposto espírito cristão elevado e uma mensagem essencialmente cristã em suas palavras e textos.
Se você duvida da propriedade dessa análise (ou até da decisão conciliar da Igreja Presbiteriana), veja algumas frases que Rubem Alves proferiu, em 2004, em uma igreja presbiteriana do Rio de Janeiro que o havia convidado para uma cerimônia (pasmem!) de comemoração da Reforma do Século 16 – logo ele, que é contra tudo o que os reformadores ensinaram. Disse ele: “... Deus criou o homem e viu que era bom. Ser homem deve ser, na realidade, melhor do que ser Deus tanto que Deus se encarnou como homem. Somente um Deus cruel e sádico enviaria seu próprio filho para morrer daquela forma para pagar os pecados humanos. Essa ideia é construção do medievalismo. Acho que Deus quis ser homem porque ser homem deve ser melhor do que ser Deus”.
Acho que dá para entender por que não podemos deixar passar esse resgate de sua biografia em branco. Faz parte do "batalhar pela fé". Deus é todo-poderoso e não precisa de nós para cumprir seus propósitos. Na realidade, é o próprio Cristo que nos ensina que “as portas do inferno” não prevalecerão sobre a sua igreja. No entanto, é a sua Palavra que nos comissiona a vigiar e orar; a estarmos alerta porque Satanás está nos rodeando, almejando a nossa queda. Que Deus nos capacite e nos dê discernimento sobre a multidão de ensinamentos falsos que estão infiltrados no meio dos evangélicos pela ação dos falsos mestres. Rubem Alves pode ser lembrado como um grande escritor e exímio contador de estórias, mas nunca como um teólogo, ou como alguém que tinha uma mensagem verdadeira das coisas espirituais.
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