Se você quer começar uma luta em uma igreja, comece um debate sobre a doutrina da eleição divina. Se você não tem certeza do que isso significa, então leia como a Confissão Belga a resume:
“Cremos que Deus, quando o pecado do primeiro homem lançou Adão e toda a sua descendência na perdição, mostrou-se como Ele é, a saber: misericordioso e justo. Misericordioso, porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele, em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem levar em consideração obra alguma deles. Justo, porque Ele deixa os demais na queda e perdição, em que eles mesmos se lançaram”.
Essa tem sido uma doutrina igualmente odiada e amada por muitos ao longo dos séculos. Atualmente, os cristãos jovens e evangélicos têm maior probabilidade de ter lido “A Cabana” do que qualquer boa obra histórica e doutrinária. Tristemente, hoje, os termos “doutrina” e “eleição” são desdenhados, sem ao menos 5 minutos de reflexão, porque não “parece” ser verdade. Ainda mais chocante que isso é a visão amplamente sustentada de que a crença em uma doutrina de eleição realmente leva a uma diminuição na evangelização e no esforço missionário.
Como um cristão recém-convertido, lembro-me de dar o meu testemunho em uma igreja e falar depois com um líder. Ele estava fazendo o habitual discurso de “troféu de graça” e, em seguida, ele disse algo que sempre me marcou. “O problema com esses calvinistas é que eles matam a evangelização e as missões”. Ora, eu não era cristão há muito tempo e não tinha certeza do que era um calvinista, mas eles pareciam ser um bando de imbecis. Quando voltei à minha igreja e perguntei ao pastor o que era um calvinista, ele me deu um sorriso irônico e me entregou um livro. O título era “Uma Jornada na Graça” (Editora Fiel) e esse foi o primeiro (e penso, o único) romance doutrinário que li. O livro narra a história de um jovem que passa por uma faculdade bíblica tentando descobrir se as doutrinas da graça (ou os 5 pontos) são verdadeiras e bíblicas, e ao longo do caminho ele encontra muitos adversários e companheiros de investigação enquanto examina o que a Bíblia realmente ensina. Eu o tenho dado a muitas pessoas ao longo dos anos com o conselho de que se elas se oporão a algo, então é melhor que primeiro o entendam completamente. Alguns leram o livro e foram convencidos, alguns nem tanto, mas têm sido notavelmente menos antagônicos para comigo, e alguns rejeitaram-no pura e simplesmente. Isso faz parte do meu trabalho.
Agora, há um evangelista no Reino Unido que gosta de um gracejo ruim (antigo/fraco/sem graça — desconsidere o que não for aplicável) quando vai aos centros da cidade distribuir folhetos. Quanto mais o dia passa e mais cansado ele se sente, “mais calvinista eu fico”, é a sua (hilariante) frase. Imagine a cena. Ele já escreveu vários artigos sobre por que o calvinismo destrói a evangelização. O problema com essa atitude é que ela oculta uma grande ignorância sobre a história da igreja e um mal-entendido profundo (se não uma deturpação) do que a Bíblia ensina sobre a própria doutrina. É correto, é claro, questionar como Deus chama os seus eleitos. Nós apenas nos sentamos e deixamos que Deus continue o trabalho (como implícito por esse evangelista)? É assim que funciona? A abordagem evangelística “Se eles são chamados, então eles virão”? Pois eu não conheço uma única pessoa com uma profunda convicção da doutrina da eleição que a compreende assim. Nenhuma. Na verdade, essa é uma caricatura vergonhosa dessa doutrina. Então, como Deus chama os seus eleitos? Bem simples. Principalmente, através da pregação do evangelho e através da operação do Espírito Santo nos corações e mentes dos seres humanos. Em outras palavras, onde a doutrina da eleição é apropriadamente afirmada e recebida, o evangelho deve ser pregado! Não podemos deixar de anunciar as boas novas de Jesus Cristo em antecipação orante que Deus, por seu Espírito Santo, fará a sua obra e trará os seus eleitos à salvação. Depois nós entramos na questão do discipulado. Alguém por favor me diga como isso é um golpe mortal para a evangelização e as missões? Se for alguma coisa, é uma grande motivação.
Quando fui entrevistado pela primeira vez sobre minha posição aqui em Niddrie, um membro da congregação na época me perguntou se eu era “um daqueles calvinistas”.
— “Um dos calvinistas de que tipo?”, perguntei.
— “Você sabe. Chapéus, órgãos e tudo mais”.
— “Ah, não. Eu não sou um daqueles calvinistas. Mas eu sou um desses cristãos”.
Então, abri em Efésios 1 e li os versículos 3 a 5 para ele. Ele havia confundido as doutrinas da graça com as misérias dos moralistas farisaicos que muitas vezes se escondem atrás do rótulo de “calvinistas”.
Em Yorkshire, quando eu estava crescendo, meus amigos e eu tínhamos um nome para as pessoas que tentavam se vestir na moda com marcas como “Lacoste” ou “Nike”. Eles não podiam pagar pelo original, então compravam falsificações evidentes para tentar enganar as pessoas. Nós os chamávamos de “plásticos” (não sei o motivo). A questão é que as únicas pessoas que eram enganadas pelos “plásticos” eram aquelas que não sabiam como eram as verdadeiras marcas. É assim que os “calvinistas plásticos” agem, com suas visões distorcidas sobre a Escritura e as suas enraizadas tradições de igreja. Eles pensam que eles são “reformados” porque eles uma vez pesquisaram o nome “John Flavel” ou já usaram uma citação de John Bunyan como seu status no Facebook (desconsidere isso, Facebook é “antibíblico e do diabo”), mas eles de fato não são. Eles enganam muitas pessoas que pensam que eles são verdadeiros porque as nossas igrejas estão cheias de analfabetos doutrinários e bíblicos, que não conheceriam uma posição doutrinária corretamente declarada se estivesse diante deles em um culto de domingo. “Plásticos” ranzinzas, moralistas, reprimidos e sem alegria têm dominado o nosso povo por muito tempo. Essa é uma razão (dentre muitas) pela qual tantos jovens se afastam das doutrinas da graça sem ao menos uma reflexão.
Uma crença verdadeira, real, bíblica e bem ponderada nas doutrinas da graça (da qual a eleição é apenas uma), por outro lado, promove as boas novas, a evangelização e a alegria feliz na grande graça, misericórdia, justiça e amor do nosso Deus todo-poderoso. É por isso que eu posso pregar a Palavra, plantar igrejas e sustentar a doutrina da soberana eleição divina sem qualquer preocupação.
Aqui está a citação de um homem morto para resumir tudo:
“Nós sinceramente subscrevemos a Confissão de Westminster. Cremos que Cristo redime a igreja escolhida por ele; cremos na eficácia do seu sangue e na perfeição da sua justiça. Cremos na incapacidade humana, na escravidão da vontade humana, na inimizade do coração humano para com Deus. Cremos na soberania de Jeová e em seu propósito eterno. Cremos na absoluta necessidade da obra do Espírito Santo, tanto antes como depois da conversão. Ao mesmo tempo, pregamos um evangelho gratuito e universal; proclamamos um convite livre e universal aos pecadores; apresentamos a todos os pecadores uma graciosa vinda a Cristo, sem qualquer qualificação prévia. Não pedimos a ninguém que espere até que tenha investigado a sua própria eleição, ou possa produzir evidência de regeneração, ou arrependimento suficiente, ou convicção profunda. Nós dizemos a cada homem, como ele está, que vá ao Salvador neste momento, com a certeza de que ele não será expulso ou lançado fora” (Horatius Bonar).
Fonte: Voltemos ao Evangelho
Se você quer começar uma luta em uma igreja, comece um debate sobre a doutrina da eleição divina. Se você não tem certeza do que isso significa, então leia como a Confissão Belga a resume:
“Cremos que Deus, quando o pecado do primeiro homem lançou Adão e toda a sua descendência na perdição, mostrou-se como Ele é, a saber: misericordioso e justo. Misericordioso, porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele, em seu eterno e imutável conselho, somente pela bondade, elegeu em Jesus Cristo nosso Senhor, sem levar em consideração obra alguma deles. Justo, porque Ele deixa os demais na queda e perdição, em que eles mesmos se lançaram”.
Essa tem sido uma doutrina igualmente odiada e amada por muitos ao longo dos séculos. Atualmente, os cristãos jovens e evangélicos têm maior probabilidade de ter lido “A Cabana” do que qualquer boa obra histórica e doutrinária. Tristemente, hoje, os termos “doutrina” e “eleição” são desdenhados, sem ao menos 5 minutos de reflexão, porque não “parece” ser verdade. Ainda mais chocante que isso é a visão amplamente sustentada de que a crença em uma doutrina de eleição realmente leva a uma diminuição na evangelização e no esforço missionário.
Como um cristão recém-convertido, lembro-me de dar o meu testemunho em uma igreja e falar depois com um líder. Ele estava fazendo o habitual discurso de “troféu de graça” e, em seguida, ele disse algo que sempre me marcou. “O problema com esses calvinistas é que eles matam a evangelização e as missões”. Ora, eu não era cristão há muito tempo e não tinha certeza do que era um calvinista, mas eles pareciam ser um bando de imbecis. Quando voltei à minha igreja e perguntei ao pastor o que era um calvinista, ele me deu um sorriso irônico e me entregou um livro. O título era “Uma Jornada na Graça” (Editora Fiel) e esse foi o primeiro (e penso, o único) romance doutrinário que li. O livro narra a história de um jovem que passa por uma faculdade bíblica tentando descobrir se as doutrinas da graça (ou os 5 pontos) são verdadeiras e bíblicas, e ao longo do caminho ele encontra muitos adversários e companheiros de investigação enquanto examina o que a Bíblia realmente ensina. Eu o tenho dado a muitas pessoas ao longo dos anos com o conselho de que se elas se oporão a algo, então é melhor que primeiro o entendam completamente. Alguns leram o livro e foram convencidos, alguns nem tanto, mas têm sido notavelmente menos antagônicos para comigo, e alguns rejeitaram-no pura e simplesmente. Isso faz parte do meu trabalho.
Agora, há um evangelista no Reino Unido que gosta de um gracejo ruim (antigo/fraco/sem graça — desconsidere o que não for aplicável) quando vai aos centros da cidade distribuir folhetos. Quanto mais o dia passa e mais cansado ele se sente, “mais calvinista eu fico”, é a sua (hilariante) frase. Imagine a cena. Ele já escreveu vários artigos sobre por que o calvinismo destrói a evangelização. O problema com essa atitude é que ela oculta uma grande ignorância sobre a história da igreja e um mal-entendido profundo (se não uma deturpação) do que a Bíblia ensina sobre a própria doutrina. É correto, é claro, questionar como Deus chama os seus eleitos. Nós apenas nos sentamos e deixamos que Deus continue o trabalho (como implícito por esse evangelista)? É assim que funciona? A abordagem evangelística “Se eles são chamados, então eles virão”? Pois eu não conheço uma única pessoa com uma profunda convicção da doutrina da eleição que a compreende assim. Nenhuma. Na verdade, essa é uma caricatura vergonhosa dessa doutrina. Então, como Deus chama os seus eleitos? Bem simples. Principalmente, através da pregação do evangelho e através da operação do Espírito Santo nos corações e mentes dos seres humanos. Em outras palavras, onde a doutrina da eleição é apropriadamente afirmada e recebida, o evangelho deve ser pregado! Não podemos deixar de anunciar as boas novas de Jesus Cristo em antecipação orante que Deus, por seu Espírito Santo, fará a sua obra e trará os seus eleitos à salvação. Depois nós entramos na questão do discipulado. Alguém por favor me diga como isso é um golpe mortal para a evangelização e as missões? Se for alguma coisa, é uma grande motivação.
Quando fui entrevistado pela primeira vez sobre minha posição aqui em Niddrie, um membro da congregação na época me perguntou se eu era “um daqueles calvinistas”.
— “Um dos calvinistas de que tipo?”, perguntei.
— “Você sabe. Chapéus, órgãos e tudo mais”.
— “Ah, não. Eu não sou um daqueles calvinistas. Mas eu sou um desses cristãos”.
Então, abri em Efésios 1 e li os versículos 3 a 5 para ele. Ele havia confundido as doutrinas da graça com as misérias dos moralistas farisaicos que muitas vezes se escondem atrás do rótulo de “calvinistas”.
Em Yorkshire, quando eu estava crescendo, meus amigos e eu tínhamos um nome para as pessoas que tentavam se vestir na moda com marcas como “Lacoste” ou “Nike”. Eles não podiam pagar pelo original, então compravam falsificações evidentes para tentar enganar as pessoas. Nós os chamávamos de “plásticos” (não sei o motivo). A questão é que as únicas pessoas que eram enganadas pelos “plásticos” eram aquelas que não sabiam como eram as verdadeiras marcas. É assim que os “calvinistas plásticos” agem, com suas visões distorcidas sobre a Escritura e as suas enraizadas tradições de igreja. Eles pensam que eles são “reformados” porque eles uma vez pesquisaram o nome “John Flavel” ou já usaram uma citação de John Bunyan como seu status no Facebook (desconsidere isso, Facebook é “antibíblico e do diabo”), mas eles de fato não são. Eles enganam muitas pessoas que pensam que eles são verdadeiros porque as nossas igrejas estão cheias de analfabetos doutrinários e bíblicos, que não conheceriam uma posição doutrinária corretamente declarada se estivesse diante deles em um culto de domingo. “Plásticos” ranzinzas, moralistas, reprimidos e sem alegria têm dominado o nosso povo por muito tempo. Essa é uma razão (dentre muitas) pela qual tantos jovens se afastam das doutrinas da graça sem ao menos uma reflexão.
Uma crença verdadeira, real, bíblica e bem ponderada nas doutrinas da graça (da qual a eleição é apenas uma), por outro lado, promove as boas novas, a evangelização e a alegria feliz na grande graça, misericórdia, justiça e amor do nosso Deus todo-poderoso. É por isso que eu posso pregar a Palavra, plantar igrejas e sustentar a doutrina da soberana eleição divina sem qualquer preocupação.
Aqui está a citação de um homem morto para resumir tudo:
“Nós sinceramente subscrevemos a Confissão de Westminster. Cremos que Cristo redime a igreja escolhida por ele; cremos na eficácia do seu sangue e na perfeição da sua justiça. Cremos na incapacidade humana, na escravidão da vontade humana, na inimizade do coração humano para com Deus. Cremos na soberania de Jeová e em seu propósito eterno. Cremos na absoluta necessidade da obra do Espírito Santo, tanto antes como depois da conversão. Ao mesmo tempo, pregamos um evangelho gratuito e universal; proclamamos um convite livre e universal aos pecadores; apresentamos a todos os pecadores uma graciosa vinda a Cristo, sem qualquer qualificação prévia. Não pedimos a ninguém que espere até que tenha investigado a sua própria eleição, ou possa produzir evidência de regeneração, ou arrependimento suficiente, ou convicção profunda. Nós dizemos a cada homem, como ele está, que vá ao Salvador neste momento, com a certeza de que ele não será expulso ou lançado fora” (Horatius Bonar).
Fonte: Voltemos ao Evangelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário