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Por Fábio Blanco
"Como em toda seita, no marxismo a correção lógica, a rigidez filosófica ou a comprovação dos dados oferecidos são, simplesmente, dispensáveis. Se houverem, servirão para corroborar suas teses. Se não existirem, mais importante é a manutenção do fervor religioso e do apego emocional àquilo que é mais do que uma corrente de pensamento, mas uma verdadeira expressão religiosa"
Não é
possível negar a expansão que as ideias marxistas tiveram por todo o
mundo. Além dos países que viveram ou ainda vivem sob governos
explicitamente comunistas, há tantos outros que, sob bandeiras
aparentemente menos extremas, como a da social-democracia, do
trabalhismo ou até de democratas, continuam avançando a ideologia de
Karl Marx a conquistas cada vez mais amplas.
Como,
porém, uma ideologia fundamentada em textos de um pensador medíocre, que
errou praticamente todas suas previsões, que cometeu fraude intelectual
na apresentação de vários dados que corroboravam suas teses e que criou
uma filosofia que é, no máximo, um arremedo materialista do idealismo
hegeliano, pôde obter tamanha inserção em boa parte das cabeças deste
mundo?
A
resposta dada pelo escritor Heraldo Barbuy, em seu livro Marxismo e
Religião, é direta: o marxismo se mantém cada vez mais forte
simplesmente porque possui aspectos maiores do que ideológicos; é, na
verdade, uma verdadeira seita religiosa. Mesmo com os erros de previsão,
mesmo com as análises eivadas de incongruências, o marxismo permanece
porque o cerne de sua força não está em suas ideias, mas em seu espírito
- um espírito de seita.
Como em
toda seita, no marxismo a correção lógica, a rigidez filosófica ou a
comprovação dos dados oferecidos são, simplesmente, dispensáveis. Se
houverem, servirão para corroborar suas teses. Se não existirem, mais
importante é a manutenção do fervor religioso e do apego emocional
àquilo que é mais do que uma corrente de pensamento, mas uma verdadeira
expressão religiosa.
Considerando
que Marx, segundo bem demonstra Richard Wurmbrand, no livro Era Karl
Marx Satanista?, possui todas as características e ideias de um, no
mínimo, apreciador do demônio e, considerando também, que o diabo é um
perpétuo imitador das coisas divinas, não é difícil imaginar como o
marxismo desenvolveu seus aspectos miméticos, os quais estão contidos
nos fundamentos, na cultura e nas ideias que professa.
Há no
marxismo, como é comum nas seitas, também seus profetas. No caso da
ideologia fundamental do esquerdismo mundial, estes são Marx e Friedrich
Engels - amigo e provedor daquele. Eles, como os profetas de qualquer
religião, transmitiram sua visões sobre os tempos futuros, apontaram as
mazelas do presente e, de alguma maneira, prognosticaram sobre os
últimos dias. Se erraram quase tudo que disseram, o que importa? Pelo
contrário, o criador da teoria da Dissonância Cognitiva, Leon Festinger,
já demonstrara como as seitas se fortalecem exatamente sobre seus erros
mais importantes.
Outra
imitação diabólica contida no marxismo, e que o carcteriza ainda mais
como uma cópia religiosa, está na sua promessa de um paraíso vindouro. À
semelhança do céu cristão, o futuro marxista é o tempo quando os males
cessarão, a harmonia prevalecerá e os aspectos opressores do tempo
presente não mais terão força. Até um certo saudosismo de uma Era de
Ouro, nesse caso em uma interpretação tosca do paraíso adâmico, existe
nos escritos de Marx, Engels e outros de seus apóstolos. Para eles,
também com alguma semelhança com o Reino celeste de Cristo, o futuro
paradisíaco comunista será um tempo além da história, quando os aspectos
que afetam o presente não mais terão efeito.
Além de
possuir sua própria Bíblia - no caso, o livro O Capital, do próprio
Marx, o marxismo possui também o seu diabo. Enquanto, para o cristão, o
diabo representa aquele que age com o intuito principal de afastar o
homem da comunhão e compreensão da verdade divina, no marxismo é o
capitalismo e seus burgueses (como Lúcifer e os demônios), aqueles que
afastam o homem da verdade. Da mesma maneira que o diabo obscurece o
entendimento do homem, para que não perceba sua condição de pecador
necessitado de redenção e cura, o proletariado oprimido é alienado pelo
capitalista que, por meio de seus métodos, impede que ele perceba o seu
estado de alienação e busque a redenção por meio da consciência de sua
posição e pela luta contra essa classe opressora.
A
imitação parece que foi tão ampla que inclusive as falhas da cristandade
se repetem no seio do marxismo. Basta ver como ele progrediu
dividindo-se em novas seitas, variações, partidos e dissensões que, a
despeito de cindirem, de alguma maneira, a homogeneidade ideológica,
mantiveram um núcleo de fé inabalável.
Por
isso, torna-se tão difícil convencer um marxista que a ideologia que ele
professa é uma fraude. Por mais que se apresente para ele que, por
exemplo, previsões como a pauperização ininterrupta do proletariado e o
colapso do capitalismo não ocorreram de forma alguma (pelo contrário, os
trabalhadores vivem em condições cada vez melhores e o capitalismo
apenas experimentou um fortalecimento desde os tempos daqueles dois
pensadores alemães), isso não afetará em nada sua crença.
Como
escreve o professor Barbuy, "o marxismo não era ciência, e sim religião;
indiferente aos fatos que o contradizem, progrediu como fé". Assim, não
resta nada mais senão combatê-lo como heresia, não como ideia.
Fonte: Blog do autor
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