quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O Quarto Mandamento

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O dia de descanso foi instituído por Deus e não pelo homem. O mandamento tem grande importância na Palavra de Deus. Bênçãos ocorreram, por sua guarda, e castigos severos, por sua quebra. Isso deveria provocar a nossa reflexão sobre a aplicação dos princípios bíblicos relacionados com o quarto mandamento nos dias atuais, discernindo, em paralelo, a mudança para o domingo, na era cristã. O povo de Deus sempre foi muito rebelde e desobediente com relação a essa determinação, e necessita convencimento da importância do mandamento, bem como entendimento da visão neo-testamentária, para a consequente modificação do seu comportamento atual.

O quarto mandamento fala de um dia de descanso e de adoração ao Senhor. Deus julgou essa questão tão importante que a inseriu em sua lei moral. O descanso requerido por Deus é uma prévia da redenção que ele assegurou para o seu povo (Dt 5.12-15). Os israelitas foram levados em cativeiro (Jr 17.19-27) por haver repetidamente desrespeitado este mandamento.

Gostaríamos de examinar as bases desse conceito de descanso e santificação e de ir até o Novo Testamento verificar como os cristãos primitivos guardavam o dia do Senhor.

Não podemos, simplesmente, ignorar esse mandamento. Como povo resgatado por Deus, temos a responsabilidade de discernir como aplicar essa diretriz divina nas nossas vidas e nas de nossas famílias. Por outro lado, nessa procura, não devemos buscar tais diretrizes nos detalhamentos das leis religiosas ou civis de Israel, que dizem respeito ao sábado. Essas leis eram temporais. Ao estudar o sábado, muitos têm se confundido com os preceitos da lei cerimonial e judicial e terminado com uma série de preceitos contemporâneos que se constituem apenas em um legalismo anacrônico, destrutivo e ditatorial. Devemos estudar este mandamento procurando discernir os princípios da lei moral de Deus. Com esse objetivo em mente, vamos realizar nosso estudo com a oração de que Deus seja glorificado em nossa vida e por nosso testemunho.

1. Um dia de descanso

Em nossas bíblias o quarto mandamento está redigido assim – "Lembra-te do dia de sábado para o santificar...". A palavra que foi traduzida "sábado", é a palavra hebraica shabbat, que quer dizer descanso. É correto, portanto, entendermos o mandamento como "... lembra-te do dia de descanso para o santificar".

Esse "dia de descanso" era o sétimo dia no Antigo Testamento, ou seja, o nosso "sábado". No Novo Testamento, logo na igreja primitiva, vemos o dia de ressurreição de Cristo marcando o dia de adoração e descanso. Isso é: o domingo passa a ser o nosso "dia de descanso". Os apóstolos acataram esse dia como apropriado à celebração da vitória de Jesus sobre a morte (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). A igreja fiel tem entendido a questão da mesma maneira, ou seja: não é a especificação "do sétimo", que está envolvida no mandamento, mas o princípio do descanso e santificação.

Já enfatizamos que essa questão de um dia especial de descanso, de parada de nossas atividades diárias, de santificação ao Senhor, foi considerada tão importante por Deus que ele decidiu registrar esse requerimento em sua lei moral, nos dez mandamentos. Com certeza já ouvimos alguém dizer: "...não existe um dia especial, pois todo o dia é dia do Senhor...". Essa afirmação é, num certo sentido, verdadeira – tudo é do Senhor. Mas sempre tudo foi do Senhor, desde a criação e mesmo tudo sendo dele, ele definiu designar um dia separado e santificado. Dizer que todos os dias são do Senhor, como argumento para não separar um dia especial e específico, pode parecer um argumento piedoso e religioso, mas não esclarece a questão nem auxilia a Igreja de Cristo na aplicação contemporânea do mandamento. Na realidade, isso confunde bastante os crentes e transforma o quarto mandamento, que é uma proposição clara e objetiva e que integra a Lei Moral de Deus, em um conceito nebuloso e subjetivo, dependente da interpretação individual de cada pessoa.

Não devemos procurar modificar e "melhorar" aquilo que o próprio Deus especifica para o nosso benefício e crescimento. Deus coloca objetivamente – da mesma forma que ele nos indica a sua pessoa como o objeto correto de adoração; da mesma forma que ele nos leva a honrar os nossos pais; da mesma forma que ele nos ensina o erro de roubar, o erro de matar, o erro de adulterar – que é seu desejo que venhamos a separar para ele um dia específico, dos demais (Is 58.3).

2. Um dia santificado

Devemos notar que o requerimento é que nós nos lembremos do dia de descanso, para o santificarmos. Santificar significa separar para um fim específico. Isso quer dizer que além do descanso e parada de nossa rotina diária, Deus quer a dedicação desse dia para si. Nessa separação, o envolvimento de nossas pessoas em atividades de adoração, ensino e aprendizado da Palavra de Deus, é legítimo e desejável. A frequência aos trabalhos da igreja e às atividades de culto, nesse dia, não é uma questão opcional, mas obrigatória aos servos de Deus. O Salmo 92, que é de adoração a Deus, tem o título em hebraico – "para o dia de descanso".

3. Uma instituição permanente

Uma expressão, do quarto mandamento, nos chama a atenção. É que ele inicia com "Lembra-te...". Isso significa que a questão do dia de descanso transcende a lei mosaica, isto é: a instituição estava em evidência antes da lei de Moisés. Semelhantemente, estando enraizado na lei moral, permanece, como princípio, na Nova Aliança. Vemos isso, por exemplo, no incidente bíblico da dádiva do Maná. Deus requerendo o descanso e cessação de trabalho durante a peregrinação no deserto, quando ele alimentava o seu povo com o Maná, antes da dádiva dos dez mandamentos. Estes seriam recebidos somente por Moisés no monte Sinai (veja, especificamente, Ex 16.29, 30).

4. Paulo faz um culto de louvor e adoração, no domingo, em Trôade

Paulo nos deixou, além das prescrições de suas cartas, um exemplo pessoal – reuniu-se com os crentes no domingo (At 20.6-12), na cidade de Trôade, na Ásia Menor. O versículo 6 diz que a permanência, naquele lugar, foi de apenas uma semana. Lucas, o narrador que estava com Paulo, registra, no v. 7: "... no primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão...". Ele nos deixa a nítida impressão de que aquela reunião não era esporádica, aleatória, mas sim a prática sistemática dos cristãos – reunião periódica no primeiro dia da semana, conjugada com a observância da santa ceia do Senhor. Estamos há apenas 15 a 20 anos da morte de Cristo, mas a guarda do domingo já estava enraizada no cristianismo.

Paulo pronunciou um longo discurso, naquela noite. À meia noite, um jovem, vencido pelo cansaço, adormece e cai de uma janela do terceiro andar, vindo a falecer (v. 9). Deus opera um milagre através de Paulo e o jovem volta à vida (v. 10). Paulo continuou pregando, naquele local até o alvorecer (v. 11).

5. O entendimento da Reforma sobre o dia de descanso

Confissão de Fé de Westminster captura o entendimento da teologia reformada sobre o dia de descanso ordenado por Deus. Nela não encontramos desprezo pelas diretrizes divinas, nem uma visão diluída da lei de Deus, mas um intenso desejo de aplicar as diretrizes divinas às nossas situações. O quarto mandamento tem uma consideração semelhante aos demais registrados em Ex 20, todos aplicáveis aos nossos dias. Nas seções VII e VIII, do capítulo 21, sob o título – "Do Culto Religioso e do Domingo" lemos o seguinte:
Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também, em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último dia da semana; e desde a ressurreição de Cristo já foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado de domingo, ou Dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão.
Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia.

6. O Quarto Mandamento Hoje – Qual o nosso conceito do domingo?

É necessário que tenhamos a convicção de que o chamado à adoração, o desejo de estar cultuando ao Senhor, e o descansar de nossas atividades diárias, por intermédio de um envolvimento com as atividades da igreja, encontra base e respaldo bíblico. É mais do que uma questão de costumes, do que uma posição opcional. É algo tão importante que faz parte da lei moral de Deus.

Normalmente nos perdemos em discussões inúteis sobre detalhes, procurando prescrever a outros uma postura de guarda do quarto mandamento conforme nossas convicções, ou falta delas. Assumimos uma atitude condenatória, procurando impor regras detalhadas e, muitas vezes, seguindo restrições da lei cerimonial, em vez do espírito da lei moral. Antes de nos perdermos no debate dos detalhes, estamos nos aprofundando no princípio? Temos a postura de tornar realmente o domingo um dia diferente, santificado, dedicado ao Senhor e à nossa restauração física?
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Apêndice: Qual o dia de descanso – sábado ou domingo?

Sempre que estudamos o quarto mandamento surge a pergunta: quem está certo? São os Adventistas, que indicam o sábado como o dia que ainda deveríamos estar observando, ou a teologia da Reforma, apresentada na Confissão de Fé de Westminster, e em outras confissões, que encontra aprovação bíblica e histórica para a guarda do domingo? Alguns pontos podem nos ajudar a esclarecer a questão:

1. Os pontos centrais de cumprimento ao quarto mandamento são: o descanso, a questão da separação de um dia para Deus, e a sistematização, ou repetibilidade desse dia. O dia, em si, é uma questão temporal, principalmente por que depois de tantas e sucessivas modificações no calendário é impossível qualquer seita ou religião afirmar categoricamente que estamos observando exatamente o sétimo dia. Nós usamos o calendário Gregoriano, feito no século 16. Os judeus atuais usam o calendário ortodoxo, estabelecido no terceiro século, e assim por diante.

2. Os principais eventos da era cristã ocorreram no domingo:
  • Jesus ressuscitou (Jo 20.1)
  • Jesus apareceu aos dez discípulos (Jo 20.19)
  • Jesus apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26)
  • O Espírito Santo desceu no dia de pentecostes, que era um domingo (Lv 23.15, 16 – o dia imediato ao sábado), e nesse mesmo domingo o primeiro sermão sobre a morte e ressurreição de Cristo foi pregado por Pedro (At 2.14) com 3000 novos convertidos.
  • Em Trôade os crentes se juntaram para adorar (At 20.7).
  • Paulo instruiu aos crentes para trazerem as suas contribuições (1 Cr 16.2).
  • Jesus apareceu e João, em Patmos (Ap 1.10).

3. Os escritos da igreja primitiva, desde a Epístola de Barnabé (ano 100 d.C.) até o historiador Eusébio (ano 324 d.C.) confirmam que a Igreja Cristã, inicialmente formada por Judeus e Gentios, guardavam conjuntamente o sábado e o domingo. Essa prática foi gradativamente mudando para a guarda específica do domingo, na medida em que se entendia que o domingo era dia de descanso apropriado, em substituição ao sábado. Semelhantemente, a circuncisão e o batismo foram conjuntamente inicialmente observados, existindo, depois, a preservação somente do batismo, na Igreja Cristã. O domingo não foi estabelecido pelo imperador Constantino, no 4º século, como afirmam os adventistas. Constantino apenas formalizou aquilo que já era a prática da igreja.


4. Cl 2.16-17 mostra que o aspecto do sétimo dia era uma sombra do que haveria de vir, não devendo ser ponto de julgamento de um cristão sobre outro.

Para um estudo mais detalhado do assunto, sugerimos o livro de J. K. VanBaalen, O Caos das Seitas.

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Autor: Pb. Solano Portela
Fonte: Monergismo

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O que fazer quando explode um escândalo

escandalo gospel
No meio cristão volta e meia somos surpreendidos por um escândalo. Como nossa fé prega a santidade e o apego inegociável aos valores éticos, ficamos profundamente chocados quando tomamos conhecimento de falhas morais ou atitudes reprováveis de algum irmão ou irmã – seja de nosso círculo próximo de relacionamentos, seja alguém com mais notoriedade. É compreensível. O pecado nos choca, confronta, entristece, abate, revolta. Nessas horas, nosso senso de justiça nos leva a querer sangue, exigir punição dos pecadores, hereges e canalhas. A minha pergunta é: como exatamente devemos proceder quando explode um escândalo no meio cristão?


Pastores que falharam em sua santidade, irmãos que pecaram na sexualidade, líderes que desonraram pai e mãe, cristãos famosos que disseram ou fizeram algo estranho em público, bons pregadores que passaram a pregar heresias… a lista das causas de um escândalo entre nós é interminável. No centro de todas, uma única causa: pecado. Deus é santo e não tem parte com o pecado, é certo. Mas Deus também é gracioso e sua misericórdia dura para sempre. Diante dessa realidade, eis minha sugestão sobre como devemos nos posicionar diante de um escândalo:

1. Não tenha prazer no escândalo. Quedas morais, pecados e heresias são tragédias. São desastres. Não são motivo de piada. Devemos tratá-los como o horror que representam: com lamento, choro e profunda tristeza. O pecado jamais deve se tornar motivo para tricotadas, fofocadas, “você soube da última?” ou disse-me-disse. Não faça piada com o horror. Não se deleite na tragédia. Isso é papel do Diabo.

2. Fale com Deus. Converse sobre o escândalo com as demais pessoas apenas o estritamente necessário. A pessoa com quem você deve conversar intensamente e longamente sobre o escândalo é o Senhor. O nome disso é oração. Portanto, ore a Deus, peça misericórdia sobre a vida dos envolvidos, clame por arrependimento e restauração. Ficar de tititi com as pessoas, pessoalmente ou nas redes sociais, não adianta absolutamente nada; orar adianta tudo.

3. Não conclua antes de saber de todos os fatos. Cansei de ver escândalos em que as pessoas criam mil conjecturas acerca do que houve sem saber direito as informações. “Ouviram falar” e, por causa disso, tomam comentários colhidos ao vento como verdades absolutas. Para emitir uma opinião, assumir uma postura, tomar lados, se posicionar, antes é preciso ter total conhecimento da situação. Nesse sentido, uma das virtudes do fruto do Espírito é essencial: a paciência. Espere. Não corra para emitir uma opinião. Deixe a verdade ser exposta totalmente e, só então, se posicione.

4. Olhe para os culpados com firmeza, mas com misericórdia. A ética de Cristo não é a da punição, é a da restauração. Como filhos de Deus, o desejo do nosso coração deve ser sempre ver os que erraram arrependidos e restaurados espiritualmente. Não queira mandar os hereges e os pecadores para o inferno, queria vê-los de lágrimas no pó e coração sinceramente compungido. Como embaixadores do reino daquele que veio para os doentes, devemos ser médicos da graça e não carrascos da desgraça. Uma vez que se comprove a culpa, seja movido por compaixão pela vida dos culpados, para que sejam resgatados do poço de trevas em que se enfiaram e que, se tiverem de arcar com as consequências humanas de seu pecado, que pelo menos sua alma seja salva.

5. Entenda que a disciplina dos culpados é necessária. Determinados tipos de escândalos vão gerar consequências no plano humano. Um pastor que adultera precisa ser afastado do cargo até que sua vida esteja restaurada. Um pregador que diz uma heresia precisa se retratar em público. Um líder que desonra pai e mãe tem de ser tratado fora dos púlpitos e cargos antes de continuar liderando. Uma pessoa qualquer que comete um crime deve ser punida de acordo com o que prevê o código penal, mesmo que esteja arrependida e tenha sido perdoada por Deus: há consequências no plano humano para nossos atos, e devemos enfrentá-las.

6. Olhe para as vítimas com compaixão. Esposas traídas, pessoas enganadas, ovelhas feridas… muitas pessoas ficam machucadas quando explode um escândalo. As vítimas devem ser abraçadas, devemos chorar com elas, conduzi-las a perdoar quem as machucou, amparar seu coração em frangalhos. Nunca se aproxime dos feridos para obter mais detalhes sobre o escândalo ou algo assim. O nosso papel é amar, sofrer com quem sofre e auxiliar na sua restauração física, emocional e espiritual.

7. Lembre-se dos seus próprios pecados. Jesus presenciou um escândalo. Mais do que isso: ele foi instigado a emitir um parecer sobre o escândalo. Afinal, uma mulher fora flagrada em adultério. Adúltera! Pecadora! Escandalosa! Opróbrio! Digna de apedrejamento aos olhos da Lei! Mas a resposta de Jesus aos que queriam apedrejá-la foi que cada um olhasse para si. Afinal, em maior ou menor intensidade, todos temos telhado de vidro. E isso ele nos diz, hoje: olhe para si. Quando ocorre um escândalo, devemos agir com humildade, sem nos considerarmos megassantos, pessoas acima do bem e do mal. Mais do que jogar pedras, precisamos usar o escândalo alheio para ver como nós mesmos somos frágeis e passíveis de errar. Se há algo de positivo no escândalo é o alerta que ele lança sobre nós, para que, estando de pé, não caiamos. Vigie sempre.

8. Seja parte da solução e não do problema. Que tudo o que você pensar, falar ou fizer em relação ao escândalo seja para edificação das pessoas e para a glória de Deus. Fora disso, o melhor é não fazer nada, manter-se calado e ficar quieto.

Meu irmão, minha irmã, infelizmente sempre haverá escândalos entre nós, pois vivemos debaixo do pecado. Devemos saber como falar e agir no momento que isso acontecer, sempre com amor, graça e palavras temperadas, chorando com quem chora e pacificando. Nosso papel não é chutar quem está caído. Muito menos execrar vítimas. Exerça misericórdia. Busque a justiça, sim, mas que seja em amor e não com ira, vingança, ódio, destempero. Fale e faça aos outros como gostaria que falassem e fizessem a você se a queda fosse sua. E, acima de tudo, ore a Deus. Pois ele é quem tudo sabe, quem exerce a perfeita justiça e quem governa a nossa vida como Justo juiz e Príncipe da paz. Como ordena a Palavra do Senhor: “Amados, nunca se vinguem; deixem que a ira de Deus se encarregue disso, pois assim dizem as Escrituras: ‘A vingança cabe a mim, eu lhes darei o troco, diz o Senhor’. Pelo contrário: ‘Se seu inimigo estiver com fome, dê-lhe de comer; se estiver com sede, dê-lhe de beber. Ao fazer isso, amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele’. Não deixem que o mal os vença, mas vençam o mal praticando o bem” (Rm 12.19-21).


Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari 
Fonte: Apenas

Labaxúrias, igreja sorveteriana e outras tristes posturas

PARE, LEIA E PENSE!

paulo-1Os fariseus e os mestres da lei da época de Jesus tinham absoluta certeza de que estavam certos sobre o que criam. Estudiosos dedicados, acreditavam piamente que estavam defendendo a “sã doutrina”. O fariseu Paulo perseguia, atacava, prendia e matava os filhos de Deus em defesa da “sã doutrina” e por amor ao que cria ser a vontade do Senhor, a fim de silenciar os “hereges” e “inimigos da fé”. A Bíblia nos mostra, porém, que, na verdade, aquele teólogo zeloso e dedicado estava errado. Em sua certeza incerta, ele desagradava a Deus e teve de ouvir de Cristo a terrível pergunta: “Por que me persegues?”. Não pense que você não pode estar cometendo o mesmo erro que Paulo.

Lembro de um dia em que tive de parar a aula no seminário teológico em que eu lecionava porque uma aluna pentecostal se referiu à igreja presbiteriana como “sorveteriana”, querendo dizer que era espiritualmente fria. Decidi interromper a lição para conversar com a turma sobre o mal que esse tipo de pensamento representa para o Corpo de Cristo. De lá para cá, infelizmente, esse tipo de atitude absurda permanece um hábito entre nós, cristãos. Pior: tem proliferado. Canso de ver membros de igrejas cessacionistas fazendo piadas infelizes com os pentecostais, por exemplo, por causa dos “labaxúrias” (como alguns se referem, de modo jocoso, à crença na atualidade do dom de variedade de línguas), e de ver pentecostais atacando quem não crê no que creem, com igual falta de amor fraterno.

É triste ver tanta divisão no Corpo por causa de doutrinas secundárias e aspectos menos importantes da fé. É lamentável ver, por exemplo, tanta gente deixar completamente de lado o fruto do Espírito para entrar em discussões e tretas sobre os dons do Espírito. Amor, paz, paciência, amabilidade, bondade, mansidão, domínio próprio… para quê? O importante é fazer chacota de quem creio estar errado, não é isso? Em nome da “sã doutrina”, nos canibalizamos, nos machucamos, nos ofendemos. Em nosso exército, a infantaria ataca a artilharia, que ataca a cavalaria, que ataca a infantaria, que… Todos seguindo o mesmo general, mas se perdendo numa arrogante fraternofagia teológica. E assim caminhamos, investindo tempo, saliva, energia e esforços em atacar a nós mesmos.

Você poderia dizer: “Ah, Zágari, essa discussão é antiga, para que voltar a isso?”. Minha resposta seria: enquanto o problema persistir, devemos perseverar na pregação do evangelho que não segrega irmãos devido à cor de sua pele teológica. No dia em que o problema acabar, paramos de denunciar o problema e de chamar os que cometem esse pecado ao arrependimento.

Quem tem esse hábito deplorável de atacar irmãos em Cristo que cultuam ou creem de modo diferente de si em aspectos periféricos da fé incorre em um grave perigo: mandar para o inferno dos hereges quem Deus não mandou. Quem sou eu para afirmar que fulano é salvo mas beltrano não é se confessa Cristo como Salvador, concorda com todo o credo apostólico, mas erra em um ou outro ponto secundário da fé? Seria eu petulante e arrogante a esse ponto? Será que os arraigados defensores da “sã doutrina” são capazes de afirmar que não cometem absolutamente nenhum erro em suas crenças? Seriam inerrantes? Porém, se tropeçam em um só ponto da lei, não estariam no mesmo barco que quem tropeça em outro ponto?

Sim, é possível que a pessoa que você ataca esteja errada! Muitos sem dúvida estão errados em questões secundárias da fé. Agora… tenho eu o direito de desqualificar a obra da graça na vida de alguém só porque ele não adora a Deus e o cultua do jeito que eu entendo ser certo? Não, eu não tenho coragem de dizer “Deus não fez isto” ou “Deus não tolera isso” quando pode ser que Deus tenha feito e que tolere. Não confio tanto em mim a esse ponto.

Assisti na Internet à pregação de um pastor em que ele dizia que uma pessoa realmente salva por Deus acabaria migrando para uma igreja que seguia a linha teológica em que ele cria. Fiquei chocado, pois, em outras palavras, ele estava dizendo que nenhum ser humano que não seguia a sua linha denominacional era salvo. Logo, atribuía ao diabo aquilo que Deus fez. Afirmou, nas entrelinhas, que o sangue de Cristo não foi derramado por milhares por quem ele de fato derramou. Fico pensando como Deus vê isso…

Recebi um texto em que o autor dizia que os pentecostais são “blasfemadores do Espírito Santo”. Quase chorei ao ler isso, pois essa pessoa cria que milhões de indivíduos por quem Deus morreu na cruz na verdade vão para o inferno – simplesmente porque creem na atualidade dos dons, algo que não é nem de longe um ponto central da fé. Talvez essa pessoa não perceba, mas, ao fazer isso, anulou a obra da graça na vida de absolutamente todos os cristãos pentecostais (detalhe: eu disse cristãos). Ao acusar unanimemente os pentecostais de blasfemadores, ela mandou milhões de eleitos do Senhor para o inferno – sem direito a perdão. O mesmo vale para os pentecostais que criticam o que chamam de “frieza espiritual” dos membros de igrejas históricas e litúrgicas – onde há tanta devoção sincera a Deus e tantos corações profundamente derramados ao Senhor! Afinal, diametralmente, não crer na atualidade dos dons não faz de ninguém menos cristão.

Enquanto isso, o diabo ri, se divertindo com os cristãos que, em defesa da “sã doutrina”, falam e agem completamente fora da sã doutrina.

Meu irmão, minha irmã, você tem feito piadinhas sobre irmãos de outras denominações ou linhas doutrinárias ou que sejam diferentes de você de algum modo? Os tem desqualificado, atacado, ofendido ou feito comentários que os ridicularizem? Embora você ache que esteja defendendo o evangelho, pode ser que esteja apenas desmerecendo o que Deus não desmerece. Mais ainda: você pode estar atacando a noiva do Senhor.

Minha oração é que tenhamos mais temor e amor e menos arrogância teológica. Crer em uma verdade não nos dá o direito de atacar pessoas, como Paulo fazia em sua defesa errada de uma doutrina não tão sã assim. Queiram ou não, o amor ainda é o cerne do evangelho – inclusive o amor por quem cremos estar errado. Lembra do amor pelos inimigos? Oro que todo aquele que, virulentamente ou sarcasticamente, espanca verbalmente quem pertence a Cristo venha a compreender que não se pode lutar contra o erro… errando. Como me ensinou minha mãe desde criança, “um erro não justifica o outro”.

Precisamos agir em prol do que cremos ser a verdade, sempre. Sempre. Sempre. Defender a verdade não é o problema. Apologética é indispensável. O problema é o modo como fazemos isso – especialmente com outros cristãos que cremos estar errando. Se nos consideramos cristãos, nossas armas têm de ser a paz, a mansidão e o cuidado com aqueles de quem discordamos. Afinal, qual é nosso objetivo? Qual é o seu objetivo? Arrebentar com tudo? Mandar quem cremos estar errados para o inferno? Amar a Deus sem amar o próximo, o que a Bíblia afirma ser impossível? Ou conduzir quem erra, com paciência e mansidão, a enxergar seu erro e a abraçar o acerto? Se nossa finalidade é a restauração, devemos focar não em atacar, mas em usar bons argumentos para, com mansidão, abrir os olhos de quem está errado.

Afinal, diz o Senhor, não eu (e recomendo que você leia com muita atenção):“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2Tm 2.24-26). Você tem todo direito de discordar do que diz a Palavra de Deus e continuar agindo como uma pessoa arrogante em relação àqueles que considera estarem errados. Talvez você receba muitos aplausos quando faz isso – de gente tão errada como você. Mas, se posso dar um conselho em amor, é: cuidado. Pois pode ser que, um dia, você ouça o Senhor lhe perguntar: “Por que me persegues?”.

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício Zágari < facebook.com/mauriciozagariescritor >

A Palavra que nunca envelhece e sempre transforma


biblia-1Logo que comecei a trabalhar na Mundo Cristão, fui informado de que estava em andamento na editora um projeto importante: uma nova tradução da Bíblia para o português. Algum tempo depois, soube que eu integraria o comitê de revisão de texto, grupo responsável por ler o material transposto para o português pelo comitê de tradução, polir o texto e deixá-lo fluido, correto e compreensível para o leitor dos nossos dias. Mal sabia eu que estava começando um processo bastante reflexivo em minha vida.
Assim que começaram a chegar os textos para a minha leitura, ainda no Word, fui tomado por um senso de responsabilidade difícil de descrever. Imagine: um sujeito indigno e miseravelmente errante como eu dar umas pinceladinhas no texto do livro mais importante e mais lido da história da humanidade – e que é a Palavra viva do Deus vivo. Quando pensei sobre quem eu sou, com todos os meus muitos pecados, e contrapus essa realidade à sublimidade da tarefa de contribuir para dar voz ao Verbo, fui inundado de grande temor. Portanto, quando o texto de Gênesis apareceu na tela do computador, meu olhar tornou-se muito cerebral, extremamente racional, e cada linha lida me levava a uma análise tensa, atenta e preocupada das palavras que fariam a diferença na vida de milhares, talvez milhões de pessoas. E assim foi trabalhar no texto bíblico ao longo das semanas em que o burilei: com o cérebro. Com a razão. 

biblia-nvt
No último dia 31 de outubro, ocorreu em São Paulo o lançamento dessa nova Bíblia, chamada Nova Versão Transformadora (NVT) – um esforço de seis anos da Editora Mundo Cristão, dedicado a traduzir os textos bíblicos originais em hebraico, grego e aramaico para a linguagem que eu e você falamos no dia a dia. Ao final do evento de lançamento, recebi meu primeiro exemplar impresso da NVT. No dia seguinte, no quarto do hotel onde estava hospedado, pude finalmente ler o texto, desta vez não mais como profissional, mas como devoto, fiel, ovelha que ouve a voz do Pastor, filho que escuta a voz do Pai. E, desta vez, a leitura não foi cerebral, racional, preocupada. Li com o coração. Fui tomado por uma emoção difícil de definir e, quando me dei conta, lágrimas desciam suavemente pelo meu rosto. A Palavra de Deus faz isto: passa pelo cérebro, eletrifica a alma e aquece o coração. E, nesse processo, transforma vidas. 

Tudo isso me fez refletir muito sobre nossa relação com a Palavra de Deus. E cheguei à conclusão de que, se ela não nos inunda de temor, não mexe profundamente com nossa razão e não impacta com todas as forças a nossa emoção… algo está muito errado em nosso relacionamento com ela – e com Deus. Estar diante do texto bíblico não pode ser algo corriqueiro, como ler a revista da semana ou uma história em quadrinhos. Ela é a voz do Deus vivo. A revelação específica do Altíssimo. O cartão de apresentação do Criador. O abraço do Noivo. Não podemos nos relacionar com o texto sagrado sem o mesmo temor que Moisés sentiu diante do arbusto em chamas. 

Ao mesmo tempo, nossa relação com a fé apresentada na Bíblia tem de ser racional. Os argumentos e os fatos bíblicos precisam fazer sentido na mente, alcançar o pensamento e transformá-lo. É pela razão estimulada pela Palavra que somos confrontados e envolvidos pelo Espírito Santo. O sobrenatural de Deus só pode ocorrer em nós se nossa racionalidade for virada do avesso pelo Senhor e totalmente reconfigurada. 

Mas é absolutamente impossível estar diante da grandiosidade das revelações bíblicas, da presença manifesta do Todo-poderoso que se apresenta a nós nas paginas das Escrituras, sem ser tocado nas emoções. Não somos estátuas de pedra. Não somos blocos de gelo. Como alguém pode ser confrontado e desnudado em suas contradições e hipocrisias sem ser tremendamente abalado nos alicerces? Como ser alvo da graça sem ser sensibilizado por tão monumental amor? Como ser acolhido pelas amorosas palavras de Jesus Cristo sem emocionar-se pela ternura, a verdade e a esperança delas? Impossível. 

biblia-nvt-2Meu irmão, minha irmã, como você tem se relacionado com o texto bíblico? O que se passa em sua mente e no seu coração quando dedica-se às paginas do livro sagrado? Que nível de reverência e temor você tem diante da revelação do EU SOU? Vejo pessoas que tratam a leitura da Escritura como se fosse uma obrigação penosa e desagradável. Um mandamento imposto, tal qual um dever de casa chato que impede a criança de ir brincar. Quase uma tarefa desagradável que o chefe passa faltando dez minutos para terminar o expediente na sexta-feira. Não se dão conta do privilégio inenarrável que é ter acesso aos pensamentos do Autor de tudo pelo meio que ele escolheu para se revelar a nós. Sim, há poder revolucionário em cada palavra deste livro. 

Peço a Deus que, se a sua relação com o texto sagrado é irreverente, fria e distante, ele interfira com todas as forças na sua vida. Que você seja enlaçado pela grandiosidade da manifestação escrita da mente de Deus. E que a sua relação com a Bíblia seja, a partir de hoje… nova e transformadora. 
Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari

Fonte:Apenas

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

“Já perdoei e já orei muito”, diz esposa de pastor morto enquanto evangelizava traficantes

Embora a morte do pastor tenha abalado a família, eles perdoaram os criminosos e prometeram continuar o trabalho de evangelização iniciado por ele há 20 anos.
BELFORD ROXO – O pastor que foi morto enquanto evangelizava traficantes foi enterrado no domingo (13), no Cemitério de Sulacap, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar do dia chuvoso, a cerimônia recebeu centenas de pessoas.
Marco Aurélio Bezerra de Lima, de 48 anos, foi morto na sexta-feira (11) minutos depois de orar por traficantes na entrada da favela Gogó da Ema, em Belford Roxo. O criminoso teria atirado ao confundir a muleta do pastor com um fuzil.
Embora a morte do pastor tenha abalado a família, eles perdoaram os criminosos e prometeram continuar o trabalho de evangelização iniciado por ele há 20 anos.
“Já perdoei e já orei muito, para Deus guardar essa alma. Eu sei que muitas pessoas até ficam revoltadas não entendem esse momento, mas temos muito amor pela alma. Meu marido morreu pelo amor pela alma, resgatando uma vida”, disse a viúva Márcia Lima.
“A gente não vai parar não. É o exemplo do meu pai. Missão dada é missão cumprida”, afirmou o filho Jeremias Lima.
De acordo com testemunhas, o pastor estava no banco do carona de um carro enquanto evangelizava os traficantes. Durante a conversa com o bandido, o pastor se abaixou para pegar uma foto em que aparece ao lado de Playboy, um dos traficantes mais procurados do Rio, morto no ano passado. Ele costumava contar que o chefe do Morro da Pedreira tinha se convertido antes de morrer.
No momento em que Marco Aurélio se abaixou, o criminoso se assustou e fez o disparo. O tiro atingiu o tórax da vítima. O pastor estava com muletas no carro por causa de uma operação recente na perna.
O caso continua sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense.
Com informaçõe Guiame
Imagem: Reprodução/Tv Globo

Multados por se recusarem a fazer ‘bolo gay’, confeiteiros cristãos ganham causa na justiça

Aaron e Melissa Klein foram multados anteriormente em 135 mil dólares e decidiram fechar o seu estabelecimento comercial. Agora, a vitória do casal está sendo celebrada por muitos cristãos.
Os confeiteiros cristãos dos EUA, Aaron e Melissa Klein, que estavam sendo processados por se recusarem a fazer um bolo para um casamento gay, ganharam a causa na Justiça. A audiência aconteceu na última segunda-feira (14).
O republicano Dennis Richardson, um representante do estado de Central Point, no Oregon, derrotou o democrata Brad Avakian, o atual Comissário de Trabalho e Indústrias, marcando a primeira vez em 14 anos que um republicano venceu um escritório estadual em Oregon (EUA). Sua vitória é considerada uma façanha especialmente notável, já que ele é um conservador em um estado liberal.
Como noticiado pelo jornal ‘Daily Caller’, “Richardson lançou-se como uma figura não-partidário que se concentrou no papel tradicional do trabalho de monitorar as eleições e auditoria dos gastos públicos. Avakian, por outro lado, prometeu transformar o escritório em um veículo para a política progressista, dizendo que usaria o posto para combater as mudanças climáticas, promover os direitos ao aborto, investigar empresas privadas e defender certos candidatos e causas políticas (apesar do papel de monitoramento eleitoral do escritório)”. Avakian permanecerá no cargo em seu cargo atual por mais dois anos.
Em julho de 2015, Avakian ordenou que os donos de padarias Aaron e Melissa Klein pagassem 135.000 dólares em danos a um casal de lésbicas, cujo casamento eles eles recusaram a encomenda de fazer um bolo, em janeiro de 2013.
Além de penalisar os Klein com uma quantia tão robusta, em 2013 Avakian também multou o ‘Twilight’ – um bar a norte de Portland – em 400.000 dólares, porque o dono do estabelecimento tinha pedido a clientes transgêneros que não voltassem mais ao local. O proprietário tinha feito isso porque ele não queria que seu estabelecimento se tornasse conhecido como um “tranny bar” (“bar específico para o público transgênero”), de acordo com relatórios do Oregon Live.
Os confeiteiros cristãos fecharam sua loja na área de Portland, devido ao intenso assédio, mas continuaram cozinhando e vendendo bolos do lado de fora de sua casa.
Ao final de setembro deste ano (2016) Melissa Klein anunciou no Facebook que eles tinham fechado para sempre o seu estabelecimento.
O caso ganhou atenção nacional nestes últimos anos e o casal possivelmente se tornou uma das faces da luta pela liberdade religiosa nos Estados Unidos, enquanto destacou o crescente conflito entre a liberdade de expressão e as leis que favorecem os grupos LGBT.
Quando Avakian aplicou a multa contra os Klein no verão passado, os apoiantes do casal de Oregon em toda a nação se uniram para arrecadar centenas de milhares de dólares, que os Klein usaram para pagar a multa. Mas esses fundos não foram enviados ao casal e ainda estão sendo mantidos em uma conta do governo, uma vez que o processo de apelação não chegou ao fim.
Uma voz conhecida que se levantou para apoiar o casal cristão foi a do evangelista e presidente da Bolsa do Samaritano, pastor Franklin Graham.
Como observado pelo ‘Christian Post’ em abril de 2015, Graham disse: “[Os Klein] tomaram uma posição que segue a Palavra de Deus, e eles não deveriam ficar sozinhos… Eu acredito que os cristãos em toda a nossa nação se unirão a Aaron E Melissa e seus cinco filhos”.
As amargas divergências culturais permanecem, no entanto, mais evidenciadas pelo desacordo entre os principais advogados de direitos civis sobre os direitos da 1ª Emenda e leis de combate à discriminação.
O ‘Christian Post’ informou em 9 de setembro, que em um relatório do governo de 307 páginas, chamado ‘Coexistência Pacífica: Conciliação de Princípios de Não-discriminação com Liberdades Civis’, o Comissário de Direitos Civis dos EUA, Martin Castro chamou as frases de liberdade religiosa como “palavras de código” para discriminação e supremacia cristã entre outras coisas.
Os Klein estão sendo representados pelo advogado C. Boyden Gray, que é um ex-conselheiro da Casa Branca do presidente George H.W. Arbusto.
Com informações Guiame

Trump nomeia pastor batista como embaixador de Israel e reconhecerá Jerusalém como capital do país

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou o pastor batista Mike Huckabee como novo embaixador do país em Israel, e prometeu que reconhecerá Jerusalém como capital da nação israelense.
Mike Huckabee é um ex-apresentador de TV, foi governador do estado de Arkansas e disputou duas vezes as prévias do Partido Republicano para se candidatar à presidencia dos Estados Unidos, sendo a última em 2016, da qual desistiu por falta de apoio político e terminou se aliando a Trump.
De acordo com informações do Daily Mail, Donald Trump quer dar uma chacoalhada nas relações entre os Estados Unidos e os países do Oriente Médio, como forma de se opor à maneira que essas nações se posicionam nas discussões diplomáticas.
A mudança da embaixada norte-americana de Tel-Aviv para Jerusalém já havia sido aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos há décadas, mas todos os presidentes do país, desde então, protelaram essa mudança, para evitar uma crise com as nações vizinhas a Israel, que não reconhecem o direito dos judeus sobre a Cidade Santa.
“Isso vai acontecer. O ‘governador’ Huckabee vai com isso até o fim”, afirmou um porta-voz da equipe de transição presidencial à imprensa. Nenhuma outra nação instalou sua embaixada em Jerusalém, mas o Parlamento e o Supremo Tribunal de Israel estão localizados na parte ocidental da cidade, e Israel capturou Jerusalém oriental na “Guerra dos Seis Dias” de 1967, tomando o controle da Jordânia.
Com informações do Daily Mail
Imagem: Google Images

3 razões pelas quais cristãos deveriam ser mais ousados ao falar sobre pecado, céu e inferno

Muitos cristãos evitam falar das grandes questões e a realidade a respeito do pecado, céu e inferno. Sabemos que quando nos arrependemos de nossos pecados e aceitamos Jesus em nossos corações, estamos assegurados numa salvação eterna. No entanto, muitos cristãos falham em mencionar a gravidade do pecado e da morte, para aqueles que ainda não creem. Devemos ser ousados para proclamar o evangelho, sem reservas. JB Cachila, através do Christian Today, nos revela três razões:
  1. Cristo não prega o Evangelho por nós.
“Embora seja verdade que o Espírito Santo falará a Palavra de Deus através de nós, enquanto pregamos (Lucas 12:12), é errado supor que Cristo fará nossa obra por nós. Cristo já morreu na cruz, já ressuscitou dentre os mortos e subiu aos céus para sentar-se à direita de Deus. Ele já nos comissionou. É tempo de fazer a nossa parte na pregação do Evangelho. Eu ouvi falar sobre pessoas que têm vergonha de compartilhar as Boas Novas, e eles estão orando para que alguém venha e faça isso em seu favor. Porque não obedecer a Cristo e fazê-lo pessoalmente?
  1. Qualquer um que morra sem Cristo, irá para o inferno.
“É assustador, mas essa é a verdade: a salvação vem somente pela crença na obra redentora de Cristo (Atos 4:12 e Efésios 2:8-9). Como as pessoas podem ouvir o Evangelho e responder a ele, se não há quem pregue? (Romanos 10:13-15). A vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade em Cristo (1 Timóteo 2:4). Precisamos nos dar conta de que somos parte dessa vontade: Ele nos capacita, nós obedecemos. É nossa tarefa pregar o Evangelho”.
  1. O Evangelho é a única solução para todos os problemas do mundo
“Você conhece alguém preso num cativeiro? Alguém que perdeu toda esperança de viver? Alguém que busque relacionamentos mais nocivos do que restauradores? A única solução para essas dores é através da cruz de Cristo. Nela, nosso Senhor abriu as portas para a restauração de todas as coisas: para o homem retornar a Deus e que ele receba sua verdadeira identidade em Cristo, para que Deus habite em Seu povo, através do Espírito Santo, para que o homem ande em Seus caminhos, conduzido pelo Senhor, e para que a Sua vontade seja feita, pela obediência dos Santos (Ezequiel 36:22-27). Por meio de Cristo, o poder do pecado é quebrado e o nosso acusador se torna impotente (Colossenses 2:14; Apocalipse 12:10-11). Por meio de Cristo, o homem pecador é redimido e restaurado a Deus, o nosso Pai (2 Coríntios 5:18-19)”
Pregue a Verdade, em amor, a todos aqueles que estão ao seu redor!
Fonte: Hello Christian
Traduzido por Bruno Bonete
Fonte:http://conscienciacristanews.com.br/3-razoes-pelas-quais-cristaos-deveriam-ser-mais-ousados-ao-falar-sobre-pecado-ceu-e-inferno/

Igreja Batista em Dallas vota para aceitação de membros LGBT

DALLAS – A Igreja Batista de Wilshire (Wilshire Baptist Church) votou a favor de permitir que gays e lésbicas obtivessem adesão plena à igreja, o que lhes permitiria ser considerados para posições de liderança, além da concessão para casamentos de membros do mesmo sexo. A resolução foi aprovada por uma maioria de 61% em uma votação final, lançada no final da tarde da última segunda-feira (14/11).
“Queremos que o povo LGBT tenha uma vida normal, o mais rápido possível. E isso não é uma questão eclesiástica. Estamos simplesmente dizendo que o Evangelho está aberto a todos, e não fechado a maioria”, disse o pastor sênior George Mason, sobre o voto congregacional. Dos 948 votos computados, 577 foram a favor, 367 foram contra e quatro pessoas se abstiveram. “Esta questão surgiu pela primeira vez há alguns anos” disse Mason. “Tivemos um homem gay que foi sugerido para se tornar diácono – ano após ano”, ele explicou. Mas os estatutos da igreja o impediram. Além disso, o pastor Mason disse que a congregação possui jovens gays e lésbicas, para não mencionar a briga que a igreja teve com a decisão do ano passado, da Suprema Corte dos Estados Unidos, que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O voto da congregação foi resultado de um período de 14 meses de estudos, nos quais membros interpretaram as Escrituras, releram os estatutos e consideraram as possíveis consequências. “A Igreja Batista de Wilshire, localizada no nordeste de Dallas, já perdeu membros por causa disso”, revelou o pastor associado Mark Wingfield. “Perdemos mais do que alguns, durante os 14 meses de estudos”, explicou. “Simplesmente estudando, as pessoas se afastaram”.
Os Batistas do Texas, anteriormente conhecida como Convenção Geral Batista do Texas, ameaçou cortar laços com a congregação de Dallas. A Convenção informou, através de nota, ter um profundo respeito e apreciação pela Igreja Batista de Wilshire, mas que não mudaria sua posição bíblica de longa data, no que diz respeito a seu pensamento sobre a sexualidade humana. Tal diferença afetaria a relação harmoniosa entre congregação e convenção, o que culminaria na retirada da Igreja de Wilshire do rol de cooperação.
Em resposta aos Batistas do Texas, o pastor Mason disse: “Eles são pessoas boas e nós valorizamos sua amizade durante esse tempo, mas discordamos. Não acreditamos que uma convenção estadual realmente tenha uma posição teológica que possa impor as suas igrejas. Realmente, precisamos levar esse assunto à diretoria executiva, para que não haja um desligamento automático (da convenção). Nossa igreja sabe que existem consequências, resultantes de nossa decisão”, disse Mason. “Nós pensamos que haverá muitas consequências positivas, para poder dizer à comunidade LGBT que eles são bem-vindos aqui, plenamente em Cristo”.
Fonte: www.wfaa.com
Traduzido por Bruno Bonete
Fonte:http://conscienciacristanews.com.br/igreja-batista-em-dallas-vota-para-aceitacao-de-membros-lgbt/

Trump: Quero pastores e ministros com poder, que falem em nome de Jesus Cristo


Imagem: AP Photo / LM Otero
Em entrevista exclusiva ao The Brody File, Donal Trump disse que deseja ver pastores que falem com mais ousadia em seus púlpitos. “A igreja evangélica está perdendo poder”, disse ele, referindo-se à Emenda Johnson, que altera o código de impostos dos EUA, de maneira que as organizações isentas de impostos (como as igrejas), não pudessem demonstrar aprovação ou se oposição a candidatos políticos.
Segundo Trump, essa é uma medida que nunca deveria ter sido levada a cabo, pois diminui o poder e a influência da igreja. “Quero devolver o poder à igreja”, disse. “O cristianismo está sendo ‘podado’, e aos poucos estão acabando com ele”.
Ele prosseguiu: “Quero pastores e ministros com poder que se levantem e falem do cristianismo agora mesmo, sem medo de perder a isenção de impostos. Nós vamos cuidar disso”.
Durante sua campanha, Trump prometeu cuidar dos evangélicos:
“Sou cristão, sou protestante, sou presbiteriano. Creio no cristianismo e francamente, creio que em nosso país os cristãos não são tratados adequadamente. O projeto de lei que se aprovou durante a era de Lyndon Johnson é horrível. Hoje vemos igrejas onde existe medo de ser francos em seus posicionamentos, por medo de perder a isenção de impostos”.
“Eu quero que os pastores possam falar. Eles tem medo de falar agora, tem medo de se envolver na política e assim perder a isenção de impostos, mas eu quero que os pastores falem (…) Quero que pastores e ministros se levantem e falem em nome do cristianismo”, acrescentou.
Com informações CBN e The Brody File
Redação CCNews
Fonte:http://conscienciacristanews.com.br/trump-quero-pastores-e-ministros-com-poder-que-falem-em-nome-de-jesus-cristo/

Transei com o meu namorado, e agora?

Como escrevi anteriormente (veja aqui) o sexo antes do casamento é pecado e afronta a santidade de Deus.  No entanto, ao contrário do que deveria ser, muitos são aqueles que desobedecendo a Palavra de Deus tem  tido relacionamento sexual com seus namorados.  

Pois é, a afirmação de que sexo antes do casamento é pecado, sempre foi defendido pelas igrejas protestantes. Todavia, por fatores diversos, tais princípios não estão sendo obedecidos por mais da metade da juventude evangélica brasileira. É exatamente isso o que diz um extenso trabalho de pesquisa entre 1994 e 2000 realizado pelo Ministério Lar Cristão.

Numa importante pesquisa, Lar Cristão ouviu mais de cinco mil rapazes e moças, membros de 22 diferentes denominações, o resultado veio ao encontro daquilo que se suspeitava há muito tempo, mas nunca tinha sido comprovado assim, na fria lógica dos números:

Nada menos que 52% dos jovens evangélicos criados na igreja praticam o sexo pré-nupcial. Destes, a metade não fica numa única experiência e mantém vida sexual ativa com um ou mais parceiros. Segundo a pesquisa, a idade média da perda da virgindade é de 14 anos, para os garotos, e 16, para as moças.

Caro leitor, triste isso não? E olha que esses números são antigos. Fico pensando como deve estar a situação agora? Complicado não é verdade?

Bom, se você leu esse texto e se encaixa no perfil daqueles que foi pra cama com o seu namorado gostaria de lhe dar algumas sugestões:

1- Confesse a Deus o seu pecado.  As Escrituras nos ensinam que se confessarmos os nossos pecados Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados. I João 1:09

2- Abandone o seu pecado. Não adianta confessar o pecado sem abandoná-lo. Jesus ao lidar com a mulher adultera lhe disse: "Vai e não peques mais."  João 8: 1-11

3- Perdoe a si mesmo. Lembre-se que o sangue de Jesus derramado na cruz do calvário é suficiente para nos perdoar de todos os pecados e que temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo o Justo. I João 2:01

4- Compartilhe sua fraqueza com alguém maduro pedindo oração.

5- Fuja da aparência do mal. Não dê ocasião a carne, nem tampouco alimento o pecado.

6- Se ainda assim for difícil, termine o seu namoro. Antes importa agradar a Deus do que viver em pecado. Se o seu namoro tem servido de tropeço espiritual é melhor que termine esse relacionamento.

Prezado amigo, lembre-se que cabe a você  rever seus valores não se deixando moldar pelos pressupostos deste sistema perverso e anticristão. Além disso, não esqueça jamais que você foi chamado por Deus a viver uma vida onde a liberdade e a responsabilidade transformam-se em marcas de uma geração comprometida com seu Senhor e consigo mesma.

Pense nisso!

Renato Vargens

Uma missão para cumprir no Iraque

IRAQUE

“Como líder de igreja eu percebo que o simples fato de ‘estar aqui’ é algo que dá esperança para as pessoas; elas precisam de apoio e carinho nesse momento”
21-iraque-cruz-alto-morro
Em Alqosh, as igrejas estão desempenhando seu próprio papel no pastoreio do rebanho cristão iraquiano. “Como líder de igreja eu percebo que o simples fato de ‘estar aqui’ é algo que dá esperança para as pessoas. Elas precisam de apoio e carinho nesse momento, precisamos nos unir. Lembro que, em 2014, mesmo com a presença do Estado Islâmico, o que alimentava os fiéis era exatamente isso, o fato de ter uma igreja para ir e um pastor para ouvir”, disse Gabriel*.
Ele comentou que se sente na obrigação de impedir a partida dos irmãos, de alertar que não abandonem o país por causa desse momento de guerra. “O cristianismo no Iraque é como uma grande árvore que está aqui há mais de 2 mil anos, mas agora existem muitos inimigos querendo cortar essa árvore e se livrar dela”, compara o líder que viu quase toda sua família ir embora.
“Eles decidiram deixar o país, todos da minha família, exceto uma irmã”, disse. E apontando para a cidade ele afirmou: “Essas pessoas são a minha família agora, meus irmãos e irmãs em Cristo”. Para manter a fé, Gabriel diz que depende muito das orações diárias e dos estudos bíblicos. “A palavra de Deus nos instrui sobre como lidar com a opressão e a violência. Jesus nos ensinou a não lutar contra a carne. O próprio Pedro foi repreendido por usar a espada quando Jesus foi traído. Devemos ser amáveis como Cristo nos ensinou”, enfatiza o líder.
Ao entrar em Alqosh como visitantes, a equipe da Portas Abertas se surpreendeu ao ver como aqueles cristãos continuam abertos, hospitaleiros e amigáveis. “Todos esses anos de guerra não conseguiram endurecer seus corações”, disse um dos colaboradores. “Eu vejo nitidamente as pessoas se convertendo, não apenas na fé, mas também em seus comportamentos. A fé desses cristãos é como o ouro, que quanto maior a temperatura do fogo, mais puro fica. Pode doer muito, mas vale a pena ver o resultado”, conclui Araam*, outro líder cristão que trabalha na região.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
Fonte: Portas Abertas

Igrejas e tendas cristãs oferecem conforto para os refugiados

IRAQUE

“Quando as pessoas virem nas fotos toda essa comodidade vão pensar que tudo já está bem, já que estamos assentados, mas o que queremos mesmo é voltar para as nossas casas e viver em paz”
Iraque
Logo depois que os cristãos iraquianos tiveram que deixar suas casas e pertences para fugir da violência do Estado Islâmico, as igrejas tiveram um importante papel de abrigá-los e protegê-los. Líderes sacrificavam tudo o que tinham para acolher milhares de pessoas desesperadas e sem rumo. Quando os templos já estavam lotados, então surgiu a ideia de montar tendas para servir de moradia àquelas famílias. No acampamento improvisado, as acomodações temporárias receberam também o apoio de comunidades locais através de roupas, alimentos e artigos emergenciais. E assim, milhares de famílias suportaram o frio do inverno, chuvas e as crescentes ameaças de que os extremistas estavam chegando novamente perto deles.
As “moradias” foram sendo aperfeiçoadas com o tempo, possuindo banheiros compartilhados, cozinhas e lavabos. A Portas Abertas Internacional ajudou nesse processo de aperfeiçoamento das tendas, criando novos abrigos semi-permanentes e cabines com capacidade para seis pessoas. Escolas e até igrejas já estão disponíveis nesses campos. Aos poucos foram chegando geladeiras, fogões e colchões para o maior conforto desses irmãos.
“Quando as pessoas virem nas fotos toda essa comodidade vão pensar que tudo já está bem, já que estamos assentados, mas o que queremos mesmo é voltar para as nossas casas e viver em paz”, disse um dos cristãos que vive ali. “Quando as igrejas não puderem mais nos sustentar, não teremos mais nada além das roupas do corpo. Vamos precisar de muita sabedoria e da ajuda de Deus para recomeçar do zero”, conclui o cristão perseguido. Ore pela igreja no Iraque.
Fonte: Portas Abertas

Pastor não é uma vítima

 PARE, LEIA E PENSE!

Nos últimos tempos temos recebido várias mensagens e estatísticas sobre o sofrimento do pastor. Elas podem ser uteis como um alerta, mas precisamos ter cuidado em como as encaramos. Sou pastor, filho de pastor, irmão de pastor, sobrinho de pastor. Eu sei, pela experiência pessoal e pela descrição das Escrituras, que há sofrimentos no ministério pastoral, momentos de solidão e stress. Entendo que ser pastor só é possível graças à ação sobrenatural de Deus nos capacitando com seu Espírito.

Na minha juventude tive algo parecido com o que se chama hoje de depressão. Eu me sentia pressionado pela faculdade de Direito, pela expectativa da igreja, pela pressão de ser filho de pastor, pela falta de dinheiro. Mas meu problema era que tinha passado por uma decepção amorosa, eu estava muito triste pelo fim de um namoro. Eu na verdade estava em um curso muito bom na faculdade, tinha uma igreja que me amava, uma família maravilhosa, muitos amigos, um Deus sempre presente e meus pais faziam tudo para que não me faltasse nada. Mas eu culpei a muitas coisas e a muitas pessoas que não eram responsáveis pelo meu sofrimento e a minha tristeza. E isto pode acontecer com um pastor.

Precisamos tomar cuidado com a vitimização do pastor.

Primeiro, porque algumas destas estatísticas sobre pastores foram feitas nos Estados Unidos pela internet e não temos acesso as variáveis desta pesquisa e nem as circunstancias em que foram feitas. Elas podem ser verdade, mas dentro do contexto em que foram realizadas. Estas estatísticas não nos informam a causa exata de cada caso e corremos o risco de colocar na conta do peso do ministério pastoral a depressão de alguns ministros e não na conta de outros fatores.

Segundo, porque se fizermos levantamento estatístico de outros segmentos de trabalho encontraremos números expressivos também. Imaginem que uma pesquisa pode constatar que os mecânicos também sofrem acusações injustas, insatisfação de clientes, excesso de trabalho, poucas férias, dificuldades financeiras, frustrações emocionais, conflitos no casamento, etc. Ou imaginem uma pesquisa entre médicos que atendem no SUS, ou de professores da rede pública, tenho até medo dos resultados. Vamos além e imaginemos uma pesquisa feita entre os pobres do Brasil e veremos gente muito sofrida, milhões de brasileiros madrugando para trabalhar, com pouco tempo de sono, pouco salário, poucas férias. O número de divórcios, de suicídios, de drogados e de depressivos é enorme e demonstra que há sofrimento em todos os seguimentos, mesmo que em diferentes graus. O sofrimento é um problema no mundo.

Terceiro, porque muitos dos sofrimentos em alguns casos de depressão e suicídio no ministério, e isto precisa ser dito, tem mais haver com pecados morais não confessados, escândalos flagrados, do que com maus tratos da igreja e uma desumana exigência no ministério pastoral. Um exemplo: um pastor se matou após ser flagrado traindo sua esposa. O fato é que o excesso de trabalho pode gerar stress, mas o pecado, a preguiça, a desorganização ministerial, a falta de vida devocional e comunhão com Deus também produzem stress, tristeza e depressão. Outros casos de situações extremas de tristeza e até suicídio foram causados na verdade por patologias, distúrbios, etc.

Quarto, porque o que se dispõe servir ao Senhor no ministério deve estar plenamente consciente do preço que isto exige. Ele deve ser honesto em admitir seus sofrimentos e deve trata-los, mas ele não deve agir como se fosse injustiçado por Deus e uma vítima do mundo e da igreja. Observemos a estatística dos sofrimentos que Paulo faz de seu ministério em 2 Coríntios 11 e daremos graças a Deus pelas bênçãos que temos em nossos ministérios.

Quinto, porque se o pastor se ver como um segmento que sofre mais do que os outros, poderá se amargurar e perder a alegria em servir ao Senhor. Um pastor com autocomiseração poderá se envolver em válvulas de escape para o stress como vícios e impureza sexual na justificativa de aliviar seus sofrimentos, na ideia de que ele merece extravasar suas dores e compensar de alguma forma seu auto sacrifício pelo Senhor. Um pastor pode se envolver com pornografia, prostituição, vícios, ociosidade na frente na TV, na justificativa que está precisando aliviar sua tensão. E o pecado na vida do pastor gera tristeza, que pode se tornar desanimo, e daí em diante.

Importante afirmar que eu acredito na depressão, ela existe mesmo, é grave, é urgente seu tratamento e não pode ser subestimada. Pessoas depressivas, muitas vezes, não tem isto ou aquilo, ou sentem isto ou aquilo, elas não têm nada, não sentem nada, se abatem completamente. Muitas não são proativas, não se auto classificam, elas não estão por aí falando de suas dores. O silêncio e a discrição podem esconder muitas vidas sucumbindo por aí.

Não devemos ignorar as lutas e os problemas dos pastores, e devemos ser sensíveis aos que estão sofrendo e não precipitados em emitir algum julgamento. Mas o ponto é que devemos evitar olhar para o ministério pastoral hoje como um desafio mais difícil do que em gerações passadas ou como uma função feita por heróis que se esforçam mais do que os demais crentes não pastores. O ponto é que devemos evitar toda a raiz de amargura no ministério, é uma grande honra servir ao Senhor.

Um pastor precisa ter cuidado com o perigo da insatisfação e descontentamento. Estamos vivendo uma época em que está na moda a vitimização. Nós pastores e aspirantes ao pastorado não podemos cair neste erro. Não estamos escolhendo o caminho mais fácil, se quisermos mesmo trabalhar para nosso Deus. Achamos que a comida do outro é melhor, comparamos e nos insatisfazemos. Servir a Deus tem lutas, privações, cruz, perseguições, fome, nudez, perigo, espada, preconceito, simplicidade.

Por vezes, podemos ser tentados a achar que servir a Deus não é o melhor, a achar melhor assistir a obra de Deus ao invés de calejarmos nossas mãos e perdermos a chance de enriquecermos, de aproveitarmos a vida, servindo em sua ingrata e difícil obra. Lutei contra estes sentimentos muito tempo, sentia o chamado de Deus para me dedicar integralmente a sua obra, mas temia o ônus e o cálice amargo que julgava já experimentar com a vida de meus pais na obra.

Após Jesus dizer a seus discípulos que seria difícil para os ricos entrarem no reino dos céus (Mc 10.23), Pedro disse: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos” (verso 28). Podemos perceber que Jesus identificou certa autocomiseração em suas palavras. Como afirma John Piper, o que Ele disse a Pedro já fez com que milhares de missionários deixassem tudo em seus países de origem para seguir a Cristo nos lugares mais desafiadores do mundo: “Tornou Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor de mim e por amor do evangelho, que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna...” Mc 10:29-30.

Pastor não é uma vítima, é um privilegiado escolhido por Deus para viver a honra de não apenas crer nele, mas de sofrer por ele. Ser pastor é um trabalho sobre-humano, mas não desumano, porque temos um Deus Sobrenatural nos capacitando.

Quero dizer aos candidatos ao ministério que ser pastor é um dos maiores privilégios que Deus pode dar a um ser humano e não um penoso castigo. Não deixe nenhuma estatística te desanimar deste chamado tão nobre. Abrace de cabeça este caminho se sente esta vocação, se seus dons comprovam sua vocação e se sua igreja reconhece sua vocação. Atente para o que estas estatísticas apontam, para se prevenir, para se preparar, mas jamais desista do ministério que Deus colocou em suas mãos. Viva de tal forma que possa ouvir da boca do próprio Deus a sentença: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco sobre o muito te colocarei, entra no descanso do teu Senhor” (Mateus 25). Aconselho lerem o edificante artigo de John Piper: 30 motivos pelos quais é grandioso ser um pastor.

Estou enfrentando minhas lutas agora, e se Deus não for comigo jamais conseguirei continuar sendo pastor e abençoar alguém. Mas eu creio no meu Redentor, sou feliz pelo privilégio de servi-lo, colocarei diante dele minhas dificuldades, e seguirei servindo-o, não existe outro caminho para mim.

Tiago Leite, pastor na Igreja Cristã Evangélica Águas Claras em Brasília (DF), vice-presidente da ICEB e doutorando em Ministério pelo Centro de Pós Graduação Andrew Jumper na Universidade Mackenzie (SP).

Foto: Stefan Kunze/Unsplash

Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/pastor-nao-e-uma-vitima

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