terça-feira, 4 de julho de 2017

Os malakoi (homossexuais passivos) e os arsenokoitai (homossexuais ativos)

Resultado de imagem para simbolismo do homossexuaisHá poucos dias, ativistas domovimento gay disseram num debate que a tradução Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil de 1 Coríntios, capítulo 6, verso 9 (“Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas”) está errada à luz do original grego.

Mas eles se equivocaram. A palavra grega malakoi significa de fato homossexuais passivos, que segundo Walter Bauer equivale a “homens e meninos que se permitem serem usados sexualmente”. Também “conota passividade e submissão”.1 Já arsenokoitai significa o contrário: homossexuais ativos, homens que iniciam práticas homossexuais. São também chamados de sodomitas, numa referência histórica ao comportamento homossexual generalizado de Sodoma e Gomorra (Gn 19.6).

A primeira palavra (malakoi) é traduzida por “efeminados” nas seguintes versões: Revista e Atualizada (RA) da SBB, Bíblia do Peregrino (BP), Tradução da CNBB, Tradução Brasileira (TB), Figueiredo, Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB), Edição Pastoral (EP), Edição Pastoral-Catequética (EPC) e nas Cartas às Igrejas Novas (CIN). Já na Bíblia de Jerusalém (BJ) e na tradução da Comunidade de Taizé (CT), malakoi é traduzida como “depravados”.

A segunda palavra (arsenokoitai) é traduzida por “sodomitas” na RA, CNBB, EP, TB, Figueiredo e na CIN; por “pessoas de costumes infames” na BJ; por “homossexuais” na BP e CT; e por “devassos” na EPC. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) engloba os dois casos sob a classificação geral de “homossexuais”. Já a paráfrase da Bíblia Viva (BV) diz que os adúlteros, os efeminados e os sodomitas cometem “pecados sexuais”.

A tradução mais explícita é a da Nova Versão Internacional (NVI): “Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9-10).

Odayr Olivetti, um dos tradutores da NVI, explica que “a comissão procurou fazer uma tradução clara, distinguindo bem os termos, e se respaldou não só na abrangência geral dos termos gregos (que o pudor faz com que até os lexicógrafos reduzam ao mínimo suas explicações), mas também no contexto geral das epístolas paulinas. As expressões “passivos” e “ativos” salientam a abrangência dos que agem como homens e dos que agem como mulheres no intercurso sexual não-natural”.2

Paulo não termina o assunto com a expressão “não herdarão o reino de Deus”, mas com a espetacular notícia de que algumas de suas ovelhas em Corinto eram homossexuais passivos ou ativos, mas deixaram de ser depois que foram alcançados pela graça de Deus, o que pode acontecer também hoje em dia (1 Co 6.11).




Notas

1. Comentário de 1 Coríntios, de Simon Kistemaker, p. 267.

2. Em e-mail de 27 de julho de 2005.

Fonte: Revista Ultimato

O medo do futuro é um prato cheio para o diabo

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Screwtape, personagem de C. S. Lewis em Cartas de um diabo a seu aprendiz, como a obra foi traduzida para o português, gosta de previsões de futuro. 

Ele é uma espécie de representação do Diabo, para o qual Lewis criou um neologismo da combinação de screw (parafuso, torcer, parafusar, distorcer) e tape (fita adesiva). O livro é uma coleção de cartas desse diabo-mor a um demônio-aprendiz, que é seu sobrinho e está infernizando a vida de um rapaz — que se converte no meio do caminho — com instruções de como levá-lo ao mau caminho. (Estou atualmente no projeto da Thomas Nelson do Brasil de nova tradução do livro que sairá ainda esse ano.)

O diabo até admite, em uma de suas cartas para o seu sobrinho, Wormwood (worm-verme; wood-madeira, uma espécie de cupim – outro neologismo, bem como todos os demônios que aparecem na obra), que é muito interessante fazer o paciente viver no passado também. Mas o passado tem a desvantagem de fazer o paciente revisitar coisas que já viveu e assim, levá-lo à reflexão e quem sabe até mesmo a uma coisa muito trágica para o inferno, que é o arrependimento, pois aproxima o paciente do Inimigo, que é Deus. Boas lembranças também são um perigo.

Então, se não é possível fazê-lo viver no passado puramente no sentido da amargura e do ressentimento, então é melhor projetar e focar sua atenção no futuro, quer seja o positivo, quer o negativo.

Vejam como a tradução da Martins Fontes o coloca: 
Nós, no entanto, queremos um homem atormentado pelo Futuro – assombrado por visões de um céu ou de um inferno iminentes sobre a Terra (e pronto a desobedecer às ordens do Inimigo no presente, se ao fazê-lo ele acreditar que poderá obter o céu ou evitar o inferno) – e dependente por sua fé no sucesso ou no fracasso de planos cujo objetivo ele não viverá o suficiente para presenciar. (LEWIS, 2009, p.76)

Realidade versus fantasia

Ou seja, quer sejam idealistas ao extremo, quer sejam alarmistas, as projeções de futuro são interessantes para o diabo, pois elas nos fazem “chocar ovos que ainda não foram postos”, como diz um velho provérbio alemão. Em outras palavras, é viver mais da fantasia do que da realidade dos fatos.

Por mais que eu defenda a imaginação em minhas palestras e artigos, é aí precisamente que se encontra o seu limite: quando ela é usada como “substituto” (como sugere o termo técnico em filosofia “Ersatz” do alemão) da realidade. Quando a imaginação é usada para substituir a realidade, ela passa a ser fantasia, ou seja, uma manipulação da realidade. Não é para menos que uma das maiores diversões de Screwtape é nos fazer desviar da realidade, que está encharcada de pegadas do Inimigo.

O medo das más notícias

Hoje esse tipo de desvio é realizado principalmente através da mídia, tanto a de entretenimento, quanto a de notícias, mas também, pasmem, por meio das igrejas, principalmente no que diz respeito a alertas de fim-de-mundo. 

Mas não só nas igrejas, as notícias que temos ouvido ultimamente, não importa de que 
lado venham, principalmente a respeito da situação atual do Brasil, mas também do mundo, são tão “apocalípticas” e manipuladas, que mal sabemos distinguir realidade de ficção. As informações que recebemos de todos os lados parece que foram feitas para nos confundir e meter cada vez mais medo. Pois não são só os fatos que metem medo, que, por sinal, são cada vez mais terríveis, mas a própria insegurança a respeito deles.

Temos insegurança com relação aos meios que nos trazem os fatos, ou pretendem trazê-los, que são cada vez mais diversificados e sofisticados. Não sabemos mais, se damos mais atenção às informações trazidas pelos jornais ou pelas rede sociais e ficamos atônitos, principalmente no Brasil, com a diversidade de versões e interpretações existentes daquilo que acontece a cada dia, sendo muitas delas sofisticadamente forjadas. E assim, a bola de neve vai se agigantando, de modo que temos cada vez mais casos de ansiedades, depressões e suicídios, os quais são todos primos do medo, até nos meios cristãos.

Por isso é que a contra estratégia para enfrentar Screwtape é a concentração, o foco, não se deixar distrair pelas muitas vozes e apelos, por mais sofisticadas as técnicas de marketing e publicidade empregadas. E concentrar-se em quê?
Primeiro, noutro palavrão para Screwtape, com o qual ele não consegue se conformar e que não consegue entender de jeito nenhum: o amor.

Não é para menos que 1 João 4.18 diz:
“No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.” (NVI)

Depois, no próprio presente, do qual o Screwtape foge “como o diabo foge da cruz”. “Desvie o paciente para o passado ou para o futuro, de preferência para o futuro,” diz Screwtape, “mas afaste-o a todo custo do presente, onde Deus atua”. 

Pois é aí, no presente, que o amor de Deus se manifesta e a partir de onde teremos uma visão clara, tanto do passado, quanto do futuro, mas não de forma saudosista e fantasiosa, mas realista. (Confundir o ser humano quanto à palavra “realidade” e “real” é outra estratégia importante do inimigo, muito associada a essa, que merece outro artigo.) Aí eu me lembro de Paulo, que diz em Filipenses 3.14b-15, passagem essa que Deus esteve e está usando para tocar e transformar minha vida profundamente nos últimos meses e no presente:

“esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (NVI)

Leia mais
Não fiquem com medo das notícias que ouvirem
É mestre e doutora em educação (USP) e doutora em estudos da tradução (UFSC). É autora de O Senhor dos Anéis: da fantasia à ética e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questão. Costuma se identificar como missionária no mundo acadêmico. É criadora e editora do site www.cslewis.com.br
Fonte:Ultimato Online

Pastor se alegra após ser preso por causa de Jesus: “Vivi o que preguei”


O pastor Alonso foi preso por pregar o Evangelho em uma pequena comunidade de Oaxaca, no México.

Imagem ilustrativa. Pastor lembra com alegria dos dias em que esteve preso por Cristo. (Foto: Portas Abertas)
Imagem ilustrativa. Pastor lembra com alegria dos dias em que esteve preso por Cristo. (Foto: Portas Abertas)

Há 15 anos, Alonso não imaginava que um dia se tornaria pastor e seria preso por pregar o Evangelho em uma pequena comunidade de Oaxaca, no México. Seu primeiro contato com a fé cristã aconteceu em 2002, através de um grupo de louvor que se apresentava próximo a sua comunidade.
“Até aquele momento, eu estava muito envolvido com as tradições religiosas, mas eu não gastava tempo lendo a Palavra de Deus. Quando resolvi ler a Bíblia, eu percebi que não estava vivendo de acordo com as Escrituras, então eu decidi mudar e entregar a minha vida a Cristo”, disse ele à organização Portas Abertas.
Contagiado por sua nova fé, Alonso não conseguiu manter segredo e compartilhou o Evangelho com sua família, amigos, vizinhos e toda a comunidade. Depois de passar anos testemunhando novas conversões, ele construiu um templo com suas próprias mãos e recursos em 2011.
Enquanto a igreja do pastor Alonso se fortalecia, a oposição das autoridades e da comunidade aumentava. Em 2013, ele foi tirado à força de sua casa por um grupo de quase 400 pessoas, espancado e preso por três dias. Sua igreja foi destruída e seus bens materiais foram levados, incluindo seu gado.
“No momento em que eles começaram a me bater, o Espírito Santo me fez lembrar da Palavra de Deus. Eu pensei em Estêvão e como ele viu a glória de Deus, quando estava sendo acusado e insultado. Eu também pensei em Jesus”, Alonso lembra.
“Até aquele momento, eu nunca pensei que eu poderia viver o que eu havia pregado. Mas Deus me mostrou que não se trata de pregar e falar sobre o Evangelho, mas sobre viver colocá o Evangelho em prática”, continua.
Preso em Cristo
O pastor Alonso lembra com alegria dos dias em que esteve preso por causa de Cristo. “Eu louvo ao Senhor porque sei que Ele estava comigo o tempo todo. Eu nunca me senti abandonado. Eu senti claramente a mão de Deus tocando minhas feridas e removendo toda a dor. Quando eu estava na prisão, sua presença era real e forte demais. Senti as orações da igreja naquele lugar”.
Depois de três dias, um representante de Assuntos Religiosos do México visitou Alonso para negociar sua liberdade. Na ocasião, ele foi forçado a assinar uma declaração assumindo o compromisso de deixar a comunidade.
Desde então, Alonso e sua família passaram a viver em uma cidade nos arredores da capital de Oaxaca.
“Eu louvo ao Senhor pela minha libertação”, disse o pastor. “Eu sei que Ele salvou a minha vida porque Ele tem um propósito para mim. Estou certo de que Ele não vai me deixar morrer antes de ter cumprido seus planos”.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE PORTAS ABERTAS



"Cristãos não devem ser tolerantes com tudo, pois o próprio Deus não é", diz pastor


Os cristãos podem respeitar opiniões diferentes e tentar entendê-las, mas não devem aprovar comportamentos que desagradem a Deus, segundo Kevin deYoung.
 Kevin deYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (EUA). (Foto: Reprodução).
Kevin deYoung é o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (EUA). (Foto: Reprodução).

Como cristãos, estamos sujeitos a viver em diversos grupos sociais, seja no trabalho, família, bairro, faculdade, escola. Por isso, lidamos com muitas situações que podem desagradar a Deus. Como devemos proceder diante um desafio assim? Kevin deYoung, o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan - EUA), tem uma resposta simples e direta.
“Cristãos não devem ser tolerantes com tudo, uma vez que Deus não é. Nós podemos respeitar opiniões diferentes e tentar entendê-las, mas não devemos afirmar incondicionalmente e sem avaliação toda crença e comportamento, por que Deus não faz isso. Nós devemos amar o que Deus ama. Foi aí que Éfeso falhou. E devemos odiar o que Deus odiou. Aí que Tiatira falhou”, comentou o pastor em artigo publicado no site The Gospel Coalition.
O pastor cita uma das sete cartas do livro de Apocalipse, a de Tiatira. “Das sete cidades de Apocalipse, Tiatira é a menos conhecida, a menos impressionante e a menos importante. E, ainda assim, é a maior carta das sete. Havia muita coisa acontecendo nessa igreja – algumas ruins e outras boas”, comenta. Ele começa citando as coisas boas. “Éfeso foi louvada por suas benfeitorias e seu forte trabalho ético. Tiatira é ainda melhor. Ela tinha os mesmos feitos que Éfeso teve e o amor que faltou a esta”, ressalta.
“A igreja em Tiatira não era sem virtudes genuínas. Era um grupo unido que amava, servia, cria e perseverava. Talvez Tiatira fosse o tipo de igreja que você entra e já se sente parte: ‘Prazer em conhecê-lo. Venha, deixa-me apresentá-lo aos meus amigos. Somos muito gratos de tê-lo conosco’. Era uma igreja que se importava, que se sacrificava e amava”, continuou.
Apesar da igreja ser tão amorosa, o pastor aponta algo que estava muito errado. “Essa era a parte boa. E a parte ruim? O amor dela podia ser sem discernimento e cegamente afirmativo. O grande problema de Tiatira era a tolerância. As pessoas de lá toleravam falsos ensinamentos e comportamentos imorais, duas coisas com as quais Deus é ferozmente intolerante. Jesus diz: ‘você é amorosa de diversas formas, mas a sua tolerância não é amor. É infidelidade’. O pecado específico de Tiatira era a tolerância com Jezabel”, explica.
O que fazer em situações que desagradam a Deus?
O pastor ilustra seu ensinamento com uma história onde um cristão fica frente a frente com o desafio de obedecer a Deus ou ser conivente com outro deus. Ele questiona: “O que você faria nessa situação? Ficaria ou iria embora? O que a sua participação significaria para seus companheiros cristãos, para o mundo e para Deus? Essas festas, com sua idolatria e folia sexual, que muitas vezes as seguiam, eram parte normal da vida do mundo Greco-romano. Ficar de fora poderia ser algo social e economicamente desastroso”, disse.
“Esse é o motivo pelo qual os falsos mestres, como essa Jezabel em Tiatira eram tão ouvidos. Eles tornavam o ser cristão em algo muito mais fácil, menos custoso e muito menos contracultural. Mas era um cristianismo diluído e vendido, e Jesus não iria tolerá-lo. Ele iria usar Tiatira como exemplo para mostrar a todas as igrejas que Jesus tem olhos de fogo, puros demais para ver o mal, e pés de bronze polido, santos demais para caminhar entre a maldade. Ele queria que todas as igrejas soubessem que Ele é quem perscruta as mentes e corações e que irá punir todo mal não arrependido”, alertou.
Segredos profundos
Para finalizar, Kevin ressalta o pecado de Jezabel. “O erro de Jezabel era um pecado sério, arraigado e sutil. Provavelmente ela havia dito às pessoas que os ‘segredos profundos’ não iriam prejudicá-los. O que está acontecendo é, provavelmente, algum tipo de falso ensinamento que desvalorizava o mundo material. Essa Jezabel poderia estar falando: ‘O mundo físico não importa. O espiritual é o que conta. Então participem das festas aos ídolos e façam o que vocês quiserem sexualmente. Deus não liga para isso’. Independentemente do que ela estivesse falando, era uma mentira e estava levando o povo ao pecado”, colocou.
O pastor finaliza seu artigo afirmando que é importante que os cristãos avaliem bem tais desafios e que optem por permanecer dentro da vontade de Deus, por mais que haja pressão da sociedade. “A igreja era mais tolerante do que Jesus, o que nunca é uma boa ideia”, finalizou.


FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO THE GOSPEL COALITION E BEREIANOS



Cristãos viram soldados para enfrentar o Estado Islâmico: “Queremos libertar nosso povo”


Jovens cristãos que vivem na Síria se uniram para combater os militantes do Estado Islâmico e proteger sua pátria


Dezenas de cristãos da Síria receberam treinamento militar e se juntaram à luta contra o Estado Islâmico. (Foto: AFP).
Dezenas de cristãos da Síria receberam treinamento militar e se juntaram à luta contra o Estado Islâmico. (Foto: AFP).

Dezenas de cristãos que vivem na Síria se uniram para combater os militantes do Estado Islâmico em Raqqa, impulsionados pelo desejo de proteger sua pátria e livrar a região do extremismo islâmico, pela primeira vez em três anos.
"Estou me sacrificando pela barbaridade que eles fizeram com o nosso povo, pelas igrejas que foram explodidas, por todas essas coisas", disse Aleksan Chmou, um cristão siríaco, à agência de notícias AFP.
O Estado Islâmico ainda opera em Raqqa, uma de suas duas principais fortalezas, desde 2014. No entanto, o grupo terrorista está perdendo terreno à medida que as Forças Democráticas Sírias (SDF) apoiadas pelos EUA, confrontam a região.
O grupo terrorista pode ser derrotado em meses, disseram os soldados, já que as forças descartaram a última rota de fuga dos militantes, na última quinta-feira (29). Enquanto os ataques terrestres estão sendo realizados pelo SDF, uma maioria curda e árabe, dezenas de cristãos da seção siríaca também se juntaram à luta.
Linha de frente
Muitos deles possuem símbolos em torno de seus pulsos com a palavra "Jesus" para imprimir sua fé. "Em alguns bairros, estamos na linha de frente da luta", disse Fadi, um cristão de 23 anos. "Recebemos treinamento militar e colocamos esse uniforme para lutar contra o Estado Islâmico. Queremos libertar nosso povo e todos os povos desta região", disse ele.
Milhares de cristãos siríacos já moraram em Raqqa ao lado de armênios, curdos e a população principalmente sunita da cidade, mas muitos fugiram. Depois que o grupo extremista declarou um "califado islâmico" em Raqqa, foi dito que os cristãos poderiam permanecer na região se pagassem um imposto especial ou se eles se convertessem ao islamismo. Em vez de cumprir a ordem, muitos fugiram.
Um relatório investigativo sobre o deslocamento e emigração de cristãos na Síria e no Iraque recentemente estimou que pelo menos 50% e até 80% dos cristãos fugiram dos dois países desde o início da guerra civil síria em 2011. Abboud Seryan, também cristão, disse à AFP: "Estamos participando da libertação de Raqqa em nome de todos os sírios. Somos todos irmãos".
Os jihadistas "explodiram as igrejas de Raqqa e forçaram os cristãos a se converterem ao Islã. É também por isso que estamos participando dessa batalha", disse ele. Enquanto milhares de combatentes do EI acreditavam ter fugido de Raqqa para o território do grupo no sul, os membros restantes do grupo terrorista aumentaram o uso de homens bomba e barreiras na cidade. No sábado, dois carros-bomba dirigiram a sede da SDF nos distritos de Jazara e AL-Idkhar, de acordo com a agência de notícias Amaq.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD



segunda-feira, 3 de julho de 2017

Só se submeta ao seu pastor se ele for submisso à Bíblia, diz John Piper

O teólogo esclareceu que a autoridade do pastor sobre a Igreja não é absoluta e que qualquer liderança terrena deve estar submissa à Palavra de Deus.


John Piper. (Imagem: Desiring God)

John Piper. (Imagem: Desiring God)

Até onde deve ir a submissão de uma cristão à liderança de sua igreja? Segundo o teólogo John Piper destacou em uma de suas pregações, apesar da Bíblia ter diversas passagens que destacam a importância da submissão às autoridades, nenhuma autoridade terrena merece submissão absoluta.
Após ler a passagem de Hebreus 13:17, que diz: "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles [...]", Piper destacou que há uma condição essencial para que o cristão avalie seu pastor e continue a seguí-lo (ou não).
"Ele [pastor] não é Deus. Nenhum dos anciãos é Deus. Eles não são infalíveis. Sua autoridade não é absoluta e, portanto, a submissão e obediência a eles não é absoluta. Somente Deus obtém absoluta obediência e submissão. Poderíamos mostrar que ao longo do Novo Testamento, a relação de submissão ao Estado [governo], aos maridos, aos pais, aos pastores - seja quem for. Todas as estruturas de submissão no Novo Testamento são relativizadas, estão abaixo da autoridade absoluta de Jesus. Nós sabemos disso", destacou.
"Mas aqui está a o ponto-chave: Hebreus 13:17 está escrito no pressuposto, e você chamou esse homem [pastor] com a suposição de que os líderes - e seu pastor em particular - vão levantar esta Bíblia e proclamar a palavra de Deus, não do homem. Mostre aos seus líderes que você quer que isso aconteça, mais do que qualquer coisa. Mostre que você quer ser obediente à Palavra de Deus e vai se submeter àqueles que a proclamam", acrescentou.
Piper ressaltou que expressar a espectativa de uma conduta bíblica ao líder só fará bem à relação entre ovelha e pastor.
"Quando você fizer isso, a alegria de seu líder em Deus irá transbordar. Nós amamos quando as pessoas proclamam a verdade de Deus, não a nossa", lembrou.
O teólogo também explicou que um líder que adota uma conduta de submissão à Palavra de Deus inspira confiança em seus liderados.
"Quando peço que você seja obediente e submisso aos seus líderes, quero dizer que seus também devem estar submissos a esse livro [Bíblia]. Seus líderes devem ter a Bíblia sobre suas cabeças em todos os momentos", disse.
"Então você poderá dizer: 'Eu amo esse homem porque ele é submisso à Bíblia. Estou pronto para segui-lo em qualquer lugar, até mesmo para a prisão. Se ele dissesse: 'Vamos para a prisão', eu iria para a prisão com aquele homem, porque ao longo dos anos ele ganhou a minha confiança por ser um homem submisso às Escrituras", destacou

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO DESIRING GOD



domingo, 2 de julho de 2017

É possível a unidade entre evangélicos e católicos?


Buscas por unidade refletem o espírito dos Evangelhos ou se tratam de ecumenismo? Como proceder diante deste dilema?

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Esse é um tema muito doloroso e difícil de debater. É difícil porque temos simpatia pessoal por muitos irmãos e irmãs católicos romanos. Temos muitas coisas em comum e estamos cercados por inúmeros inimigos. Não é de admirar que a “queda livre” de nossa cultura nos atraia para o universo da religiosidade, sobretudo para aqueles que levam a religião a sério, como é o caso dos católicos romanos devotos. O cristianismo, porém, não prega um evangelho de salvação de culturas decadentes. Ele não é mero teísmo, apologética filosófica, notáveis catedrais e mitos românticos da “cristandade”. Isso pouca relação tem com a verdadeira fé. No fim das contas, o cristianismo só é genuíno — e, portanto, importante e relevante — quando prega o evangelho fielmente até os confins da terra.
Ao se manifestarem depois do Concílio Vaticano II, os teólogos católicos podem ser muito pacíficos e conciliadores na comunicação com os protestantes, ao contrário do que muitos haviam sido anteriormente. Mas, conforme disse o cardeal jesuíta Avery Dulles, um dos principais elaboradores do documento Evangelicals and Catholics Together [Evangélicos e católicos juntos]: “Tivemos o cuidado de seguir os ensinamentos do Concílio Vaticano II […] não somos teólogos católicos diferentes dos outros” (Christianity Today, 27 Apr. 1998, p. 21).
Em décadas recentes, muitos teólogos católicos (especialmente estudiosos do Novo Testamento) fizeram muito para fomentar o entendimento entre as duas tradições e, em muitos casos, defenderam realmente a interpretação evangélica das passagens mais relevantes. Contudo, a abertura iniciada pelo Concílio Vaticano II não abordou as condenações do Concílio de Trento. Pronunciamentos recentes revogaram a excomunhão dos reformadores, mas não a de seus ensinos. Isso ajudou a criar um ambiente que abriu as portas para o protestantismo liberal invadir as fileiras católicas. Enquanto o Concílio de Trento pelo menos defendia a necessidade da fé em Cristo para a salvação, o conceito de “cristão anônimo” de Karl Rahner — a ideia de que até um ateu pode ser salvo se for moralmente reto — tornou-se um verdadeiro dogma no concílio mais recente.
Desde o Concílio Vaticano II, surgiram (e deveriam ter sido aproveitadas) muitas oportunidades para o diálogo. Todavia, a doutrina evangélica da justificação não é simplesmente uma formulação que trata de como alguém pode se tornar aceito diante de Deus; ela é a proclamação acerca de como uma pessoa é aceita diante de Deus. É verdade que diferentes igrejas cristãs — tendo em vista as mais variadas considerações de ordem nacional, geográfica, cultural e linguística — chegarão a formulações distintas da mesma verdade. Mas, quando deparamos com a questão fundamental a respeito de como somos salvos, não há espaço para confusão nem para concessões em nome da harmonia.
Roma responde que somos salvos pela graça mais obras. Igrejas genuinamente apostólicas respondem conforme Paulo: “Mas, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não seria graça” (Rm 11.6).
Sejam protestantes históricos os envolvidos com o acordo de 1998 entre a Federação Luterana Mundial e o Vaticano, sejam os evangélicos que sustentam um entendimento comum do evangelho que deixe suspensa a questão de como alguém é justificado, a ordem bíblica para buscar unidade visível da igreja implica unidade no evangelho. E, se o evangelho ainda é a mensagem de que Deus justifica o ímpio, não se pode abrir mão dessa boa notícia para construir a unidade da igreja sobre qualquer outro fundamento.
Não há aqui espaço para nos sentirmos superiores. Oficialmente, Roma nunca tolerou a heresia pelagiana. Contudo, essa parece ser a marca do protestantismo americano, com sua visão otimista da natureza humana. Segundo o pesquisador e estatístico George Barna, 77% dos americanos que professam ser evangélicos acreditam que o ser humano é basicamente bom, e 84% concordam com a afirmação de que “Deus ajuda aqueles que ajudam a si mesmos” (What Americans believe, p. 89). Por incrível que pareça, Charles Finney, avivalista do século 19 reverenciado por muitos evangélicos, negou a doutrina do pecado original e até mesmo a necessidade de uma expiação substitutiva, declarando que a doutrina “da justificação por uma justiça imputada é [em si mesma] outro evangelho” (Systematic theology; edição em português: Teologia sistemática [São Paulo: CPAD, 2004].
Hoje em dia, os termos “pecado” e “graça” são muitas vezes substituídos pelos termos “disfunção” e “recuperação”. Assim, não podemos criticar Roma se não apontarmos o flagrante pelagianismo da religião americana popular. Mesmo nas igrejas evangélicas conservadoras, muitas vezes não há um esclarecimento objetivo sobre a justificação; ela está ausente dos sermões, da liturgia, do louvor e do ensino. Até nas igrejas que se consideram herdeiras da Reforma protestante, atividades triviais colocam em segundo plano a proclamação do ofício salvífico de Cristo de Gênesis a Apocalipse.
Portanto, o que ainda separa católicos romanos e protestantes? Absolutamente nada, a não ser que definamos o termo evangélico doutrinariamente. Se os evangélicos já não pensam evangelicamente, tendo deixado para trás os princípios formais e materiais da Reforma, não é preciso mais nada a não ser elementos burocráticos para alcançar a unidade. Podemos ter uma paz fácil a nenhum custo a não ser o de perder a possibilidade de dar testemunho fiel do evangelho à nossa geração.
Em vez de tentar forjar uma falsa unidade, sacrificando a única base sobre a qual a verdadeira unidade pode ser construída, será que não podemos desenvolver um debate, com a ajuda da igreja, cujo objetivo seja fomentar maior compreensão e cooperação? No contexto atual, tanto o protestantismo quanto o catolicismo romano necessitam de nova reforma. Ainda que não concordemos com tudo o que diz o teólogo católico Johann Baptist Metz, suas palavras são impactantes:
Falar sobre a Reforma e torná-la não apenas um elemento de recordação, mas, sobretudo, um objeto de esperança, ou melhor, um incentivo à mudança — mudança para todos nós, incluindo eu mesmo, como católico — significa uma coisa: precisamos trazer o questionamento e a consciência que inspiraram a Reforma para a época atual […] Muitos teólogos que escrevem sobre a Reforma afirmam que, nos dias de hoje, a questão primordial de Lutero acerca de um Deus gracioso dificilmente pode ser compreendida pelo homem moderno, muito menos ser comunicada como algo relevante para sua vida. Para eles, esse assunto diz respeito a outra época, não ao mundo contemporâneo. Eu não concordo com essa posição de maneira nenhuma. A questão central da Reforma — como podemos alcançar a graça — é absolutamente primordial para a solução dos nossos problemas mais graves […] A segunda Reforma diz respeito a todos os cristãos; deve vir sobre nós, sobre as duas grandes igrejas do nosso cristianismo (The emergent church, p. 48-50).
Será que essa conquista está fora do alcance da soberania do Espírito de Deus? Com Cristo, em oração, respondemos: “Isso é impossível para os homens, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Contudo, enquanto a proibição oficial — não sobre indivíduos, mas sobre o próprio evangelho — não for revogada por Roma, os evangélicos devem continuar testemunhando fielmente das declarações exclusivas do único Rei da igreja, considerando essas deturpações impedimentos incontornáveis a quaisquer acordos que envolvam pontos cruciais. Enquanto oramos pela unidade e trabalhamos em prol de um maior entendimento, é importante também não deixar de “lutar pela fé entregue aos santos de uma vez por todas” (Jd 3).

Por Michael Horton
Publicado originalmente no site Tu Porém.
Imagem: Reprodução

Extraído e adaptado da obra “Evangélicos, Católicos e os Obstáculos à Unidade“, de Michael Horton, publicada por Vida Nova: São Paulo, 2017, pp. 56-61. Traduzido por Abner Arrais e Ubevaldo G. Sampaio.

Alemanha, país do reformador Lutero, aprova a legalização do casamento gay


Ignorando os pressupostos biológicos e a tradição cristã, o parlamento da Alemanha, terra do reformador Martinho Lutero, aprovou nesta sexta-feira (30) o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

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Ignorando os pressupostos biológicos e a tradição cristã, o parlamento da Alemanha, terra do reformador Martinho Lutero, aprovou nesta sexta-feira (30) o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Angela Merkel, que lidera a Alemanha desde 2005, se opôs durante todos esses anos ao casamento gay, criticando o direito à adoção, que para a chanceler poderia ameaçar o “bem-estar das crianças”.
Mas ela deu sinais de ter afrouxado sua posição durante um evento na segunda-feira (26) em Berlim organizado pela revista feminina “Brigitte”. A chanceler disse ter conhecido um casal de mulheres homossexuais que cuidava de oito crianças.
Merkel propôs, então, que o voto no casamento gay fosse uma questão de “consciência”, liberando assim os membros de seu partido conservador CDU (União Democrata-Cristã) para tomar sua própria decisão caso houvesse uma eventual consulta.
Um dia depois, seu rival Martin Schulz, do SPD (Partido Social-Democrata), aproveitou a declaração e defendeu que parlamentares votassem a questão antes das eleições, e o Parlamento se mobilizou. O voto foi feito horas antes do início do recesso legislativo de verão.
EMBOSCADA POLÍTICA
Merkel, que votou contra, disse que a pressa na consulta foi uma emboscada política, além de “triste” e “desnecessária”. Havia um acordo entre o CDU e o SPD para que esse tema não fosse votado durante a sua coalizão.
A união civil do mesmo sexo já era legal na Alemanha desde 2001. Mas, com a decisão dos legisladores, casais homossexuais poderão casar e adotar crianças, igualando seus direitos àqueles já gozados em outros países europeus, como a Espanha.
Com informações da Folha de São Paulo
Imagem: Reprodução

sexta-feira, 30 de junho de 2017

O DIA DE PENTECOSTES: “EM QUE PENTECOSTAIS E REFORMADOS CONCORDAM E DISCORDAM”

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Domingo 04 de junho é o dia de Pentecostes em 2017, de acordo com o calendário litúrgico cristão. Faço parte daqueles que não prestam muita atenção a esse calendário. Acho que em parte é uma reação, por vezes inconsciente, contra os abusos deste calendário praticados pela Igreja Católica.
Mas o fato é que esta data, dia de Pentecostes, está razoavelmente firmada na história. Pentecostes era a festa dos judeus celebrada 50 dias após a Páscoa. E foi durante uma celebração destas que o Espirito Santo de Deus veio sobre os apóstolos e os 120 discípulos em Jerusalém, cerca de 50 dias após a morte do Senhor, de acordo com Atos 2:1-4. Os cristãos se interessam pela data, portanto, por este motivo e não pela festa de Pentecostes em si.
A descida do Espírito naquele dia marcou o início da Igreja Cristã. Todavia, este que foi um evento da mesma magnitude que a morte e a ressurreição do Senhor Jesus, acabou se tornando motivo de polêmicas e controvérsias em meio à Cristandade, apesar de existir um bom número de pontos em comum entre os evangélicos sobre Pentecostes.
Todavia, em que pese este consenso não pequeno, permanecem diferenças de entendimento sobre diversos aspectos da obra do Espírito e o significado histórico-teológico de Pentecostes. Vamos encontrar homens de Deus, sérios, dedicados e usados por Deus em lados diferentes. Ainda que brevemente, vou enumerar algumas destas diferenças e expressar a minha opinião.Podemos, por exemplo, concordar que a vinda do Espírito representou o início da Igreja Cristã. Concordamos que ele veio para capacitar os discípulos com poder para poderem pregar o Evangelho ao mundo, que Ele habita na Igreja de Cristo, isto é, em todos que são realmente regenerados. Confessamos que Ele concede dons espirituais ao povo de Deus, que Ele nos ilumina, santifica, guia e consola em nossas tribulações. Concordamos que devemos buscar a plenitude do Espirito mediante a oração. Cremos que nossos pecados entristecem o Espírito. Sabemos que o Espírito nos sela para a salvação, que é o penhor, a garantia que Deus nos dá de que haveremos de herdar o Seu Reino.
1 – Quanto ao significado histórico de Pentecostes. Para muitos, o que aconteceu em Pentecostes é um paradigma, um modelo e um padrão para hoje. Estes entendem que a descida do Espírito, o revestimento de poder e as línguas faladas pelos apóstolos estão hoje à disposição da Igreja exatamente como aconteceu naquele dia no cenáculo em Jerusalém. Os que assim acreditam se caracterizam pela busca constante desta experiência. Para eles, a Igreja ficou sem o Pentecostes por quase dois mil anos, e foi somente em 1906, no chamado avivamento da Rua Azusa 312, em Los Angeles, Estados Unidos, que Pentecostes retornou à Igreja, e tem se repetido constantemente entre os cristãos de todo o mundo.
Do outro lado há os que pensam diferente, como eu, por exemplo, mas que crêem que podemos experimentar a plenitude e o poder do Espirito Santo hoje. Desejo isto e busco isto constantemente. Todavia, não creio que cada enchimento que eu ou outro irmão venhamos a ter é uma repetição de Pentecostes, mas sim uma apropriação pessoal daquele evento, que aconteceu de uma vez por todas e que não tem como se repetir. Pentecostes foi o cumprimento das promessas dos profetas do Antigo Testamento de que o Messias derramaria Seu Espírito sobre Seu povo. Foi assim que Pedro entendeu, ao dizer que a descida do Espírito era o cumprimento das palavras de Joel (Atos 2). Pentecostes é um evento da história da salvação e à semelhança da morte e da ressurreição de Cristo, ele não se repete. E da mesma forma que hoje continuamos a nos beneficiar da morte e da ressurreição do Senhor, continuamos a beber e a nos encher daquele Espírito que já veio de um vez por todas ficar na Igreja. E eu creio que neste ponto podemos todos concordar.
2 – Não há consenso, igualmente, em como designar o enchimento do Espírito. Alguns irmãos chamam a experiência de plenitude e revestimento de poder de “batismo com o Espírito”. Outros, entre os quais me incluo, não estão certos de que esta designação é a mais correta. Ninguém discute que devemos buscar esta plenitude. Eu quero ser sempre cheio do Espírito. Mas não acho que devamos chamar o enchimento de “batismo”. Meus motivos para isto estão num artigo que escrevi comparando a posição de John Stott e Martyn Lloyd-Jones. Fico com Lloyd-Jones que enfatiza a necessidade de buscarmos este enchimento como uma experiência distinta da conversão, mas fico com Stott em não chamá-la de batismo. Apesar da diferença de nomenclatura, acredito que estamos juntos neste ponto, que todos precisamos nos encher constantemente do Espírito de Deus.
3 – Há diferença também quanto aos sinais miraculosos que acompanharam a descida do Espírito no dia de Pentecostes, conforme Atos 2. Alguns acreditam que falar em línguas é o sinal externo da descida do Espírito sobre uma pessoa. Assim, buscam esta experiência constantemente e encorajam os novos convertidos a fazer o mesmo. Eu, contudo, não encontro na Bíblia evidência suficiente que me convença que a plenitude do Espírito sempre será seguida pelo falar em línguas e que devemos buscar falar em línguas como um dos melhores dons. Em Pentecostes houve outros sinais além das línguas, como o som de um vento impetuoso e a aparição de línguas de fogo, sinais estes que aparentemente não são repetidos nas experiências de hoje (salvo desinformação de minha parte). A minha dificuldade e de muitos outros é que não conseguimos ver nas cartas do Novo Testamento qualquer orientação, ordem ou direção para que aqueles que já são crentes busquem o batismo com o Espírito seguido pelas línguas. O que eu encontro são ordens para nos enchermos do Espírito, andarmos no Espírito, vivermos no Espírito e cultivarmos uma vida no Espírito. Bem, este ponto é mais controverso e acirra mais os ânimos do que os anteriores. Ainda assim existe o consenso entre nós de que sem os dons do Espírito a Igreja não tem como realizar sua missão aqui neste mundo.
Lamento tão somente que, apesar de termos tanta coisa em comum quanto ao Espírito, acabemos divididos por uma atitude de arrogância espiritual por parte daqueles que acham que somente eles conhecem o Espírito, e pela atitude de soberba daqueles que se consideram teologicamente superiores aos ignorantes que vivem à base de experiências.
Minha oração é que todos os que verdadeiramente crêem no Senhor Jesus e o amam de todo o coração, apesar das diferenças, glorifiquem ao Pai e ao Filho por terem enviado o Espírito Santo para santificar, capacitar e usar a Sua Igreja neste mundo.

Por Augustus Nicodemus (via facebook)
Imagem: reprodução web

Pastora é estuprada no dia de seu casamento e perdoa abusadores: "Minha fé me encorajou"


Terry Gobanga mora no Quênia e descobriu que com o estupro, contraiu o virus da AIDS. Ela enfrentou muito preconceito e hoje testemunha sua restauração de vida.
Harry e Terry Gobanga no dia de seu casamento. (Foto: Arquivo Pessoal)
Harry e Terry Gobanga no dia de seu casamento. (Foto: Arquivo Pessoal)

A pastora Terry Gobanga, do Quênia, não apareceu para o casamento dela por uma razão muito grave: ela tinha sido estuprada por um grupo de homens no mesmo dia e foi deixada à beira da estrada, quando seus abusadores pensaram que ela estava morta. Como se não bastasse tamanha tragédia, seu marido, Harry, acabou morrendo apenas 29 dias após o casamento.
Seu sofrimento foi ainda mais agravado porque ela foi desprezada por sua comunidade, que achava que ela estava "amaldiçoada", por causa do estupro.
Agora, ela contou a sua notável história para a BBC, descrevendo como sua fé em Cristo a ajudou a restaurar sua vida novamente.
Era um grande casamento que se realizaria em uma catedral de Nairobi (Quênia), e toda a sua igreja e sua grande família estavam lá.
"Mas na noite anterior ao casamento eu percebi que estava com algumas roupas de Harry, incluindo sua gravata. Ele não podia aparecer sem uma gravata, então uma amiga que tinha ficado á noite em minha casa se ofereceu para levar a gravata pela manhã. Nós nos levantamos ao amanhecer e eu a acompanhei a pé até a estação de ônibus", contou.
"Enquanto eu estava voltando para casa, passei por um cara sentado no capô de um carro - de repente ele me pegou por trás e me jogou no banco de trás do carro dele. Havia mais dois homens lá dentro. Tudo aconteceu em uma fração de segundo", acrescentou. "Um pedaço de pano estava cheio na minha boca. Eu estava chutando e batendo neles, tentando gritar. Quando consegui empurrar o pano para fora da boca, gritei: 'É o dia do meu casamento!' Foi quando eu acertei o meu primeiro golpe neles. Um dos homens me disse: 'coopere ou você vai morrer".
Terry contou que o estupro se deu por revezamento entre os homens e ela tinha a certeza de que não sobreviveria àquele momento.
"Os homens se revezaram para me estuprar. Tinha certeza de que ia morrer, mas ainda estava lutando pela minha vida, então, quando um dos homens tirou a mordaça da minha boca, eu o mordi com força. Ele gritou de dor e um deles me esfaqueou no estômago. Então eles abriram a porta e me expulsaram do carro em movimento.
Ela estava agora a quilômetros de distância, fora de Nairobi e passaram mais de seis horas desde o seu sequestro.

O resgate
Ela finalmente foi resgatada, depois que uma criança a viu sendo jogada do carro e chamou sua avó, que por sua vez, chamou a polícia. Eles a pegaram e, pensando que estava morta, dirigiram-se para ver o cadáver, mas ela tossiu, então a levaram ao hospital.
"Eu estava meio nua e coberta de sangue, e meu rosto estava inchado. Mas algo deve ter alertado aquela senhora, porque ela adivinhou que eu era uma noiva", contou.
"Vamos ao redor das igrejas para ver se eles estão perdendo uma noiva", disse a senhora que resgatou Terry às enfermeiras.
Quando a família e o noivo de Terry ouviram onde ela estava, eles foram ao hospital com todos os convidados.
Os médicos alertaram que ela poderia ter filhos, porque a facada havia atingido o útero.
Ela continuou pedindo perdão a seu noivo Harry, enquanto sentia que o havia decepcionado.
"Algumas pessoas disseram que eu era culpada por aquilo, pois saí de casa pela manhã. Foi muito doloroso, mas minha família e Harry me apoiaram", contou.


Terry Gobanga. (Foto: BBC)

Sofrimento

A polícia nunca prendeu os estupradores. Ela descobriu que acabou contraindo o vírus da AIDS por causa do estupro e eles começaram a planejar outro dia para o casamento, que acabou ocorrendo em julho de 2005.
Então, 29 dias depois, seu marido faleceu, após sofrer um acidente com um queimador de carvão.
"Voltar à mesma igreja para realizar o funeral foi algo terrível. Apenas um mês antes, eu estava lá, com meu vestido branco, com Harry em pé, na minha frente, lindo em seu terno. Agora, eu estava de preto e ele estava sendo conduzido, dentro de um caixão", lamentou.
Ela então sofreu um colapso.
"Eu me senti decepcionada com Deus, me senti decepcionada com todos. Não podia acreditar que naquele momento outras pessoas pudessem estar saindo e vivendo tranquilamente suas vidas. Eu surtei", relatou.
"Um dia eu estava sentada na varanda, olhando os pássaros e disse: 'Deus, como você pode cuidar dos pássaros e não de mim?'. Naquele instante, lembrei que alguém que 24 horas por dia sentada na depressão, com as cortinas fechadas, não vai recuperar essas 24 horas perdidas. Antes que você perceba, lá se foi uma semana, um mês, um ano desperdiçado. Essa foi uma realidade difícil", reconheceu.
Ela pensou que nunca poderia se casar novamente, depois de suportar essa dor, mas um amigo, Tonny Gobanga, continuou visitando Terry, conversando com ela e finalmente percebeu que ela havia se apaixonado por ele.
Eles decidiram se casar, mesmo que alguns moradores da comunidade se opusessem ao casamento, por causa do que aconteceu com ela.
"Foi três anos depois do meu primeiro casamento, e eu tive muito medo. Quando trocamos votos, pensei: "Aqui volto e te peço, Pai, não o deixe morrer. Quando a congregação orou por nós, chorei incontrolavelmente", contou Terry.
Então, um ano depois, quando sentiu um enjoo, ficou atônita ao saber que estava grávida e agora tem duas filhas, Tehille e Towdah.
Ela publicou sua história em um livro, 'Crawling out of Darkness', e criou uma organização, Kara Olmurani, oferecendo aconselhamento e apoio para sobreviventes de estupro.
Ela disse à BBC: "Eu perdoei meus abusadores. Não foi fácil, mas percebi que estava fazendo muito mal por me chatear com pessoas que provavelmente não se importam comigo. Minha fé também me encoraja a perdoar e não pagar o mal com o mal, mas com o bem".

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA BBC


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