terça-feira, 26 de abril de 2016

Os 10 acontecimentos de perseguição que marcaram 2015 – 4ª Parte

7 – “Cowboys” muçulmanos do jihad atacam cristãos na Nigéria
Rev. Caleb Ahima, presidente da Igreja Reformada Cristã de Cristo na Nigéria. (Morning Star News)
Rev. Caleb Ahima, presidente da Igreja Reformada Cristã de Cristo na Nigéria. (Morning Star News)
Líderes cristãos informaram sobre o assassinato de cristãos cometidos por criadores de gado na região central da Nigéria. Esses homens são parte de uma unidade jihadista que tenta assumir recursos econômicos do local e dispersar a população historicamente cristã. Em alguns casos, particularmente no estado de Kaduna, os cowboys estavam trabalhando em conjunto com grupos extremistas islâmicos. Em 22 de agosto, os irmãos Ushahemba Kumashenge e Sughter Kumashenge foram assassinados na vila Kortse, área do governo local de Gassol, estado de Taraba. Esse foi um dos muitos ataques nos estados de Kaduna, Nasarawa e Benue só em 2015. O Rev. Caleb Ahema, presidente da Christian Reformed Church of Nigeria (CRCN), descreveu os ataques como um genocídio planejado contra os cristãos.
Afirmando que nenhuma autoridade tem demonstrado qualquer interesse nos ataques contra cristãos no estado de Kaduna, que começou a acelerar em 2011, Danjuma La’ah, senador, pediu que o novo governo federal de Muhammadu Buhari tome medidas imediatas. “A maneira pela qual nosso povo está sendo morto e a impunidade para com os assassinos está semelhante aos governos anteriores”, diz  La’ah. “Estamos pedindo que o governo federal tenha  Kaduna como uma das áreas que necessita de resposta urgente e imediata de segurança”.
De acordo com um relatório feito pela Rede de Análise de Conflito e Segurança Análise  da Nigéria (NCSAN) para grupo de apoio cristão Open Doors, os estados vizinhos de Kaduna, Taraba, Benue e Nasarawa são comparativamente ricos em recursos ambientais e têm atraído a migração de muçulmanos criadores de gado e outros muçulmanos. Comparando a violência nessas áreas com a do grupo extremista islâmico Boko Haram no nordeste, a NCSAN informou que os ataques nos do sul foram baseados não só na busca de recursos ambientais, mas foram “intrinsecamente inspirados pela ideologia islâmica radical. É um princípio que divide o mundo em islâmico e não islâmico, e a obrigação de assegurar que o mundo não islâmico deve se voltar ao islã”.
Duas pessoas deslocadas de Gwnatu, estado de Kaduna, disseram que os fazendeiros muçulmanos Fulani estavam usando conflitos sobre recursos ambientais para realizar uma cruzada islâmica para intimidar e matar cristãos, de acordo com o relatório, “Migração e violento conflito em sociedades divididas: Boko Haram sem violência contra cristãos na região de Middle Belt da Nigéria”.
“Um dos homens que perderam seus dois filhos no conflito violento, culpou o estado nigeriano por fazer vista grossa aos excessos do Hausa-Fulani “, relatou a NCSAN. “Ele perguntou por que os Fulanis estão autorizados a possuir armas sofisticadas, enquanto outras etnias são constantemente perseguidas e presos por agentes de segurança por possuir armas semelhantes. Segundo ele, essa atitude da polícia só pode ser vista como um apoio à impunidade dos nômades muçulmanos Hausa-Fulani”.
A esmagadora maioria das vítimas das disputas de propriedade é entre cristãos e tribos étnicas muçulmanas, de acordo com o relatório. No estado de Taraba, 70% das vítimas do Boko Haram era cristã. No estado de Benue, 88% eram cristãos. No estado de Nasarawa, os números eram de 75%.
John Danfulani, um líder cristão do estado de Kaduna do sul, disse que desde 2011 os ataques de muçulmanos Fulani já mataram 614 cristãos da região, cerca de 1.200 foram feridos e mil casas de cristãos foram destruídas. Os cristãos no sul de Kaduna “estão sendo aniquilados com impunidade, e os números de vítimas aumentam a cada ataque”, disse Danfulani. “Tudo aponta para o fato de que nosso povo está sendo usado ​​como bodes expiatórios”.

08 – Atentados contra Igrejas no Paquistão
 Mulheres cristãs lamentam um parente morto no Paquistão (M. Ali)

Mulheres cristãs lamentam um parente morto no Paquistão (M. Ali)
Ataques com armas e bombas mortais contra duas igrejas em Lahore, em 15 de março, inflamaram as tensões entre muçulmanos e cristãos, especialmente devido a morte de dois muçulmanos decorrentes aos ataques. Pelo menos 17 pessoas, incluindo dois policiais, morreram nesse dia. As ações aconteceram nas proximidades de Youhanabad de Lahore, onde ficam as Igrejas Christ Church Youhanabad e Igreja de São João. Em 16 de março, muitos cristãos foram às ruas para protestar contra os ataques. Muitos muçulmanos não aceitaram o protesto pacífico, invadindo a passeata com violência. Um jovem cristão foi morte e outros 15 ficaram feridos. A tensão iniciada em Lahore se espalhou por outras  partes do país.
Nos ataques de março, dois jovens suicidas se explodiram, um em cada igreja, quando os cultos terminaram. Poderia ter sido pior, mas seguranças voluntários conseguiram impedir os jovens de entrar no centro das igrejas, sacrificando as próprias vidas para proteger cerca de 2 mil pessoas. Ainda assim, os ataques que ocorreram num intervalo de cinco minutos, matou 16 pessoas, incluindo dois policiais mobilizados para a segurança da igreja. No dia seguinte, um cristão gravemente ferido morreu em um hospital, elevando o número de mortos para 17. O grupo terrorista taleban Jamaatul Ahrar,  reivindicou os a responsabilidade pelos ataque.
No dia seguinte, milhares de cristãos foram para as ruas de Youhanabad e em outras cidades do país, incluindo Faisalabad, Gujranwala, Sialkot e Multan, para protestar contra os ataques. Eles culparam a polícia local pela negligência e pediram para que fossem enviados mais oficiais para a região com cerca de 100 mil cristãos.

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