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Alguns anos atrás eu estava no gabinete da igreja quando o telefone tocou. Quando atendi ao telefone, a pessoa do outro lado da linha disse que queria falar com o pastor Silas e se ele estava. Eu lhe disse que era o pastor Silas quem falava. Então ele se apresentou e me disse que era de uma igreja batista de uma outra cidade e se haveria a possibilidade de pregar em sua igreja em um congresso de jovens, me explicando que já havia ligado para o Pr. Silmar Coelho, mas nessa data ele estaria nos Estados Unidos, e que havia ligado para a cantora Eyshila, mas ela também não poderia estar no congresso naquela data. Então eles se lembraram de mim e resolveram ligar para ver se haveria a possibilidade de estar pregando no congresso. Eu olhei a minha agenda e verifiquei que na data que queriam, apesar de ser um feriado prolongado, eu estaria livre. Então veio a famosa pergunta:
- Quanto o senhor cobra para estar pregando em nosso congresso?
Então lhe falei que não cobrava nada. Ele surpreso me disse:
- Nada!
- Nada. Respondi.
Então o rapaz me disse com muita empolgação:
- Pois eu quero lhe dizer que o senhor receberá uma boa oferta da igreja.
Confesso para vocês que eu fiquei surpreso, pois alguns anos antes eu havia pregado nessa igreja e ela não tinha paredes e eu nada cobrei e nem nada recebi. Voltei para pregar lá novamente, dessa vez já havia paredes e me deram uma oferta para cobrir as despesas da gasolina. Queridos, confesso para vocês uma coisa, não cobria a metade da gasolina que eu havia gasto, mas tudo bem.
Enquanto ele me falava pensei comigo: “Vou levar um grupo da igreja para esse congresso”. Mas aí ele completou:
- Não só uma boa oferta, mas o senhor terá todas as despesas pagas e dormirá num hotel fazenda excelente que temos aqui na cidade.
Meus irmãos, na mesma hora eu desisti de levar comigo a igreja; só vou com a minha esposa e não vou nem levar as crianças, meus filhos nessa época ainda eram bem novos. Hotel fazenda, boa oferta e ainda todas as despesas pagas. Que mudança. Que benção. Como estava mudada a igreja. Tão liberal e tão próspera.
Enquanto eu pensava nisso, o abençoado no outro lado da linha me disse assim:
- Pastor o senhor é muito famoso aqui em nossa cidade.
Aí eu pensei: “Famoso?” Ta certo que eu havia pregado lá duas vezes, e confesso que foi uma benção, mas famoso? Foi quando perguntei:
- Eu? Famoso?
- É. O senhor é muito famoso aqui, afinal de contas o senhor não é o pastor Silas Malafaia?
Então eu falei:
- Não meu irmão, eu sou o pastor Silas Alves Figueira.
- Ué! Ai não é a Assembléia de Deus da Penha?
- Não querido, aqui é a uma igreja batista e fica em Teresópolis.
- Ah pastor me desculpe pelo King Kong que eu paguei! Eu queria falar era com o pastor Silas Malafaia, o senhor não tem o telefone dele aí não?
- Não meu irmão, eu não tenho.
Queridos, tudo bem que eu não sou o Malafaia, mas também não sou nenhuma “Mala Sem Alça”. Por qual motivo o Malafaia tem boa oferta, despesa paga e hotel fazenda e para o Malafeia não têm nada? Só porque ele é famoso? Por que será que para o Pastor Silmar Coelho e para a cantora Eyshila podia ter honras financeiras e para o Malavazia não podia ter nada? Será que só eles merecem não ter gastos financeiros?
Fico imaginando eu e a minha querida esposa chegando à cidade e dando de cara com os cartazes, “Hoje estará conosco o famoso pregador Silas Malafaia.” E chega ao congresso o não famoso Malavazia com a sua digníssima esposa, que não se chama Elizete, mas Cláudia. Graças a Deus que o abençoado falou que o outro era famoso e eu achando que era eu. Já parou para pensar que situação eu iria enfrentar e eles?
Meus irmãos esse ocorrido me fez ver que quanto mais famoso você for, mais honras você recebe, como se a honra estivesse na fama e não na pessoa. Eu não tenho nada contra o pregador ou cantor receber uma oferta por ir a uma igreja para ministrar, o que eu não aceito é essa cobrança que se anda fazendo por aí. Pregadores e cantores cobrando para ministrar e cobrando alto, exigindo coisas que não tem lógica. Eu soube de um pregador que após pregar foi convidado a ir à casa de uma família da igreja para jantar. Quando ele viu que o jantar era sopa (pois estava muito frio naquela noite), ele disse para o dono da casa que por “aquilo” ele não dava graças, e foi jantar em outro lugar. Quanta arrogância entre os “famosos”, muitos vieram de lugares pobres, e muitos deles nem tinham o que comer direito, mas basta um pouquinho de fama e já começa o chilique, não como isso, não como aquilo. Onde isso vai parar meu Deus? Se alguém souber a resposta me diga por favor.
Autor: Pr Silas Alves Figueira, que não sabe o telefone do Malafaia.
Fonte: [ Ministério Batista Bereia ]
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