sábado, 9 de março de 2013

Cartas de Missionários Rev. Norval e Laudicéia da Silva (Povos Indígenas)



“Deus  é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”.  Salmo 46:1
Queridos irmãos e parceiros do nosso ministério,
Estamos escrevendo mais uma vez para dar notícias do nosso trabalho. Não escrevemos em janeiro porque estávamos na aldeia e de lá fica mais difícil enviar emails para todos os nossos contatos, além de não ser possível incluir fotos na carta. Temos muitas notícias, por isso vou dividi-las em tópicos específicos para facilitar a leitura.
 1.Tempos de lutas na saúde da família
A saída da aldeia no sábado passado foi bastante difícil. Na noite anterior choveu muito mesmo e a estrada ficou quase intransitável. Não fosse a ajuda de dois casais indígenas que saíram conosco não teríamos conseguido.
Com todos os desafios para passar com as motos na lama e nos córregos transbordando, machuquei seriamente a coluna. Ao chegar em Belém, encontramos nossa filha Sara com infecção de garganta. Lá então fomos eu, Lau e Sara para a emergência do hospital. Como a Lau estava com uma dor forte no estômago, resolveu se consultar também. A médica passou uma medicação para ela e essa medicação produziu um efeito alérgico  sério. Fiquei com receio de que a Lau iria morrer. Chamamos rapidamente a médica que a havia atendido e ela passou um outro remédio para cortar o efeito do primeiro. Depois de um tempo a Lau voltou ao normal e pudemos voltar para casa, tarde da noite. No dia seguinte, como eu não havia melhorado da coluna, fomos à emergência novamente. Depois de várias medicações e um exame de raio X, fomos liberados de madrugada para voltar para casa. Segundo a médica, estou com uma suspeita de hérnia de disco. Mas preciso fazer uma ressonância magnética para investigar mais. No momento continuo tomando remédios e ainda não estou cem por cento.
Ainda na área de saúde, a situação do meu pai, Antonio Fernandes, que tem leucemia tem se agravado muito. Segundo os médicos não há mais o que fazer.  Ontem ele passou muito mal. Não sabemos como serão as coisas daqui para a frente. A qualquer momento, teremos que ir à Bahia visitá-lo. Peço que orem por ele e pela família. Que Deus nos dê sabedoria e graça para enfrentar esses momentos difíceis.
 2. Trabalho na aldeia
O trabalho de tradução prossegue muito bem. A Lau está agora finalizando o capítulo 4 de Atos e eu continuo na revisão do Evangelho de Lucas.
Durante o período do carnaval realizamos cultos todas as noites. Tivemos uma excelente assistência. Além de cantarmos e lermos o texto bíblico já traduzido para a língua, passamos todas as noites o filme Jesus. Foi muito bom!
Estamos também tentando produzir cânticos na língua. Nessa fase, até que tenhamos autores indígenas, estamos traduzindo alguns cânticos. Um que cantamos em português e que eles gostam muito é ‘É bom, é muito bom, é muito bom ter Jesus no coração’. Fizemos uma tradução modificada e ficou assim:
Katu, katu ro’o, katu ro’o Jexua a’ija.
Aiko mata Jexua rakanamẽ, Aiko mata Jexu rakanamẽ”.
A tradução é:  Jesus é bom, é muito bom. Eu vou seguir Jesus, eu vou seguir Jesus. Letra bem simples, mas que fala direto ao coração!
3.  25 e 50!
Janeiro e fevereiro são meses muito especiais para nós. Esse ano em particular, mais especiais ainda! Dia 23 de janeiro eu e Lau completamos 25 anos de casados. Nossas Bodas de Prata serão comemoradas em um culto de ação de graças hoje à noite na Igreja Presbiteriana de Cidade nova, em Ananineuda-PA. Dou muitas graças a Deus pela vida da Lau. Quando ainda era solteiro me preocupava muito para casar com uma pessoa que tivesse a coragem de trabalhar na selva com povos indígenas. Tinha muito receio de casar com alguém que não se adaptasse. Pois permitam-me dizer-lhes que minha mineirinha é de fibra mesmo! Tem estado firme todos esses anos e encara qualquer parada! Grande presente do Senhor para mim e para meus filhos!
No dia 14 desse mês fiz 50 anos. Daí comecei a filosofar: não sou nada...pensei. Estou muito novo para ser velho e muito velho para ser novo! O que sou afinal? Sou alguém que quando criança não tinha qualquer perspectiva de sobreviver devido aos graves problemas de saúde. Mas, que Deus resolveu preservar porque tinha o plano de me usar no trabalho missionário de tradução da Bíblia.  Dos 50, tenho dedicado 24 anos diretamente à obra missionária. Louvo a Deus pela minha esposa, pelos meus filhos Lucas, Carol e Sara, e louvo a Deus pelo ministério que ele nos deu. Servi-lo em tradução da Bíblia, em um campo pioneiro. O que mais um homem precisa para ser feliz?
 4.  Motivos de louvor
  • Trabalho realizado na aldeia;
  • Continuação da tradução de Atos;
  • Revisão de Lucas;
  • Bodas de prata;
  • Lucas passou em primeiro lugar para o mestrado em Ciências da Computação na UFPA.

5.  Motivos de oração
  • Saúde de meu pai
  • Problema de coluna do Norval
  • Continuação da tradução
  • Conversões na aldeia
Queridos, creio serem essas nossas principais notícias. Agradecemos o apoio e as orações de todos!
Um forte abraço,
Norval (por Lau, Lucas, Carol e Sara).
 

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