Na Argélia, os cristãos são regularmente vítimas de discriminação nos locais de trabalho. Esta é a realidade de Sadek, um jovem de 22 anos, que mora na cidade de Tizi N’Berber, ao norte da província de Béjaïa Sadek. Ele entrou para o Exército em 2011, mas viu sua carreira desmoronar depois de um colega de trabalho ter encontrado uma Bíblia em seu armário.
“Eu estava muito feliz em me juntar ao Exército”, disse Sadek. “Esse era o meu sonho de infância, e no início, não tive problemas com ninguém, eu nem havia, sequer, mencionado a minha fé”. No entanto, tudo mudou quando seu companheiro de quarto encontrou uma Bíblia e outros livros cristãos entre os pertences de Sadek. “Ele queixou-se aos nossos superiores”, contou o jovem.
Sadek relembra esse fato e mostra-se visivelmente afetado. Ele conta que imediatamente após ser delatado, foi convocado por seu coronel, que o expulsou de sua missão sem mais explicações. Além disso, Sadek foi indiciado a comparecer em um tribunal militar de Constantino. O seu crime? Possuir livros cristãos.
Sadek fica chocado com o desenrolar dos acontecimentos. “Eu não entendi o que aconteceu comigo. Eu nunca disse a ninguém sobre a minha fé cristã dentro do quartel e os livros eram para o meu uso pessoal”, argumentou.
O jovem teve de ir ao tribunal para ser julgado, não porque cometeu um crime ou desobedeceu a seus superiores, mas porque tinha livros cristãos em seu armário. “Para minha surpresa eu fui condenado a dez anos de prisão e ao pagamento de uma multa tão grande quanto à soma de todo o dinheiro que o Exército havia gastado comigo: todos os custos da minha acomodação, comida e treinamento, enquanto estava no Exército”.
Intervenção ‘milagrosa’
Sadek seria preso pela posse de livros cristãos, se não fosse por uma intervenção muito especial. “Quando recebi o documento do tribunal e li que seria condenado a dez anos de prisão, fiquei muito triste”, disse ele. “Mas, felizmente, Deus usou um funcionário, que estava no tribunal militar, para me livrar. Este homem, um coronel, e também um nativo da região de Béjaïa, esteve envolvido na manipulação do meu caso. Ele convenceu o tribunal a encerrar a ação judicial contra mim”, conta Sadek, aliviado. Após a intervenção do oficial, o jovem foi libertado.
Embora ele tenha conseguido escapar da prisão, Sadek perdeu o emprego no Exército.
Esta história é apenas uma, de várias outras que expressam a realidade da discriminação no local de trabalho enfrentada por muitos cristãos na Argélia, especialmente aqueles que trabalham no setor público.
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Fonte: Postas Abertas