quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Dia dos Humildes Começos

por João Calvino
Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra. Zacarias 4.10
Deus, para mostrar ainda mais o seu poder, começa a construção do seu templo espiritual com coisas pequenas. Não se vê nada grandioso que atraia a vista e os pensamentos dos homens, antes tudo é quase desprezível. Deus bem que poderia manifestar logo o seu poder e suscitar assim a atenção de todos os homens, assombrando-os. Mas seu propósito é aumentar o brilho do seu poder com a operação de maravilhas; aquilo que ele faz a partir de coisas insignificantes, trazendo à luz o que nunca se imaginaria. Ademais, o propósito dele é pôr à prova a fé do seu povo, pois compete-nos sempre esperar além da esperança. Ora, se o começo promete algo grande e sublime, não há confirmação nem provação de fé; mas quando esperamos pelo que não se vê, damos a Deus a honra que lhe é devida, pois dependemos exclusivamente do seu poder e não de recursos imediatos. Não há quem às vezes não esmoreça ao ver diante do mundo um começo de Igreja tão insignificante e tão desprovido de dignidade. Entretanto, sabemos que Cristo é o mestre de obras e os ministros são os operários que militam sob as suas ordens.
Oração
Concede, ó Deus onipotente, visto que hoje Satanás opõe muitos terrores para nos abater e porque somos fracos demais, — ó concede que, erguendo os olhos além, meditemos no teu poder invencível, com que podes derrotar todos os obstáculos do mundo. Assim, se no universo parecer que nada, senão o irrisório, confirma e sustenta a nossa fé, que pelos olhos da fé vejamos ainda assim teu pode invisível nunca duvidando que farás ao final aquilo que agora o mundo considera impossível e ridiculariza; que perseveremos sempre nessa confiança, de sorte que todos te consagremos o nosso labor, até que finalmente sejamos congregados — e outros sejam também reunidos pela nossa operosidade — para te oferecer sacrifícios espirituais como os que agora recebes de nós, e também oferecer-te juntamente com os anjos o sacrifício de louvor eterno e a ação de graças triunfante, ao vermos aperfeiçoado aquilo que agora não é senão um débil começo. Amém.

Fonte:
Devotions and prayers of John Calvin, 52 one-page devotions with selected payers on facing pages. Org. Charles E. Edwards. Old Paths Gospel Press. S/d. Pags. 94 e 95. Tradução: Marcos Vasconcelos, fevereiro/2010.

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