A mostra é instalada em um novo andar da primeira sinagoga
do Estado de São Paulo.
A mostra
resguarda as lembranças do episódio que marcou a história mundial. (Foto:
Gabriel Cabral/Folhapress).
Uma exposição permanente foi instalada na primeira sinagoga
do Estado de São Paulo, no bairro Bom Retiro. Trata-se do Memorial da Imigração
Judaica que inicia suas atividades neste domingo (12), sendo totalmente
dedicada ao Holocausto judeu.
Para abrigar a iniciativa, foi instalado um novo andar na
sinagoga especialmente para resguardar as lembranças do episódio que marcou a
história mundial. O espaço passa a ser chamado de “Memorial da Imigração
Judaica e do Holocausto”.
Diretor de projetos educacionais do memorial, Reuven
Faingold afirma que a ideia de criar a mostra é justificada pelo momento
histórico. Ele que também é membro da curadoria, explica: "Esta geração de
sobreviventes está minguando, em breve não teremos ninguém. Vai sobrar a
documentação e os museus e memoriais ao redor do mundo".
Reuven Faingold diz que a nação brasileira "corre atrás
do tempo perdido". Com apenas um museu dedicado ao Holocausto, em
Curitiba, o professor conta que a boa parte dos alunos que visita o memorial
não conhece bem essa parte da história. "Os alunos escutam que existiu o
Holocausto, que os judeus morreram na Segunda Guerra Mundial. Na melhor das
hipóteses, escutaram o número de seis milhões de judeus mortos, mas é
tudo" ressalta.
Reprodução de alojamento em um campo de concentração
nazista. (Foto: Gabriel Cabral/Folhapress).
Negacionistas
Mas, para além do desconhecimento, ainda existem pessoas que
questionam se os judes realmente sofreram tantas atrocidades durante a Segunda
Guerra. Myriam Nekrycz, 85, nasceu na Polônia e tinha nove anos quando a guerra
chegou a sua cidade natal: "Não entendo como as pessoas podem dizer que
isso não aconteceu, quando ainda existem sobreviventes vivos como
eu", pontuou.
Myriam tem dedicado sua vida para contar sua história, ao
lado do marido, Henry Nekrycz. Para o diretor Reuven, os negacionistas do
Holocausto na Europa hoje compõem um grupo muito pequeno, mas podem ser
"muito barulhentos".
Ele explica que uma das motivações da mostra que recebeu
financiamento da comunidade judaica brasileira, com auxílio de leis de
incentivo, é fazer a distinção entre genocídio e Holocausto. "Genocídios
tivemos vários, Holocausto, só um. Não é só a quantidade de vítimas, mas a
forma como foi feito. Havia um mecanismo de extermínio criado pelo 3º
reich", colocou ele.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA FOLHA DE SP
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