sexta-feira, 29 de abril de 2016

A BÊNÇÃO DE TER UMA EXCELENTE ESPOSA


Por Steven Lawson

Poucas influências afetam o coração de um homem por Deus mais do que sua esposa, para melhor ou para pior. Ela incentivará sua devoção espiritual ao Senhor, ou ela vai impedi-la. Ela irá ampliar a sua paixão por Deus, ou ela irá jogar água fria sobre ela. Que tipo de mulher estimula o crescimento espiritual de seu marido? Provérbios 31: 10-31 fornece um perfil dessa mulher, que é digna de confiança do marido. Essa mulher é a personificação da verdadeira sabedoria de Deus, fazendo com que o marido possa confiar nela com plena confiança.

"Um excelente esposa quem pode encontrar? Ela é muito mais preciosa do que as joias "(v. 10). Como é difícil encontrar uma boa esposa. A palavra excelente (hayil) pode significar "força, capacidade, valor ou dignidade." Esta mulher exemplifica cada uma dessas qualidades, com grande competência, caráter nobre, e um forte compromisso para com Deus e sua família. Só o Senhor pode proporcionar uma tão excelente mulher: "Casa e riquezas são herdadas dos pais; mas a mulher prudente vem do Senhor" (Pv 19:14.). "Aquele que encontra uma esposa acha uma coisa boa e alcança o favor do Senhor" (18:22). Esta mulher virtuosa é um dom inestimável de Deus.

É de se admirar que "o coração do seu marido confia nela" (v. 11)? O marido tem confiança nela, porque "ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida" (v. 12). Ela traz seus muitos pontos fortes para seu casamento, cada um especialmente adequado para complementar suas fragilidades. Seus presentes tornam-se imediatamente seus ganhos, e ela fornece tanto que leva o marido a confiar nela.

Seu Serviço

Em primeiro lugar, esta mulher extraordinária incansavelmente serve ao esposo. Não sentada de braços cruzados, ela ativamente "Busca lã e linho," em seguida, estende as "mãos dispostas" (v. 13) para girar fio e fazer o material. Ela é "como um navio mercante" (v. 14), procurando encontrar o melhor tecido, com o melhor preço, a fim de tomar as melhores roupas. Esta mulher altruísta "sobe enquanto ainda está escuro" (v. 15) para preparar a comida para sua família. Uma excelente gerente, ela supervisiona "suas criadas", como elas servem ao lado dela na casa.

Seu Sucesso

Em segundo lugar, esta mulher empreendedora exerce julgamento em suas muitas relações. Ela astuciosamente "considera um campo", então o compra. Lá, ela planta uma "vinha" (v. 16). Por sua (v. 17) “determinação "forte", ela ganha a renda disponível para sua família. Estes negócios são "rentáveis" (v. 18), fornecendo recursos adicionais para compartilhar com os outros. Ela trabalha bem de "noite" com a "roca" e o "fuso" (v. 19) para fazer roupas para sua família.

Seu Sacrifício

Em terceiro lugar, esta mulher diligente dá generosamente aos "pobres" e "necessitados" (v. 20). Conforme se aproxima o "inverno", ela também dá aos de sua família. Ela tem planejado com antecedência, fazer peças de vestuário "escarlate" (v. 21) para sua casa. Ela não poupa esforços ou custo em fornecer o melhor que pode. Depois de fornecer para outros, esta mulher trabalhadora faz "revestimentos de cama" e roupas "para si", com "linho fino e púrpura" (v. 22). Sua capacidade de dar roupas caras é uma clara evidência do favor de Deus sobre os seus trabalhos.

Sua Habilidade

Em quarto lugar, suas muitas virtudes reforçam a posição do marido nas "portas" (v. 23), onde os líderes da cidade se encontram. Com maior experiência e interesse, esta excelente esposa "faz", "vende" e "entrega" (v. 24) seus bens. Apesar de ser muito competente, ela não compete com a liderança de seu marido, mas a fortalece através de sua humilde submissão - e todos sabem disso.

Sua Força

Em quinto lugar, essa esposa estimada olha para o futuro com "força" interior e "dignidade" (v. 25). Embora ela anteveja muitos desafios, ela, no entanto, "sorri" (v. 25), com confiança positiva no cuidado providencial do Senhor. Ela está esperançosa de que a oferta do céu irá satisfazer sua família em necessidade. Como as pessoas procuram seu conselho, ela fala palavras de "sabedoria" e "bondade" (v. 26) a eles. Embora ocupada fora de casa, ela não de deixar de "sua casa" (v. 27).

Seu Domínio

Em sexto lugar, ela é uma mãe tão boa que seus filhos observam sua excelência, eles "a chamam bem-aventurada" (v. 28). O marido vê seus traços de caráter na criação dos filhos e "a elogia." Ele se gaba de que entre as mulheres, "[sua esposa] ultrapassa todas elas" (v. 29). A seus olhos, não há quem possa legitimamente reivindicar ser igual a ela.

Sua Espiritualidade

Em sétimo lugar, a verdadeira grandeza desta mulher está em sua devoção espiritual. Ela "teme o Senhor" (v. 30). "Charme" e "beleza" por si só são "enganosos" e "vãos". Sua verdadeira atração para ele é a sua reverência a Deus. Mesmo os líderes da cidade "elogiam-na" nas "portas" (v. 31), reconhecendo a integridade de sua vida. O marido dela a recompensa por sua fidelidade e diligencia. Ele é o mais abençoado dos homens.

É de se admirar que o marido confie nela? A realidade de Deus em sua vida torna-a digna de toda sua confiança. Por todas as estimativas, ela é "a coroa do seu marido" (12: 4). Só Deus pode proporcionar uma excelente companheira tal.

O Senhor deu-lhe uma excelente esposa? Você enxerga como ela é especificamente adequada para você? Você reconhece como ela aumentou a sua eficácia para o Senhor? Em seguida, dê graças a Deus por uma mulher em quem o seu coração confia.

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Traduzido por Pedro Paulo, via Ligonier

O pecado do adultério segundo John Wenham, e do divórcio segundo eu

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Li, nesta manhã, uma postagem no Facebook, atribuída a John Wenham[1], a qual copiei e colei abaixo. Após, uma pequena reflexão a partir do que o teólogo e pastor Wenham escreveu:
"Hoje em dia, consideramos o adultério como tão natural que deixamos de perceber quão distorcidos se tornaram os nossos valores. Quando um homem rouba um bem valioso de uma outra pessoa, a lei o trata com severidade. Mas quando um homem seduz e rouba a esposa de um outro homem e rouba dos filhos a mãe, provavelmente escapará de qualquer punição. Entretanto, em termos do mal provocado e da destruição da felicidade humana, o primeiro crime é insignificante em comparação com o segundo." - John Wenham

E, nessa linha de pensamento, incluo também o divórcio, pois praticamente ninguém se divorcia para ficar solteiro ou sozinha. Todos, em princípio, já têm um ou uma pretendente nova, se é que já não fez a ele ou ela um "juramento" de romper o seu casamento para viverem finalmente juntos e para sempre (a mesma promessa feita e não cumprida ao primeiro(a) cônjuge. 

O divórcio rouba dos filhos o pai e/ou a mãe, e, em muitos casos, até mesmo os dois; e dos maridos e esposas parte de si mesmo, como afirmou o Senhor Jesus:
"Ele respondeu: "Vocês não leram que, no princípio, o Criador 'os fez homem e mulher' e disse: 'Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne'? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe" [Mt 19.4-6].

O problema é que muitos alegam não terem feito uma boa escolha, mas, quem garante que não o farão novamente? Se os critérios de escolha fossem a observância da palavra de Deus, em oração e prudência, e não meramente a carnalidade (podendo ser simplesmente o impulso carnal), muita coisa seria diferente; inclusive, o poder para suportarem-se mutuamente nas várias dificuldades que haveriam de surgir.

De outra maneira, há crentes que se aventuram a um risco desnecessário, como se dispusessem a participar de uma "roleta-russa", ao casarem-se com incrédulos apostando na possibilidade de Deus vir a convertê-los um dia [leia 1 Co 7.16]. Conheço o testemunho de muitos irmãos e irmãs que escolheram esse caminho errado e pagaram um preço alto, às vezes resultando no divórcio e em um lar desfeito, em filhos que rejeitam o Evangelho exatamente pelo mau testemunho dos pais divorciados, entre outros tantos problemas.[2] Eventualmente, Deus pode derramar a sua graça sobre o cônjuge incrédulo, convertendo-o, e pode valer a pena dizem, mas deixará para trás, quase sempre, um rastro de destruição e de incredulidade pelo caminho. Porém, não vale o perigo de ser a causa para o endurecimento ainda maior do coração incrédulo; e nada disso aconteceria se o cristão não se rebelasse contra Deus, não se dispusesse a ser independente ou autônomo, esperando que o Senhor "abençoasse" uma união biblicamente reprovável.

O adultério é apenas mais um pecado cometido pelo afastamento da vontade divina, a rebeldia que muitos dizem não ter mas têm-na dissimuladamente, uma forma de se omitir da responsabilidade, a principal causa e origem das outras péssimas escolhas que fazemos.[3]

Infelizmente, o padrão vigente em boa parte da igreja e em boa parte dos cristãos atualmente reflete a sua adequação ao "estilo secular e mundano de vida", e o desprezo a Deus e sua vontade expressamente revelada, a qual finge-se não ler, saber ou existir.

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Notas:
[1] Não duvido da autoria do texto, de que seja realmente de John Wenham, por conhecer e confiar em quem o citou, o Eric N. de Souza, autor do blog "Outdoor Teológico", apenas não a confirmei.
[2] Tratei da questão do casamento misto na postagem "Pode o Cristão se casar com uma incrédula?"
[3] É claro que, como calvinista, acredito que tudo, inclusive a rebeldia do homem, está dentro do decreto eterno de Deus, mas isso, de maneira alguma, eximi-nos da responsabilidade pelos nossos atos, logo, a desculpa de que Deus quis assim é apenas "furada", e coloca o seu proponente em mais uma categoria, a dos "infantes na fé", senão, dos cínicos. 

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Autor: Jorge Fernandes Isah
Fonte: Kálamos

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Ateísmo, Moralidade, Lei e Estado

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O presente artigo faz parte do livro “Cristianismo e Estado”, de Rousas John Rushdoony, a ser publicado em breve pela Editora Monergismo. Tradução de Fabrício Tavares de Moraes, co-editor do blog Bereianos.


ATEÍSMO, MORALIDADE, LEI E ESTADO

A ascensão do antinomianismo nas fileiras da igreja possibilitou a ascensão do estado humanista. Visto que toda moralidade e lei se assentam sobre premissas religiosas, para a igreja, o colapso da aplicação universal da lei de Deus resultou na sua total irrelevância nas questões de ordem social; na negação do poder soberano de Deus sobre todas as instâncias, incluindo a lei e o estado; e, por fim, no recuo para o politeísmo prático. Nos Estados Unidos, 50 milhões de membros de igrejas evangélicas que deveriam ser defensores dos direitos reais do Senhor sobre o governo civil são completamente indiferentes à realeza de Cristo. Por conseguinte, o governo civil espelha antes os princípios do ateísmo do que os da fé bíblica.

Ora, tanto os evangélicos quantos os modernistas colaboram na afirmação do antinomianismo. Andrew Jackson Young, no período em que atuou como embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, expressou, numa entrevista, a seguinte “confissão de fé”:
“Para mim, a moralidade é raciocinar claramente através das alternativas e assim fazer uma decisão que é a melhor para o maior número de pessoas... Aprendi minha política externa nas aulas de teologia, e não na igreja. Eu estava lendo Reinhold Niebuhr, Paul Tilich, Dietrich Bonhoeffer... Meu entendimento acerca de Jesus Cristo é que Ele veio para cumprir a lei. E tu estás a falar com base na lei moral, na qual eu não creio.”

Ora, somos salvos pela graça de Deus na e por meio da expiação de Cristo; todavia, não somos salvos a fim de sermos desregrados, mas, sim, fiéis à retidão ou justiça de Deus tal como estabelecidas em Sua lei. A lei é, pois, nosso meio de santificação.


As raízes históricas do humanismo se estendem nas profundezas da história; na verdade, sua primeira declaração se encontra em Gênesis 3:5 – cada homem como seu próprio deus, conhecendo ou determinando o bem e o mal para si mesmo. O ateísmo é um desenvolvimento lógico e tardio na história do humanismo. Embora tenha sido uma tendência um tanto vaga na história ocidental, foi somente no século XIX, ou nos fins do século XVIII, que se tornou um movimento aberto e manifesto.

Foi em Ludwig Feuerbach (1804-1872) que o ateísmo encontrou seu filósofo e sua clássica expressão. Ora, Feuerbach considerava a ideia de Deus como uma objetificação das ideias e ideais humanos. Destarte, para ele, a ideia de Deus era um produto da experiência humana. Aquilo que o homem diz acerca de Deus revela aquilo que sente com relação a si próprio; desse modo, quando a teologia afirma: “Deus é amor”, tudo que temos aqui é uma revelação de quão importante é o amor para o ser humano. Portanto, para Feuerbach, todas as afirmações teológicas eram manifestações psicológicas. Para Karl Marx, valendo-se de Feuerbach, as afirmações teológicas eram expressões da mitologia exploradora das classes dominantes, de maneira que, segundo seu entendimento, a religião era o ópio do povo.

Para os philosophes franceses, a crítica da religião era o ponto de partida da filosofia. O homem autônomo somente poderia ser livre com a morte de Deus. Bakunin, o anarquista, defendia: “Se há um Deus, o homem é um escravo; todavia, o homem é livre, portanto, não há Deus”. Partindo da premissa da inexistência de Deus e da autonomia e liberdade do homem, Feuerbach reduziu a ideia de Deus à experiência humana. Tal redução colocou a psicologia humana na linha de frente, como se fosse a chave interpretativa da vida; e, com Freud, por seu turno, a psicologia substituiu a filosofia e a religião como força cultural central.  

Com o ateísmo, a lógica do humanismo veio claramente à tona. Benjamim Franklin foi um dos primeiros defensores da moralidade humanista; seu famoso provérbio, “a honestidade é a melhor política”, sumariza essa nova fé. Assim, a honestidade agora se assenta não no mandamento divino, mas na utilidade humana. O fator chave é a melhor política; para Franklin, a honestidade, de fato, era a melhor política, mas para Nietzsche, todavia, a desonestidade veio substituí-la como uma forma moral, isto é, como a melhor política. O resultado foi o triunfo das leis humanistas, que assumiram o lugar da lei de Deus, e a ascensão das razões de estado como a base lógica da lei. O estado moderno legisla, atua e planeja como se não existisse Deus; sua premissa básica e implícita é que Deus e o cristianismo estão ambos mortos. 

Como resultado, temos, então, um novo estabelecimento da religião que subjaz à lei, a saber, o estado humanista e ateísta. Ao mesmo tempo, o ateísmo como força organizada retrocedeu[1], visto que seu êxito estonteante tornou desnecessária qualquer causa ateísta formal. Suas premissas fazem parte agora da igreja, do estado e da escola.

A era vitoriana rompeu com o cristianismo, embora dissimuladamente demonstrasse respeito a ele mediante a observância superficial das formas morais. Seus objetivos religiosos eram helenistas, e sua pátria espiritual era antes a Grécia e Atenas antigas do que Israel e Jerusalém. Desde então, paulatinamente, as formas superficiais de cristianismo também foram desaparecendo, até que, conforme MacIntyre assinalou, “chegasse ao ponto no qual a física e a política – usando aqui ambos os termos no seu sentido mais lato – definissem um mundo no qual não há lugar algum para o teísmo”. O homem autônomo agora cria suas próprias leis; declara sua liberdade com relação a Deus, bem como sua liberdade em aceitá-Lo ou rejeitá-Lo. A ênfase arminiana no livre-arbítrio apoia e coexiste pacificamente com o ateísmo. Citando MacIntyre novamente:
Mas caso se exclua a possibilidade de opção por crenças em verdades de tipo factual, segue-se que é impossível que tal crença excluída tenha, como seu objeto, verdades de tipo factual. Consequentemente, se a moderna teologia cristã considera a crença cristã como uma dessas crenças que não são passíveis de opção, por conseguinte, as verdades da ortodoxia cristã devem ser tomadas como algo outro que não do tipo factual.

Os líderes eclesiásticos paulatinamente diluíram o conteúdo do cristianismo, de maneira que é justo afirmar que, “cada vez menos, os teístas estão oferecendo aos ateus algo em que não acreditar”.

Nos dias atuais, a lei tem sido divorciada de Deus, tornando-se, assim, essencialmente ateísta; afinal, ela pressupõe um homem soberano, e não o Deus soberano. Por meio de sua aceitação da lei não-bíblica contemporânea, os ministros cristãos têm assentido ao ateísmo como religião da sociedade. O resultado disto é o desaparecimento virtual do ateísmo como um movimento organizado, visto que nossas igrejas antinomianas advogam precisamente aquilo que o ateísmo se esforçou por implantar, isto é, a substituição da lei bíblica teocrática pela lei estadista-humanista. O ateísmo no século XX conquistou a igreja, o estado e a escola – sua visão de uma ordem social despojada da lei de Deus foi, afinal, concretizada.

Entretanto, o fato mais lastimável de tudo isto é que o antinomianismo pietista foi o maior aliado do ateísmo. Os teólogos da igreja despojaram o mundo da glória e governo de Deus. Frequentemente tais homens me dizem que a ideia de um estado cristão é teológica e escatologicamente impossível. Na “era do Evangelho”, afirmam eles, o mundo está sob o domínio de Satanás. Conforme Arend J. ten Pas demonstra, em The Lordship of Christ [O senhorio de Cristo], trata-se de uma escola de pensamento a qual nega que, nesta era, Cristo possa ser Senhor, ou sequer ser assim chamado.

Nossa atual dificuldade se encontra em desenvolvimento há três séculos, de modo que não desaparecerá da noite para o dia. Ora, há, no pensamento contemporâneo, uma perniciosa falácia que nos foi legada pela Grécia, nomeadamente, o conceito do deus ex machina, isto é, o deus proveniente de máquina. Para os gregos antigos, o universo gerou a si próprio a partir do caos. Os deuses, portanto, não controlavam todas as coisas, mas eram eles próprios governados pelo destino. Como seres superiores, os deuses poderiam, no máximo, interromper por vezes a história e, fora de contexto, resgatar os homens e causas. Destarte, Páris foi arrebatado da morte certa no campo de batalha, sendo transladado para o quarto de Helena e, desse modo, para um encontro mais feliz. Não raro os cristãos anseiam por um resgate semelhante, o qual faz violência ao universo e história providenciais de Deus. Ora, nas Escrituras, não há conflito entre o sobrenatural e o natural, posto que ambos são criação de Deus. Seu modo de atuação com relação a nós, com a história, e com todas as demais coisas se dá geralmente como ensinado em Isaías 28:10: “Preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali”. Neste universo de Deus, as paredes são erguidas a partir de sua fundação. Esperar algo diferente é pecado.

Os humanistas, nossos gregos modernos, também sustentam o conceito deus ex machina[2], mas destituído de deuses. Para esses pensadores, a intervenção súbita e salvífica na história se dá por parte do homem, o que significa por meio da revolução. Para Karl Marx, a revolução é o deus grego cuja intervenção ex machina na história corrigirá todos os erros. Os resultados dessa fé foram a servidão e a morte, e não a salvação.

Vários líderes eclesiásticos compartilham dessa fé. Eles estão inclinados a pensar em resistência armada quando nem sequer trabalharam com base na lei de Deus, nem se valeram dos meios legais que lhes estão disponíveis. Com efeito, Deus não honra esse atalho humanista.  

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Notas:
[1] É necessário ter em mente o momento histórico no qual Rushdoony teceu essas conclusões. Afinal, diferentemente de seu diagnóstico da situação, atualmente nos deparamos com o chamado “Ateísmo Militante” ou “Neoateísmo”, um movimento cujas raízes e motivações são antes de natureza emocional (ou política) do que necessariamente intelectual. As obras de críticos da religião como Sam Harris, Richard Dawkins, Christopher Hitchens e Daniel Dennett (os chamados “Quatro Cavaleiros do Apocalipse”) são extremamente populares, não obstante, com exceção talvez de Dennett, não existir nelas quase nenhum embasamento filosófico ou teológico sólido. É interessante notar que tais pensadores e suas críticas receberam atenção no contexto cultural e midiático mundial especialmente a partir dos atentados terroristas do 11 de setembro de 2011, os quais, conforme sabemos, foram levados a cabo por razões geopolíticas e principalmente religiosas. Destarte, a religião passou desde então a ser ojerizada e considerada, especialmente pelo meio acadêmico científico, como um elemento essencialmente causador de distúrbios, violência e conflito. Para uma crítica e refutação desses autores, ver: A morte da razão, de Ravi Zacharias; A verdade sobre o cristianismo, de Dinesh D’Souza; Progresso e Religião, de Christopher Dawson; e O livro que fez o seu mundo, de Vishal Mangalwadi (Nota do Tradutor).
[2] Deus ex machina, ou deus proveniente de máquina, era um recurso utilizado pelos dramaturgos gregos, especialmente nas tragédias, a fim de proporcionar o desenlace de uma situação que havia se enredado a tal ponto, que nenhuma solução ou alternativa possível (tomando em consideração a estrutura narrativa interna) se lhe apresentava. Destarte, quando destes nós narrativos indesatáveis, os dramaturgos, mediante máquinas e engrenagens, literalmente faziam descer ao palco uma figura representando alguma divindade, a qual, imediata e prontamente, resolvia todos os conflitos de modo maneira miraculosa. Aristóteles, em sua Poética, critica a utilização desse recurso, visto que não somente rompe com o princípio da verossimilhança, mas também demonstra a precariedade da técnica narrativa do autor: “Tanto nos caracteres como na estrutura dos acontecimentos, deve-se procurar sempre ou o necessário ou o verosímil de maneira que uma personagem diga ou faça o que é necessário ou verossímil e que uma coisa aconteça depois de outra, de acordo com a necessidade ou a verossimilhança. É claro que o desenlace dos enredos deve resultar do próprio enredo e não de uma intervenção ex machina, como na Medeia ou como na Ilíada na altura do embarque” (ARISTÓTELES, 2008, p. 68). Ana Maria Valente, em seu comentário ao trecho acima, explica: “A expressão consagrada ex machina resulta do uso de uma espécie de plataforma (mechane) para pôr em cena uma divindade (ou mais), geralmente para anunciar a resolução do conflito e inaugurar um culto. Na tragédia de Eurípides, aqui citada, é Medeia que, não obstante ter acabado de sacrificar os próprios filhos, aparece no carro do Sol (ou Hélios, pai de seu pai), com os cadáveres dos filhos, dizendo que nele irá para a terra de Erecteu, defendendo-se assim de mãos inimigas. Agindo como um deus ex machina, anuncia ainda a instituição do culto dos filhos em Corinto. Quanto à Miada (11.110-206), trata-se de uma situação diversa: quando os soldados se preparavam para a retirada a que Agamémnon os incitara, apenas para os pôr à prova, Atena inspira a Ulisses um discurso que os leva a perseverar no cerco de Tróia” (nota de rodapé 76). Edição consultada: ARISTÓTELES. Poética. 3.ed. Tradução e notas Ana Maria Valente. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008. No presente caso, Rushdoony critica a esperança pietista que, em vez de se lançarem num esforço produtivo e bíblico em prol da verdade e da manifestação do Reino de Deus, espera, de maneira ociosa e ingênua, uma intervenção divina direta, que ignora a ação providencial de Deus no cosmo (Nota do Tradutor).

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Autor: Rousas John Rushdoony
Fonte: Christianity and the State
Tradução: Fabrício Tavares de Moraes
Divulgação: Bereianos

terça-feira, 26 de abril de 2016

Os 10 acontecimentos de perseguição que marcaram 2015 – 4ª Parte

7 – “Cowboys” muçulmanos do jihad atacam cristãos na Nigéria
Rev. Caleb Ahima, presidente da Igreja Reformada Cristã de Cristo na Nigéria. (Morning Star News)
Rev. Caleb Ahima, presidente da Igreja Reformada Cristã de Cristo na Nigéria. (Morning Star News)
Líderes cristãos informaram sobre o assassinato de cristãos cometidos por criadores de gado na região central da Nigéria. Esses homens são parte de uma unidade jihadista que tenta assumir recursos econômicos do local e dispersar a população historicamente cristã. Em alguns casos, particularmente no estado de Kaduna, os cowboys estavam trabalhando em conjunto com grupos extremistas islâmicos. Em 22 de agosto, os irmãos Ushahemba Kumashenge e Sughter Kumashenge foram assassinados na vila Kortse, área do governo local de Gassol, estado de Taraba. Esse foi um dos muitos ataques nos estados de Kaduna, Nasarawa e Benue só em 2015. O Rev. Caleb Ahema, presidente da Christian Reformed Church of Nigeria (CRCN), descreveu os ataques como um genocídio planejado contra os cristãos.
Afirmando que nenhuma autoridade tem demonstrado qualquer interesse nos ataques contra cristãos no estado de Kaduna, que começou a acelerar em 2011, Danjuma La’ah, senador, pediu que o novo governo federal de Muhammadu Buhari tome medidas imediatas. “A maneira pela qual nosso povo está sendo morto e a impunidade para com os assassinos está semelhante aos governos anteriores”, diz  La’ah. “Estamos pedindo que o governo federal tenha  Kaduna como uma das áreas que necessita de resposta urgente e imediata de segurança”.
De acordo com um relatório feito pela Rede de Análise de Conflito e Segurança Análise  da Nigéria (NCSAN) para grupo de apoio cristão Open Doors, os estados vizinhos de Kaduna, Taraba, Benue e Nasarawa são comparativamente ricos em recursos ambientais e têm atraído a migração de muçulmanos criadores de gado e outros muçulmanos. Comparando a violência nessas áreas com a do grupo extremista islâmico Boko Haram no nordeste, a NCSAN informou que os ataques nos do sul foram baseados não só na busca de recursos ambientais, mas foram “intrinsecamente inspirados pela ideologia islâmica radical. É um princípio que divide o mundo em islâmico e não islâmico, e a obrigação de assegurar que o mundo não islâmico deve se voltar ao islã”.
Duas pessoas deslocadas de Gwnatu, estado de Kaduna, disseram que os fazendeiros muçulmanos Fulani estavam usando conflitos sobre recursos ambientais para realizar uma cruzada islâmica para intimidar e matar cristãos, de acordo com o relatório, “Migração e violento conflito em sociedades divididas: Boko Haram sem violência contra cristãos na região de Middle Belt da Nigéria”.
“Um dos homens que perderam seus dois filhos no conflito violento, culpou o estado nigeriano por fazer vista grossa aos excessos do Hausa-Fulani “, relatou a NCSAN. “Ele perguntou por que os Fulanis estão autorizados a possuir armas sofisticadas, enquanto outras etnias são constantemente perseguidas e presos por agentes de segurança por possuir armas semelhantes. Segundo ele, essa atitude da polícia só pode ser vista como um apoio à impunidade dos nômades muçulmanos Hausa-Fulani”.
A esmagadora maioria das vítimas das disputas de propriedade é entre cristãos e tribos étnicas muçulmanas, de acordo com o relatório. No estado de Taraba, 70% das vítimas do Boko Haram era cristã. No estado de Benue, 88% eram cristãos. No estado de Nasarawa, os números eram de 75%.
John Danfulani, um líder cristão do estado de Kaduna do sul, disse que desde 2011 os ataques de muçulmanos Fulani já mataram 614 cristãos da região, cerca de 1.200 foram feridos e mil casas de cristãos foram destruídas. Os cristãos no sul de Kaduna “estão sendo aniquilados com impunidade, e os números de vítimas aumentam a cada ataque”, disse Danfulani. “Tudo aponta para o fato de que nosso povo está sendo usado ​​como bodes expiatórios”.

08 – Atentados contra Igrejas no Paquistão
 Mulheres cristãs lamentam um parente morto no Paquistão (M. Ali)

Mulheres cristãs lamentam um parente morto no Paquistão (M. Ali)
Ataques com armas e bombas mortais contra duas igrejas em Lahore, em 15 de março, inflamaram as tensões entre muçulmanos e cristãos, especialmente devido a morte de dois muçulmanos decorrentes aos ataques. Pelo menos 17 pessoas, incluindo dois policiais, morreram nesse dia. As ações aconteceram nas proximidades de Youhanabad de Lahore, onde ficam as Igrejas Christ Church Youhanabad e Igreja de São João. Em 16 de março, muitos cristãos foram às ruas para protestar contra os ataques. Muitos muçulmanos não aceitaram o protesto pacífico, invadindo a passeata com violência. Um jovem cristão foi morte e outros 15 ficaram feridos. A tensão iniciada em Lahore se espalhou por outras  partes do país.
Nos ataques de março, dois jovens suicidas se explodiram, um em cada igreja, quando os cultos terminaram. Poderia ter sido pior, mas seguranças voluntários conseguiram impedir os jovens de entrar no centro das igrejas, sacrificando as próprias vidas para proteger cerca de 2 mil pessoas. Ainda assim, os ataques que ocorreram num intervalo de cinco minutos, matou 16 pessoas, incluindo dois policiais mobilizados para a segurança da igreja. No dia seguinte, um cristão gravemente ferido morreu em um hospital, elevando o número de mortos para 17. O grupo terrorista taleban Jamaatul Ahrar,  reivindicou os a responsabilidade pelos ataque.
No dia seguinte, milhares de cristãos foram para as ruas de Youhanabad e em outras cidades do país, incluindo Faisalabad, Gujranwala, Sialkot e Multan, para protestar contra os ataques. Eles culparam a polícia local pela negligência e pediram para que fossem enviados mais oficiais para a região com cerca de 100 mil cristãos.

Os 10 acontecimentos de perseguição que marcaram 2015 – 3ª Parte

5 – Estado Islâmico realiza execuções na Líbia
Carrasco Estado islâmico na Líbia conversando com os telespectadores em vídeo. (Screen-salvar Morning Star News)
Carrasco Estado islâmico na Líbia conversando com os telespectadores em vídeo. (Foto: Morning Star News)
O Estado Islâmico (EI) deixou sua marca na Líbia, em 2015, ao publicar vídeos de horríveis execuções  de cristãos egípcios e etíopes. O vídeo divulgado em 19 de abril mostra a execução cruel de 28 cristãos etíopes. Nele, fica evidenciado que a perseguição contra cristãos é fundamental para o Islã. O narrador do vídeo adverte que se os cristãos no Oriente Médio e em outros lugares se recusarem a voltar para o islã, também serão mortos. Ele deu três opções para os cristãos: voltarem para ao islamismo, submeterem-se as regras do Islã e pagar o Jizya (tributo) ou serem mortos.
Outro vídeo liberado mostra a execução de outros 21 cristãos, de maioria egípcia. Os etíopes e os egípcios foram executados em uma praia. No vídeo de abril, o narrador cita vários éditos religiosos sobre o tratamento que um muçulmano deve dar à cristãos e judeus.
“Quem não considerar os judeus e os cristãos como descrentes e não odiá-los não é um muçulmano”, diz ele, citando o estudioso islâmico Al Islam Ibn Taymiyyah. Ele acrescentou que Muhammad ensina seus seguidores a serem agressivos com cristãos e judeus, quando declara: “Se você encontrar um judeu ou um cristão, não tenha paz com ele”.

6 – Execução de Asia Bibi permanece suspensa no Paquistão
Muçulmanos no Paquistão protestando para que a sentença de morte de Asia Bibi seja acolhida. (Foto: Pakistan Today)
Muçulmanos no Paquistão protestando para que a sentença de morte de Asia Bibi seja acolhida. (Foto: Pakistan Today)
O Supremo Tribunal do Paquistão, em 22 de julho, concordaram em rever o caso contra a cristã Aasiya Noreen, mais conhecida como Asia Bibi. A decisão suspende, temporariamente, a execução da mãe cristã depois que ela foi condenada à morte sob a acusação de blasfêmia. Ela foi a primeira mulher a ser condenada à morte por blasfêmia no país.
Asia foi presa em junho de 2009, num campo de trabalho próximo a Lahore, depois que colegas de trabalho muçulmanas não conseguiram fazê-la voltar  ao Islã. Elas acusaram de blasfêmia. Sua sentença de morte  foi anunciada em novembro de 2010. Ela foi condenada nos termos do Artigo 295-C por difamação em comentários depreciativos sobre Muhammad. A Alta Corte de Lahore em 16 de outubro de 2014 confirmou a sentença de morte para a mãe de dois filhos e madrasta de três outros.
O procurador Saif-ul-Malook encontrou uma brecha a favor de Asia quando percebeu que  Primeiro Relatório de Informação (FIR) contra ela foi registrado cinco dias após as alegadas observações. Em um caso de blasfêmia anterior, em 2002, no estado de Masih, os juízes revogaram uma sentença de morte devido a um atraso de apenas três horas no registro da FIR.
O principal autor da denúncia contra Asia, o clérigo muçulmano Mohammad Salaam, admitiu que ele não tinha ouvido-a blasfemar. Outro acusador importante, o proprietário do campo onde ela trabalhava, Muhammad Imran, não estava presente no momento da discussão com colegas de trabalho. No momento, ele estava longe da aldeia.
O caso de Asia Bibi atraiu a atenção internacional sobre como as leis de blasfêmia do Paquistão se tornaram uma arma contra minorias religiosas. Sua sentença de morte levantou muitos protestos internacionais. Dentro do Paquistão, a possibilidade de revogação da sentença provocou indignação. Punjab Salman Taseer, governador,  foi morto por seu guarda-costas em 04 de janeiro de 2011 por seu apoio à Asia e por criticar a lei da blasfêmia. O guarda-costas acreditava que Taseer, um muçulmano, havia blasfemado ao criticar a lei.
Em seu encontro com Asia, em 2010,  depois Taseer tinha dito a ela que ele acreditava que as acusações contra ela foram fabricadas e prometeu ajudá-la a ganhar o perdão. Ele chamou os estatutos de blasfêmia do Paquistão de “uma lei negra” e apelou à sua revogação.
O ex-ministro para Assuntos Minoritários Shahbaz Bhatti, o primeiro cristão, ministro em nível de gabinete, foi baleado e morto em 2 de março de 2011 após pedir reformas nas leis de blasfêmia e que o julgamento de Asia fosse revisto.
Sentenças de morte por blasfêmia não haviam sido emitidas ainda no país. Isso porque os acusados sempre foram assassinados antes.
O Paquistão é quase 96% muçulmano. Processos contra cristãos, normalmente, são acompanhados por multidões de muçulmanos pressionando advogados e juízes. Cristãos representam 2,45% da população.

Teologia da Missão Integral e Teologia da Libertação: de onde saíram?

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A boa teologia deve partir da revelação de Deus. O próprio termo teologia atesta e pressupõe este fato. Como diz a Escritura:
"As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Dt 29.29).

Qualquer proposição ou construção teológica, reivindicando-se verdadeira, NÃO pode ter origem, portanto, em qualquer outro lugar. 

A ideia de uma teologia latino-americana, que dá ocasião à Teologia da Libertação (no catolicismo) e à Teologia da Missão Integral (no protestantismo), aponta para uma construção teológica que parte de um recorte sócio-econômico, no caso, situado no continente sul-americano. Mas, ainda que a posição teológica partisse de outro local do globo e de outra realidade social, o resultado da teologia estaria comprometido desde o início em virtude dos pressupostos empregados e do recrutamento de suas asserções hermenêuticas fundamentais, ou seja, seria errado desde o início por causa do método. 

A Teologia da Missão Integral (TMI) e sua irmã católica, a Teologia da Libertação (TL) são sistemas construídos sobre premissas marxistas, conforme testemunha, em alto e bom som, o maior representante atual da TMI no Brasil, Ariovaldo Ramos, him self [1]. Elas pressupõem [o que julgam ser] disfunções sócio-econômicas como o seu referencial teórico e, a partir dele, orientam a reflexão teológica resultando em um sistema que:
  • Adota uma cosmovisão flagrantemente antibíblica - o marxismo - como lente interpretativa; 
  • Entende "justiça social" como a redistribuição coercitiva de renda;
  • Posiciona o Estado como o agente de caridade; 
  • Direciona conclusões originadas na ideia marxista de luta de classes; 
  • Expande a ideia de luta de classes para confrontos em outras instituições, como a família; 
  • Coloca-se favorável a modelos de governo irrefutavelmente corruptos, totalitários, ditatoriais, imorais, ladrões, sanguinários e perseguidores oficiais de cristãos; 
  • Defende abertamente o comunismo tanto pela declarada afeição aos referidos governos quanto pelo alinhamento ideológico e pessoal a ditadores de esquerda.
Diante disso, tanto a TMI quanto a TL são abominações. Com efeito, não deveriam sequer ser chamadas de teologias: suas estruturas doutrinais não partem da revelação de Deus, mas de outro ponto. A TMI e a TL são, assim, anomalias.

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Notas: 
1. Ariovaldo Ramos e a Base Marxista da Teologia da Missão Integral. Disponível em: <https://m.youtube.com/watch?v=EC7onU_jSWA&feature=youtu.be>. Acesso em: 21.04.2016.

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Autor: Paulo Ribeiro
Fonte: Teologia Expressa

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Masturbação - considerações morais, bíblicas e refletivas

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Creio que quase todo jovem cristão já enfrentou ou enfrenta problemas nessa área. Por isso creio poder me familiarizar com muitos jovens (e também adultos) que lerão este artigo. Quero tratar da questão em quatro fases: (i) definição da masturbação, (ii) considerações morais, (iii) considerações bíblicas e (iv) reflexões especiais.

DEFINIÇÃO DE MASTURBAÇÃO

O termo masturbação é usado aqui num sentido mais restritivo, para se referir a estimulações eróticas conscientes e de livre agência, com sentido erótico-genital, que podem ser praticadas solitariamente ou mutuamente, no último caso distinguindo-se da relação sexual em especial pela inexistência de penetração. Nessa definição exclui-se: (i) “masturbações” sem sentido erótico-genital na primeira e segunda infância, (ii) sonambulismo sexual; (iii) sonho erótico (iv) polução noturna e (v) excitação sexual não estimulada.

CONSIDERAÇÕES MORAIS

A masturbação assim definida possui diversos problemas éticos, sendo, portanto uma prática objetivamente imoral. Se olharmos do ponto de vista ético, perceberemos que a masturbação é um desvio do ideal da sexualidade. O orgasmo seria algo como um "pedacinho do céu", do gozo eterno da união mística entre Cristo e a Igreja. Sexo é o símbolo da "união agápica-erótica" entre os cônjuges. Por isso, onde há sexualidade em seu sentido genital deve haver o eros matrimonial, a conexão mística com "o outro", em que a diferença de gênero sinaliza a alteridade, e a marca da conjugabilidade aduz à intimidade. Na masturbação, a alteridade é quebrada, o prazer é destinado a satisfazer a "si mesmo", e não a compartilhar-se com a pessoa amada. Nela resta a estimulação narcísica e egoica do autoerotismo. Quando a prática envolve fantasias sexuais com uma pessoa, está incluso o problema da objetificação do corpo do outro e do desrespeito envolvido na atitude imoral de tomar sem autorização a imagem de uma pessoa como um estímulo para satisfazer seus próprios desejos.

CONSIDERAÇÕES BÍBLICAS

Existe um erro grave quando se argumenta a favor da masturbação com base no silêncio das Escrituras em torno do assunto. Quando a Bíblia não menciona explicitamente uma prática, isso não significa que as Escrituras a autorize. Em casos assim, o que se deve examinar é o conjunto global principiológico da Palavra de Deus e a relação da prática com esse contexto principiológico geral. A Bíblia apresenta muitos princípios importantes, em geral feridos pela prática masturbatória, tais como (i) a pureza moral da mente e dos pensamentos (Filipenses 4.8); (ii) a mortificação de apetites sexuais impuros (Colossenses 3.5); (iii) a evitação de desejos passionais errados característicos da juventude; (iii) a castidade no olhar (Jó 31.1; Mateus 5.28), (iv) o domínio próprio e o controle sobre os desejos da carne (Gálatas 5.22-23; Tito 3.3). 

Precisamos ser sinceros em reconhecer que a masturbação fere os princípios de castidade das Escrituras, por mais que nossa mente depravada busque sempre escusas para recusar a verdade. Quando observamos o Ensino do Cristo percebemos que ele pregava uma moral que excede o mero legalismo dos religiosos da sua época. Em Cristo, como percebemos a partir de uma leitura de Mateus 5.21-37, as intenções e desejos do coração tem um grande valor para Deus, de modo que não só a prática é pecaminosa, mas também a estimulação de pensamentos e desejos imorais ferem o padrão de Deus. Sendo que a fé cristã, considera o sexo antes do casamento pecado, do mesmo modo a estimulação de pensamentos e desejos nesse sentido deve ser evitada, de modo que o Cristianismo considera a prática masturbatória como pecado.

REFLEXÕES ESPECIAIS

A trama significativa do estruturalismo anímico do recalque, a naturalização do reducionismo afetivo e a degradação dos princípios éticos-morais constroem um pensamento que coloca o sujeito casto dentro de um campo de significações e categorizações que lhe roubam a subjetividade. Para o pensamento mundano, aquele que se abstêm de prazeres sexuais por princípios morais, é alguém que baniu sua subjetividade pelo recalcamento das afetações prazerosas. A Revolução Afetiva elevou de tal forma o sentimento, que o colocou como o resumo da construção identitária, e deslocou o próprio ser do campo da existência para o mundo dos afetos. Nega-se aos 'abstêmicos' a própria felicidade, como se o gozo sexual fosse a arkhé da eudaimonia. Não só são excluídos dos afetos positivos, como também são aos abstêmicos atribuídos os sentimentos patológicos de angústias advindos da repressão neurótica. 

O que se põe é - não pode haver felicidade plena sem uma sexualidade livre, e aqueles que não seguem essa regra, são os que a dominação social infundiu-lhes a ojeriza pelo sexo - são os reprimidos, alienados da subjetividade. Mas será mesmo assim? Não pode a busca do desenvolvimento do autodomínio e da continência significar uma vivência subjetiva legítima de contactar a própria sexualidade? Não há porquê ver no exercício vivencial da continência um necessário recalcamento da sexualidade ao mundo do Inconsciente, ao contrário, controlar os próprios desejos sexuais e direcionar a própria libido é uma atitude da consciência em contato com a própria sexualidade. Ou mesmo se falarmos do recalque, não seria a sublimação e o direcionamento da libido sexual para atividades de "latência" de práticas excelsas uma atitude louvável? Ainda, não estaria o verdadeiro sentido da dignidade humana na possibilidade de transcendência sobre os domínios instituais? E não fazem parte de uma profunda vivência subjetiva os próprios conflitos, dificuldades e angústias que podem daí emergir? 

A luta contra a masturbação ajudará um jovem (ou mesmo adulto) cristão a conhecer melhor sua própria sexualidade. Por isso os que lutam contra esse pecado devem observar qual é maneira que seu corpo, uma parte do si mesmo, lida com a sexualidade. Avalie quais são os padrões de comportamento, os tipos de estímulos, ambientes que costumam te levar a se masturbar. Observe também qual a forma que você costuma se masturbar, bem como as fantasias sexuais ligadas ou não ao ato. Conhecer todos esses aspectos na luta contra a masturbação, lhe ajudará a desenvolver não só melhores meios de cultivar autodomínio como também o levará a vivenciar de perto seus conflitos éticos-morais e a conhecer sua própria sexualidade. Se esforce em desenvolver autodomínio, e em evitar certos padrões de comportamento e ambientes sexualmente estimulantes. Conheça a si mesmo, vivencie seus conflitos morais e desenvolva autodomínio. Saber controlar e administrar seus próprios desejos sexuais é uma manifestação da dignidade humana, enquanto imagem do Criador.

Lidar com o sentimento de culpa nesse processo pode também ser difícil. Mas a culpa também é, na medida certa, positiva, para a vivência subjetiva de nossos conflitos ético-morais, mas em exagero é um mal. Por isso não se esqueça das inspiradas palavras do apóstolo do amor: “Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.” (1 João 2:1,2) e ainda: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9).
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Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Divulgação: Bereianos

domingo, 24 de abril de 2016

Os 10 acontecimentos de perseguição que marcaram 2015 – 2ª Parte



3 – Cristãos na Síria sofrem atrocidades nas mãos do Estado Islâmico
Membro do Estado Islâmico dá Dhimma (A dhimma é um contrato teórico estabelecido com base numa doutrina islâmica amplamente difundida que concede direitos e responsabilidades limitadas aos seguidores do judaismo e cristianismo "o povo do livro") contratos de cristãos para assinar. (Foto: Estado Islâmico)
Membro do Estado Islâmico dá Dhimma (A dhimma é um contrato teórico estabelecido com base numa doutrina islâmica amplamente difundida que concede direitos e responsabilidades limitadas aos seguidores do judaismo e cristianismo “o povo do livro”) contratos de cristãos para assinar. (Foto: Estado Islâmico)
Cristãos sofreram execuções, estupros, sequestros e muitas outras atrocidades onde o Estado Islâmico (EI) constrói um califado em quase cinco anos de guerra civil. Em setembro, três cristãos assírios foram mortos, segundo um vídeo divulgado em outubro. No vídeo, o grupo ameaçou matar cerca de 200 outros cristãos na Síria, a menos que recebesse resgate de 50 mil dólares para cada preso.
Os três homens mortos faziam parte de um grupo de pelo menos 250 assírios raptados pelo EI, em fevereiro. Na ocasião, o grupo encurralou as pessoas no Vale do Rio Khabur, província de Hasakah, e atacaram dezenas de aldeias assírias. Aos poucos, os presos foram sendo libertados, mas 130 pessoas deste grupo ainda permanecem reféns. Outro vídeo, falando das imposições do EL para os cristãos, foi liberado em 05 de agosto, quando muitos crentes da cidade de  Al-Qaryatayn ficaram sob ataque.
Pelo menos 700 mil cristãos, de uma população formada por cerca de 1,5 milhões de cristãos, fugiram  por causa dos maus tratos e horrores da guerra.  Entre os vários relatos de atrocidades contra os cristãos está um publicado pela agência de ajuda a cristãos, a Christian Aid Mission. Segundo o relato, em uma aldeia sem nome, perto de Aleppo, militantes do EI crucificaram quatro cristãos em  28 de agosto. Dentre eles, havia um menino de apenas 12 anos de idade. Outros oito foram decapitados em execuções separadas. O menino era o filho de um líder de ministério cristão sírio com nove igrejas. Todos foram mortos por se recusarem a voltar ao islamismo depois de abraçar o cristianismo.
“Todos os sírios estão sofrendo com a guerra que eclodiu em 2011, mas os cristãos estão expostos a maiores riscos dentro do país”, afirmam ativistas de direitos humanos.

4 – Pastores presos injustamente são libertados no Sudão

O Rev. Yat Michael (direita) eo Rev. Peter yein Reith (esquerda) após o culto na igreja em Hai Jebel em Juba. (Fonte Morning Star News)
O Rev. Yat Michael (direita) eo Rev. Peter yein Reith (esquerda) após o culto na igreja em Hai Jebel em Juba. (Fonte Morning Star News)
Dois pastores sul sudaneses voltaram para casa em Juba em 19 de agosto após o calvário de uma prisão de oito meses, acusados de crimes de capital e uma proibição de sair do país. O Rev. Peter yein Reith e o Rev. Yat Michael foram absolvidos dos crimes passíveis de pena de morte em 5 de agosto, mas foram impedidos de embarcar em um avião para fora do país no dia seguinte. A Inteligência Nacional do Sudão e Serviços de Segurança (NIS) havia ordenado a proibição de eles viajarem quando foram detidos.
Um clamor internacional irrompeu quando eles foram presos. A prisão dos dois líderes religiosos foi notícias em diversos jornais, cristãos e não cristãos, ao redor do mundo.  O Rev. Michael, foi preso em 28 de dezembro de 2014, e em 20 de janeiro o Rev. Reith. Os dois são membros da Igreja Presbiteriana Evangélica do Sudão do Sul (sSpec). Eles receberam acusações puníveis com penas mais brandas como participarem de uma organização criminosa,  divulgação e obtenção de informações e documentos oficiais e   por perturbar a paz pública. Mas também receberam acusações gravíssimas, puníveis com pena de prisão perpétua, confisco de bens e pena de morte, como espionagem e burlar o sistema constitucional. Também foram acusados de blasfêmia, punível com pena de um ano de prisão ou 40 chibatadas.
Agentes da NISS que prenderam os pastores disseram que foram informados das supostas infrações por islâmicos linha-dura. Michael, 49 anos, foi preso depois de incentivar membros da Igreja Evangélica Khartoum Bahri. A igreja foi alvo de assédio do governo, prisões e demolição de parte do seu prédio. Reith, de 36 anos, foi preso em 11 de janeiro após receber uma carta dos líderes de sua igreja perguntando sobre o paradeiro de Michael.
Devido ao tratamento dado à cristãos e outras violações dos direitos humanos, o Sudão foi classificado, desde 199, como um “País de Preocupação Específica” pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e pela Comissão Internacional sobre Liberdade Religiosa dos EUA. Recentes avaliações, recomendam que o país permaneça nesta lista nos próximos anos.

Os 10 acontecimentos de perseguição que marcaram 2015 – 1ª Parte

Violência islâmica cresce em países não conhecidos por conflitos religiosos.
A violência extremista islâmica, em países não conhecidos por tensões religiosas, de maioria cristã como Quênia e Uganda, foi acompanhada de perto pela agência de notícias cristãs MorningStar News, em 2015. Embora o Estado Islâmico tenha aterrorizado os cristãos na Síria, Iraque e Líbia, e pastores muçulmanos da etnia fulani, na Nigéria, civis inocentes à sombra do Boko Haram, foram mortos no nordeste do Quênia. Militantes Al Shabaab massacraram estudantes universitários cristãos em uma escala que poucos esperavam. Ao mesmo tempo, incessantes ataques de muçulmanos contra cristãos tornavam-se comuns em áreas remotas do leste da Uganda. O trabalho desta agência evidenciou ainda mais a importância da ajuda de organizações de ajuda, como a VdM, dando suporte aos sobreviventes.

 1 – Massacre em Colégio do Quênia
Desde o bombardeio da Embaixada dos Estados Unidos, em Nairóbi, no ano de 1998, Quênia nunca havia sofrido outro semelhante. Porém, em 02 de abril, rebeldes da Al Shabaab da Somália, invadiram uma faculdade matando 148 pessoas. Antes de iniciar a matança, eles separaram os estudantes cristãos dos muçulmanos. Os 142 estu8dantes cristãos, mais três agentes de segurança e outros três funcionários da universidade foram mortos a tiros. O ataque no Colégio Universitário em Garissa, no nordeste do Quênia, também feriu 104 pessoas.
Os primeiros alvos dos pistoleiros participavam de um culto na igreja, onde os cristãos se reuniam para a oração às 5 da manhã. 22 pessoas foram mortas ali. Millicent Murugi, uma aluna membro da Igreja Pentecostal da África Oriental (CPEA), estava em uma poça de sangue entre os corpos, fingindo-se de morta. “Um terrorista atendeu a chamada de um telefone sobre um corpo morto perto de mim. Ele disse que continuaria a matar os seus filhos e que eles precisam saber que Garissa é apenas para os muçulmanos”, disse Millicent.
O ataque em Garissa causou mais perda de vidas do que o ataque da Al Shabaab no Westgate Shopping Mall, em 21 de setembro de 2013, que matou pelo menos 67 pessoas, com dezenas ainda desaparecidas. Neste ataque ao shopping, os militantes mataram aqueles que podiam ser identificados como não muçulmanos.
O ataque à faculdade em Garissa não só elevou a escala de violência no Quênia, que tem uma população muçulmana de apenas 8%, mas também foi emblemático no aumento de outros ataques a cristãos quenianos por extremistas islâmicos da Somália.
Representantes da Al Shabaab, que tem ligações com a Al Qaeda, disseram que os ataques foram em retaliação ao envolvimento do Quênia em ajudar o governo somali a lutar contra eles. Os rebeldes também se opõe à educação para as mulheres. Em 2011, o Quênia enviou forças da União Africana para lutar contra os insurgentes Al Shabaab, após uma série de ataques a turistas somalis e outros alvos no norte do Quênia, e desde então a Al Shabaab realizou vários ataques de retaliação em solo queniano.

2 – A descoberta da violência islamita em Uganda oriental 
Uma multidão se reúne aonde o corpo de um pastor foi jogado em um rio no leste de Uganda em 23 de dezembro de 2015.
Uma multidão se reúne aonde o corpo de um pastor foi jogado em um rio no leste de Uganda em 23 de dezembro de 2015.
Numerosos ataques isolados, realizados por muçulmanos contra cristãos em áreas remotas no leste de Uganda, indicaram uma atmosfera crescente de intolerância em 2015. Em 23 de dezembro, um pastor no leste do Uganda foi morto, quando ele e outros membros resistiram ao esforço de muçulmanos para tomar as terras da igreja. Essa informação foi dada por líderes de igrejas da área. Martin Bongo, o pastor assassinado, pai de duas crianças, foi morto a golpes de uma espada em aldeia perto Nansololo Mazuba, em Namutumba. Ele tinha 32 anos.
Em outra área no leste de Uganda, na vila Kachomo, Kachomo Sub-County, Budaka, cinco cristãos clandestinos em uma vila predominantemente muçulmana morreu envenenados por pesticida colocado em sua comida. O grupo estava reunido na casa do novo convertido Hajii Suleiman Sajjabi para um estudo da Bíblia, no dia 18 de dezembro, com mais oito membros da família. Após o estudo, eles se confraternizaram com uma refeição que foi envenenada com pesticida.
Sajjabi sobreviveu. Quatro de seus parentes morreram. Mariam Kurumu, uma vizinha grávida, morreu no dia 19 de dezembro no Hospital Regional Mbale.
A polícia de Budaka e de Kaderuna estavam à procura de um dos filhos de Sajjabi, Isa Sajjabi, de 32 anos. Ele é o principal suspeito pelo envenenamento. Isa Sajjabi se opunha à conversão de seus familiares.
O laudo do Hospital Regional Mbale encontrou, nas autópsias, uma substância conhecida como Malathion que, quando ingerido, metaboliza rapidamente em Tomalaoxon, altamente tóxico.
Até o momento, esse foi um dos últimos ataques na crescente  perseguição no país. Extremistas islâmicos no leste do Uganda. Em 08 de dezembro um policial cristão caiu em uma armadilha mortal por ter deixado o Islã. Ismail Kuloba, da área de Komodo de Kadama Sub-County, no estado de Kibuku, atendeu a um chamado urgente para intervir em uma suposta disputa de terras. Kuloba, tinha 43 anos. Quando ele chegou ao local, cerca de 20 muçulmanos o esperavam. Fontes relatam que o mulçumano conhecido como Mudangha Kasimu, lançou uma pedra na testa de Kuloba. Em seguida, Kasimu atirou duas vezes em sua cabeça matando Kuloba, enquanto os outros muçulmanos gritavam “Allah Akbar [Allah é maior]”.
Cerca de 12 milhas ao leste de Kabuna, perto Budaka, no distrito de Kaderuna, um grupo de homens muçulmanos sequestrou três filhos de Madengho Badir, um cristão convertido do islamismo. Badir, 42, chegou em sua casa em Kabuna e não encontrou seus filhos Nabukwasi Shakira, 5 anos, Gessa Amuza, 7 anos, e Wagti Musitafa, de 10 anos. Um garoto de 14 anos, Karami Hassan, viu quando os três filhos de Badir foram levados pelos sequestradores. Ele contou que os muçulmanos de Palissa chegaram perguntando onde morava Badir e onde estavam seus filhos.
Numa área próxima a  Palissa, Patrick Ojangole, um cristão, pai de cinco filhos biológicos e de outros 10 adotados após suas famílias terem sido expulsas por terem deixado o Islã,  foi morto em 02 de dezembro. “Um dos três homens que atacaram Ojangole o repreendeu por não dar ouvidos a um aviso para cessar as atividades cristãs”, afirma uma testemunha que estava com Ojangole e escapou. Ojangole tinha 43 anos.
Em 12 de novembro, o pai de uma jovem muçulmana no leste da Uganda, tentou espancá-la até a morte depois que ela se tornou cristã, mas líderes da comunidade interviram e limitou-o a renegá-la. Kibida Muyemba descobriu que sua filha de 21 anos, Namusisi Birye, se convertera a Cristo numa campanha  evangelística realizada naquele dia na vila Nandere, distrito de Kibuku. Birye e um homem, vestido tradicionalmente como um imã, confessaram abertamente receber a Cristo. Os muçulmanos ficaram muito irritados.
Em 19 de outubro, muçulmanos da aldeia de Kalampete,  também distrito de Kibuku, matou uma mulher pelo mesmo motivo que haviam assassinado seu cunhado um mês antes: ter se convertido ao cristianismo. Mamwikomba Mwanika, mãe de três filhos adultos e outros cinco com idades entre 17 e 9 anos, morreu a caminho de um hospital depois que muçulmanos desconhecidos arrastaram-na de sua casa, por volta das 21h, e a agrediram até a morte. O ataque foi presenciado por várias testemunhas.
O irmão de seu marido, Samson Nfunyeku, foi morto na aldeia no dia 23 de setembro, após um debate religioso que tivera com estudiosos islâmicos.
Na aldeia Nsinze, distrito de Namutumba, um muçulmano espancou sua mulher e seu filho de 18 anos, deixando-os para morrer, depois de saber que haviam se convertido ao cristianismo. Issa Kasoono espancou e estrangulou sua esposa, Jafalan Kadondi, mas ela sobreviveu. Uma fonte, que pediu anonimato, disse que outros parentes de Kasoono se juntaram a ele para bater em seus dois filhos, Ibrahim Kasoono, 18, e Ismael Feruza, 16. Feruza conseguiu escapar.
A esposa de um ex-xeique foi envenenada e morta em 17 de junho depois que ela e seu marido aceitaram a fé em Cristo, na vila Nabuli, distrito de Kibuku. Namumbeiza Swabura era a mãe de 11 filhos, incluindo um bebê de 5 meses de idade. Em Kiryolo, distrito de Budaka, cinco muçulmanos estupraram a filha de um pastor após ele ignorar as ameaças para que parece com os cultos. A jovem tem 17 anos.
Cerca de 85% da população da Uganda é cristã. Porém, algumas regiões do país é composta de grande maioria muçulmana. Essas regiões são as mais violentas. A constituição do país e outras leis asseguram a liberdade religiosa, incluindo o direito de propagar a própria fé e se converter de uma fé para outra.
Fonte:A Voz dos Mátires

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