Dentro do cenário religioso evangélico brasileiro, algumas mudanças substanciais começam a se tornarem evidentes, como por exemplo, o crescimento do neopentecostalismo, e das igrejas conhecidas como emergentes.
Em síntese o neo pentecostalismo propõe – 1) Mudança no relacionamento entre a liderança e os liderados (onde o líder não é mais uma figura burocrática ou inacessível), mas antes, a figura do líder se torna uma espécie de viabilizador ou promotor de projetos (sua autoridade eclesiástica objetiva as soluções imediatas de problemas dos liderados); 2) Nova interpretação na aplicação do poder do Espírito Santo (o cristão não busca mais o poder do Espírito Santo para vencer o pecado, viver em santidade ou manter a comunhão com Deus, mas o poder do Espírito Santo viabiliza o bem estar, conforto e prosperidade material); 3) Relativizar a importância da teologia bíblica na vida cristã, enquanto que, se valoriza a experiência pessoal como a uma regra de fé (normalmente o líder se torna uma pessoa iluminada que detém poderes supra humanos, onde exerce uma espécie de sacerdócio mediador entre Deus e o liderado); 4) Descaracterizar a busca pelo genuíno avivamento bíblico (prática comum nas igrejas pentecostais e tradicionais), enquanto que, se cultiva a crença, de que, a espiritualidade e consequentemente o avivamento bíblico, encontra-se diretamente condicionada e relacionada a prosperidade e ao sucesso material.
A teologia mais comum entre as igrejas neopentecostais é a teologia da prosperidade, que pavimenta toda expressão doutrinaria e comportamental dos seus adeptos e liderança.
Enquanto que, as igrejas neopentecostais em sua grande maioria é fruto de lideranças que romperam com as igrejas pentecostais históricas, o que consequentemente carrega consigo a influencia do pentecostalismo histórico, outras igrejas emergentes em sua grande maioria é fruto de uma nova liderança que surge dentro do contexto da pós-modernidade, sem nenhum lastro com igrejas históricas.
Enquanto que, as igrejas neopentecostais em sua grande maioria é fruto de lideranças que romperam com as igrejas pentecostais históricas, o que consequentemente carrega consigo a influencia do pentecostalismo histórico, outras igrejas emergentes em sua grande maioria é fruto de uma nova liderança que surge dentro do contexto da pós-modernidade, sem nenhum lastro com igrejas históricas.
Em síntese as igrejas emergentes propõe – 1) A contextualização da Igreja na pós-modernidade (onde eventualmente se observa a deturpação da doutrina ortodoxa, em favor de novos modelos e modismos); 2) Focar o individuo com suas necessidades e ansiedades (podendo correr o risco de secularizar os preceitos eternos de Deus, em beneficio do individuo); 3) Contrariar o modelo da igreja histórica (não fazendo distinção entre aquilo que é saudável e as coisas que precisam melhorar no cristianismo histórico); 4) Uma nova opção para indivíduos contrariados ou desgostosos com as igrejas institucionalizadas, juntamente com uma nova proposta de comunidade cristã isenta dos mecanismos “pesados” da institucionalização eclesiástica.
A teologia mais comum entre as igrejas emergentes é uma teologia relativista ou liberal que busca se ajustar de acordo com as circunstâncias e conveniências das demandas humanas.
Segundo, John Macarthur: “No movimento da Igreja Emergente, a verdade (seja qual for o grau de reconhecimento desse conceito) é admitida como algo inerentemente obscuro, indistinto, incerto e, em última análise, talvez até incognoscível”. (JOHN MACARTHUR, 2010, p. 10)
Conteúdo, o autor Dan Kimball afirma que “reconhece que há vozes dissonantes dentro do movimento, e faz distinção entre igrejas emergentes e igrejas que estão emergindo. Seja como for, sua abordagem corrobora a ideia de que existem pelo menos duas facções dentro do movimento. As igrejas emergentes, neste caso, seriam caracterizadas por uma teologia liberal e liderança descentralizada, enquanto as igrejas que estão emergindo (ou emergentes conservadoras), embora nutridas do mesmo desejo de alcançar a geração pós-moderna, são culturalmente liberais, mas possuem uma doutrina ortodoxa, fazendo clara distinção entre evangelho e cultura”.
De modo que, a proposta de reflexão sobre os rumos e mudanças característicos da pós modernidade, e como que, a Igreja de Cristo Jesus pode continuar influenciando e alcançando as pessoas através do evangelho, é saudável e importante. Porém, desconsiderar tudo aquilo que a igreja de Jesus já realizou até o presente momento, e ainda acreditar que podem descobrir novas fórmulas mágicas, ou um novo modelo ideal de igreja no Século XXI, é no mínimo uma demonstração de ingenuidade ou insanidade por parte daqueles que acabam cultuam formatos e fórmulas, ao invés de continuarem se rendendo e promovendo o que trouxe a Igreja de Cristo Jesus até aqui – O Evangelho.
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Samuel Torralbo é teólog e parceiro do Púlpito Cristão.
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