quinta-feira, 9 de novembro de 2017

São Paulo ganha exposição permanente dedicada ao Holocausto judeu

A mostra é instalada em um novo andar da primeira sinagoga do Estado de São Paulo.

A mostra resguarda as lembranças do episódio que marcou a história mundial. (Foto: Gabriel Cabral/Folhapress).
A mostra resguarda as lembranças do episódio que marcou a história mundial. (Foto: Gabriel Cabral/Folhapress).

Uma exposição permanente foi instalada na primeira sinagoga do Estado de São Paulo, no bairro Bom Retiro. Trata-se do Memorial da Imigração Judaica que inicia suas atividades neste domingo (12), sendo totalmente dedicada ao Holocausto judeu.
Para abrigar a iniciativa, foi instalado um novo andar na sinagoga especialmente para resguardar as lembranças do episódio que marcou a história mundial. O espaço passa a ser chamado de “Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto”.
Diretor de projetos educacionais do memorial, Reuven Faingold afirma que a ideia de criar a mostra é justificada pelo momento histórico. Ele que também é membro da curadoria, explica: "Esta geração de sobreviventes está minguando, em breve não teremos ninguém. Vai sobrar a documentação e os museus e memoriais ao redor do mundo".
Reuven Faingold diz que a nação brasileira "corre atrás do tempo perdido". Com apenas um museu dedicado ao Holocausto, em Curitiba, o professor conta que a boa parte dos alunos que visita o memorial não conhece bem essa parte da história. "Os alunos escutam que existiu o Holocausto, que os judeus morreram na Segunda Guerra Mundial. Na melhor das hipóteses, escutaram o número de seis milhões de judeus mortos, mas é tudo" ressalta.

 
Reprodução de alojamento em um campo de concentração nazista.  (Foto: Gabriel Cabral/Folhapress).

Negacionistas
Mas, para além do desconhecimento, ainda existem pessoas que questionam se os judes realmente sofreram tantas atrocidades durante a Segunda Guerra. Myriam Nekrycz, 85, nasceu na Polônia e tinha nove anos quando a guerra chegou a sua cidade natal: "Não entendo como as pessoas podem dizer que isso não aconteceu, quando ainda existem sobreviventes vivos como eu", pontuou.
Myriam tem dedicado sua vida para contar sua história, ao lado do marido, Henry Nekrycz. Para o diretor Reuven, os negacionistas do Holocausto na Europa hoje compõem um grupo muito pequeno, mas podem ser "muito barulhentos".
Ele explica que uma das motivações da mostra que recebeu financiamento da comunidade judaica brasileira, com auxílio de leis de incentivo, é fazer a distinção entre genocídio e Holocausto. "Genocídios tivemos vários, Holocausto, só um. Não é só a quantidade de vítimas, mas a forma como foi feito. Havia um mecanismo de extermínio criado pelo 3º reich", colocou ele.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA FOLHA DE SP

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