Os delegados votaram durante a Conferência Geral – o primeiro encontro legislativo desse tipo em 5 anos realizado na denominação.
Os delegados Metodistas Unidos revogaram, sem debate, nesta quarta-feira (1), a proibição que a denominação mantinha sobre pastores e líderes do clero LGBTQ.
A Igreja eliminou uma regra que impedia a ordenação ou nomeação de “homossexuais praticantes declarados” como ministros.
Os delegados votaram 692-51 durante a sua Conferência Geral – o primeiro encontro legislativo desse tipo em cinco anos. Essa votação esmagadora contrasta fortemente com décadas de controvérsia sobre o assunto.
Nas Conferências Gerais anteriores da Igreja Metodista Unida, a proibição e as sanções relacionadas foram consistentemente reforçadas em meio a debates e protestos. No entanto, muitos dos conservadores que antes apoiavam a proibição deixaram a denominação nos últimos anos, e esta Conferência Geral avançou de forma sólida e progressista.
A decisão foi comemorada em partes do salão de convenções após a votação. Um grupo de observadores de grupos de defesa LGBTQ se abraçou, alguns chorando. “Graças a Deus”, disse um.
A mudança não impõe nem mesmo explicitamente a aceitação do clero LGBTQ, mas indica que a igreja não os proíbe mais.
É provável que essa mudança afete principalmente as igrejas nos EUA, pois os corpos Metodistas Unidos em outros países, como na África, têm o direito de estabelecer suas próprias regras para suas regiões.
A medida entra em vigor imediatamente após o término da Conferência Geral, programada para sexta-feira (03).
Casamento gay
Também foi aprovada uma medida que impede os superintendentes distritais – um administrador regional – de penalizar o clero por realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo ou por se abster de realizá-los. Além disso, proíbe os superintendentes de proibir ou exigir que uma igreja hospede esse tipo de cerimônia.
Essa medida desmonta ainda mais as estruturas que sustentavam as várias proibições LGBTQ incorporadas em diferentes partes da lei e política oficial da Igreja. Na terça-feira, os delegados começaram a tomar medidas para desfazer essas políticas.
É esperado que os delegados votem ainda nesta quinta-feira (2) sobre a possibilidade de substituir seus ‘Princípios Sociais’ oficiais existentes por um novo documento que não mais rotula a “prática da homossexualidade… incompatível com o ensino cristão” e que redefine o casamento como sendo entre “duas pessoas de fé”, em vez de entre um homem e uma mulher.
De saída
Ao mesmo tempo, a votação ocorre após a saída de um quarto das igrejas dos EUA dentro da denominação. Além disso, pode resultar no afastamento de algumas igrejas internacionais, especialmente na África, onde prevalecem valores sexuais mais conservadores e onde a união entre pessoas do mesmo sexo é criminalizada em alguns países.
Na semana passada, a conferência aprovou um plano de regionalização que, essencialmente, permitiria às igrejas dos EUA a mesma autonomia que outras regiões da igreja global.
Essa mudança – que ainda precisa ser ratificada localmente – pode criar um cenário em que o clero LGBTQ e o casamento entre pessoas do mesmo sexo sejam permitidos nos EUA, mas não em outras regiões.
Entre 2019 e 2023, mais de 7.600 congregações, principalmente conservadoras, nos EUA se separaram, refletindo a consternação com o fato de a denominação não aplicar suas proibições ao casamento gay e à ordenação LGBTQ.
A conferência da semana passada também aprovou a saída de um pequeno grupo de igrejas conservadoras da antiga União Soviética.
Até recentemente, a denominação era a terceira maior dos EUA, presente em quase todos os condados. No entanto, espera-se que o número de 5,4 milhões de membros dos EUA em 2022 diminua quando as saídas de 2023 forem contabilizadas.
A denominação também conta com 4,6 milhões de membros em outros países, principalmente na África, embora estimativas anteriores tenham sido mais altas.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA FOX NEWS
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