Isaías 60.1-22
O pastor Jonathan Edwards disse: “A graça é apenas o começo da glória e a glória é a graça aperfeiçoada”. Tudo aquilo que começa com a graça de Deus levará à sua glória (1 Pe 5:10), e isso inclui a nação de israel.
Isaías começou seu “Livro da Consolação” (40 – 66) prometendo que “A glória do Senhor se manifestará” (Is 40:5). Aqui, ele conclui descrevendo para nós essa glória. Nos capítulos finais, Isaías usou a palavra “glória” e termos relacionados cerca de vinte e cinco vezes. Quando a glória de Deus entra em cena, tudo se renova.
1 . O AMANHECER DE UM NOVO DIA (Is 60:1-22)
O imperativo “resplandece” é o chamado de Deus para que Jerusalém desperte (v. 1), pois um novo dia está amanhecendo para Israel. Essa luz não provém do Sol, mas da graça de Deus brilhando sobre a cidade.
No passado, a glória de Deus havia habitado no tabernáculo (Êx 40:34-38), mas partiu por causa do pecado de Israel (1 Sm 4:21). Então, a glória de Deus foi para o templo (1 Rs 8:11), mas deixou-o quando a nação voltou-se para os ídolos (Ez 9:3; 10:4, 18, 11:22, 23). A glória veio para Israel na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1:14), mas a nação pregou a glória na cruz. Hoje, a glória de Deus habita em sua Igreja (Ef 2:20-22) e em seu povo individualmente (1 Co 6:19, 20).
Um dia, porém, sua glória será revelada para a Terra, e Deus responderá às orações de seu povo: “venha o teu reino”. Será o amanhecer de um novo dia para as nações do mundo, bem como para Israel (vv. 3, 10-13).
2. O COMEÇO DE UMA NOVA VIDA ( ls 61:1-11)
Jesus citou essa passagem quando falou na sinagoga em Nazaré, afirmando que se referia a ele (Lc 4:16-21). Observe que Isaías 61:1 fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo.) Contudo, não citou “o dia da vingança do nosso Deus” do versículo 2, pois esse dia ainda está por vir (ls 34:8; 35:4; 63:4).
O contexto dessa passagem é o “ano do jubileu” descrito em Levítico 25:7ss. A cada sete anos, os judeus deviam observar o “ano sabático” e deixar a terra descansar. Depois de sete anos sabáticos, ou seja, quarenta e nove anos, deviam celebrar o quinquagésimo ano como “ano do jubileu”. Nesse ano, todas as dívidas eram canceladas, todas as terras eram devolvidas a seus proprietários originais, os escravos eram libertos e todos podiam recomeçar. Essa era a maneira do Senhor de equilibrar a economia e evitar que os ricos explorassem os pobres.
Se você crê em Jesus Cristo como seu Salvador, então está vivendo dias semelhantes aos de um “ano do jubileu” espiritual. Você foi liberto da escravidão; suas dívidas espirituais foram pagas; está vivendo no “ano aceitável do Senhor”. Em vez de cinzas do luto, você tem sobre a cabeça uma coroa, pois o Senhor fez de você um rei (Ap 1:6). Você foi ungido com o óleo do Espírito Santo e veste uma roupa de louvor e justiça (Is 61:3, 10).
3. A PROCLAMAÇÃO DE UMA NOVA VITÓRIA (Is 63:1-64:12)
Em Isaías 63:-6, o profeta olha para o futuro e vê Jesus Cristo voltando da Batalha do Armagedom, o auge do Dia do S e n h o r (Ap 19:11-21). Edom é citada como representante das nações que oprimiram os judeus. Bozra era uma de suas cidades principais e seu nome significa “colheita de uvas”. Esse nome é significativo, pois a figura apresentada aqui é a de um lagar (Jl 3:13; Ap.14:17-20).
Quando Jesus veio à Terra da primeira vez, foi para iniciar “o ano aceitável do Senhor ” (ls 61:2; Lc 4:19). Quando vier pela segunda vez, será para culminar no “dia da vingança do nosso Deus” (ls 63:4; 61:2). O inimigo será esmagado como uvas e forçado a beber seu próprio sangue do cálice da ira de Deus (Is 51:17; Jr 25:15, 16). Essas figuras podem não ser atraentes para as pessoas sofisticadas de nossos dias, mas os judeus daquela época entenderam bem o que elas significavam.
Por que Deus não estava operando maravilhas? Os judeus haviam pecado (ls 64:5, 6) e precisavam confessar e deixar suas transgressões. Se nossa justiça é imunda, imagine como nossos pecados são diante de Deus! Haverá alguma esperança? Sem dúvida, pois Deus é um Pai que perdoa e um oleiro paciente (Jr 18). Ele pode nos purificar e nos renovar, se deixarmos que faça sua vontade.
4. A BÊNÇÃO DE UMA NOVA CRIAÇÃO (Is 65:1-25)
“E não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei, totalmente” (Is 65:6). Eis a resposta de Deus. Ele anuncia que sua salvação será concedida aos gentios (v.1), ainda que não tenham buscado ao Senhor nem experimentado as bênçãos que ele deu a Israel. Em seguida, Deus descreve os pecados de seu povo que o impediram de responder a suas orações (Is 65:2-7). Os judeus resistiram à graça do Senhor e a seus apelos carinhosos, mesmo quando estendeu seu braço e lhes falou por intermédio de sua Palavra (Rm 10:21).
O livro encerra com a descrição de mensageiros indo aos confins da Terra para anunciar o que Deus havia feito por Israel (Is 66:19). O resultado será uma torrente de pessoas indo a Jerusalém (ver Is 2:3 e 66:12) para levar suas ofertas ao Senhor. No passado, as nações gentias foram a Jerusalém para atacar e destruir, porém, na era do reino, irão para adorar e glorificar a Deus.
Isaías chamou o povo que professava pertencer a Deus a voltar-se para Deus. Advertiu quanto à hipocrisia e à falsa adoração. Suplicou por fé, obediência, um e uma vida que glorifique ao Senhor, eis a mensagem para a igreja o povo renovado por Deus. “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (ls 55:6).
Pr. Eli Vieira
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