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A oração do pastor Silas Malafaia pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, rendeu um processo aos dois por propaganda eleitoral antecipada.
A informação já havia sido antecipada pelo jornalista Lauro Jardim, e agora, foi confirmada pela Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ). O procurador Maurício da Rocha Ribeiro pediu ao Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-RJ) multas aos dois que variam entre R$ 5 mil a R$ 25 mil.
Segundo o portal Terra, a ação da PRE-RJ transcreve o discurso de Silas Malafaia no púlpito da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) durante um culto em que Lindbergh Farias esteve presente. Em sua fala, Malafaia fez referências a outros políticos, protestos de ativistas gays contra ele, e chama o senador petista para receber uma “oração grátis, 0800” à frente dos fiéis.
O que teria motivado a ação da PRE-RJ contra a dupla foi a insinuação do pastor de que Farias vencerá as eleições estaduais: “Quem sabe eu tô orando pelo futuro governador do Estado, um cara forte. Não custa nada, né?”, disse Malafaia na ocasião.
“A Justiça Eleitoral costuma reprimir a promoção de candidatos usando a pregação religiosa e o Ministério Público Eleitoral está confiante de que os responsáveis por essa irregularidade serão punidos pela propaganda fora do período previsto”, declarou o procurador regional eleitoral Maurício da Rocha Ribeiro.
O senador Lindbergh Farias comentou a ação da PRE-RJ e lamentou a postura adotada contra ele: “Não tem o menor fundamento. Eu não falei lá [no culto], o pastor [Silas Malafaia] não fez propaganda. Eu espero que a procuradoria tenha o mesmo critério com o candidato do governo, que usa a máquina pública, usa eventos do governo, inaugurações”, pontuou.
Em seu perfil no Twitter, Malafaia apenas ironizou o processo movido contra ele: “Piada do ano”.
Assista a oração e o discurso de Malafaia
Oração e votos
O colunista do Gospel+ Paulo Teixeira comentou o processo contra o pastor Silas Malafaia em um artigo publicado nesta terça-feira, 05 de novembro: “Aproxima-se o ano eleitoral e os candidatos não evangélicos começam a ‘sentir um desejo enorme por oração’. Pouco preocupados com a legislação eleitoral, eles buscam intensamente as igrejas para receberem uma oração, não no gabinete do pastor, mas diante de toda a membresia. De preferência em templos grandes, com milhares de membros”, descreveu.
Segundo Teixeira, políticos têm usado as igrejas evangélicas como palanque, de forma assumida, com o interesse de obter votos e alavancar candidaturas.
“As palavras do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que se diz católico, possível candidato ao governo do Rio de Janeiro, nas eleições de 2014, refletem bem isto. Ao falar de sua preferência em ir à igreja evangélica e não na católica, ele expressou: ‘Na Igreja Católica, é diferente: você não fala. Já no templo evangélico, muitas vezes há 2.000, 3.000 pessoas. Onde mais o cara tem a possibilidade de falar para 3.000 pessoas assim?’ As palavras do petista vão direto ao ponto: a oração gera visibilidade. E esta é tudo o que um candidato não evangélico quer”, comentou o colunista.
Teixeira encerra seu artigo com um alerta aos líderes evangélicos: “Mas é bom que as lideranças evangélicas de todo o Brasil estejam atentas. Tomem como parâmetro a ocorrência com o pastor Silas Malafaia [...] É lastimável tal fato, visto que expõe desnecessariamente a igreja e sua liderança. Todo o cuidado é pouco”.
Leia a íntegra do artigo “Oração por senador do PT pode gerar multa de até R$ 25 Mil a Silas Malafaia” neste link.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
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