Vítimas de ataques muçulmanos durante anos, os cristãos coptas do Egito viram crescer a violência contra igrejas, mosteiros, orfanatos e escolas desde o último dia 3 de julho, quando um golpe depôs o ex-presidente, Mohammed Mursi, da Irmandade Muçulmana. E de acordo com grupos de direitos humanos, as investidas não tem sido impedidas pelas autoridades egípcias.
Em depoimento, Mona Roshdy, de 55 anos, disse ao jornal “USA Today”, que está com muito medo e teme pela vida da família. E ela tem motivos para se assustar, pois desde quarta-feira, quando a polícia destruiu dois acampamentos da Irmandade no Cairo, deixando mais de 630 pessoas mortas, ao menos 17 igrejas foram atacadas por ativistas islamistas. Em Suez, autoridades entregaram 84 pessoas a promotores militares sob acusação de assassinatos e ataques contra a comunidade cristã copta, cerca de 10% da população do Egito – o equivalente a 8 milhões de pessoas.
Diante dos ataques, nesta quinta-feira um assessor especial do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou para o risco de represálias contra os cristãos. Juntamente com a assessora para a Responsabilidade de Proteção, Jennifer Welsh, Adama Dieng expressou sua preocupação diante da escalada da violência no país. Os dois disseram acompanhar com preocupação o número de igrejas e instituições cristãs atacadas depois dos incidentes no Cairo.
Como se pressentisse problemas, apenas dois dias antes do massacre de quarta-feira, o Papa copta Tawadros II apelou a todos os egípcios para evitar derramamento de sangue por meio da sua conta oficial no Twitter.
Youssef Sidhom, editor-chefe da revista cristã semanal “Watani”, disse que os ataques recentes são dolorosos e cruéis e podem dividir ainda mais as duas religiões.
No Cairo, o grupo de direitos humanos Youth Union Maspero acusou a Irmandade de “travar uma guerra de retaliação”. O que não é negado por parte da Irmandade Muçulmana.
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Fonte: O Globo
Via Verdade Gospel
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