quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O CRESCIMENTO DA IGREJA PRESBITERIANA NA CORÉIA DO SUL





Inauguração do Templo da Igreja Presbiteriana Sarang, Seul, Coreia do Sul
A Coréia o Sul é 82 vezes menor que o Brasil em extensão territorial e apenas 3 vezes menor em população. O país tem cerca de 99.000 Km 2 e 46 milhões de habitantes, dos quais, 30% são evangélicos. A Igreja Presbiteriana representa 75% dos evangélicos e possui 10 milhões de membros. Embora a Igreja Presbiteriana da Coréia seja 28 anos mais nova que a Igreja Presbiteriana do Brasil, ela é 20 vezes maior. Enquanto os presbiterianos do Brasil representem apenas 0,3% da população, na Coréia representam 22%. Só em Seul, capital da Coréia do Sul, uma cidade com 12 milhões de habitantes, há 10 mil igrejas presbiterianas. As principais denominações evangélicas da Coréia são:


1) Presbiteriana – 10.000.000 de membros
2) Metodista – 1.500.000 membros
3) Assembléia de Deus – 1.000.000 de membros

4) Batista – 500.000 membros
As principais causa do crescimento da igreja evangélica coreana são:


1) Uma Igreja que é Cabeça e Não Cauda

A igreja sempre esteve à frente nas grandes lutas e tensões sociais, determinando o rumo das mudanças mais importantes do país. Os crentes ocupam os principais postos estratégicos de liderança da nação. A Igreja, na verdade, é a esperança da nação.


2) Uma Igreja de Mártires

Deus sempre honrou o sangue dos mártires. Como dizia Tertuliano, ilustre pai da igreja: “o sangue dos mártires é o fermento da igreja”. A plantação da igreja na Coréia do Sul foi regada por muitas lágrimas e banhada por muito sangue. Centenas de crentes foram decapitados, estrangulados e mortos com requinte da mais perversa crueldade. Milhares de cristãos foram torturados por causa de sua fé, selando com seu sangue o testemunho do evangelho.


3) Uma Igreja com Vida Intensa de Oração

Não existe na Coréia do Sul, igreja evangélica sem reunião de oração de madrugada. Eles não acreditam em crescimento da igreja sem prática efetiva e intensa de oração. Os crentes afluem para o templo de madrugada para buscar a face de Deus, mesmo sobre o frio implacável de 20 graus negativos no inverno. Os pastores oram em média de 2 a 4 horas por dia. Oração é para eles prioridade fundamental e a causa precípua do crescimento da igreja.


4) Evangelismo Através de Grupos Familiares

A base da evangelização e da comunhão dos crentes são os grupos familiares. Para eles esse é o investimento estratégico mais importante para ganhar novas pessoas para Cristo e discipulá-los.


5) Grande Ênfase no Discipulado e Treinamento de Leigos

Estando na Coréia com um grupo de 80 pastores em abril de 97, visitamos igrejas de 6.000, 12.000, 18.000, 30.000, 55.000, 82.000, e 700.000 membros. Em todas elas vimos a forte ênfase no treinamento da liderança e no discipulado dos novos convertidos. A igreja, na verdade, é um exército em ação, onde cada crente exerce o seu ministério, conforme os dons que recebeu.


6) Grande Zelo Missionário

A igreja coreana investe pesado em missões. 25% dos pastores formados na Coréia do Sul estão se consagrando às missões. Há igrejas que investem 62% do seu orçamento em evangelização e missões. Em 1995, no Estádio Olímpico de Seul, 100.000 jovens coreanos consagraram-se para a obra missionária.
Cremos que a qualidade de vida dos crentes coreanos das
águas num fenomenal crescente numérico. Qualidade gera quantidade. Quando a igreja anda com Deus, Deus a faz crescer. Creio que Igreja pujante, guerreira, ousada e viva da Coréia do Sul é um modelo digno de ser imitado por nós, se queremos ver aqui nestas plagas os mesmos resultados.
Reverendo Hernandes Dias Lopes (LPC)


LEVÍTICO E A HOMOSSEXUALIDADE





Por Peter Leithart

Em Levítico 18 e 20, o único pecado específico que é descrito como uma “abominação” é deitar-se com homem “como se fosse uma mulher” – ou seja, atos homossexuais masculinos. Uma abominação é um ato que contamina a terra, a ponto de levar Israel ao exílio. No final do capítulo 18, o texto refere-se a “todas essas abominações” que fazem a terra vomitar seus habitantes. Que fique claro que outros pecados sexuais também eram considerados abominações. Mas o único que é discriminado como uma “abominação” é a sodomia.

Esforços têm havido para interpretar a lei de maneira estrita. Levítico 18.22 tem sido interpretado à luz de passagens que distinguem virgens que não haviam “se deitado com homem” de não-virgens que o haviam feito (Juízes 21.12). Isso tem levado alguns a propor que o ato proibido em Levítico 18.22 é o de ser o parceiro ativo em um ato homossexual com penetração. Outros têm sugerido que o que é condenado é ser a parte passiva. Em ambas as leituras, apenas certos atos homossexuais são proibidos. Para chegar a essa conclusão, é preciso ignorar ou desculpar-se por Levítico 20.13, que condena à morte ambos os parceiros de um ato homossexual.


Outros têm tentado uma abordagem mais ampla. Na base de sua inserção em um código de santidade e o uso da linguagem de pureza e contaminação, John Boswell reivindicou que a proibição da sodomia era uma proibição cerimonial, não moral. O preceito, Boswell argumentou, “não significa, ordinariamente, algo intrinsecamente mau, como estupro ou roubo…, mas algo que é ritualmente impuro para os judeus, como comer porco ou fazer sexo durante a menstruação, duas coisas que são proibidas nesses capítulos. Ele é usado por todo o Antigo Testamento para designar aqueles pecados judaicos que envolvem contaminação étnica ou idolatria”. Assim, “embora ambos os capítulos também contenham proibições (p. ex., incesto e adultério) que possam parecer derivar de absolutos morais, sua função no contexto de Levítico 18 e 20 parece ser símbolos do caráter distintivo dos judeus” (Christianity, Social Tolerance, and Homosexuality, p. 100-101). Atos homossexuais eram proibidos por razões rituais para indicar a identidade judaica. Essas razões não se aplicam fora de Israel e, especialmente, nem a cristãos.

A distinção de lei cerimonial e moral é um anacronismo. Em Levítico, questões de pureza e questões morais estão inseparavelmente misturadas. Novamente, Levítico 20.13 é relevante: uma penalidade “civil” é imposta para atos homossexuais; embora ela tenha aspectos “cerimoniais”, a proibição também era parte da ordem pública de Israel. Em um sentido amplo, como Jonathan Klawans mostrou, pecados sexuais poluem a terra (Impurity na Sin in Ancient Israel). Klawans usa a categoria de “impureza moral” para captar a complexidade do ensino da Torá sobre impureza e contaminação. Desta perspectiva, a proibição da sodomia está no mesmo nível da proibição da idolatria. Ambas poluem a terra, e são, portanto, cerimoniais; ambas também são absolutos morais.

Isso significa que é impossível rotular de “cerimonial” a proibição de atos homossexuais a fim de prescindi-la. Em vez de classificar diversas leis como morais ou cerimoniais, é mais correto dizer que a Torá inteira assume que o Senhor está presente no meio de Israel, no santuário. Porque Yahweh vive em Sua habitação santa em Israel, Israel é chamado à santidade tanto no santuário como na terra, no culto e na vida como um todo.

O que quer que possamos concluir sobre a aplicabilidade dessas leis nas sociedades modernas, elas se aplicam dentro da igreja. Como Israel, a igreja é uma comunidade santa, habitada pelo Espírito de Deus. Idolatria e pecado sexual impenitente são profanações morais da habitação do Senhor, a igreja que é una, santa, católica e apostólica.

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Peter Leithart é presidente do Theopolis Institute, Birmigham, Alabama, e pesquisador sênior adjunto no New. St. Andrews College.
Traduzido por Leonardo Bruno Galdino  - Ministério Fiel, via Voltemos ao evangelho

terça-feira, 30 de agosto de 2016

PASTOR ESTÁ ENTRE AS DEZ PROFISSÕES MAIS ESTRESSANTES DO MUNDO, APONTA LEVANTAMENTO




Trabalhar estressa. Essa constatação, se não for unânime, é reconhecida como legítima pela maioria das pessoas. E uma das ocupações mais estressantes do mundo moderno é a liderança religiosa. Ser pastor dá trabalho, é cansativo e vem acompanhado de muita exposição.

Uma empresa irlandesa solicitou recentemente ao Instituto SWNS um estudo sobre as profissões mais estressantes do mundo, e durante a pesquisa, mais de três mil pessoas foram ouvidas para a construção de um relatório com a resposta.

Dentre as profissões que mais causam dor de cabeça estão muitas essenciais para a sociedade. Os dez profissionais que mais são expostos a stress no dia-a-dia são: técnicos em TI, médicos, engenheiro, operador de telemarketing, professor, gerente financeiro, coordenador de Recursos Humanos, gerente de operações, operário e, por fim, líder religioso, segundo informações do portal Terra.

Independentemente da religião, um sacerdote ocupa um papel de importância na sociedade, lida com problemas de ordem pessoal dos fiéis, coordena as atividades comunitárias e ainda prepara e entrega sermões. Em alguns casos, se veem na obrigação de influenciar os membros sob sua liderança em relação a questões sociais.

Depressão

Estudos anteriores realizados para compreender a rotina de pastores apontaram para altos índices de depressão.

A saúde emocional de pastores após anos de ministério pode sofrer graves danos, revelou uma pesquisa apresentada em setembro de 2013. Segundo o relatório da Clergy Health Initiative (CHI), os pastores com depressão chegaram a 8,7% do total de entrevistados, e os casos de ansiedade a 11,1%. A média das demais profissões é de 5,5%.

“Pastores podem ter criado uma vida para si que é tão fortemente entrelaçada com o seu ministério, que sua saúde emocional depende do estado do seu ministério”, declarou Jean Proeschold-Bell, diretor de pesquisa da CHI. “Então, é possível que quando os pastores sentem que seu ministério está indo bem, eles experimentam emoções positivas potentes o suficiente para protegê-los de sofrimento mental. Naturalmente, o inverso também é verdadeiro”.

Para lutar contra a depressão, o pastor José Pontes, líder da Igreja do Nazareno no Brasil, afirmou que os líderes devem priorizar a família. “Acho que nos últimos anos, nós pastores passamos a viver e praticar mais uma religião do que viver a simplicidade do evangelho”, observou.

“O pastor não prioriza seu casamento nem seus filhos […] Existe no meio pastoral muita indisciplina do seu tempo e no cuidado do seu próprio corpo e da sua saúde mental”, frisou, atentando para a necessidade de reciclagem para exercer bem a função: “Muitos pastores querem pastorear a geração de hoje com os mesmos métodos e formas de 10, 20 anos atrás – isso gera angústia e impotência”.

“Se o líder quer dar um novo rumo a sua vida ou mesmo fazer consigo mesmo um trabalho preventivo contra essa crise que assola a liderança, então é […] refletir e começar a combater [os erros]. Levando isso a sério, o líder será mais saudável nos mais variados aspectos”, concluiu, no artigo publicado em 2012.

NICK VUJICIC CONTA COMO ENTENDEU SUA DEFICIÊNCIA: "DEUS TINHA UM PLANO PRA MIM"





Nick Vujicic nasceu sem braços e pernas, e ainda assim Deus o tem usado poderosamente. O evangelista viaja pelo mundo para pregar o Evangelho e inspirar esperança no coração das pessoas. Mas como é que Nick ficou em paz com a sua deficiência? E o que foi que o levou a acreditar que Deus poderia usá-lo de forma tão poderosa?
"Após sete anos me perguntando porquê Deus me deixou nascer desta forma, Ele me respondeu muito claramente através do capítulo 9 do livro de João. Eu entreguei minha vida a Jesus muito rapidamente depois de ler sobre como Ele se deparou com um homem que nasceu cego", diz Vujicic.

"Eu disse: 'Espere um segundo, isso parece interessante! Ninguém sabia porquê ele nasceu assim!'. Então eu li no verso 3 do capítulo 9 Jesus dizendo que aquilo havia acontecido para que as obras de Deus fossem reveladas por meio dele. Então eu fiquei muito surpreso: 'Deus, se você tinha um plano para o cego, você tem um plano para mim também'", diz Vujicic.

"Esse foi o início da minha relação pessoal com Jesus", comentou. Nick lembra como tudo mudou, e que as oportunidades de pregar o Evangelho se abriram de uma maneira incrível. "Os grupos de jovens estavam começando a me chamar, igrejas estavam começando a me chamar, as oportunidades foram se abrindo em todos os lugares para que eu pudesse compartilhar meu testemunho", disse.

Vijucic lembra de quando falou na frente de um grupo de estudantes do ensino médio, onde um encontro com uma menina no meio da multidão mudou sua vida. "Eu estava falando para 300 pessoas do segundo ano. Eram adolescentes colegiais. Três minutos depois, metade das meninas estavam chorando. Uma menina no meio da sala começou a chorar. Ela levantou a mão e disse: 'Sinto muito interromper, mas posso lhe dar um abraço'? Ela veio, me abraçou e sussurrou em meu ouvido: 'Ninguém nunca me disse que me amava. Ninguém nunca me disse que eu era bonita do jeito que sou'".

"Eu não podia acreditar, ela mudou a minha vida. Naquele momento, eu sabia que Deus estava ministrando a ela através de mim. Não foi pelo meu discurso ou meu poder, era Deus. Meu coração estava inflamado com uma paixão, e foi um dia incrível para ver uma alma transformada para sempre. Foi quando eu percebi que eu era chamado para ser um evangelista em todo o mundo", contou.

Nick já viajou para centenas de países, e pregou para centenas de milhares de pessoas. Ele é um dos evangelistas mais conhecidos do mundo.

Confira o vídeo de seu testemunho (em inglês):


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Guiame

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Crentes em um mundo de descrentes – Parte 1

image from google


Como ser crente em um mundo de descrentes? Como viver piedosamente enquanto tudo em nossa volta tenta fazer com que neguemos o nome de Cristo? Viver em santidade neste mundo é um grande desafio para o salvo. Alguns, por não entenderem quem é Deus, amenizam o tema “santidade” diminuindo a nossa exigência, enquanto outros, abrandam o caráter de Deus, colocando-O como um ser amoroso no sentido de que, Ele ignora nossos erros, ou seja, faz vista grossa.

Porém, não é essa a visão bíblica, tampouco a do livro de Apocalipse. Apocalipse exige que sejamos santos em meio às perseguições, para que testemunhemos de Cristo até que Ele volte. No entanto, o Dragão, a Serpente enganadora, Satanás, continuará a perseguir, tentando inutilizar e difamar a igreja. E, como mostra este capítulo, ele conseguirá vencer a igreja, mas será tarde. Pois, a Igreja terá cumprido com seu oficio, e quando ele conseguir vencê-la,  é porque sua derrota final está próxima.

Contexto

É isso que João quer mostrar neste capítulo. No capítulo 12, ele nos diz que o Dragão tenta perseguir a Cristo, mas perde e é expulso do céu. Na terra, ele tenta perseguir a Igreja, mas, não consegue, pois, Deus provê sempre um escape para seu povo. 

Agora, no capítulo 13, o texto mostra que não será o Dragão quem perseguirá a igreja diretamente, mas haverá um agente que fará o serviço. 

Vimos também que, para interpretar o livro de Apocalipse, precisamos olhar para o Antigo Testamento. Por exemplo, o capítulo 12 mostra sua similaridade com Gênesis 3, com a Serpente que persegue o Filho da mulher, sendo vencida e, persegue também os descendentes da mulher sem nenhum sucesso. Já o capítulo 13, indica-nos uma repetição de Daniel 7.1-8, onde lemos sobre três animais poderosos, cada um com sua descrição, e mostra-nos também um quarto animal, o qual Daniel não identifica, mas, era espantoso, com dez chifres e de sua boca saiam insolências (a mesma referência de Apocalipse 13).  Portanto, podemos entender esses dez versículos de Apocalipse 13 da seguinte forma: A descrição da Besta (13.1-4); A atuação da Besta (13.5-8) e A advertência para a Igreja (13.9,10). 

A descrição da Besta – 13.1-4

Se, no capítulo 12 o Dragão persegue a Igreja e não tem êxito, no capítulo 13, o Dragão comissiona alguém para que persiga a igreja. Esse ser que está para perseguir a Igreja é descrito como igual ao Dragão do capítulo 12. Ambos possuem “dez chifres” (que simbolizam poder), e “sete diademas” (12.3; 13.2). A besta é tão impressionante quanto o Dragão. Se prestarmos cuidadosa atenção, João retrata a Besta como se fosse a imagem do Dragão, um tipo de "plágio" de Deus, no tocante a criação do homem à sua imagem. Enquanto o homem foi criado para refletir o caráter de Deus, a Besta, de igual modo, foi levantada para que refletisse a corrupção do Dragão. 

A imitação que a Besta quer fazer de Cristo não para por aí. Ela é descrita como tendo dez coroas sobre os chifres, Cristo é descrito como tendo muitas coroas (19.12). A Besta tem “nomes de blasfêmias”, Cristo tem nomes dignos (19.12,13,16). A Besta experimenta uma falsa ressurreição. O texto mostra que, em uma de suas cabeças (v.3), ela tinha uma ferida de morte que, no entanto, foi curada. Diferente de Cristo, que, provou a morte e ressuscitou dentre os mortos. E, assim como Cristo é adorado (5.8-10), a Beste é adorada (v.4), copiando até o cântico proferido por Moisés após passarem o Mar Vermelho, fugindo das garras de Faraó (Ap 13.4; cf. Êx 15.11).

João, mostra-nos aqui, que os quatros animais que Daniel vê resumem-se em apenas um. No livro de Daniel, esses três animais são compreendidos como representando os três reinos. O Leão com asas pode ser a Babilônia, pois as imagens antigas das cidades mostram um Leão com asas.  O Urso pode ser entendido como o império Medo-Persa e o Leopardo como o império Grego. E o quarto animal, a que império se refere?

Creio, que o animal que João vê, seja o quarto animal que Daniel viu. Ambos surgem do mar, têm dez chifres e sete diademas (coroas). Contudo, aqui não há a possibilidade de interpretar literalmente.

Alguns entendem que, se os outros animais representam os reinos antes de Cristo, esse animal que João vê representa o reino atual da época em que João escreve, o Romano. E, desse modo, entendiam que “mar” fizesse uma referência às navegações Romanas. Entretanto, não entendo que seja só o império Romano, mas, todos os Governos que vieram e virão, que negam a Cristo e limitam a atuação da Igreja. E aqui podemos entender o “mar” como uma referência às pessoas. Basta olharmos para a época de Daniel. Eles foram forçados a adorarem a imagem do imperador, por se recusarem veementemente foram lançados na fornalha, e Daniel foi preso porque estava orando. Percebam, a oposição surge do meio do povo tanto como um sistema, como descrito aqui, quanto como um falso profeta, descrito em Ap 13.11-18.

Assim será antes da volta de Cristo. Satanás fará oposição à igreja como fez a Daniel, proibindo que Deus seja adorado, mas, que a Besta seja adorada no lugar de Deus e aqueles que não a adorarem serão mortos. 

Porém, alguém poderá dizer: “Eu nunca me prostrarei diante de outra pessoa ou alguma imagem, substituindo a Jesus”. Ocorre que, existe outro meio pelo qual Satanás poderá atuar e, está atuando, para que substituamos a glória de Deus. Nós somos tentados a olhar para o Estado como um Estado messiânico, um Estado libertador dos males da sociedade. Temos a tendência de colocarmos a nossa confiança em políticos e ideologias que resolverão o problema da economia, da saúde e até mesmo espirituais. Uns, lutam para que o Estado governe tudo e tome até decisões mínimas para o povo, como por exemplo, usar uma lâmpada. Enquanto outros, lutam tanto por uma democracia, que, para tudo o que fazem necessitam, de igual modo, consultá-la para certificar-se se é correto ou não.

Portanto, essa imagem de idolatria é muito sutil, e Satanás intenta falsificar a Deus. Uma das formas pelas quais Satanás quer falsificar a Deus, é por meio de sua atuação. 

A atuação da Besta - 13.5-8

Pela quarta vez, João repete que a Besta recebeu algo, e ela o recebe por meio do Dragão. O que ela recebe, ela usa contra Deus e contra o povo de Deus. Contra Deus ela difama, blasfema. Se, anteriormente ela pretendia imitar a Deus, aqui, ela quer desmoralizar a Deus e o Seu povo que irá morar no céu. 

No entanto, o mesmo Deus que dá folego a todos, também restringe o poder da Besta durante esses 42 meses. Nesta última semana, que são os mil duzentos e sessenta dias, a Besta perseguirá a igreja e vencerá tendo autoridade sobre cada espaço desta terra. 

Não obstante, quando a Besta conseguir vencer a igreja, é porque a Igreja conseguiu cumprir com seu propósito de anunciar o Evangelho da salvação a todos os povos, e fazer com que os eleitos sejam atraídos por Deus. 

Mas, infelizmente, aqueles que não estavam no Livro da Vida desde a fundação do mundo, crerão na mentira e se unirão à Besta para pelejar contra Cristo e sua Igreja, como diz Paulo: o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus (2Ts 2.4). No entanto, esse engano não será no futuro somente, mas, já começou. Paulo disse que o mistério da iniquidade já opera (2Ts 2.7) e que, “quando ele vier aparecerá segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira” (2Ts 2.9). Se o poder que a Besta recebe vem do Dragão, os prodígios mentirosos que ela faz, é Deus quem permite, para que aqueles que negaram a verdade creiam na mentira (2Ts 2.11). 

Mesmo em meio a perseguição, Deus nunca deixa seu povo desamparado, sem resposta, pois Deus adverte a sua igreja. 

A advertência para a Igreja – Ap 13.9,10

Deus usa a mesma frase utilizada no final de cada carta às sete igrejas: “quem tem ouvidos, ouça”, asseverando que devemos estar atentos ao que fora dito antes e no que está porvir. João mostra à Igreja que o sofrimento é certo, mas, que ela não deve temer, antes, deve colocar toda a sua confiança no Deus que vingará seu povo. Enquanto isso, a Igreja deve mostrar-se firme diante das perseguições.

Conclusão 

Viver neste mundo mal sempre será um desafio para o Cristão, para que não se corrompa com ele. E será este mesmo mundo que o Diabo usará para perseguir o povo de Deus. No entanto, Deus deixará o seu povo aqui para que testemunhe de Cristo até a sua volta.

Aplicação 

Se Deus adverte a igreja para ouvir atentamente a Sua mensagem sobre a maldade que há no mundo, a qual pode fazer com que me afaste de Deus, como eu posso ter certeza da minha salvação ante a perseguição? Desde o capítulo 12, João quer mostrar que a nossa vitória só é certa porque Cristo venceu. E essa mensagem vem desde o Antigo Testamento. O Salmo 15 questiona: “quem habitará no seu tabernáculo?”  e “quem há de morar no teu santo monte?”, a resposta é clara: Aquele que vive em integridade. Contudo, sabemos que diariamente pecamos, e, se pecamos diariamente, como podemos ser justos para sermos recompensados? O Salmos 24 nos faz a mesma pergunta do Salmo 15, afirmando-nos que alguém deverá ser integro para habitar com Deus. A cena muda e mostra que houve um homem que foi integro em toda sua vida, que morreu e ressuscitou para que possamos ter a garantia de nossa salvação. Portanto, mesmo que a igreja seja vencida fisicamente, Satanás nunca derrotará a igreja espiritualmente, ele não pode mais nos acusar, porque é Deus quem nos justifica.

No entanto, como mostrei acima, o versículo 10a – se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai – é uma paráfrase de Jeremias 15. Se a perseguição contra o cristão serve como um meio de perseverança, a perseguição para aqueles que estão na igreja, porém, não são salvos, servirá para que se manifestem como aqueles que nunca pertenceram ao corpo de Cristo.

Somente unidos com Cristo podemos desfrutar de sua vitória e de seus benefícios. Sem Cristo, o destino é perdição eterna. 
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Autor: Denis Monteiro
Revisão: Malvina Oliveira
Fonte: Bereianos

domingo, 28 de agosto de 2016

O mito de que o culto precisa ser transformado em show para a conversão dos incrédulos


A indústria do entretenimento tem tomado conta de inúmeras igrejas. Nessa perspectiva, pastores e lideres tem entendido que o culto a Cristo, precisa ser mais light, menos pesado, com uma pregação positiva, além é claro de proporcionar ao visitante a possibilidade de desfrutar de um ambiente com muita música, arte, teatro e shows.

Volta e meia eu ouço alguém dizer: 

"Mas, pastor se não transformarmos o culto num grande show as pessoas não se converterão, por isso, precisamos criar estratégias para que os incrédulos se convertam.

Caro leitor, em que lugar nas Escrituras nós encontramos o Senhor ou os apóstolos orientando a igreja a promover entretenimento com vistas a salvação dos perdidos?

Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, em pleno século XIX disse que Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, afirmou o pastor do Tabernáculo Metropolitano, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15) — isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: “E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho”, assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires. 

Spurgeon também dizia que prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? “Vós sois o sal”, não o “docinho”, algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade! 

Prezado amigo, fomos chamados a pregar a Palavra, nada além da Palavra. O que temos visto hoje em boa parte das igrejas deste país é o que denomino de "mundanização" do evangelho. Em nome da contextualização os pastores trocaram Escrituras pela música, o louvor pelo show e a pregação por ministrações de autoajuda e bem estar humano. Senão bastasse isso, nos cultos destas igrejas não há espaço para pregar sobre o pecado, sobre o juízo eterno bem como a salvação pela graça mediante a fé em Cristo. Para piorar a situação, os pastores são performáticos, os ministros de louvor, artistas e a igreja um grande teatro.

Concluo este texto afirmando que aqueles que transformam a igreja num teatro ou casa de show com certeza lotam seus templos de visitantes, todavia, isso em hipótese alguma significa dizer que os frequentadores deste tipo de igreja nasceram de novo. Na verdade, se formos olhar os frutos destas aparentes conversões ruborizaremos de vergonha, mesmo porque, shows não regeneram ninguém. Alias, a regeneração de um pecador se dá mediante o Espírito Santo que mediante decreto do Eterno, determinou os homens seriam salvos mediante a pregação do Evangelho.

Pense nisso!

Renato Vargens

sábado, 27 de agosto de 2016

Como um pastor deve lidar com membros que lhe são hostis?

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Um pastor deve permanecer por mais de 5 anos para aprender sobre a doçura de ganhar o amor de quem antes lhe era hostil. Todo pastor pensa que precisa que todos imediatamente recebam a ele a ao seu ministério, e acha que membros de igreja ultra-apoiadores é exatamente o que ele necessita. Mas eu aprendi que ter membros hostis a você, que não o recebem, e que façam com que você os busque em amor lhe proporcionam uma relação mais doce e mais gratificante quando você conquista-os. Eu tenho algumas pessoas incrivelmente apoiadoras em nossa igreja agora, mas as relações mais significativas para mim são aquelas com quem eu lutei nos primeiros anos, esforcei-me para amar de todas as formas, e assim nós crescemos e aprendemos a amar uns aos outros.
Ser recebido todos os domingos com um sorriso, abraço e cordialidade pelo homem que, no quinto ano do meu pastorado, liderou a acusação para tentar me afastar é difícil de descrever e ainda sempre me motiva. Há uma evidência da graça redentiva de Deus cada vez que vemos um ao outro, a qual eu não experimento quando sou recebido por meus maiores apoiadores que sempre estiveram junto a mim e a meu favor. Se eu tivesse saído antes dos cinco anos, o que eu quase fiz, teria perdido uma das maiores alegrias que agora experimento frequentemente como um pastor, quase 13 anos depois.
Pastores, permaneçam ali. Matenham-se firmes. Há recompensas esperando por vocês do outro lado, se conseguirem permanecer firmes e apenas prosseguirem. E lembrem-se, o Sumo Pastor conhece as suas lutas e ele permanece com vocês.
Por: Brian Croft. © 2016 Practical Shepherding. Original: What is an important lesson a pastor can only learn by staying longer than 5 years at his church?
Tradução: Camila Rebeca Almeida. Revisão: William Teixeira. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Como um pastor deve lidar com membros que lhe são hostis?
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
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ATOR SE POSICIONA EM HOLLYWOOD: “NÃO USO O NOME DO SENHOR EM VÃO, NEM BEIJO OUTRA MULHER”

PARE, LEIA E PENSE!



O ator norte-americano Neal McDonough, conhecido por interpretar Timothy “Dum Dum” Dugan no filme “Capitão América: O Primeiro Vingador“, definiu duas regras para os papéis que desempenha em Hollywood: não usar o nome de Deus em vão e nem beijar outra mulher.

“A vida se resume em honrar a Deus e ser o melhor ser humano que você puder, dando louvor a Deus em tudo o que fizer”, disse McDonough ao site Christian Examiner.

“Matar pessoas nos filmes — é falso. Não é real. Quando você está na cama com outra mulher em um filme, adivinhe? É real. Eu não gosto desse tipo de coisa, especialmente agora com as crianças. Eu não quero que os meus filhos digam: ‘Pai, o que você está fazendo com essa mulher no filme?'”, acrescentou.

Casado e pai de cinco filhos, McDonough deixou de participar de alguns filmes e programas de TV ao longo de seus 50 anos de idade. O próximo longa que será lançado com a participação do ator é de produção cristã: “Greater”

O longa destaca o talento do jogador de futebol americano Brandon Burlsworth, mas também sua forte fé cristã. McDonough interpreta Marty Burlsworth, irmão mais velho jogador que, por causa da grande diferença de idade, se tornou uma figura paterna.

“Se eu pudesse fazer filmes sobre Deus todos os dias da semana, é o que eu faria pelo resto da minha vida”, disse McDonough. “Mas Hollywood não produz muitos filmes dentro desse tema para que eu consiga viver disso. Felizmente, algo como ‘Greater’, fará Hollywood percebe que podemos fazer filmes sem explosões e matar pessoas. É por isso que eu estou orando.”

Segundo McDonough, existem apenas “duas vias” para atores de Hollywood. “Você pode ser o cara que beija mulheres ou fazer uma carreira matador nos filmes”, disse ele. “Há duas regras que eu tenho para meus papéis: eu não vou usar o nome do Senhor em vão e nem vou beijar outra mulher”, ressaltou.

“Então, como posso ganhar dinheiro com filmes? Eu amo atuar. Assim o ‘homem coisa mal’ veio à tona, e esse tem sido o meu nicho por muito tempo”, esclareceu o ator. “Quero desfrutar da minha carreira, da minha família e, o mais importante, da minha relação com Deus. Espero que eu esteja fazendo Ele se sentir orgulhoso”.

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Consciência Cristã

PARTICIPE DO SHOCKWAVE 2016 - MISSÃO PORTAS ABERTAS





SHOCKWAVE é um movimento mundial de oração em favor da Igreja Perseguida. Um evento gratuito que acontece há 15 anos e reúne jovens de todo mundo para orar, servir e impactar a vida de cristãos que sofrem por amor ao evangelho.


Para participar, basta organizar uma reunião de oração e chamar o máximo de pessoas que puder. Desafie seus amigos da igreja, escola, faculdade ou do seu grupo pequeno para orar por seus irmãos e irmãs na fé.

“Se alguém não cuida de seus parentes, e especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um descrente.” 1Tm 5.8


 {Pelo que orar? } 

Quem faz parte da sua família? Seus pais, irmãos, avós, primos? Ou será que o significado de família vai além disso?

Com Cristo, ganhamos uma perspectiva diferente sobre família. Em Cristo, temos um novo Pai e novos irmãos, aos quais estamos ligados com laços eternos. Pensando nisso, como você tem respondido ao chamado de cuidar, servir e amar a sua família da fé?

Em mais de 60 países, milhões de cristãos são excluídos de suas famílias e comunidades, torturados, violentados e até mesmo mortos simplesmente porque acreditam em Jesus. Essas pessoas fazem parte da nossa família.

Com os cristãos perseguidos podemos aprender muito sobre o que é seguir a Cristo verdadeiramente. Mas sabemos que nosso papel vai além de sermos impactados com seu testemunho. Jesus nos chama a servir sua família e isso não é algo que podemos simplesmente ignorar. Isso é ser família.

 { Quando? } 

O evento acontecerá de 16 a 18 de setembro deste ano, durante todo o fim de semana.

Você pode organizar um encontro de oração e compartilhar sobre a Igreja Perseguida durante esse fim de semana ou utilizar uma reunião de jovens que já acontece para orar especificamente por nossos irmãos que partilham da nossa fé, mas não da nossa liberdade.

Faça sua inscrição e tenha acesso a materiais exclusivos para utilizar em sua reunião!

 { SHOCKWAVE XP } 

É o evento local do SHOCKWAVE que tem como objetivo impactar os participantes com a realidade dos cristãos perseguidos para agirem em favor deles. Com a participação do irmão Josil, do Sudeste Asiático, o encontro acontecerá emSão Paulo/SP no dia 17 de setembro, com Adhemar de Campos e PC Baruk, e Recife/PE no dia 24 de setembro, com Claudio Casca. A entrada é gratuita! Mais informações: shockwaveXP.org.br.

Razões pelas quais guardamos o primeiro dia da semana

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Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas” (Hebreus 4.9-10).

I – A CONTROVÉRSIA ATUAL

Irmãos, não basta afirmar que ninguém tem mais a obrigação de guardar o sétimo dia da semana. Dizer apenas isso pode dar a impressão de que a obrigação moral do dia de descanso não mais existe. Outro erro que devemos evitar, é o cometido por João Calvino, que afirmou o seguinte: “A tal ponto, contudo, não me prendo ao número sete que obrigue a Igreja à sua servidão, pois não haverei de condenar as igrejas que tenham outros dias solenes para suas reuniões, desde que se guardem da superstição”.[1] O erro de Calvino consiste, em que “nenhum homem ou igreja tem a prerrogativa de estabelecer um dia para outros”.[2] Teólogos contemporâneos têm afirmado que o descanso é apenas um princípio, não existindo mais nenhum dia específico. Para eles, o crente tem o arbítrio de escolher o seu próprio dia. Michael Horton, por exemplo, afirma o seguinte: “Contudo, desejo dizer que a minha convicção é que o quarto mandamento pertence ao que chamamos de parte ‘cerimonial’ da lei em vez de ‘moral’ [...] Sugerir que o quarto mandamento, então, é parte da lei cerimonial em vez de ser parte da lei moral, é dizer que ele não mais obriga os cristãos”.[3] A mesma linha é seguida pelos colaboradores de D. A. Carson, que, em Do Shabbath para o Dia do Senhor afirmam a premissa de que “o domingo é ‘um novo dia de adoração que foi escolhido para comemorar o evento único e histórico-salvador da morte e ressurreição de Cristo”.[4]

Então, se somos proibidos de adorar no sétimo dia e não podemos legislar um dia, a única alternativa é que Deus já legislou um novo dia. Como, então, Deus revelou à Igreja a mudança de dia? Mais uma vez, é útil examinarmos a afirmação da Confissão de Fé de Westminster:
Desde o princípio do mundo, até à ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo, foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado de dia do Senhor (= domingo), e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.[5]

Qual foi a base da mudança do dia? Para respondermos a esta pergunta, precisamos ler a passagem de Hebreus 4.9,10: “
Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”.

II – A EXIGÊNCIA DA CONTINUAÇÃO DA GUARDA DO SÁBADO

Meus irmãos, esses versículos fazem parte da conclusão de uma exortação, que teve início em 3.7 e termina em 4.13. E a primeira verdade que não pode deixar de ser percebida por nós, é que o autor de Hebreus escreveu esta carta com o propósito de encorajar os cristãos judeus que se sentiam tentados a voltar para o judaísmo. Ele não queria, de forma alguma, que os seus leitores retomassem as antigas práticas, incluindo a proibição de certos alimentos e bebidas, a guarda das festas e do sétimo dia da semana. O autor deseja deixar claro que, em Cristo Jesus, Deus cumpriu todos os seus propósitos pactuais.

Na exortação que tem início em 3.7, o autor ensina aos cristãos hebreus, que é necessária muita perseverança da parte deles. “Se voltarem ao judaísmo, estarão abandonando a realidade plena do evangelho por sombras e tipos, e não entrarão no descanso de Deus”.[6] Então, ele conclui a sua exortação com trecho que lemos em 4.9,10: “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”.

Mas, o quê, exatamente, é que o autor está dizendo aqui? Contra a noção daqueles que dizem que nenhum dia é necessário mais hoje, observem quando ele diz: “resta um repouso”. Aqui entra a questão que, frequentemente, aponto: Nossa tradução não nos ajuda. A razão disso, queridos irmãos, está no fato de que o autor usa a palavra grega sabbatismo,j, que, literalmente, quer dizer “guarda de um descanso”[7], ou “guarda do sábado”.[8] Esta palavra, em todo o Novo Testamento, é usada apenas aqui. Não se sabe se foi o autor de Hebreus quem inventou esse termo. Isso porque outro autor a usá-la, foi o filósofo e prosador grego, Plutarco de Queronéia, que viveu entre 46 e 126 d.C. Na obra Moralia, Plutarco usa a palavra sabbatismo,j, para “descrever descanso religioso supersticioso”.[9]

Qual a importância dessa palavra para o nosso estudo? Simplesmente, queridos irmãos, está no fato de que o autor tem em mente aqui a guarda de um dia. Muitas pessoas dizem que, com a vinda de Cristo ninguém mais está debaixo da obrigação de guardar um dia de descanso, visto que, em Jesus, já fomos introduzidos no descanso eterno. Mas, esse argumento é por demais fraco. De fato, o autor de Hebreus fala do descanso no qual fomos introduzidos pela obra de Cristo. Como se nos restasse apenas o descanso eterno. Interpretam até mesmo essa passagem de Hebreus 4.9 dessa forma. Mas está errado. Nos capítulos 3 e 4, o autor usa outra palavra mais geral para falar do descanso de Deus, o descanso eterno em que se deve entrar. Ele usa a palavra kata,pausij. Irmãos, se ele quisesse ensinar meramente que não há mais nenhuma obrigação de se guardar um dia, mas que Cristo nos introduziu no descanso eterno, no qual devemos consumar a nossa entrada mediante a fé, por que ele não usou simplesmente a palavra sabbatismo,j?

Ele usa sabbatismo,j porque, além de se referir ao descanso espiritual, a palavra também fala de uma observância religiosa, de uma guarda de um dia, de uma observância de um sábado. Então, irmãos, percebam que, o Novo Testamento não anula a obrigação moral da guarda de um dia, mas a exige claramente. Então, irmãos, o livro de Hebreus ensina claramente que permanece um sábado cristão. A. W. Pink, após analisar o versículo 9 de Hebreus 4, afirmou o seguinte:
Aqui, então, está uma clara, positiva e inequívoca declaração do Espírito de Deus: “Portanto, resta uma guarda de sábado”. Nada poderia ser mais simples, nada mais ambíguo. O que é surpreendente é que esta afirmação ocorre na própria epístola cujo tema é a superioridade do Cristianismo sobre o Judaísmo; escrita e endereçada àqueles que são chamados de “santos irmãos, participantes da vocação celestial”. Por isso, não pode ser negado que Hebreus 4.9 se refere diretamente ao sábado cristão. Daí que, solene e enfaticamente declaramos que qualquer homem que diz que não há sábado cristão critica diretamente as Escrituras do Novo Testamento.[10]

Então, queridos, “assim como o povo de Deus da Antiga Aliança tinha a promessa do descanso futuro juntamente com seu dia de descanso, o povo do Novo Pacto de Deus, a igreja, também tem a promessa de descanso futuro com seu dia de descanso religioso”.[11]


III – O PRIMEIRO DIA DA SEMANA

Irmãos, além de estabelecer o princípio de que ainda permanece uma guarda de sábado no presente, Hebreus 4.9,10 também estabelece o dia para a observância do domingo como sábado cristão. Vejam o versículo 10: “Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas”. Observem irmãos, resta uma guarda de sábado “porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou das suas obras, como Deus das suas”.

Irmãos, isso é extraordinário! De quem o autor aos Hebreus está falando no versículo 10? Queridos, ele está falando aqui de Jesus Cristo! De maneira bem específica, ele está falando do descanso de Jesus de sua obra redentiva por ocasião da sua ressurreição! O autor compara o repouso de Cristo de sua obra da redenção com o descanso de Deus da obra da criação. Alguns dizem que ele está falando do povo de Deus. Mas tal entendimento é impossível! Literalmente, o versículo 10 deve ser traduzido assim: “Pois o que entrou no seu repouso, também ele próprio descansou de seus trabalhos, assim como Deus descansou dos seus labores”.[12] Uma das melhores traduções em inglês, aKing James Version, traduz assim o texto: “Pois ele que entrou no seu descanso, ele também cessou de suas próprias obras, como Deus das suas”.[13] A referência é a “ele” que descansou de uma vez por todas.[14]

Existem três razões muito fortes, pelas quais não podemos interpretar esse versículo como falando do crente ou do povo de Deus, de uma maneira geral, mas sim como uma referência à obra de Cristo Jesus.[15] Em primeiro lugar, é completamente inapropriado comparar as obras e o descanso do crente com as obras e o descanso de Deus. “Como não é próprio comparar a obra de um pecador com a obra de Deus, também é impróprio comparar os dois descansos”.[16] O descanso de Deus na criação não foi apenas um cessar de atividades, mas também uma feliz contemplação de sua obra. Deus olhou para sua obra e se alegrou com ela. Diferentemente do crente, que descansar significa para ele, não a contemplação de suas obras – que são más –, mas sim um rompimento abrupto com todo o pecado.

A segunda razão, queridos irmãos, é que quando o autor quer falar do povo de Deus, ele usa o plural, como por exemplo: “Temamos, portanto, que sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado [...] Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso” (v. 1,11). O uso do pronome singular “aquele” ou “ele” sugere alguém que não seja o povo de Deus. John Owen diz o seguinte: “Uma simples pessoa é aqui expressa; sendo uma sobre cuja descrição as coisas mencionadas são afirmadas”.[17]

Isto nos leva à terceira razão. Observem a diferença entre o verso 10 e o verso 11: “Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso”. O versículo 10 fala de um descanso já consumado, já realizado, enquanto que o versículo 11 fala sobre a responsabilidade que os crentes ainda têm de entrar “naquele descanso”. São referências distintas!

Então, queridos irmãos, há uma relação de comparação entre o descanso de Deus na criação e o descanso de Jesus Cristo na sua ressurreição. Essa compreensão fornece um paralelo entre a obra da criação e a obra da redenção. Quando Deus concluiu a criação, ele descansou no sétimo para declarar a sua obra concluída, para se deleitar nessa obra, e para prometer o descanso eterno a Adão no Pacto das Obras. De igual modo, Deus, o Filho, descansou de sua obra da redenção no primeiro dia da semana como sinal de que a sua obra estava concluída, tinha sido realizada objetivamente e que nada restava para ser feito. Assim como a conclusão de uma obra instituiu o sétimo dia, a conclusão de outra obra instituiu a observância do primeiro dia.

Com a ressurreição de Cristo a ordem das coisas muda. No Antigo Pacto, a ordem era trabalhar seis dias e descansar no sétimo. Isso se dava em função de que os santos do Antigo Testamento ainda esperavam o cumprimento da obra messiânica. É por isso que para eles, os dias de trabalho vêm primeiro, e o dia de descanso vem depois. Mas, com a ressurreição de Jesus, nós olhamos para a obra já realizada por Cristo. É por isso que celebramos, primeiramente, o descanso. Quero citar aqui, queridos irmãos, as palavras de um dos grandes teólogos reformados, Geerhardus Vos:
O povo de Deus do Antigo Testamento tinha de tipificar em sua vida os desenvolvimentos futuros da redenção. Consequentemente, a precedência do labor sucedido pelo descanso tinha de ter expressão em seu calendário. A igreja do Novo Testamento não tinha que desempenhar tal função típica, porque os tipos haviam sido cumpridos. Mas ela tem um grande evento histórico para comemorar: a realização da obra por Cristo e a sua entrada e de seu povo por meio dele no estado de descanso ininterrupto.[18]

Irmãos, isso é extraordinário! Isso nos mostra que guardar o sétimo dia é, na verdade, uma absurda falta de compreensão teológica do caráter e natureza da obra da redenção realizada por nosso Senhor Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Quando entendemos isso, meus irmãos, podemos compreender a razão pela qual a Igreja Primitiva se reunia no primeiro dia da semana com o propósito de partir o pão, celebrando a Ceia do Senhor. Nós estamos distante deles cerca de mais de dois mil anos. Isso quer dizer que, nós não conhecemos nem reconhecemos o profundo sentimento que a Igreja Primitiva teve da importância extraordinária da aparição e, especialmente, da ressurreição de Jesus Cristo.

Por que os encontramos reunidos no primeiro dia da semana? Porque eles compreenderam perfeitamente a grandeza do evento ocorrido no domingo. Eles compreenderam de uma forma como nenhum de nós, em pleno século XXI, é capaz de compreender.

Meus irmãos, devemos amar o domingo, o dia que aparece no Novo Testamento como “o dia do Senhor” (Apocalipse 1.10), isto é, o dia que pertence ao Senhor. Por qual razão ele pertence a Cristo? Por direito da sua ressurreição. E a Igreja, em amor a Cristo e em obediência ao que lhe foi legado pelo evento histórico da ressurreição, deve amar o dia do Senhor.

É por isso que guardamos o primeiro dia da semana! Louvado seja Deus pela obra da Redenção! Amém!

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Notas:
[1] João Calvino, As Institutas: Edição Clássica, II.8.34, (São Paulo: Cultura Cristã, 2006), 158.
[2] Joseph A. Pipa, O Dia do Senhor, 115.
[3] Michael Horton, A Lei da Perfeita Liberdade, (São Paulo: Cultura Cristã, 2000), 106. De acordo com informações verbais, Horton posteriormente mudou o seu posicionamento, ao ter contato com a obra do Dr. Joseph Pipa.
[4] D. A. Carson (Org.), Do Shabbath para o Dia do Senhor, informação da contra-capa.
[5] CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, XXI.7, 177.
[6] Joseph A. Pipa, O Dia do Senhor, 119.
[7] Thayer’s Greek Lexicon in BIBLEWORKS 6.0. Minha tradução.
[8] Harold K. Moulton, Léxico Grego Analítico, (São Paulo: Cultura Cristã, 2008), 373.
[9] Apud in Joseph A. Pipa, O Dia do Senhor, 121.
[10] A. W. Pink, An Exposition of Hebrews. Sermon17: Christ Superior to Joshua (Hebrews 4.3-10). Minha tradução.
[11] Joseph A. Pipa, O Dia do Senhor, 125.
[12] Waldyr Carvalho Luz, Novo Testamento Interlinear, (São Paulo: Cultura Cristã, 2003), 769.
[13] King James Version in BIBLEWORKS 6.0 Minha tradução.
[14] O verbo eivse,rcomai, está no particípio aoristo. O tempo aoristo tem o significado de uma ação realizada uma única vez e de uma vez por todas.
[15] John Owen, Works of John Owen: An Exposition of the Hebrews, Vol. 19, Johnstone & Hunter, 1855.
[16] Joseph A. Pipa, O Dia do Senhor, 125.
[17] John Owen, Works of John Owen: An Exposition of the Hebrews, Vol. 19, 413. Minha tradução.
[18] Geerhardus Vos, Teologia Bíblica: Antigo e Novo Testamentos, (São Paulo: Cultura Cristã, 2010), 176, 177.

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Autor: Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima
Fonte: Cristão Reformado

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