Jovens cristãos que vivem na Síria se
uniram para combater os militantes do Estado Islâmico e proteger sua pátria
Dezenas de cristãos da Síria receberam
treinamento militar e se juntaram à luta contra o Estado Islâmico. (Foto: AFP).
Dezenas de cristãos que vivem
na Síria se uniram
para combater os militantes do Estado Islâmico em Raqqa,
impulsionados pelo desejo de proteger sua pátria e livrar a região do
extremismo islâmico, pela primeira vez em três anos.
"Estou me sacrificando pela
barbaridade que eles fizeram com o nosso povo, pelas igrejas que foram
explodidas, por todas essas coisas", disse Aleksan Chmou, um cristão
siríaco, à agência de notícias AFP.
O Estado Islâmico ainda opera em
Raqqa, uma de suas duas principais fortalezas, desde 2014. No entanto, o grupo
terrorista está perdendo terreno à medida que as Forças Democráticas Sírias
(SDF) apoiadas pelos EUA, confrontam a região.
O grupo terrorista pode ser derrotado
em meses, disseram os soldados, já que as forças descartaram a última rota de
fuga dos militantes, na última quinta-feira (29). Enquanto os ataques
terrestres estão sendo realizados pelo SDF, uma maioria curda e árabe, dezenas
de cristãos da seção siríaca também se juntaram à luta.
Linha de frente
Muitos deles possuem símbolos em
torno de seus pulsos com a palavra "Jesus" para imprimir sua fé.
"Em alguns bairros, estamos na linha de frente da luta", disse Fadi,
um cristão de 23 anos. "Recebemos treinamento militar e colocamos esse
uniforme para lutar contra o Estado Islâmico. Queremos libertar nosso povo e
todos os povos desta região", disse ele.
Milhares de cristãos siríacos já
moraram em Raqqa ao lado de armênios, curdos e a população principalmente
sunita da cidade, mas muitos fugiram. Depois que o grupo extremista declarou um
"califado islâmico" em Raqqa, foi dito que os cristãos poderiam
permanecer na região se pagassem um imposto especial ou se eles se convertessem
ao islamismo. Em vez de cumprir a ordem, muitos fugiram.
Um relatório investigativo sobre o
deslocamento e emigração de cristãos na Síria e no Iraque recentemente estimou
que pelo menos 50% e até 80% dos cristãos fugiram dos dois países desde o
início da guerra civil síria em 2011. Abboud Seryan, também cristão, disse à
AFP: "Estamos participando da libertação de Raqqa em nome de todos os
sírios. Somos todos irmãos".
Os jihadistas "explodiram as igrejas
de Raqqa e forçaram os cristãos a se converterem ao Islã. É também por isso que
estamos participando dessa batalha", disse ele. Enquanto milhares de
combatentes do EI acreditavam ter fugido de Raqqa para o território do grupo no
sul, os membros restantes do grupo terrorista aumentaram o uso de homens bomba
e barreiras na cidade. No sábado, dois carros-bomba dirigiram a sede da SDF nos
distritos de Jazara e AL-Idkhar, de acordo com a agência de notícias Amaq.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD
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