quarta-feira, 25 de setembro de 2013

UMA DAS PIORES SENSAÇÕES DO MUNDO


Por Renato Vargens 

Alguém já disse que uma pessoa ingrata assemelha-se àquela que apunhalou alguém pelas costas.

Uma dos piores experiências que alguém pode ter na vida é a ingratidão. Quantas não são as vezes que choramos pelo fato de que dedicamos dedicamos tempo, anos, atenção e recursos nos esqueceu ou abandonou. Outro dia soube da história de uma mãe que lamentava o fato de ter sido esquecida pelo filho. Por anos a fio, esta senhora trabalhou como empregada doméstica para que seu "menino" se formasse em medicina. Agora, disse ela, depois de médico formado, ele me abandonou tratando-me com ingratidão.

Lutero comumente dizia que existem três cachorros perigosos: a ingratidão, a soberba e a inveja, e que quando mordem deixam uma ferida profunda. Shakespeare costumava dizer que possuir um filho ingrato é mais doloroso do que a mordida de uma serpente; já, Miguel de Cervantes afirmava que a Ingratidão é filha da soberba.

Pois é, a ingratidão de vez em quando se faz presente em nossos relacionamentos, e ser alvo dela é absolutamente estarrecedor. Comumente recebo em meu gabinete inúmeras pessoas que se queixam das ações e reações de amigos e entes queridos que por motivos banais esqueceram no canto da existência expressões de afetividade e amor. Tais indivíduos influenciados pela soberba e arrogância, desenvolveram em seus corações um espírito indolente e debochado onde a auto-suficiência se faz presente.

Ora, sofrer ingratidão por parte daqueles com quem nos relacionamos é extremamente dolente. Infelizmente num mundo “ensimesmado” e egoísta como o nosso, tornou-se comum encontrarmos nas estradas da vida pessoas ingratas. O apostolo Paulo afirmou em sua segunda carta a Timóteo de que nos últimos tempos os homens seriam amantes de si mesmos. Na verdade, segundo Paulo, a geração dos últimos dias estaria muito mais preocupada com seu próprio umbigo, do que com a dor do próximo.

O imperador brasileiro Pedro II, em um esplêndido soneto sobre a ingratidão afirmou que a dor que maltrata, a dor cruel que o ânimo deplora que fere o coração e quase mata, é ver na mão cuspir, à extrema hora, a mesma boca aduladora e ingrata, que tantos beijos nela deu outrora.”

Pense nisso!

Renato Vargens

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