quinta-feira, 19 de março de 2020

É TEMPO DE AVANÇAR PELA FÉ




Josué 3 – 4
Há alguns anos o ex-primeiro ministro britânico, Benjamim Disraeli disse: "O MUNDO JAMAIS FOI CONQUISTADO POR INTRIGAS; ANTES, FOI CONQUISTADO PELA FÉ". 

Meus irmãos, o Livro de Josué concentra-se na fé de Israel como nação. Este livro trata de questões que vão além de história antiga, daquilo que Deus fez séculos atrás pelos israelitas. 

O livro de Josué diz respeito a sua vida e à vida da Igreja nos dias de hoje, ao que Deus quer fazer aqui e agora pelos que crêem nele. O Livro de Josué trata da vitória da fé e da glória que Deus recebe quando seu povo crê e obedece. 

Na vida cristã, você é vencedor ou vencido, vitorioso ou vítima. Afinal, Deus não nos salvou para nos transformar em estátuas para exibição. Fomos salvos para que nos transformasse em soldados, avançando pela fé a fim de tomar posse de nossa rica herança em Cristo Jesus. Moisés expressou esse fato com perfeição: "Dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra" (Dt 6:23). 

Hoje a muita gente do povo de Deus com a ideia equivocada quanto a salvação - ser liberto da escravidão do Egito - é tudo o que há na vida cristã, quando, na verdade, a salvação é apenas o começo. Tanto em nosso crescimento pessoal quanto em nosso serviço ao Senhor "ainda muitíssima terra ficou para se possuir" (Js 13:1). O tema do Livro de Josué também é o tema do Livro de Hebreus: "Deixemo-nos levar" (Hb 6:1), e a única forma de fazer isso é pela fé. 

A incredulidade nos faz dizer: "Voltemos para um lugar seguro", mas pela fé podemos declarar: "Avancemos para onde Deus está operando" (ver Nm 14:1-4). 

Deus ainda é o mesmo, e os princípios da fé também. O que parece ter mudado é a atitude do povo de Deus: não cremos mais em Deus, nem agimos pela fé em suas promessas. As promessas de Deus nunca falham (Js 21:45; 23:14; 1 Rs 8:56), mas podemos deixar de viver pela graça de Deus e de tomar posse de tudo o que ele nos prometeu (Hb 3:7-19; 12:15). Deus nos fez sair da escravidão para que pudéssemos entrar na vida que nos prometeu, mas muitas vezes não podemos "entrar por causa da incredulidade" (Hb 3:19). 

Em Josué 3 e 4, podemos aprender três coisas essenciais para que como povo de Deus possamos avançar pela fé e tomarmos posse de tudo o que ele tem para nós: a palavra da fé, a jornada de fé e o testemunho da fé.

1. A PALAVRA DA FÉ (Js 3:1-13) 
Enquanto a nação estava aguardando à beira do rio Jordão, o povo deve ter ficado imaginando o que Josué pretendia fazer. Por certo, ele não ia pedir que atravessassem o rio a nado, pois era a estação das cheias e o rio estava cheio (Js 3:15). Não tinham como construir barcos nem balsas para transportar mais de um milhão de pessoas pela água até o outro lado. Além disso, ao se aproximarem desse modo da terra, seriam alvo fácil para os inimigos. O que seus líderes iriam fazer? 

Como Moisés antes dele, Josué recebia ordens do Senhor e lhes obedecia pela fé. "E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo" (Rm 10:17). 

Meus irmãos alguém disse bem “QUE TER FÉ NÃO É CRER APESAR DAS EVIDÊNCIAS, MAS SIM OBEDECER APESAR DAS CONSEQUÊNCIAS”. 

Ao ler Hebreus 11, o grande "capítulo da fé" nas Escrituras, você descobre que todas as pessoas citadas neste capítulo fizeram algo em função de sua fé em Deus. SUA FÉ NÃO FOI UM SENTIMENTO PASSIVO, MAS UMA FORÇA ATIVA. Porque Abraão creu em Deus, ele saiu de Ur e rumou para Canaã. Porque Moisés creu em Deus, desafiou os deuses egípcios e conduziu os israelitas à liberdade. Porque Gideão creu em Deus, liderou um pequeno grupo de israelitas que venceu o enorme exército midianita. A VIDA DE FÉ SEMPRE NOS LEVA A AGIR. "Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta" (Tg 2:26). 

Neste parágrafo, há cinco mensagens diferentes, todas baseadas na Palavra de Deus, que é a "palavra da fé" (Rm 10:8). O povo obedeceu a essas mensagens pela fé, e Deus os fez atravessar o rio. 

1-A mensagem dos líderes para o povo (vv. 1-4). Josué costumava acordar cedo (Js 6:12; 7:16; 8:10) e passava as primeiras horas do dia em comunhão com Deus (Js 1:8). Nesse sentido, era parecido com Moisés (Êx 24:4; 34:4), com Davi (Sl 57:8; ver 119:147), com Ezequias (2 Cr 29:20) e com Jesus Cristo (Mc 1:35; ver Is 50:4). É impossível viver pela fé e ignorar a Palavra de Deus e a oração (At 6:4), pois a fé é alimentada pela adoração e pela Palavra. As pessoas que Deus usa e abençoa sabem disciplinar seu corpo de modo a dedicar-se ao Senhor nas primeiras horas da manhã. 

2-A mensagem de Josué para o povo (v. 5). Essa mensagem foi, ao mesmo tempo, uma ordem e uma promessa, e o cumprimento da promessa dependia da obediência à ordem. Algumas promessas de Deus são incondicionais, e tudo o que precisamos fazer é crer, enquanto outras exigem que preenchamos certos requisitos. Ao satisfazer essas condições, não estamos trabalhando para merecer a bênção, mas sim nos certificando de que nosso coração está preparado para a bênção de Deus. 

3-A mensagem de Josué aos sacerdotes (v. 6). Era responsabilidade dos sacerdotes carregar a arca da aliança e ir adiante do povo quando marchavam. Foi preciso fé e coragem para fazer seu trabalho, mas eles creram em Deus e confiaram na fidelidade da Palavra do Senhor. 

4-A mensagem do Senhor para Josué (vv. 7, 8). Quando Moisés liderou a nação na travessia do mar Vermelho, esse milagre engrandeceu Moisés diante do povo, e os israelitas reconheceram que ele era, de fato, servo do Senhor (Êx 14:31). Deus faria a mesma coisa por Josué no Jordão e, ao fazê-lo, lembraria o povo de que o Senhor estava com Josué assim como havia estado com Moisés (Js 4:14; ver 1:5, 9). Moisés e Josué, porém, haviam recebido autoridade do Senhor antes dos milagres, mas os milagres conferiram-lhes grandeza diante do povo. A liderança eficaz requer tanto autoridade quanto grandeza. 

5-A mensagem de Josué para o povo (vv. 9-13). Depois de instruir os sacerdotes que estavam carregando a arca, Josué compartilhou as palavras do Senhor com o povo. Não engrandeceu a si mesmo, mas sim ao Senhor e às bênçãos de sua graça concedidas à nação Josué não fez um discurso para "levantar o moral" do povo. Simplesmente lembrou os israelitas das promessas de Deus - a "palavra da fé" - e os incentivou a crer e a obedecer. 

Ao recapitular essas cinco mensagens, vê-se que o Senhor deu aos israelitas toda a informação de que precisavam para realizarem a tarefa que lhes atribuía. SÃO ENCONTRADAS AS CONDIÇÕES QUE DEVERIAM PREENCHER, AS ORDENS A QUE DEVERIAM OBEDECER E AS PROMESSAS NAS QUAIS DEVERIAM CRER. Deus sempre dá sua "palavra da fé" a seu povo quando pede que o siga até novas regiões de conflito e de conquista. Com seus mandamentos, Deus concede a capacitação, e as promessas de Deus não falham. Séculos depois da conquista, o rei Josafá deu um conselho que ainda se aplica aos dias de hoje: "Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis" (2 Cr 20:20). "Nem uma só palavra falhou de todas as suas boas promessas" (1 Rs 8:56).

2. A JORNADA DE FÉ (JS 3:14-17) 
Durante a maior parte do ano, o rio Jordão tinha pouco mais de trinta metros de largura, mas na época das cheias de primavera, o rio transbordava sobre as margens e chegava a ter mais de um quilômetro e meio de largura. Assim que os sacerdotes carregando a arca colocaram os pés no rio, as águas pararam de correr e se detiveram como muros, cerca de trinta quilômetros rio acima, perto de uma cidade chamada Adã. Foi um milagre de Deus em resposta à fé de seu povo. 

SE NÃO DERMOS UM PASSO DE FÉ (JS 1:3) e se não "molharmos nossos pés", é pouco provável que tenhamos grandes progressos em nossa vida e serviço para Cristo. Cada passo que os sacerdotes davam abria a água diante deles até ficarem no meio do rio em terra seca. Postaram-se ali até o povo todo passar e, quando a nação inteira havia atravessado, os sacerdotes caminharam até a outra margem, e o rio voltou a correr. 

Quando Israel atravessou o Jordão, não foi o braço obediente do líder que operou o milagre, mas sim os pés obedientes do povo. Se não estivermos dispostos a dar um passo de fé e obedecer à Palavra do Senhor, Deus não abrirá o caminho para nós. 

Em Hebreus 3 - 4, o escritor usou a experiência de Israel em Cades-Barneia para advertir os cristãos insensatos a não ficarem aquém de tudo o que Deus planejou para eles. É impossível ficar parado na vida cristã: ou avançamos pela fé, ou regredimos em incredulidade. 

Meus irmãos, sempre devemos seguir a Deus nos momentos de aflição e dificuldade -Como vimos, Josué chamou a atenção do povo para a presença da Arca, dizendo: “Vocês vão seguir a Arca, mantendo uma distância para que ela fique bem visível. Quando a Arca atravessar o rio, vocês atravessam atrás”. 

Isso nos ensina algumas coisas:
 Primeiro, que Deus tem uma aliança conosco, como já foi dito, em que ele promete nos proteger, nos guardar, nos abençoar e nos dar a vida eterna. A única condição é que creiamos no seu Filho, Jesus Cristo, e vivamos neste mundo para a sua glória. 

É NECESSÁRIO NOS SANTIFICARMOS COMO PREPARAÇÃO PARA O AGIR PODEROSO DE DEUS -É isto que Josué está dizendo: “Santificai-vos, porque amanhã o SENHOR fará maravilhas no meio de vós”. O que é santificar-se? É se separar de tudo o que é contrário a Deus, é se consagrar e se dedicar a ele. Geralmente é um processo, mas às vezes, diante de uma crise, é necessária uma atitude séria e radical em sua vida. 

PRECISAMOS AGIR E DECIDIR - Deus abriu o rio, mas o povo teve que atravessá-lo. Às vezes há uma inércia espiritual no meio do povo de Deus. Quando as oportunidades estão diante de nós, quando Deus abre o rio, devemos atravessar. 

Eu me lembro de uma história contada por Ronald Reagan, conhecido ex-presidente americano. Ele disse que, quando ainda jovem, era muito indeciso, e em certo momento precisou de um par de sapatos. Foi ao sapateiro de seu bairro e encomendou um par de calçados pretos de couro. O sapateiro perguntou: 
— Bico quadrado ou redondo? 
Reagan respondeu: 
— Não consigo decidir. 
O sapateiro então decidiu começar a trabalhar no sapato e pediu a Reagan que voltasse em uma semana. Na semana seguinte, o rapaz voltou e o sapateiro fez a mesma pergunta, e novamente Reagan não sabia a resposta. O sapateiro pediu então que Reagan voltasse novamente na outra semana. Quando ele voltou, o sapateiro havia feito um pé com bico redondo e outro com bico quadrado. 

Se você não toma a decisão, alguém vai tomar por você. Deus abre o rio, mas você tem de entrar, e entrar firme, pela fé, seguindo a Palavra de Deus e o caminho que ele mostrou, confiando que ele haverá de cumprir todas as suas promessas. 

Meu irmão que está abatido, vencido e desanimado diante de algum Jordão da vida. Eu gostaria que você olhasse para todo o seu sofrimento e toda a sua dificuldade à luz do que está nesse texto que acabamos de estudar. É o mesmo Deus; ele não mudou. Ele é o Deus todo-poderoso e é chamado várias vezes nessa passagem de o Senhor de toda a terra; ele é chamado de Deus vivo. Ele não mudou. 

Em vez de olhar para as dificuldades e angústias e se concentrar nelas, olhe para o Deus com quem você tem uma aliança, que entrou em aliança com você mediante Jesus Cristo. Renove esse pacto e diga: “Senhor, tu és de fato o meu Deus. Se não poupaste o teu próprio Filho, antes o entregaste por mim, como não me darás, juntamente com ele, todas as coisas?”. 

Disponha-se a obedecer à sua Palavra. Boa parte dos problemas que criamos para nós mesmos neste mundo surge porque desobedecemos a princípios claros da Palavra de Deus a respeito de como viver, como ganhar o pão, como nos divertir, com quem nos relacionar, com quem casar etc. 

Boa parte dos problemas é resultado de desobediência ou descaso para com a Palavra de Deus. Então, resolva que você vai colocar a sua vida em ordem diante desse Senhor e vai começar a andar com ele pela fé. Santifique-se e viva, então, para a glória de Deus. 

3. O TESTEMUNHO DA FÉ (Js 4:1-24) 
O Senhor estava no controle de tudo o que ocorreu no rio Jordão naquele dia. Disse aos sacerdotes quando entrar no rio e quando sair dele e ir para a outra margem. Ordenou às águas quando deveriam se deter e quando retomar o curso. Tanto as águas quanto o povo obedeceram ao Senhor, e tudo correu de acordo com os planos de Deus. Foi um dia que glorificou ao Senhor e que engrandeceu seu servo, Josué (Js 4:14). 

O povo de Israel ergueu dois montes de pedras como memoriais da travessia do rio Jordão: doze pedras em Gilgal (vv. 1-8, 10-24) e doze pedras no meio do rio (v. 9). Esses monumentos eram testemunhas de que Deus honra a fé e opera em favor daqueles que confiam nele. 

1-AS PEDRAS COLOCADAS EM GILGAL (VV. 1-8, 10-24), foram carregadas pelos doze homens nomeados anteriormente, cada um proveniente de uma das tribos (Js 3:12). Quando esses homens chegaram ao meio do rio, cada um pegou uma pedra grande e carregou-a quase treze quilômetros até Gilgal, onde a nação acampou naquela noite. 

Essas doze pedras empilhadas eram uma lembrança daquilo que Deus havia feito por seu povo. Os israelitas acreditavam na importância de ensinar a geração seguinte sobre Jeová e seu relacionamento especial com o povo de Israel (Js 4:6, 21; Êx 12:26; 13:14 ; Dt 6 :20 ; ver Sl 34:11-16 ; 71:17, 18; 78:1-7; 79:13; 89:1; 102:18). Para um incrédulo, doze pedras empilhadas não passavam de um monte de pedras, mas para um israelita que cria em Deus, era uma lembrança constante de que Jeová era seu Deus, operando maravilhas em favor de seu povo. 

Note, porém, que Josué coloca sobre os israelitas a obrigação de temer ao Senhor e de dar testemunho dele para o mundo todo (Js 4:24). O DEUS QUE PODE ABRIR O RIO É O DEUS A QUEM TODOS DEVEM TEMER, AMAR E OBEDECER! 

2- O MONUMENTO LEVANTADO NO MEIO DO RIO (V. 9) e, para os israelitas, deve ter sido estranho ver seu líder fazer isso. Afinal, quem, além de Deus, poderia ver doze pedras amontoadas no leito de um rio? 

a-O monumento em Gilgal lembrava os israelitas de que Deus havia aberto o rio Jordão, conduzindo-os em segurança à Terra Prometida. O povo havia rompido com o passado e não deveria, jamais, pensar em voltar. 

b-O monumento no fundo do rio lembrava o povo de que sua vida antiga havia sido sepultada e de que, daquele momento em diante, deveriam andar em "novidade de vida" (Rm 6:1-4). 

Assim, sempre que uma criança israelita passasse pelas doze pedras em Gilgal, os pais lhe explicariam o milagre da travessia do rio. Diriam também: "Há outro monumento no meio do rio, onde os sacerdotes ficaram com a arca. Não dá para vê-lo, mas está lá. Ele nos lembra de que nossa vida antiga foi sepultada e de que agora devemos viver uma nova vida em obediência ao Senhor". 

Não há nada de errado em erguer memoriais, desde que não se tornem ídolos que afastam nosso coração de Deus e que não nos amarrem ao passado de tal forma que deixemos de servir a Deus no presente. A glorificação do passado é uma excelente forma de petrificar o presente e de privar a igreja de poder. As gerações seguintes precisam de lembranças daquilo que Deus fez na história, mas essas lembranças também devem fortalecer sua fé e aproximá-las do Senhor. 

Deus nos faz sair da escravidão para nos conduzir à Terra Prometida (Dt 6:23) e nos faz entrar nessa terra para que possamos vencer e nos apropriar de nossa herança em Cristo Jesus. Pelo fato de o povo de Deus ser identificado com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6; Gl 2:20), os cristãos têm o "poder de vencer", não precisam ser derrotados pelo mundo (Gl 6:14), pela carne (Gl 5:24) ou pelo diabo (Jo 12:31). Somos vencedores em Jesus Cristo (1 Jo 5:3). 

Se deseja apropriar-se de sua herança espiritual em Cristo, creia na Palavra da fé e molhe os pés. Dê um passo na jornada de fé, e Deus abrirá caminho para você. Entregue-se ao Senhor, morra para sua vida do passado (Rm 6), e Deus o conduzirá à terra e lhe dará "os dias do céu acima da terra" (Dt 11:21). 

Nós não precisamos desse memorial, no entanto, porque a história está reservada em um monumento mais perene, que é a Escritura. As doze pedras e sua história estão no livro que é a revelação eterna do Todo-Poderoso. 

Vejamos o que elas têm a nos ensinar: 

O NOSSO DEUS É TODO-PODEROSO - Os milagres dos quais a Bíblia fala aconteceram; trata-se de fatos históricos, e não de mitos ou lendas. Não foram invenção da nação de Israel. 

Aquelas doze pedras, então, nos fazem lembrar que o nosso Deus é todo-poderoso. Ele intervém, abre rios e mares e faz o que quer — nada lhe é impossível. 

CORREMOS O RISCO DE ESQUECER DE DEUS E DE SEUS ATOS - Se lembrar fosse fácil e natural, Deus não teria mandado erguer um monumento para que o povo se lembrasse do que aconteceu. Sabemos, no entanto, a facilidade que temos para nos esquecer das coisas grandes que Deus fez. 

O NOSSO SOCORRO VEM DO SENHOR - A nação de Israel estava diante do obstáculo intransponível que era o rio Jordão, mas a Arca do Senhor foi à frente, cortou as águas e o povo passou. A Arca simbolizava a presença de Deus e a sua aliança conosco. 

DEVEMOS ENSINAR AOS NOSSOS FILHOS OS GRANDES ATOS DE DEUS - Esse era um objetivo declarado do monumento das doze pedras, para contar às futuras gerações, aproveitando a curiosidade natural das crianças. Com base em uma pergunta de uma criança, o pai israelita contaria a seus filhos as histórias de Josué, de Raabe, da destruição de Jericó, do Êxodo ou da Criação. A ideia é justamente que uma geração ensine a outra sobre os grandes atos de Deus. 

Podemos olhar para trás, agradecer a Deus pelo que ele fez e pedir que ele realize hoje a sua libertação, atuando em nosso favor, nos livrando de todo o mal. E por isso podemos ter ânimo e olhar para o futuro com esperança. 

CONCLUSÃO 

Por que nós, cristãos, muitas vezes atravessamos a vida desanimados, desiludidos, sem perspectivas ou sonhos? A resposta é que esquecemos por que a Bíblia nos foi dada. Pense no memorial de doze pedras: Deus queria que seus feitos não fossem esquecidos. Ele queria ser lembrado de geração em geração para que cada uma delas clamasse a Deus. Ele queria que lembrássemos que ele é o mesmo ontem e hoje, e que será eternamente o nosso socorro e auxílio. 

Não temeremos, no entanto, porque o mesmo Deus que agiu em favor de Israel é o Deus de hoje. Seu desejo é que nos lembremos disto: ele vai nos segurar, nos sustentar, nos dar a vitória em lutas e batalhas; ele vai à frente e seu plano haverá de se cumprir. Que você possa se lembrar disso e ter esperança, alento, coragem e força. 

Autor:W.W/Pr. Eli




A Graça de Deus é Suficiente



II Coríntios 12:7-10 – Graça Divina.

Existe um ditado que diz: “Quem se ajoelha diante de Deus, não se curva diante das dificuldades” – Não sei quem é o autor da frase, mas sei que ela é muito verdadeira. A soberba faz com que o coração do homem se torne elevado ao ponto de negar o seu Criador. Quando reconhecemos nossas limitações sabemos o quanto necessitamos de Deus. E isso, normalmente, acontece em meio às fraquezas, e em meio às dores.



Para evitar que o apóstolo Paulo se ensoberbecesse, foi-lhe dado “um espinho na carne”. Paulo reconhece o propósito daquilo que serve como instrumento de manutenção do seu ministério. Contrariamente as aparências, aquele espinho era o resultado da graça maravilhosa daquele que muito lhe amava. Esse “incômodo companheiro de trabalho” servia para subjugar a carne de Paulo. Mas, não somente sobre Paulo, mas para todos que vivem em Cristo as enfermidades e as provações são preciosas, que na verdade contribuem para enfraquecer o homem carnal, a fim de que o poder de Deus se manifeste diante do mundo.


Três lições importantes podemos tirar deste texto:

1ª: Não Devemos Nos Exaltar: A aflição da vida não se compara a graça de Deus sobre aqueles que O amam. Quando o apóstolo Paulo direciona suas palavras ao reconhecimento do amor de Deus sobre ele e sobre o seu ministério, ele o faz de forma sincera (v.7). Paulo faz uma declaração sobre o que controlava suas palavras e suas ações. Paulo tinha um histórico cheio de motivos para o orgulho e a soberba (11:16-33). Paulo reconhece ser possuidor de grandes revelações (vs.1-6). Mas tudo aquilo resultava em fraqueza humana, e para o homem Paulo, o espinho na carne, o mensageiro de Satanás, o esbofetear diário, servia como um limite a exaltação pessoal. Paulo se mostra reconhecedor das suas fraquezas e em suas palavras entendemos que A Graça de Deus é Suficiente.

2ª: Devemos Buscar a Deus:Paulo se curva diante de Deus (vs.8/Ef.3:14). Paulo era um homem de oração. A oração nos aproxima de Deus; nos fortalece; nos ensina; nos coloca no devido lugar diante de Deus. Quando oramos falamos com Deus. Paulo pede por três vezes o afastamento do “espinho indesejável”. Era um momento de comunhão, um momento de fé. Devemos buscar a Deus sempre, independente da Sua resposta, e Paulo sabia disso. Assim como Paulo, devemos entender que A Graça de Deus é Suficiente.

3ª: Devemos Aceitar a Vontade de Deus: Paulo não somente fala, mas Paulo também escuta. A resposta de Deus não contraria o apóstolo. A resposta negativa serve como alento e estímulo, força no caminhar diário, força na fraqueza (vs.9,10). Paulo reconhece que os sofrimentos de Cristo não foram em vão. A fraqueza aos olhos humanos representa a derrota, mas diante de Deus nossas limitações, e o reconhecimento delas, representam poder. Poder aperfeiçoado, pronto para o serviço, para o Reino. Para Paulo, “poder de Cristo”. Paulo se sente forte porque ele é reconhecedor de que A Graça de Deus é Suficiente.

Conclusão:

É bem verdade que Deus põe um espinho em cada um de nós. Quando estamos ao Seu serviço, este espinho se manifesta de formas diversas. Mesmo que aja em nossas vidas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições e angústias, devemos seguir os ensinamentos bíblicos e adotar as lições deixadas pelo apóstolo Paulo: Não devemos nos exaltar, Devemos buscar a Deus e Devemos aceitar a vontade de Deus. Porque devemos ser reconhecedores de que A Graça de Deus é Suficiente.


Assim diz o Senhor.

Sobre o autor:
Rev. Jadson Azevedo da Cunha, casado com Nilena Ratis Cavalcanti da Cunha, pai de Luísa e Vitória.Pastor da Igreja Presbiteriana Ebenézer, Bom Conselho-PE e professor do IBN, Garanhuns-PE.

quarta-feira, 18 de março de 2020

DEZ MANEIRAS PELAS QUAIS ESSA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS PODE SER BENÉFICA


Pastor Joel Beeke.

Sou cristão e, portanto, quero olhar para essa pandemia de coronavírus através das lentes da Bíblia, particularmente de Romanos 8: 28,29: “E sabemos que para quem ama a Deus, todas as coisas trabalham juntas para o bem, para quem são chamados de acordo com seu propósito. Para aqueles que ele conheceu, ele também predestinou a ser conformado à imagem de seu Filho, para que ele pudesse ser o primogênito entre muitos irmãos.”
Este texto nos ensina que, para nós, crentes em Cristo, todas as coisas, sem exceção, incluindo o coronavírus, trabalham juntas para o bem. Embora, às vezes, em tempo de grande provação, sintamos o que Jacó sentiu, "todas essas coisas estão contra mim" (Gênesis 42:36). Mais tarde, porém, quando olharmos para trás, iremos dizer como José: “Deus quis que fosse para sempre” (Gênesis 50:20).

Então, como esse coronavírus pode ser para o nosso bem? Deixe-me sugerir dez maneiras pelas quais esse vírus pode ser para o nosso bem.

1. Ele pode nos unir em oração globalmente, já que o vírus está agora em pandemia. Não subestimemos o que nossas orações podem fazer. O avivamento começa com a oração.
2. Pode abrir uma porta para compartilharmos o evangelho com os incrédulos. Com esta pandemia, nós, cristãos, temos uma maravilhosa oportunidade de mostrar o amor de Cristo aos outros. Jesus diz: “Deixe sua luz brilhar diante dos outros, para que eles possam ver suas boas obras e dar glória a seu Pai que está nos céus” (Mt 5:16).
3. Pode nos afastar de alguns de nossos ídolos no mundo, como esportes, já que esse vírus causou cancelamentos e adiamentos de eventos esportivos. Infelizmente, alguns cristãos preferem assistir ou participar de um evento esportivo no domingo a adorar a Deus.
4. Pode nos obrigar a confiar em Deus para a cura, uma vez que ainda não existe uma vacina conhecida para esse vírus. Os medicamentos são dons de Deus, mas às vezes dependemos mais desses dons do que do doador.
5. Pode dar aos pais um tempo especial para ficar com seus filhos, pois esse vírus também causou o fechamento das escolas. Vamos pedir ajuda a Deus para que nosso tempo com nossos filhos se torne uma bênção e não um fardo. Vamos lembrar também que nossos filhos estão nos observando. Assim, pelo que dizemos e fazemos, vamos ensiná-los a reagir a uma crise como essa de uma maneira que honre a Deus.
6. Pode servir como uma ocasião para “ficarmos quietos e sabermos que o Senhor é Deus” (Sl 46:10). O ritmo de vida em que vivemos agora é tão rápido que mal encontramos tempo para fazer uma pausa e meditar na Palavra de Deus. Como esse vírus interrompeu a vida normal, para a maioria de nós temos tempo extra para comungar com Deus e refletir sobre as coisas celestiais e eternas.
7. Pode nos deixar cara a cara com a realidade da morte, pois esse vírus continua a reivindicar vidas em todo o mundo . "E assim como é designado que o homem morra uma vez, e depois vem o julgamento" (Heb. 9:27). Você está pronto para morrer?
8. Pode ser um chamado de Deus para nos arrepender de nossos pecados. Normalmente, uma peste é um sinal do julgamento de Deus. Por exemplo, em 2 Samuel 24, Deus puniu Seu povo da aliança por causa do pecado de Davi e o castigo de Deus chegou a eles em uma forma de pestilência que ceifou 70.000 vidas.
9. Pode nos indicar a Segunda Vinda de Cristo. De certo modo, não devemos nos surpreender ao ver mais eventos como essa pandemia, como o próprio Jesus diz sobre os últimos dias: “Nação se levantará contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, e em vários lugares fomes e pestilências ”(Lucas 21:10,11). Infelizmente, as pessoas se preparam para a chegada do coronavírus, mas dão pouca atenção à Segunda Vinda de Cristo.
10. É certo que Deus só usará essa pandemia como instrumento em Sua mão para nos conformar mais à imagem de Seu Filho Jesus Cristo. Portanto, o coronavírus não foi projetado para nos afastar de Deus, mas para nos aproximar Dele. É nesse sentido que esse vírus é, em última análise, para o nosso bem espiritual e para a própria glória de Deus.
Portanto, irmãos cristãos: "Não se perturbe o seu coração" (João 14: 1).

Tradução: Glória Santiago PIPR

Lições Práticas sobre Provações e Perseverança



Lições práticas sobre a vida de Idelette esposa de João Calvino – por Joel R. Beeke

Logo após seu retorno à Genebra, Idelette prematuramente deu à luz um menino, o qual chamaram Jacques. O bebê morreu um mês depois, em agosto de 1542. “O Senhor certamente infligiu uma ferida severa e amarga através da morte de nosso filhinho”, Calvino escreveu a Viret. “Mas Ele próprio é um Pai e sabe o que é necessário para Seus filhos”. Na mesma carta, Calvin observou que Idelette estava muito aflita para escrever, embora ela estivesse se submetendo a Deus em sua aflição. Ela também quase havia perdido a vida durante o nascimento do bebê. Calvino escreveu para Viret que ela havia estado em “extremo perigo”.

Idelette se recuperou, mas teve tristeza após tristeza. Dois anos depois, ela deu à luz uma menina, em 30 de maio. Calvino escreveu para Farel, “Meus filhinha labuta sob uma febre contínua”, e dias depois ela também morreu.²¹ Algum tempo mais tarte, um terceiro filho nasceu morto. Em meio aos deveres e pressões esmagadores de Calvino, a dor pela perda de seus filhos foi a mais profunda, especialmente para Idelette. No entanto, ela e Calvino perseveraram, submetendo-se ao Senhor, e colocando sua confiança nEle.

A vida Idelette, que incluiu considerável sofrimento, nos mostra a beleza da submissão a Deus na dor, em vez de negar ou rebelar-se contra ela. Sua submissão nos ensina que o cristianismo genuíno se curva a Deus, confiando Nele como o maior amigo, mesmo quando Ele parece ser o nosso maior inimigo. O resultado final de tal confiança é o que os puritanos chamaram de “a jóia rara do contentamento cristão”. Todos podemos pedir por uma maior porção dessa submissão como a de Cristo.

Então, insulto foi lançado sobre a tristeza quando alguns católicos romanos escreveram que, visto que a esterilidade no casamento era sinal de reprovação e julgamento, a condição de filhos de Calvino e Idelette deveria ser juízo de Deus contra Calvino. Um escritor, Baudouin, ainda escreveu: “Ele se casou com Idelette, com quem não teve filhos embora ela estivesse no auge da vida, para que o nome deste homem infame não pudesse ser propagado”.

Calvin falou, mais tarde, que a profunda aflição por sua falta de filhos foi superada apenas pela meditação na Palavra de Deus e pela oração. Ele escreveu privadamente a seu amigo Pierre Viret, que ele também encontrava conforto em saber que possuía “miríades de filhos por todo o mundo cristão.”

Assim como Idelette, juntamente com seu marido, buscou refúgio na Palavra de Deus e na oração em seu momento de necessidade, devemos encontrar alívio em meio às provações da vida ao nos voltarmos em oração aos meios de graça fundamentados na Palavra. Você também tem descoberto que a Bíblia é um maravilhoso livro de conforto, e que a oração nos dá um consolo completamente diferente de tudo mais?

Mais sofrimento se seguiu. Por volta desta época, a praga atingiu pessoas por toda Genebra. Ela havia se espalhado por toda a Europa, deslocando centenas de milhares de pessoas de suas cidades e casas. De uma carta (Abril de 1541) a seu pai, descobrimos que Calvino enviou Idelette e seus filhos a Estrasburgo por segurança. A separação de Idelette foi insuportável. Embora Calvino estivesse profundamente preocupado com a segurança de sua esposa, ele também foi firme em sua confiança em Cristo. Devemos aprender com isso que nada na terra mantinha Idelette e Calvino tão fortemente unidos como seu vínculo de amor ancorado em Cristo.

Aprenda com Idelette, juntamente com seu marido, que o amor pela verdade que se baseia na inabalável confiança em Cristo é o que mantém um casal unido, mesmo em tempos de prolongada ausência e grande sofrimento. Precisamos cultivar confiança amorosa um no outro durante os tempos bons, quando não estamos debaixo de provações ou ausentes um do outro, de modo que possamos ter muito na mão para oferecer quando as provações e ausências impactarem nossas vidas.
Fonte: Facebook Defendendo o Evangelho

O conselho Pastoral de Martinho Lutero durante a Peste Negra em 1527



“Lutero e sua família também suportaram grande sacrifício pessoal e grandes riscos ao transformar sua casa e as salas de aula do Claustro Negro em hospital durante a peste de 1527. Esse ano foi excepcionalmente difícil para a família. Lutero teve uma doença tão grave que não acreditava mais em sua recuperação. O então único filho do casal, Hans, de apenas 1 ano, também adoeceu gravemente. Enquanto isso, Katie estava grávida do segundo filho, que nasceria em dezembro

“Lutero também defendia a abordagem do bom senso, em oposição ao abuso da fé. Em vez de uma atitude altiva para com a peste, Lutero recomendava: “Recorre à medicina; toma poções que possam ajudar, fumiga tua casa, quintal e rua; evita pessoas e lugares sempre que teu vizinho não tiver necessidade de tua presença ou se já tiver se recuperado”. O próprio Lutero colocou sua casa em quarentena depois de ela ter servido de hospital durante a peste, só por cautela. O princípio subjacente, porém, é amar o próximo. Para Lutero, isso não se aplicava apenas nos tempos bons, mas também nas piores horas. Ele declarou: “Um homem que não queira ajudar ou suportar os outros, só o fazendo se não puser em risco a própria segurança ou propriedade, jamais ajudará seu próximo”. E acrescenta: “A piedade nada mais é do que servir a Deus. O serviço a Deus é, na verdade, o serviço ao nosso próximo”.

Lutero tentou viver segundo todos esses princípios, os quais ele expressava publicamente. Tomava precauções, não abusando da fé, mas também servia ao próximo com coragem e sob grande risco pessoal.” (from “Além das 95 teses: A vida, o pensamento e o legado de Martinho Lutero” by Stephen Nichols)
Via Defendendo o Evangelho
Começe a ler o ebook gratuitamente http://amz.onl/jeXBIf1

O que a Igreja Primitiva pode nos Ensinar sobre o Coronavírus?



A igreja primitiva não estava alheia a pragas, epidemias e histeria em massa. De fato, de acordo com relatos cristãos e também não-cristãos, um dos principais catalisadores para o crescimento explosivo da igreja em seus primeiros anos foi como os cristãos lidaram com doença, sofrimento e morte. A postura da igreja causou uma impressão tão forte na sociedade romana que até imperadores romanos pagãos queixaram-se aos sacerdotes pagãos por causa de seu número declinante, dizendo-lhes para melhorarem sua abordagem.

Então, o que os cristãos fizeram de maneira diferente que abalou o Império Romano? E o que a igreja primitiva pode nos ensinar à luz do coronavírus?

Resposta Não-Cristã às Epidemias
Entre 249 e 262 dC, a civilização ocidental foi devastada por uma das pandemias mais mortais de sua história. Embora a causa exata da praga seja incerta, a cidade de Roma perdeu cerca de 5.000 pessoas por dia no auge do surto. Uma testemunha ocular, o bispo Dionísio de Alexandria, escreveu que, embora a praga não discriminasse entre cristãos e não cristãos, “todo o seu impacto caiu sobre [não-cristãos]”. Tendo notado a diferença entre as respostas cristãs e não-cristãs à praga, ele diz sobre os não-cristãos em Alexandria:

“No início da doença, eles empurraram os doentes para longe e expulsavam seus próprios entes queridos de casa, jogando-os nas estradas, antes mesmo de morrerem, e tratando cadáveres não enterrados como terra, esperando assim evitar a propagação e o contágio da doença fatal; mas, mesmo fazendo tudo o que podiam, achavam que seria difícil escapar”.

Relatos não-cristãos confirmam esse sentimento. Um século depois, o imperador Juliano tentou conter o crescimento do cristianismo após a praga, liderando uma campanha para estabelecer instituições de caridade pagãs que espelhavam o trabalho dos cristãos em seu reino. Em uma carta de 362 d.C., Juliano reclamou que os helenistas precisavam se igualar aos cristãos em virtude, culpando o recente crescimento do cristianismo por sua “benevolência para com estranhos, seu cuidado pelos túmulos dos mortos e a pretensa santidade de suas vidas”. Em outros lugares, ele escreveu: “Pois é uma vergonha isso. . . os ímpios galileus [cristãos] apóiam não apenas seus próprios pobres, mas também os nossos”.

Embora Juliano tenha questionado os motivos dos cristãos, seu constrangimento pelas instituições de caridade helênicas confirma que os esforços pagãos ficaram muito aquém dos padrões cristãos de servir os doentes e os pobres, especialmente durante as epidemias. De acordo com Rodney Stark em A ascensão do cristianismo, isso ocorre porque “por tudo o que [Juliano] instou os sacerdotes pagãos a condizerem com essas práticas cristãs, houve pouca ou nenhuma resposta, porque não haviam bases doutrinárias ou práticas tradicionais para eles se basearem”.

Resposta Cristã às Epidemias
Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto. De acordo com Dionísio, a praga serviu como “educação e teste” para os cristãos. Em uma descrição detalhada de como os cristãos reagiram à praga em Alexandria, ele escreve sobre como “os melhores” dentre eles serviram honrosamente os doentes até que eles mesmos pegaram a doença e morreram:

“Muitos de nossos irmãos cristãos mostraram amor e lealdade ilimitados, nunca poupando a si mesmos e pensando apenas no seu próximo. Indiferentes ao perigo, eles cuidaram dos enfermos, atendendo a todas as suas necessidades e ministrando-os em Cristo, e com eles partiram desta vida serenamente felizes; pois foram infectados por outros com a doença, provocando em si mesmos a doença de seus vizinhos e aceitando alegremente suas dores”.

Da mesma forma, na biografia de Poncius de Cipro, o bispo de Cartago, ele escreve sobre como o bispo lembrou aos crentes que deveriam servir não apenas aos cristãos, mas também aos não cristãos durante a praga:

“Não há nada de extraordinário em apreciar meramente nosso próprio povo com as devidas atenções de amor, mas esse alguém pode se tornar perfeito, que deve fazer algo mais do que homens ou publicanos pagãos, alguém que, vencendo o mal com o bem, e praticando uma bondade misericordiosa como a de Deus, deveria amar seus inimigos também… Assim, o bem foi feito a todos os homens, não apenas à família da fé”.

O impacto desse serviço foi duplo: (1) o sacrifício cristão por seus irmãos crentes impactou o mundo incrédulo ao testemunharem o amor comunitário como nunca haviam visto (João 13:35) e (2) o sacrifício cristão por não-cristãos resultou na igreja primitiva, experimentando crescimento exponencial à medida que os sobreviventes não-cristãos, que se beneficiavam do cuidado de seus vizinhos cristãos, se convertiam à fé em massa.

Resposta Cristã ao Coronavírus
Enquanto continuamos lutando com a forma de responder ao coronavírus, observe como os não-cristãos no Império Romano enfatizaram a autopreservação, enquanto a igreja primitiva enfatizava o serviço sacrificial sem medo. Enquanto os não-cristãos fugiram da epidemia e abandonaram seus entes queridos doentes por temer o desconhecido, os cristãos marcharam para a epidemia e serviram tanto aos cristãos quanto aos não-cristãos, vendo seu próprio sofrimento como uma oportunidade de espalhar o evangelho e modelar o amor cristão.

Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto.

Como podemos colocar essa postura em prática diante do COVID-19, nos diferenciando do mundo em como reagimos à crescente epidemia? Talvez comecemos resistindo ao medo que está levando ao pânico em vários setores da sociedade – em vez disso, modelando a paz e a calma em meio à crescente ansiedade ao nosso redor. Talvez possamos escolher patrocinar restaurantes e empresas asiáticas-americanas locais que outros americanos estão evitando devido a estereótipos baseados no medo. Também podemos procurar servir sacrificialmente nossos vizinhos, respeitando prudentemente os conselhos de profissionais médicos para ajudar a retardar a propagação da doença. Em vez de apenas nossa própria saúde, devemos priorizar a saúde da comunidade em geral, especialmente dos cidadãos mais vulneráveis, exercitando muita cautela sem perpetuar o medo, a histeria ou a desinformação. Isso pode significar custos para nós mesmos – cancelamento de viagens ou eventos planejados, ou mesmo colocar em quarentena se acharmos que fomos expostos – mas devemos aceitar esses custos com alegria.

Se a resposta não cristã à praga era caracterizada por autoproteção, autopreservação e evitar os doentes a todo custo, a resposta cristã era o oposto.

“Outras pessoas não acham que esse é o momento de celebração”, disse Dionísio sobre a epidemia de sua época. “[Mas] longe de ser um momento de angústia, é um tempo de alegria inimaginável”. Para deixar claro, Dionísio não estava comemorando a morte e o sofrimento que acompanham as epidemias. Em vez disso, ele estava se regozijando com a oportunidade que tais circunstâncias apresentam para testar nossa fé – sair do nosso caminho para amar e servir nossos vizinhos, espalhando a esperança do evangelho, tanto em palavras como em ações, em momentos de grande medo. Traduzido por Creuse Santos

Autor do texto: Moses Y. Lee (MDiv, ThM) é um residente de plantação de igrejas no Korean Capital Presbytery (PCA). Ele vive e serve na área metropolitana de DC, EUA Pode-se segui-lo no Twitter em @MosesYLee.
Fonte:Defendendo o Evangelho Facebook

terça-feira, 17 de março de 2020

O MISSIONÁRIO DR. GEORGE BUTLER E A GRANDE EPIDEMIA EM GARANHUNS DE 1897



O ano de 1897 foi de terrível angústia e desolação em Garanhuns. Uma nuvem sombria e ameaçadora parecia pairar sobre a cidade. O dr. Butler e a família mal haviam chegado de Salvador, desabou sobre a população tremenda epidemia de febre amarela que durou cinco meses.

De toda parte ouviam-se lamentos. Havia luto, choro e angustia. Os gemidos clamavam aos céus enquanto as vítimas desciam a sepultura. A peste ceifava vidas em quantidade enlutando numerosas famílias. Não havia uma casa em que não houvesse um doente de febre amarela. Morriam, em média oito pessoas por dia. A cidade ficou quase deserta porque o povo fugia espavorido. Desolador o seu estado. No período em que predominou a epidemia, pelo menos 612 desceram à sepultura das quais a maioria eram homens. Há quem diga que morreram mais de 800 pessoas ao todo. Bem se pode imaginar a tristeza e angústia reinantes.


A Estação Ferroviária de Garanhuns, foi inaugurada em 1887 e fazia parte da estrada de ferro do Recife ao São Francisco. Em 1901 foi integrada à rede Sul da Great Western.



Para aquela hora, Deus havia preparado o Dr. Butler. Ele não somente permaneceu na cidade, mas dispôs-se a dar assistência a todos os doentes. Ficou sozinho! O próprio padre, Pedro Pacífico, deixou a cidade abandonando seus paroquianos e foi se proteger no Estado de Alagoas. O Dr. Butler, o herege, transformou-se em “anjo” naquele contexto de sofrimento.

Ele trabalhou com denodo no sentido de minorar as aflições da população, mesmo daqueles que eram seus perseguidores. Dava-lhes remédios e pedia aos crentes que orassem por eles. Quando encontrava uma casa em que não havia quem pudesse prestar socorro aos doentes, nomeava turmas de irmãos que se revezavam e ministravam os medicamentos. A muitos que não tinha alimento, mandava leite para que não morressem de fome. E diariamente, ao meio-dia reunia os crentes para orar, pedindo o socorro divino para a calamitosa tempestade.



Rua Dom José em Garanhuns

Houve uma coisa curiosa que chamou a atenção de todos: nenhum evangélico morreu em consequência da epidemia. Alguns foram atingidos pela doença, mas uma vez medicados, ficaram bons. Isso criou no Dr. Butler a convicção profunda da presença e do poder de Deus em meio a situação. Ele chegou a afirmar, com toda a firmeza do espírito, que a epidemia não era para os crentes. Quando tudo passou, quando a vida começou a voltar à normalidade, lembraram-se eles do versículo bíblico que diz: “ao anoitecer, pode vir o choro, mas alegria vem pelo amanhecer” (Salmo 30.5).


Com a construção da E. F. Sul de Pernambuco, ligando a estação de Paquevira a Alagoas, em 1894, o trecho até Garanhuns transformou-se num ramal, extinto em 1971.

A epidemia tornou-se um marco na vida do Dr. Butler. Depois dela, ele seria visto mais como médico, incansável no afã de fazer o bem, do que como pregador. Os papéis por ele exercidos até o momento sofreram assim uma certa inversão, dadas as tremendas necessidades e carências da época. Ele seria o médico alma de pastor, que amava intensamente as almas, e o pastor com alma de médico, que sentia a aflição do corpo enfermo. As duas atividades eram realizadas a um só tempo. Eram dois trabalhos, duas funções, dois ministérios, com um único propósito: redimir o homem em suas carências físicas, morais, sociais e espirituais.

Ele cria na pregação do evangelho da manhã a noite, tanto em dias da semana como aos domingos. Cria que Deus o usaria como instrumento para salvação de almas. Fazia viagens evangélicas todas as semanas variando a distancia que percorria entre 11 e 94 quilômetros. Pregava sempre três vezes por semana e, as vezes cinco. E fazia ao mesmo tempo todo trabalho que competia ao médico e cirurgião que ele também era. Atendia de três a dez pacientes todos os dias, resolvendo os casos mais variados.

Extraído do Livro A Bíblia e o Bisturi

segunda-feira, 16 de março de 2020

Cristãos são detidos e igrejas queimadas na Etiópia

Os ataques aconteceram durante um evangelismo no distrito de Mehal Amba

Os radicais têm costume de incendiar tudo o que possa pertencer aos cristãos, como já fizeram em ataques anteriores
Os radicais têm costume de incendiar tudo o que possa pertencer aos cristãos, como já fizeram em ataques anteriores
No dia 3 de março, alguns muçulmanos radicais atacaram um grupo de cristãos de diversas regiões da Etiópia, que participavam de um evangelismo no distrito de Mehal Amba. Os sete homens correram até a delegacia em busca de proteção e as autoridades concordaram em abrigá-los até passar a fúria da multidão. Mas o líder islâmico local pressionou os policiais para os manterem presos, sob a acusação de que planejavam incendiar a mesquita da cidade. Os cristãos
 ainda continuam detidos pelas autoridades.
Na mesma noite, outros radicais foram diretamente da mesquita até a igreja Weleni Full Gospel, única comunidade cristã da cidade. Os muçulmanos carregavam combustível, paus e pedras, enquanto proclamavam “Allah Akbar” (Alá é grande, em árabe). Eles colocaram fogo nos prédios novo e antigo da igreja. Três casas de cristãos também foram demolidas e outras posses vandalizadas. No total, 23 pessoas e sete crianças fugiram para o distrito de Chulule. Eles encontraram abrigo na igreja Full Gospel da outra cidade.
A Constituição etíope garante a liberdade religiosa. Não há uma lei que proíba as pessoas de compartilharem a fé, por isso os líderes cristãos regionais pediram para que os governantes locais intervenham no assunto e garantam que os cristãos sejam libertos. Porém, ainda não houve uma resposta oficial sobre o ocorrido. A Etiópia está em 39º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2020, com 63 pontos. Um dos responsáveis por colocar a nação no ranking elaborado pela Portas Abertas é a opressão islâmica.
Pedidos de oração
  • Interceda para que os sete cristãos sejam testemunhas enquanto estão detidos, peça também que a libertação deles ocorra logo, para que se juntem novamente às famílias e igrejas.
  • Ore para que as autoridades tenham sabedoria e estratégias para combater o extremismo na Etiópia, e possam tratar a população de maneira igualitária.
  • Clame para que os perseguidores encontrem a Cristo, e passem a trabalhar para propagar o nome de Jesus.
Fonte: Portas Abertas

COMO TRANSFORMAR A CRISE EM VITÓRIA?

Resultado de imagem para Como transformar a crise em cântico de vitória

Texto: Habacuque 1-3
Há um provérbio Chinês que diz: “Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda”.
Na nossa atualidade muitos estão desesperados por causa do coronavírus, que tem atingidos todos os continentes. O mundo está em crise, mas neste momento eu convido você para aprendermos algumas lições com o profeta Habacuque para enfrentarmos esta ou as crises que surgirem em nossa caminhada.
O profeta Habacuque foi contemporâneo de Naum, de Sofonias e de Jeremias durante os reinados de Josias (640-609 a.C.) e de Jeoaquim (609-598 a.C.). A Assíria havia saído de cena, e a Babilônia (“os caldeus”) estava no poder. Nabucodonosor havia derrotado o Egito em 605 a.C. e estava prestes a atacar Judá. Jeremias havia anunciado que a Babilônia invadiria Judá, destruiria Jerusalém e o templo e enviaria a nação para o exílio. Isso ocorreu em 606-586 a.C.
Seu nome significa “abraçar” ou “lutar”, e em seu livro ele faz as duas coisas. Seu conflito com Deus foi entender como um Deus santo podia usar uma nação perversa como a Babilônia para disciplinar o povo de Judá, e assim, pela fé, aceitou o que Deus lhe disse e apegou-se a suas promessas. Habacuque também lutou contra o declínio espiritual de sua nação e perguntou-se por que Deus não estava tomando uma providência. O profeta desejava ver o povo renovado (Hc 3:2), mas Deus não estava respondendo às suas orações. Por isso podemos ver o profeta fazendo os seus questionamentos. Mas, Habacuque não fez apenas questionamentos a Deus.
O mundo está em crise neste momento, muitos estão desesperados, com medo, com medo de morrer, sem saber o que fazer, etc. Diante disso eu convido você para aprendermos algumas lições com o profeta Habacuque para enfrentarmos esta ou as crises que surgirem em nossa caminhada.
  1. LEVANDO OS NOSSOS QUESTIONAMENTOS A DEUS – Hc 1
O capítulo primeiro fala de uma sentença, um peso, uma mensagem difícil de ser entendida e mais difícil ainda de ser engolida. Nesse capítulo, o profeta escancara as tensões da sua alma e expressa sem rodeios os dilemas que assaltam seu coração. Dois grandes conflitos são vividos por Habacuque.
O primeiro é o prevalecimento do mal e a aparente inação e demora de Deus. Suas orações não são respondidas com a urgência que as endereçou ao céu.
O segundo conflito é a resposta surpreendente da sua oração. A resposta de Deus deixou o profeta mais alarmado e esmagado que o seu silêncio. Deus disse a Habacuque que os caldeus sanguinários, truculentos e expansionistas estavam vindo contra Judá não ao arrepio da sua vontade, mas em obediência ao seu chamado.
Meus irmãos tempos de crises geram questionamentos, porém, o profeta fez a coisa certa: levou seus problemas para o Senhor. Assim podemos ver:
1 .1.  PORQUE DEUS É TÃO INDIFERENTE? ” (HC 1:2-11)
Uma vez que era um homem perceptivo, Habacuque sabia que o reino de Judá estava se deteriorando rapidamente. Desde a morte do rei Josias, em 609 a.C., suas reformas religiosas haviam sido esquecidas, e seu filho e sucessor, Jeoaquim, vinha conduzindo a nação cada vez mais para perto da calamidade (se você deseja saber o que Deus pensava de Jeoaquim, leia Jr 22:13-19).
A preocupação do profeta (vv. 2, 3). O vocabulário de Habacuque neste capítulo indica que os tempos eram difíceis e perigosos, pois ele usa palavras como violência, iniquidade, destruição, contendas e injustiça. Habacuque orou pedindo a Deus que tomasse uma providência quanto à violência, às contendas e às injustiças na terra, mas Deus pareceu não ouvir.
A causa fundamental (v. 4). Os problemas de Judá eram causados por líderes que não obedeciam à lei. “Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida” (v. 4). Os ricos exploravam os pobres e escapavam do castigo subornando os oficiais.
O conselho do Senhor (vv. 5-11). Deus respondeu a Habacuque e garantiu-lhe que, ainda que seu servo não pudesse ver, o Senhor estava operando em meio às nações.
Essa não era a resposta que Habacuque estava esperando. Sua esperança era que Deus enviasse a seu povo um reavivamento (ver Hc 3:2), julgasse os líderes perversos e estabelecesse a justiça na terra. Só assim, a nação poderia escapar do julgamento, e o povo e as cidades seriam poupados.
Haviam tentado a longanimidade de Deus tempo suficiente, e era chegada a hora do Senhor agir.
1.2. ” COMO DEUS PODE SER TÃO INCOERENTE?” (HC 1:12-17)
Para Habacuque, a primeira resposta de Deus, na verdade, não havia sido uma resposta coisa nenhuma. Na verdade, só havia criado um novo problema ainda mais desconcertante: a incoerência da parte de Deus. Como era possível um Deus santo usar uma nação perversa para castigar seu povo especial?
A santidade de Deus (vv. 12, 13). O profeta concentrou-se no caráter de Deus, como Jonas ao discordar do que Deus estava fazendo (Jn 4:2). Nas palavras de G. Campbell Morgan: “Os homens de fé são sempre os homens que devem confrontar os problemas”, pois quem crê em Deus, às vezes se pergunta por que ele permite que certas coisas aconteçam. Mas não se esqueça de que existe uma diferença entre dúvida e incredulidade.
Era preciso que o profeta se lembrasse de dois fatos:  (1) Deus havia usado outros instrumentos para disciplinar seu povo – guerras, calamidades naturais, a pregação dos profetas -, mas eles não haviam dado ouvidos; (2) Quanto maior o conhecimento, maior a responsabilidade. Sem dúvida, os babilônios eram pecadores perversos, mas eram idólatras e não conheciam o verdadeiro Deus vivo. Isso não desculpava seus pecados (Rm 1:18ss), mas explicava sua conduta.
A fragilidade do povo (vv. 14, 15). Depois de apresentar seu caso tomando por base a santidade de Deus, Habacuque argumentou do ponto de vista da fragilidade do povo (vv. 14, 15). Judá jamais seria capaz de sobreviver a um ataque dos ferozes babilônios. Para eles, a vida não tinha valor algum, e os prisioneiros de guerra eram sacrificáveis. As pessoas eram como peixes a ser fisgados ou répteis marinhos a ser capturados em redes varredouras.
A arrogância do inimigo (vv. 16, 17). A terceira abordagem do profeta foi ressaltar como os babilônios viviam e adoravam. Seu deus era o poder (ver Hc 1:11), confiavam em sua força militar (“a sua rede”; vv. 16, 1 7) e idolatravam a violência. Os babilônios eram “soberbos” (Hc 2:4) em sua arrogância e autoconfiança. Como era possível Deus honrá-los ao dar-lhes vitória sobre Judá? Deus estava enchendo a rede deles de vítimas, e os caldeus estavam esvaziando a rede ao destruir uma nação após a outra (Hc 1:1 7).
Habacuque poderia ter dito mais coisas sobre a religião abominável dos babilônios. Acreditavam numa miríade de deuses e deusas, sendo Bel o cabeça do panteão. Anu era o deus do céu, Nebo, o deus da literatura e da sabedoria e Nergal, o deus  do Sol. A feitiçaria era uma parte importante de sua religião, que incluía a adoração a Ea, o deus da magia. Seus sacerdotes praticavam adivinhações e usavam agouros, sendo que todas essas coisas eram proibidas pela lei de Moisés. Parecia sem sentido algum o Senhor permitir a tal povo espiritualmente ignorante
Mas, Habacuque estava deixando de observar o que Judá não precisava de grande poderio militar, mas sim de fé obediente em Deus.
II- DEPENDEDO UNICAMENTE DE DEUS – Hc 2
 (O PROFETA VIGIA E ESPERA 2.1ss)
O segundo capítulo fala de uma visão. O profeta deveria escrever a visão num outdoor para todos lerem. A visão que Deus revela anuncia que o soberbo vai perecer, mas o justo vai sobreviver à crise, pois ele viverá pela fé. Os caldeus, por pensarem que seu poder emanava de suas próprias mãos e de seus ídolos mudos, cairiam, sem jamais serem levantados, mas o povo de Deus, que vive pela fé, seria restaurado.
Juntemo-nos a Habacuque na torre de vigia, seu santuário, e ouçamos o que o Senhor lhe disse. Quando Deus falou a seu servo, incumbiu-o de três responsabilidades.
2.1. ESCREVA A VISÃO DE DEUS (HC 2:1-3)
O profeta viu-se como um vigia nos muros de Jerusalém esperando uma mensagem de Deus que pudesse transmitir ao povo. Na antiguidade, os vigias (ou “atalaias”) eram responsáveis por alertar a cidade de qualquer perigo que se aproximasse, e se não fossem fiéis, o sangue do povo que morresse ficaria nas mãos deles (Ez 3:17-21; 33:1-3). Tratava-se de uma grande responsabilidade.
A imagem do vigia tem uma lição espiritual para nós nos dias de hoje. Como povo de Deus, devemos saber que o perigo se aproxima, e é nossa responsabilidade alertar as pessoas a “fugir da ira vindoura” (Mt 3:7).
Contemplar a glória de Deus e crer na Palavra de Deus dá-nos fé para aceitar a vontade de Deus. Não estaríamos estudando este livro hoje se Habacuque não tivesse obedecido às ordens de Deus e escrito o que o Senhor lhe havia dito e mostrado. Este texto deveria ser registrado de modo permanente, a fim de que geração após geração pudesse lê-lo.
2.2. CONFIE NA PALAVRA DE DEUS (Hc 2:4, 5)
Aqui, o contraste apresentado é entre pessoas de fé e pessoas que, em sua arrogância, confiam em si mesmas e deixam Deus de fora de sua vida. A aplicação imediata era aos babilônios. O pecador. Os babilônios eram “soberbos”, cheios de orgulho de seu poderio militar e de suas grandes conquistas. Haviam construído um império impressionante, o qual estavam certos de ser invencível. As palavras de Nabucodonosor expressam perfeitamente esse fato: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha majestade?” (Dn 4:30).
O justo. E agora, o contraste: “mas o justo viverá pela sua fé” (Hc 2:4b; ver Rm 1:1 7; Gl 3:11; Hb 10:38). Essa é a primeira de três certezas maravilhosas que Deus dá neste capítulo para estimular seu povo. Ela enfatiza a graça de Deus, pois a graça e a fé sempre andam juntas. Habacuque 2:14 ressalta a glória de Deus e nos assegura de que, apesar de este mundo estar cheio de violência e de corrupção (Gn 6:5, 11-13), um dia ele se encherá da glória de Deus.
A terceira certeza encontra-se em Habacuque 2:20 e enfatiza a soberania de Deus. Os impérios podem se elevar e cair, mas Deus está assentado em seu santo trono e é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
As palavras “o justo viverá pela sua fé” foram o lema da Reforma e podem muito bem ter sido as mais importantes de toda a história da Igreja. Foi o versículo 4, citado em Romanos 1:17, que ajudou a levar Martinho Lutero à verdade da justificação pela fé. “Esse texto”, disse Lutero, “foi para mim a verdadeira porta do Paraíso”.
A vitória. Não somos apenas salvos pela fé (Ef 2:8, 9), mas também instruídos a viver pela fé. “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4). A fé é um modo de vida exatamente oposto à “soberba” e à dependência dos próprios recursos. Habacuque sabia que o povo de Judá teria pela frente tempos difíceis e que seu único recurso era confiar na Palavra de Deus e descansar em sua vontade.
Viver pela fé significa crer na Palavra de Deus e lhe obedecer, independentemente de como nos sentimos, do que vemos ou de quais possam ser as consequências. Esse fato é ilustrado em Hebreus 11, o famoso capítulo da Bíblia sobre os “heróis da fé”.
Alguém disse bem que ter FÉ NÃO É CRER APESAR DAS EVIDÊNCIAS, MAS SIM OBEDECER APESAR DAS CONSEQUÊNCIAS, DESCANSANDO NA FIDELIDADE DE DEUS.
2.3 . DECLARE O JULGAMENTO DE DEUS (Hc 2:6-20)
Para os judeus fiéis na terra, Deus seria refúgio e força (Na 1:7; Sl 46), mas para os perversos babilônios, seria um Juiz que, a seu tempo, os castigaria por seus pecados e lhes daria o que mereciam. Em seu “cântico de escárnio”, Deus pronuncia “ais” sobre cinco pecados diferentes, todos eles comuns no mundo de hoje.
Ambição egoísta (vv. 6-8). A ambição, em si, pode ser uma coisa boa, mas é ruim se motiva as pessoas a serem gananciosas, egoístas e agressivas.  “[Esforço-me], deste modo, por pregar o  evangelho” (Rm 1 5:20), disse Paulo, e Deus honrou essa santa ambição.
Ganância (vv. 9-11). De acordo com Efésios 4:28, há três maneiras de se obter riqueza: você pode trabalhar por ela, roubá-la ou recebê-la de presente. Roubar é uma transgressão do oitavo mandamento: “Não furtarás” (Êx 20:15). “Nenhum indivíduo ou nação pode construir muros altos o suficientes para deixar Deus de fora”.
Exploração do povo (vv. 12-14). A Babilônia foi construída com o sangue de vítimas inocentes que os babilônios derramaram. Foi construída por prisioneiros de guerra, cujo trabalho escravo era explorado ao máximo.
Sem dúvida, o Senhor foi glorificado quando a Babilônia caiu diante de seus inimigos em 539 a.C. (ver Jeremias 50 – 51) e será glorificado quando for destruída a Babilônia do fim dos  tempos, aquele último grande império que se opõe a Deus (Ap 17 -18 ). Quando Jesus Cristo voltar e estabelecer seu reino, então verdadeiramente a glória de Deus cobrirá toda a Terra (Is 11:1-9).
A QUEDA DA “GRANDE BABILÔNIA” É UMA LEMBRANÇA PARA NÓS DE QUE AQUILO QUE O HOMEM CONSTRÓI SEM DEUS NÃO PODE DURAR.
Embriaguez e violência (vv. 15-17). Esse retrato repulsivo pode ser interpretado tanto pessoal quanto nacionalmente. Ao mesmo tempo que a Bíblia não exige abstinência total, adverte sobre os males das bebidas fortes (Pv 20:1; 21:1 7; 23:20, 21,29-35; Rm 13:13; Gl 5:21; 1 Ts 5:7). A  embriaguez e o comportamento sensual com frequência andam juntos (Gn 9:20-27; 19:30-38; Rm 13:11-14).
Idolatria (vv. 18-20). Infelizmente, o povo de Judá também era culpado desse pecado, pois, durante os anos de declínio do reino, adoraram os deuses de outras nações.
Todos os profetas clamaram contra essa transgressão flagrante do segundo mandamento (Êx 20:4-6), mas o povo se recusou a arrepender-se.
A idolatria não apenas é uma forma de desobediência à Palavra de Deus, como também é tola e fútil. De que vale um deus feito pelo homem? É muito mais racional adorar ao Deus que fez o homem (ver Rm 1:1 8ss)! A idolatria não só é inútil (ver Sl 11 5), mas também causa verdadeiro mal ao ensinar mentiras (Hc 2:18) e ao dar às pessoas uma falsa segurança de que ídolos sem vida podem ajudá-las. Para um exemplo comovente desse tipo de raciocínio tolo, leia Jeremias 44.
Os ídolos são substitutos mortos do Deus vivo (Sl 115). Tudo aquilo de que as pessoas se agradam além de Deus, tudo aquilo a que se dedicam e pelo que se sacrificam, tudo aquilo que não podem viver sem é um ídolo e, portanto, condenado por Deus.
Também é possível adorar e servir a coisas como carros, casas, barcos, jóias e obras de arte. Ainda que todos nós apreciemos objetos bonitos e úteis, uma coisa é possuí-los e outra bem diferente é ser possuído por eles. De acordo com Albert Schweitzer:
“Qualquer coisa que tiver e que não seja capaz de dar é algo que não possui, mas sim que possui você”. Encontrei pessoas que idolatravam seus filhos e netos a ponto de se recusarem a permitir que estes sequer considerassem dedicar sua vida ao serviço cristão.
A posição social pode ser um ídolo, bem como a realização profissional. Para alguns, seu ídolo é o apetite (Fp 3:19; Rm 16:18) e vivem apenas em função de sentir prazer carnal. A capacidade intelectual pode ser um ídolo terrível (2 Co 10:5), quando as pessoas adoram seu Ql e recusam-se a submeter-se à Palavra de Deus.
Deus conclui sua resposta a Habacuque dando-lhe uma terceira certeza: “O Senhor , porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2:20; ver Sl 11:4).
A primeira certeza ressaltava a graça de Deus (Hc 2:4), e a segunda, a glória de Deus (v. 14). Essa terceira certeza concentra-se na soberania de Deus; ele está assentado em seu trono e tem o controle de todas as coisas.
Assim, não devemos murmurar contra Deus nem questionar o que ele está fazendo. Como servos fiéis, devemos simplesmente parar e ouvir suas ordens. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10).
Ao compreender o significado das três grandes certezas que Deus lhe deu, passou da preocupação e da vigilância à adoração. No capítulo de encerramento de seu livro, compartilhará conosco a visão que recebeu de Deus e a diferença que isso fez na vida dele.
III- ADORANDO A DEUS INDEPENDENTE DAS CIRCUNSTÂNCIAS Hc. 3
– O PROFETA ADORA Hc 3
O terceiro capítulo fala de um cântico. O profeta, que começa o livro chorando, termina-o cantando. Seu cântico não é em virtude da mudança circunstancial. As circunstâncias continuavam pardacentas, mas a verdade de Deus enchera sua alma de esperança. Deus descortinara para o Seu profeta Seu propósito, mostrara a ele Sua soberania, e agora, em vez de questionar a Deus, Habacuque clama por avivamento e se alegra em Deus, a despeito da situação.
O que levou Habacuque do vale para o alto do monte? As mesmas disciplinas espirituais que também podem nos elevar: oração, visão e fé. Habacuque intercedeu pela obra de Deus (vv. 1, 2), meditou sobre os caminhos de Deus (vv. 3-15) e afirmou a vontade de Deus (vv. 16-19).
3.1. ORAÇÃO : ORE PELA OBRA DE DEUS (Hc 3:1, 2)
Este capítulo é um “salmo de oração” que pode ter sido usado na adoração no templo de Jerusalém.’ (Para outros “salmos de oração”, ver Sl 17; 86; 90; 102 e 142.)
O profeta começou a orar ao Senhor e não discutir com o Senhor, e sua oração logo se transformou em louvor e adoração.
Ele orou porque havia ouvido Deus falar. O termo “declarações” é o mesmo que “relatos” e refere-se ao que Deus havia lhe dito anteriormente (Hc 2:2, 3). Conhecer a vontade de Deus deve nos levar a orar pedindo: “Seja feita a tua vontade”. O mesmo Deus que determina os fins também determina os meios para alcançar esses fins.
 A Palavra de Deus e a oração devem sempre andar juntas (At 6:4; Jo 1 5:7) para que nossa oração não se transforme em zelo sem conhecimento.
D. L. Moody  disse: “Costumava pensar que devia fechar minha Bíblia e orar pedindo fé, mas percebi que era por meio do estudo da Palavra que obteria a fé”.
Muitas pessoas acreditam que conhecer a Deus de maneira mais profunda é sempre uma experiência agradável, mas não é isso que os santos de Deus na Bíblia diriam.
Moisés estremeceu no monte Sinai quando Deus lhe deu a lei (Hb 12:18-21). Josué prostrou-se com o rosto em terra diante do Senhor (Js 5:13-15), como também o fez Davi (1 Cr 21:16). Daniel ficou exausto e enfermo depois das visões que recebeu de Deus (Dn 8:27; 10:11). A visão da glória de Cristo no monte da Transfiguração deixou Pedro, Tiago e João prostrados com o rosto em terra e cheios de pavor (Mt 1 7:6). Quando João viu o Cristo glorificado, caiu a seus pés como se estivesse morto (Ap 1:17).
A. W. Tozer disse: “CONHECER A DEUS É, AO MESMO TEMPO, A COISA MAIS FÁCIL E A MAIS DIFÍCIL DO MUNDO”. Deus certamente tem a capacidade de se revelar a nós, pois para ele nada é impossível; porém, Deus tem dificuldade em achar alguém que esteja pronto para encontra-se com ele.
Por fim, Habacuque orou porque desejava que Deus mostrasse misericórdia. O profeta concordava que o povo de Deus merecia ser disciplinado e que a disciplina de Deus seria para o bem, mas pediu que o coração amoroso do Senhor se revelasse em sua misericórdia. Fez como Moisés quando intercedeu pela nação no monte Sinai (Êx 32) e em Cades-Barnéia (Nm 14). Se, como Habacuque, você desanimar com a situação de sua igreja, do mundo ou de sua própria vida espiritual, separe um tempo para orar e para buscar a misericórdia de Deus.
NAS PALAVRAS DE CHARLES SPURGEON: “QUER GOSTEMOS QUER NÃO, A REGRA NO REINO É PEDIR”. O que o mundo de hoje mais precisa é de intercessores. “Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor” (Is 59:16).
3.2 . VISÃO: MEDITE SOBRE A GRANDEZA DE DEUS (HC 3:3-15)
É pouco provável que, nos dias de hoje, o Senhor nos dê uma visão como a de Habacuque, mas pelo fato do profeta tê-la registrado na Palavra, podemos meditar sobre ela e deixar que o Espírito a use para nos ensinar.
 DEUS REVELA SUA GRANDEZA NA CRIAÇÃO, NAS ESCRITURAS E NA HISTÓRIA, E SE TIVERMOS OLHOS PARA VER, PODEMOS CONTEMPLAR SUA GLÓRIA.
Deus veio em esplendor (vv. 3-5). De acordo com alguns estudiosos, o monte Parã é outro nome para toda a península do Sinai ou para o próprio monte Sinai (Dt 33:2).
Temã normalmente é identificado com Edom. Em seu cântico, Habacuque parece estar rememorando a marcha de Israel do Sinai para a Terra Prometida.
Tudo nessa estrofe revela a glória de Deus. Ele é chamado de “Santo” (Hc 3:3; ver 1:12), nome usado em Isaías pelo menos trinta vezes. A expressão: “A sua glória cobre os céus” (Hc 3:3) é um antegozo do tempo em que sua glória cobrirá toda a Terra (Hc 2:14). A aparência de Deus é como a de um relâmpago que cruza os céus antes da tempestade. Toda a criação participa da adoração, uma vez que “a terra se enche do seu louvor”. O esplendor de Deus era como o nascer do Sol, porém muito mais intenso (ver Mt 17:2). Raios saíam de sua mão, em que estava oculto o seu poder (Hc 3:4).
O versículo 5 nos leva para o Egito, onde Deus revelou seu poder e glória nas pragas e pestes que devastaram a terra e que tiraram a vida dos primogênitos (Êx 7 – 12).
O Senhor deteve-se em poder (vv. 6, 7). Numa invasão, os generais avançam para ganhar terreno ou recuam em retirada, mas o Senhor simplesmente se deteve e, destemido, encarou o inimigo. Na verdade, mediu a terra calmamente,3 como sinal de que ela era sua propriedade. Medir algo era indicação de que aquilo lhe pertencia e de que você poderia fazer disso o que bem entendesse.
As nações entre o Egito e Canaã são tipificadas por Cusã e Midiã, dois povos que viviam próximos a Edom. Quando a notícia do êxodo se espalhou rapidamente entre as nações, os povos ficaram aterrorizados e se perguntaram o que aconteceria com eles quando Israel chegasse a suas terras (Êx 15:14-16; 23:27; Dt 2:25; Js 2:8-11).
Deus marchou em vitória (vv. 8-15). Habacuque usa imagens poéticas dinâmicas para descrever a marcha de Israel pelo deserto seguindo o Senhor até a Terra Prometida e, depois, ao tomar posse de sua herança.
No versículo 10, passamos para a Terra Prometida e vemos Israel conquistando o inimigo.
Deus tinha o controle de toda a terra e água e usou sua criação para derrotar os cananeus. O versículo 10 descreve a vitória de Débora e Baraque sobre Sísera (Jz 4 – 5), quando uma súbita tempestade transformou o campo de batalha num pântano e inutilizou completamente os carros do inimigo.
Em Habacuque 3:11, temos o famoso milagre de Josué, quando o dia foi prolongado para que Josué tivesse mais tempo de conquistar uma vitória absoluta (Js 10:12, 13). Comandando seu exército, o Senhor marchou pela terra de Canaã como um lavrador debulhando grãos, e seu povo tomou posse de sua herança (Hc 3:12).
Nesse hino, Habacuque descreve seu Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e o Deus e Pai da nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o Deus da glória que revela sua glória na criação e na história. Ele é o Deus vivo que faz com que os ídolos mortos das nações pareçam ridículos. Ele é o Deus de poder que pode comandar o céu, a terra e o mar e, portanto, ele é o Deus da vitória que conduz seu povo em triunfo.
Não há substitutos para uma teologia correta – nem sermões nem cânticos. A superficialidade dos sermões, livros e cânticos da atualidade pode ser o principal fator a contribuir para o enfraquecimento da igreja e para o crescimento do “entretenimento religioso” em encontros nos quais deveríamos estar louvando a Deus. O QUE ELEVOU HABACUQUE ATÉ O ALTO DO MONTE FOI SUA COMPREENSÃO DA GRANDEZA DE DEUS.
Precisamos voltar ao tipo de adoração que se concentra na glória de Deus e buscar honrar somente o Senhor.
3.3. FÉ: AFIRME A VONTADE DE DEUS (Hc 3:16-19)
Essa é uma das mais magníficas confissões de fé das Escrituras. Habacuque encarou o fato assustador de que a nação seria invadida por um inimigo inclemente. O profeta sabia que muitos do povo iriam para o exílio e que muitos outros seriam mortos. A terra seria devastada, e Jerusalém e o templo seriam destruídos. E, no entanto, declara ao Senhor que confiaria nele em qualquer circunstância!
Ouça sua confissão de fé.
“Esperarei pacientemente no Senhor” (v. 16). Se Habacuque tivesse dependido de seus sentimentos, jamais teria escrito essa magnífica confissão de fé. Ao olhar para o futuro, Habacuque viu a nação rumando para a destruição.  
ANDAR PELA FÉ SIGNIFICA CONCENTRAR-SE NA GRANDEZA E NA GLÓRIA DE DEUS.
NÃO IMPORTA O QUE VEMOS NEM COMO NOS SENTIMOS, DEVEMOS DEPENDER DAS PROMESSAS DE DEUS E NÃO PERMITIR QUE NOS DESINTEGREMOS. “Descansa no S en h o r e espera nele” (Sl 37:7).
Sempre que nos sentimos agitados, podemos estar certos de que precisamos parar, orar e esperar no Senhor antes de fazer alguma tolice.
“Eu me alegrarei no Senhor” (vv. 17,18). Depois que os babilônios passassem por Judá, não restaria muita coisa de valor (Hc 2:17). Destruiriam as construções, saqueariam os tesouros e devastariam lavouras e pomares. A economia se desintegraria, e não haveria motivo para cantar. Contudo, Deus ainda estaria assentado em seu trono, cumprindo os propósitos divinos para seu povo (Rm 8:28). Habacuque não podia se alegrar com suas circunstâncias, mas podia se alegrar em seu Deus!
Habacuque descobriu que Deus era sua força (Hc 3:19) e também seu cântico e sua salvação (ver Is 12:1, 2; Êx 15:2; Sl 118:14), portanto, não precisava temer coisa alguma.
“Confiarei no Senhor” (v. 19). Este é o motivo pelo qual Deus permite que passemos por provações: elas podem nos aproximar dele e nos elevar acima das circunstâncias para que andemos nas alturas com o Senhor.
Nas palavras do grande comentarista inglês, G. Campbell Morgan: “Nossa alegria é proporcional a nossa confiança. Nossa confiança é proporcional a nosso conhecimento de Deus”.
OS MISSIONÁRIOS MÁRTIRES NO EQUADOR
Cinco homens – todos eles jovens – com personalidades diferentes, provenientes de diversas zonas do Estados Unidos, chegaram ao Equador com um objetivo comum. Todos eles tinham respondido a uma mesma chamada: a de pregar o evangelho onde ele nunca tinha sido pregado. Um mesmo e terrível povo estava no coração deles: os Aucas. No entanto, para evangelizá-los, deveriam estar dispostos a pagar o preço.
A história de Jim Elliot e seus quatro amigos é uma das histórias missionárias mais empolgantes e inspiradoras.

Jim Elliot nasceu em 8 de Outubro de 1927 na cidade de Portland, no estado americano de Oregon. Jim pertencia a uma família cristã dedicada ao Senhor; desde cedo foi instruído nos caminhos de Deus, e veio a receber a Cristo como seu salvador aos 8 anos de idade. Fred, um pastor batista, e Clara Elliot, seus pais, eram bastante cuidadosos quanto à instrução bíblica de seus filhos e exerceram forte influência na formação de suas vidas.
Jim recusou convites para pastorear em algumas igrejas nos ministérios da juventude. Para alguns líderes, Jim tinha um futuro bastante promissor no ministério pastoral nas igrejas do EUA. Por esta razão foi criticado quando insistia em sua decisão em levar o evangelho de seu Salvador aos índios na Amazônia. Jim convenceu dois de seus amigos (Ed mcCully e Peter Fleming) que trabalhavam com ele numa rádio de difusão do evangelho a participarem da escola linguística, juntamente com ele e Elisabeth.
Pouco tempo depois, um grupo de quatro índios visitaram os missionários em seu acampamento. Os missionários deram-lhes presentes e alimentos como um sinal de paz. Outros contatos foram feitos por mais algumas vezes e um daqueles índios chegou a voar com Nate Saint em seu avião, sobrevoando sua própria aldeia. Incentivados por uma visita no dia 7 de Janeiro, os missionários decidiram ir até a aldeia dos huaoranis. Acordaram cedo e louvaram ao Senhor na manhã de 8 de Janeiro. Nate e Jim sobrevoando a área da aldeia dos aucas avistaram um grupo de 20 a 30 índios se movendo em direção ao acampamento. Através do rádio comunicaram com suas esposas e decidiram ás 16:30 entrarem em contato novamente.
Ao chegarem na praia de seu acampamento, Nate e Jim avisaram aos outros que os aucas estavam vindo. Munidos de armas decidiram não utilizá-las. Pouco tempo depois chegaram os aucas e pouco esses cinco jovens puderam fazer. Foram mortos pelos aucas naquele dia de 8 de Janeiro de 1956. Angustiadas pela demora do contato de seus maridos, suas esposas solicitaram imediatamente ajuda. Helicópteros e forças do exército equatoriano sobrevoando o rio Curray encontraram os corpos de quatro missionários (não foi encontrado o corpo de Ed McCully). Seus corpos foram encontrados brutalmente perfurados por lanças e machados. O relógio de Nate Saint foi encontrado parado em 15:12 minutos, do que se deduz a hora em que foram mortos.
As esposas desses missionários, apesar da grande dor que sofreram, decidiram continuar com a missão, e algum tempo depois foram sucedidas na evangelização dos aucas. A tribo foi evangelizada e alguns anos mais tarde, o assassino de Jim Elliot, agora convertido ao Senhor Jesus e líder da igreja na aldeia batizou a filha de Jim e Elizabeth no rio onde seu pai tinha sido morto.
A vida e o testemunho desses cinco missionários martirizados por amor ao evangelho têm inspirado até hoje centenas de jovens a dedicar suas vidas ao Senhor da seara. Jim Elliot procurou servir a Jesus com todas as suas forças e a maior parte de sua vida e de seu ministério é contado por sua esposa Elizabeth em dois livros publicados posteriormente. Sua célebre frase, encontrada em seu diário nos inspira a entregar sem reservas a nossas vidas nas mãos do Mestre: “Aquele que dá o que não pode manter, para ganhar o que não pode perder, não é um tolo”.
Habacuque nos ensina a encarar nossas dúvidas e conflitos com honestidade, a LEVA-LOS HUMILDEMENTE AO SENHOR, A ESPERAR QUE SUA PALAVRA NOS ENSINE E, ENTÃO, A ADORÁ-LO A DESPEITO DO QUE SENTIMOS E VEMOS.
Deus nem sempre muda as circunstâncias, mas pode nos transformar para enfrentarmos as situações. Isso é viver pela fé.
Extraído e adaptado do Comentário de W. W.

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