O grupo extremista islâmico Hamas possui cerca de 30 mil combatentes na Palestina
Conheça os principais objetivos do maior grupo de resistência islâmica da Palestina
Hamas é uma sigla usada para se referir ao Harakah al-Muqawamah al-Islamiyyah, que significa Movimento de Resistência Islâmica. Esse grupo é a maior organização militante islâmica da Palestina, que controla a Faixa de Gaza, e tem como objetivo a destruição de Israel para a construção de um território palestino e islâmico.
O grupo Hamas possui uma aliança regional que inclui Irã, Síria e o grupo extremista islâmico Hezbollah, do Líbano. Todos se opõem à interferência política dos Estados Unidos no Oriente Médio e Israel.
Com a retirada de tropas e colonos de Israel de Gaza, em 2005, o Hamas integrou-se ao processo político palestino e venceu as eleições legislativas de 2006. No entanto, o grupo rival Fatah não aceitou os resultados, e o Hamas tomou o controle de Gaza com violência. A partir desse acontecimento, houve confrontos com Israel, de quem sofre um bloqueio territorial, bem como do Egito.
Como uma organização fundamentalista islâmica, o Hamas segue princípios da sharia (conjunto de leis islâmicas) e, assim que tomou o controle de Gaza, tornou o poder judicial e outras instituições governamentais autoritárias. Além disso, o grupo extremista censura os meios de comunicação de Gaza, a oposição de outras organizações e até manifestação de civis em redes sociais.
Atualmente, o Hamas controla os territórios onde habitam os palestinos, na Faixa de Gaza e parte da Cisjordânia. Seus representantes ocupam 74 das 132 cadeiras disponíveis no Conselho Legislativo da Palestina desde 2006, quando 45% da população votou nos representantes do grupo.
Quando e como surgiu o Hamas?
O Hamas surgiu em 1987 durante a primeira Intifada Palestina, um movimento contrário à ocupação de Israel na Faixa de Gaza e Cisjordânia. O grupo é uma ramificação da Irmandade Muçulmana, a maior e mais antiga organização islâmica do Egito.
Desde sua fundação pelo imã (líder religioso islâmico) Ahmed Ismail Hassan Yassin, o Hamas tem um estatuto que define o território de Palestina e Israel como propriedade eterna do povo muçulmano, dado por Alá. Para conquistar esse objetivo, seu desejo declarado é implantar uma luta armada contra Israel a partir das brigadas Izzedine al-Qassam e desenvolver socialmente a população palestina.
Em um trecho do estatuto fica claro o objetivo do grupo Hamas: “Israel existirá e continuará existindo até que o islã o faça desaparecer, como fez desaparecer todos aqueles que existiram anteriormente a ele.”
Quem é o atual líder do Hamas?
O atual líder do Hamas é Mohammad Masri, mais conhecido como Mohammed Deif. Ele nasceu em 1965 no campo de refugiados Khan Yunis, criado em 1948, após a primeira guerra árabe-Israelense. Deif se juntou ao Hamas em 1987, durante a primeira Intifada.
O líder do grupo é graduado em Biologia pela Universidade Islâmica de Gaza, onde liderou um comitê de entretenimento e atuava em comédias. Mas, no Hamas, Deif idealizou a rede de túneis e liderou a fabricação de bombas. Essas habilidades o colocaram na lista de mais procurados de Israel, por ser responsável por atentados suicidas que provocaram a morte de centenas de israelenses.
Em 1989, o líder do Hamas foi preso por 16 meses, mas isso não o fez desistir de integrar o grupo. Deif continuou seu trabalho e age discretamente, para que consiga preservar sua vida e a liderança no grupo. Ele já enfrentou consequências da exposição quando perdeu a esposa e os filhos em um ataque aéreo de Israel, em 2014.
Deif não usa tecnologia digital, como celular, e costuma aparecer mascarado nos vídeos veiculado pelo Hamas. Segundo uma fonte do grupo à CNN, o atual líder perdeu um olho e tem graves ferimentos na perna resultantes de uma tentativa de assassinato de Israel.
Qual é o poderio militar do Hamas?
De acordo com órgão de inteligência de Israel, o Hamas contava com 30 mil combatentes antes do ataque em 7 de outubro. No entanto, a mídia árabe garante que o número de soldados chega a 40 mil.
O arsenal mais pesado do Hamas é variado e cedido por diversos países do Oriente Médio, como Irã, Síria e Líbia. O grupo jihadista recebeu milhões de dólares americanos em apoio militar do Irã, para treinamento e armamento. Mas o país nega envolvimento no ataque recente contra Israel.
Já as armas e fuzis de assalto são de origem chinesa e de países do Leste Europeu, algumas também foram apropriadas a partir de combates. O Hamas possui uma média de 30 mil foguetes fabricados localmente, além de drones, explosivos improvisados, minas, mísseis teleguiados e morteiros.
Como o Hamas persegue os cristãos?
Assim como outros grupos extremistas islâmicos, o Hamas tem o objetivo de criar um Estado islâmico baseado na sharia. Nesse cenário, cristãos são tratados como cidadãos de segunda classe, costumam ficar com os empregos insalubres, não recebem apoio social do Estado, são proibidos de cultuar em público e compartilhar a fé.
Os cristãos que deixam o islã para seguir a Jesus podem ser punidos com agressão, prisão e até morte por governos de grupos radicais islâmicos. Além disso, a família e a comunidade muçulmana costumam assediá-los, agredi-los, prendê-los em casa, forçar um casamento com muçulmanos radicais e até assassiná-los para restabelecer a honra da família.
Em seu estatuto, o Hamas explica sua posição teórica em relação a outras religiões diferentes do islã: “Mostra-se hostil apenas para com aqueles seguidores de outras religiões que fazem hostilidades para com o Movimento, ou que se colocam em seu caminho, impedindo suas atividades e prejudicando seus esforços. Sob as asas do islã, os seguidores das três religiões – islamismo, cristianismo e judaísmo – podem coexistir em segurança e a salvo”.
Porém, a realidade dos cristãos que vivem em países onde o fundamentalismo islâmico predomina é diferente e a perseguição aos seguidores de Jesus costuma ser extrema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário