sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O que é avivamento espiritual?

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Neste vídeo o Rev. Augustus Nicodemus Lopes fala sobre o que é avivamento espiritual. Palestra proferida no encontro de homens realizado em Goiânia, pela Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, em 4 de outubro de 2014. Assista:



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Fonte: PIPG - Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia
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terça-feira, 7 de outubro de 2014

A igreja desnecessária

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A Igreja cristã sempre sofreu todo tipo de ataque ao longo de sua trajetória por meio das investidas despóticas promovidas pelos impérios e nações cheios de ódio; por meio das agressões violentas proporcionadas pelos religiosos cheios de preconceito; e por meio das injúrias impiedosas promovidas pelos intelectuais ateus ou agnósticos cheios de orgulho e soberba. Dentre tais ataques, há um que se apresenta como a pior de todos, trata-se do acometimento sutil que nasce e se desenvolve dentro da própria Igreja para confundir os que querem se firmar na fé. Não foi à toa que certa vez Jesus alertou seus discípulos sobre o joio de Satanás que seria semeado em meio ao trigo do Senhor. Da mesma forma, o apóstolo Paulo, no final da sua vida, exortou Timóteo, um de seus sucessores no ministério pastoral, para que pregasse a Palavra sob qualquer circunstância, pois muitos cristãos nominais não iriam mais sustentar a sã doutrina, ao contrário, estariam sempre cercados de “pregadores” com mensagens favoráveis aos desejos pecaminosos. Também Judas afirmou que homens não tementes a Deus entrariam no meio do povo cristão sem serem notados para torcerem a mensagem da graça divina a fim de arranjarem uma desculpa para a vida imoral. Fica claro, então, que o ataque interno é o mais perigoso e destrutivo que existe. Portanto, resta saber como se dá esse ataque, quem são os inescrupulosos, o que ensinam e que tipo de igreja eles promovem e apresentam ao mercado.

Ao ponderarmos sobre este assunto com mais acuidade, descobriremos que não é difícil identificar tais igrejas hoje. Quero inicialmente fazer uma abordagem do ponto de vista teórico e do ponto de vista prático.

Do ponto de vista teórico, elas se caracterizam pela postura humanista. Para uma melhor compreensão, é importante estabelecer aqui a diferença entre o humanismo e o humanitarismo. Humanitarismo é a preocupação com a dignidade humana proporcionada pela liberdade, pela justiça imparcial e pela igualdade. É a luta para que as injustiças sociais promovidas por sistemas pecaminosos e opressores sejam exterminadas. É, afinal, a postura resultante da exortação do Senhor descrita pelo profeta Isaías ao afirmar que a santidade anda de mãos dadas com o humanitarismo: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.” Já o humanismo vai muito além, é a tendência de alocar o homem no lugar de Deus. Embora o termo “humanismo” seja mais ou menos recente do ponto de vista da jornada humana neste mundo, a postura ocorre desde a tentação do Éden. Historicamente também o percebemos no discurso dos sofistas, na proposta da renascença, e no fulcro da modernidade até os dias de hoje. Ao contrário do que muita gente pensa, a referência dos humanistas não é o ser humano em relação a si mesmo, mas o ser humano em relação a Deus. É nesse sentido que entendemos as tendências que ficaram conhecidas por deísmo, agnosticismo, relativismo, panteísmo ou ateísmo.

Do ponto de vista prático, tais igrejas possuem uma preocupação obsessiva: o crescimento numérico. Isso não significa dizer que o crescimento de uma igreja seja algo errado, pelo contrário, cada cristão deve evangelizar com responsabilidade e ininterruptamente para que Deus possa alcançar os seus eleitos. A questão aqui não é a evangelização, e sim a forma que se utilizam para crescer. Há uma expressão que explica a metodologia utilizada, a expressão é “pescar em aquário”, que significa o crescimento pragmático em detrimento da qualidade e do comprometimento com a santa Lei. Em outras palavras, o alvo principal não são os que estão no mundo, o alvo principal são os que já estão em alguma igreja cristã. É a sedução pela célebre frase: “venha para a minha igreja porque ela é melhor do que a sua.” São entidades abarrotadas de professos de outras igrejas, é o crescimento cínico que acontece sem ética e sem compromisso.

Com base nesses dois pontos de vista, quero especificar algumas características específicas que ajudam na identificação desses grupos, ou seja, ressaltar os desdobramentos do humanismo que, oferecidos e barganhados em todos os setores da sociedade, envergonham o genuíno Evangelho. São os donativos que buscam seduzir e agradar ao homem em detrimento de Deus, são os atrativos estranhos às Escrituras. Há, ao meu ver, quatro tipos de igrejas: a do ceticismo, a do mercado, a do entretenimento e a do sectarismo.

A igreja do ceticismo. Muitos acreditam que, para tornar o cristianismo interessante à sociedade, devem encerrá-lo nos porões da ignorância e da ingenuidade. Afirmam que a Bíblia está cheia de mitos e de mensagens que não passam de metáforas textuais. É a adaptação da Igreja às críticas impiedosas das academias e dos que crêem que somente a ciência deve ser tida como um conhecimento confiável. A pressão ocorre sobre os que acreditam na inerrância e na total inspiração das Escrituras, é a tentativa de desmoralizar e envergonhar o cristão que passa a ser acusado de “néscio” e “fanático”. Os líderes sempre são simpáticos na convivência, mas implacáveis em suas afirmações. São indivíduos que tem causado muito mal aos eleitos de Deus, pois o único objetivo que possuem é a satisfação em se reconhecerem como intelectuais “amadurecidos” e inteligentes capazes de elaborar explicações racionalizadas que desprezam o sobrenatural e os milagres. Embora, de todos os movimentos perversos, este seja um dos menores grupos no cenário nacional, sua proposta sórdida é corrosiva e destruidora, levando os seus discípulos ao desespero e à desonestidade para com a convivência respeitosa entre o conhecimento teológico e o conhecimento filosófico e científico. Em suma, a igreja cética possui a vocação para reduzir o reino de Deus em um grande questionamento.

A igreja do mercado. Aqui temos o maior grupo no Brasil hoje. São as igrejas que transformam o cristianismo em um grande hipermercado de opções. As ofertas variam entre a possibilidade da boa saúde, de muito dinheiro no banco, do prestigio total, enfim, da total satisfação garantida. Basta pagar, e pagar caro, pelos serviços divinos para que possam usufruir das benesses que transformam o Deus justo e Santo em um melancólico despachante celestial “encurralado” por seus “súditos” cheios de “autoridade”. O principal objetivo de seus líderes é o enriquecimento fácil à custa da boa fé popular ou por meio da promiscuidade político-partidária que faz com que seus pastores estejam nas folhas de pagamento do setor público ou ainda pelo desvio do dinheiro público para o financiamento da construção dos templos destinados à negociata espiritual. Vale tudo para enganar: objetos sagrados, água do rio Jordão, óleo bento, teatralização da fé, etc. Além disso, a autoridade dos líderes migra do poder da Palavra para os títulos inusitados de “bispo”, “apóstolo”, “arcanjo” etc. Este é, sem dúvida alguma, o lado piegas e bizarro daqueles que destroem a fé bíblica por meio da perseguição ideológica e utilitarista. Em suma, a igreja do mercado possui a vocação para transformar o reino de Deus em um grande shopping center.

A igreja do entretenimento. Um dos pontos mais críticos nas igrejas hoje é a confusão entre show e culto. É quando o show se torna um culto e quando o culto se torna um show. O alvo principal não é agradar a Deus por meio da adoração, comunhão e louvor, mas entreter aos que estão presentes. O objetivo é fazer um culto “gostoso” aos participantes que buscam o bem-estar acima de qualquer outra prática. Não estou defendendo aqui o culto ranzinza, chato e destituído de alegria, o que estou dizendo é que o culto solene deve também conter temor e tremor, pois quanto mais enxergamos a graça de Deus, muito mais tememos diante desse Deus gracioso. Nesse contexto de que tudo é alegria, há também a disseminação de que a misericórdia de Deus existe apenas para afrouxar a busca pela santidade. Com isso desprezam a advertência do apóstolo Paulo quando diz: “Será que devemos viver pecando para que a graça de Deus aumente ainda mais? É claro que não! Nós já morremos para o pecado; então como podemos continuar vivendo nele?” Em suma, o que encontramos aqui é a oferta de um cristianismo sem revezes por utilizar os modelos do mundo em suas práticas. E se não há hostilidade por parte do mundo, logo se torna um cristianismo sem dor, sem sofrimento, sem repressão da cobiça, sem perseguição. É a doutrina que relativiza o pecado em detrimento dos valores a muito defendidos como: a virgindade até o casamento, a luta contra o divórcio, a incontaminação que nos afasta da licenciosidade das boates e das bebedeiras. Em suma, a igreja do entretenimento possui a vocação para transformar o reino de Deus em um grande parque temático.

A igreja do sectarismo. Não há nada pior nesse mundo que um espírito sectário. É triste perceber tantas pessoas que se arrogam afirmando que somente elas possuem o caminho verdadeiro. É óbvio que eu creio que há somente um caminho que conduz a Deus, esse caminho é Jesus, portanto não é nesse sentido que eu estou falando. O sentido dado aqui é a manipulação do Evangelho que passa a ser brutalmente desfigurado apenas para ufanar os indivíduos. Não é sem propósito que a esmagadora maioria destes grupos sempre afirma que a existência de suas igrejas está embasada num pseudo-propósito de Deus em retificar a sua igreja na terra, uma vez que já está farto das demais denominações cristãs. Afirmam também que a sua origem se deu por uma revelação direta a um líder específico. São grupos que colocam em pé de igualdade com as Escrituras tais revelações que, posteriormente, se tornaram livros sagrados. Como resultado, pregam dizendo que a salvação, a revelação divina, o usufruto das bênçãos, o contato com Deus só podem acontecer sob suas doutrinas particularmente reveladas. Logo, as demais igrejas são satânicas e proscritas. A triste conclusão é a de que há somente um único caminho que conduz a Deus, e esse caminho não é Jesus, esse caminho é a igreja que fundaram e defendem. Ao olhar para a minha própria igreja, contrastando-a com outras denominações fiéis ao Senhor, sempre me lembro que o Reino de Deus não está circunscrito a uma instituição, mas está sempre presente onde estão os eleitos de Deus. Em suma, a igreja sectária possui a vocação para transformar o reino de Deus em uma seita restrita.

Concluo dizendo três coisas: primeiro, embora o humanismo seja uma terminologia recente, sua essência, como já afirmei, existe desde a tentação no Éden, é a postura que sempre caminhou contra o povo de Deus; segundo, o Senhor sempre alertou o seu povo contra os falsos líderes, os falsos pastores, os falsos mestres cuja manifestação poderia até enganar um eleito: “...pois surgirão falsos ungidos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos. Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito.” Terceiro, a única arma contra tudo isso é a Palavra de Deus que deve ser lida, meditada e vivida. Infelizmente não há como se livrar de tantos erros disseminados, mas pelo menos, por meio da revelação especial de Deus, podemos conhecer a banda desnecessária da Igreja de Cristo.

Sola Scriptura.

Autor: Alfredo de Souza
Fonte: [ Blog do autor ]
Via: [ Emeurgência ]

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Silas Malafaia choca com imagens fortes e afirma: “Nem gays ou negros, quem mais sofre violência são os cristãos”; Assista

Por Tiago Chagas

Silas Malafaia choca com imagens fortes e afirma: “Nem gays ou negros, quem mais sofre violência são os cristãos”; Assista
O pastor Silas Malafaia publicou um vídeo com imagens chocantes do assassinato de cristãos pelos terroristas do Estado Islâmico para alertar os fiéis da perseguição que acontece contra os seguidores de Jesus ao redor do mundo.
No vídeo, Malafaia critica duramente a postura da presidente Dilma Rousseff (PT), que há dois anos discursou na Organização das Nações Unidas (ONU) e disse que existia no mundo um preconceito contra os muçulmanos.
“Em 2012, a presidente Dilma esteve na abertura da [Assembleia Geral] da ONU  e na ocasião ela dá uma palavra dizendo que no mundo existe uma ‘islamobofobia’. Eu quero dizer que a presidente está um bocado, ou estava e continua um bocado equivocada. Desde aquela época, no mundo não tem um ‘islamofobia’. Tem sim, uma contrariedade com o radicalismo islâmico, não com as pessoas que tem a fé no islamismo. ‘Islamofobia’ não tem no mundo”, opina o pastor.
Na sequência, Malafaia reproduz dados sobre a perseguição religiosa contra cristãos no mundo: “Em 2013, foram assassinados no mundo, 115 mil cristãos por causa da sua fé. Nenhum grupo social [sofreu perseguição como os cristãos]. Não tem homossexuais, negros, ninguém. O grupo social que teve o maior índice de violência contra eles foram os cristãos. Repito: 115 mil cristãos assassinados no mundo em 2013 pela sua fé”.
O pastor também comentou o discurso da presidente na Assembleia Geral da ONU este ano e, novamente, a criticou por não mencionar a perseguição contra cristãos nos demais países: “90% da nossa nação é cristã. A presidente Dilma esteve agora em 2014 na ONU. Em 2012, ela falou e defendeu o pessoal da fé islâmica. Em 2014 [no seu discurso] não tem uma palavra para falar da ‘cristofobia’ que é real e verdadeira no mundo. Não tem uma palavra da presidente da nação onde 90% dos brasileiros são cristãos”, lamenta Malafaia.
“Mas aí vem o pior: ela tem uma fala ambígua. Numa entrevista com jornalistas ela diz que [com] os terroristas do Estado Islâmico não deve haver confrontação, e sim diálogo. Gente, deixa eu falar uma coisa pra vocês: o Estado Islâmico não é uma nação. É um grupo terrorista dos mais cruéis que assassina cristãos na Síria e no Iraque, cometendo genocídio, tanto é que as nações do mundo, numa coalizão, querem combatê-los. Com terrorista assassino não tem diálogo, tem enfrentamento. Lamento a omissão da fala da presidente Dilma com os assassinatos em massa de cristãos em 2013”, dispara o pastor.
Em sua conclusão, após mostrar cenas fortíssimas do assassinato de cristãos em países onde os radicais islâmicos atuam, Silas Malafaia protesta contra a candidatura de Dilma à reeleição: “Essa mulher, nem pra ganhar para síndico de prédio merece, que dirá para presidente da nação onde 90% da população é cristã. Isso é uma afronta, uma vergonha. Onde é que estão os líderes evangélicos e católicos?”, questiona.
Assista ao desabafo do pastor Silas Malafaia:
Atualização: O vídeo foi “retirado do ar por petistas”, segundo declarações do pastor Silas Malafaia em seu Twitter. Segundo ele o PT “quer esconder os terroristas assassinos de cristãos que Dilma quer dialogar”.
Gospel+ conseguiu uma cópia do vídeo original do Pastor Silas Malafaia censurado no Youtube. Assista aqui:
Como esse vídeo também está publicado no YouTube, não sabemos quanto tempo ele permanecerá no ar, pois pode ser censurado também a qualquer momento.
Fonte:gospelmais

Uma agenda para o voto consciente

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Por Franklin Ferreira


Eu tenho ouvido: ‘Não traga a religião para a política’. É precisamente para este lugar que ela deveria ser trazida e colocada ali na frente de todos os homens como um candelabro” (C. H. Spurgeon).

Como se costuma dizer, “a política é o espaço do bem comum”, frase que pode ser entendida como uma forma de praticar o amor cristão. Afinal, é pela ação política que muitas pessoas no país podem ser beneficiadas pelo bem e pela justiça. Mas para que isso aconteça, é necessário que a prática política esteja fundamentada em valores éticos. Além disso, a transformação da conjuntura social de acordo com a cosmovisão cristã é, também, uma forma de evangelizar. Portanto, com o objetivo de propor o voto consciente e responsável aos cristãos evangélicos, sugerimos alguns elementos que deverão ser considerados na hora da sua escolha eleitoral:

1. Conheça bem o candidato que receberá o seu voto. Pesquise seu histórico pessoal, seus feitos, seus valores e suas propostas. Pesquise também suas promessas durante a campanha eleitoral, analisando se são plausíveis. Acompanhe as entrevistas que os candidatos concederem na mídia e compare o que cada um diz. Veja também se o candidato se porta com decência e se sua escala de valores é voltada para o interesse público. Se ele se identifica como cristão, é importante saber a que igreja ou comunidade ele está filiado e se ele a frequenta regularmente, buscando conselho e prestando-lhe contas. Enfim, não desperdice o seu voto com alguém de quem você nunca ouviu falar, sem saber as suas propostas e sua postura ética durante a campanha eleitoral.

2. Também considere se os projetos do candidato estão de acordo com os do partido ao qual ele está filiado, pois ao votar em um candidato você ao mesmo tempo vota num partido, ajudando a eleger candidatos do mesmo partido. Por isso, é preciso conhecer os programas e a filosofia do partido. No caso de candidatos evangélicos, é bom averiguar se estes e seus partidos não somente afirmam, mas estão comprometidos com a separação entre a Igreja e o Estado, lembrando que toda autoridade procede de Deus.

3. Lute contra todas as formas de corrupção, apoiando mecanismos de controle do uso do dinheiro público e das prioridades do governo; colaborando para que projetos tais como o Ficha Limpa, que tratem sobre a ética nas eleições, sejam conhecidos e aplicados; denunciando o uso da máquina administrativa federal, estadual ou municipal para favorecer determinados candidatos; em conformidade com a lei N.º 9.840/99, denunciando a compra de votos através de dinheiro, programas assistenciais ou promessas de vantagens pessoais, assim como quem obrigue os eleitores a votar em determinados candidatos, seja por meio de ameaças, seja através de pressão religiosa.

4. Apoie propostas que defendam a vida e a dignidade do ser humano em qualquer circunstância. Para a fé cristã, a vida humana é dom de Deus, desde a concepção no ventre materno até ao dia de sua morte. Portanto, proteger a vida inclui combater o aborto e a eutanásia; reprimir a violência por meio de políticas de segurança pública realistas; promover uma ética do trabalho que enfatize virtudes bíblicas, tais como honestidade, pontualidade, diligência, obediência ao quarto mandamento (“seis dias trabalharás”), obediência ao oitavo mandamento (“não furtarás”) e obediência ao décimo mandamento (“não cobiçarás”); defender o direito à propriedade privada como direito fundamental (cf. Êx 20.15, 17; 1Rs 21.1-29).

5. Verifique qual a proposta educacional do candidato, analisando se ele defende a qualidade e a liberdade do ensino, inclusive no âmbito religioso, promovendo uma escola digna e de qualidade. Confira também se ele promove as liberdades individuais, por meio do estabelecimento de normas gerais de conduta que redundem em liberdade de expressão, associação e de imprensa.

6. Rejeite candidatos e partidos com ênfases estatizantes e intervencionistas nas esferas familiar, eclesiástica, artística, trabalhista e escolar, que concebam um ambiente onde se tem pouca ou nenhuma liberdade pessoal e econômica. Para a fé cristã, a família, a igreja, o trabalho e a escola são esferas independentes do Estado, pois existem sem este, derivando sua autoridade somente de Deus. Logo, o papel do Estado é mediador, intervindo quando as diferentes esferas entram em conflito entre si ou para defender os fracos contra o abuso dos demais. Portanto, os cristãos devem não somente não apoiar, mas também resistir a um sistema político autoritário ou totalitário (cf. At 5.29; Ap 13.1-18).

7. Repudie ministros, igrejas ou denominações que tentem identificar determinada ideologia com o reino de Deus ou com a mensagem bíblica. Pois, como afirma a Declaração de Barmen [8.18], “rejeitamos a falsa doutrina de que à Igreja seria permitido substituir a forma da sua mensagem e organização, a seu bel-prazer ou de acordo com as respectivas convicções ideológicas e políticas reinantes”. A igreja, ao proclamar com fidelidade a Palavra de Deus, influencia o Estado, de modo que suas leis se conformem com a vontade de Deus, decorrendo daí consequências políticas de tal fidelidade ao chamado primário da comunidade cristã.

8. Apoie candidatos comprometidos com propostas e leis que sejam derivadas da lei de Deus, como revelada nas Escrituras, pois esta é a fonte absoluta e final da ética pessoal, eclesiástica e social. Há que se ter compromisso por parte do candidato com o contrato social, que é um acordo entre os membros de uma sociedade pelo qual reconhecem a autoridade sobre todos de um conjunto de regras, a Constituição, que limita o poder, organiza o Estado e define direitos e garantias fundamentais. 

9. Valorize candidatos e partidos comprometidos com o modelo republicano de governo, no qual a nação é governada pela lei constitucional e administrada por representantes eleitos pelo povo, assim como a divisão e a separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário, de modo que nenhum governo ou ramo do governo monopolize o poder. Assim também valorize aqueles que respeitem a alternância do poder civil, que impede que um partido ou autoridade se perpetue no poder, assim como a defesa do pluralismo político e partidário. Portanto, devem-se rejeitar candidatos que apoiem o Decreto N.º 8.243, conhecido como Política Nacional de Participação Social (PNPS). Tal decreto fere a cláusula pétrea constitucional da autonomia e independência dos Poderes, e praticamente desmonta a democracia representativa, substituindo-a pela participação popular direta, indicada, nomeada e controlada por órgãos do Estado.

10. Apoie candidatos que enfatizem as funções primordiais do Estado, onde os governantes têm a obrigação de zelar pela segurança do povo, pela qual pagamos tributos (cf. Rm 13.1-7), assim como ressaltem a limitação do poder do Estado, pois a partir das Escrituras, entende-se que o governo civil não tem autoridade para cobrar impostos exorbitantes, redistribuir propriedades ou renda, criar zonas francas ou confiscar depósitos bancários.

Pedimos que o Cristo Rei, o único e absoluto soberano Senhor, nos sustente e nos conduza sempre em nossas opções políticas. Façamos destas eleições um gesto de amor a este país e a nossos irmãos e irmãs, para maior glória de Deus.

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Bibliografia:
• “A Declaração Teológica de Barmen”, em A Constituição da Igreja Presbiteriana Unida dos Estados Unidos da América, Parte 1: Livro de Confissões (São Paulo: Missão Presbiteriana do Brasil Central, 1969), 8.01-8.28.
• Johannes Althusius, Política (Rio de Janeiro: Top Books, 2003).
• João Calvino, As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. ed. latina de 1559 (São Paulo: Cultura Cristã, 2006), IV.20.1-32.
• Wayne Grudem, Política segundo a Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 2014).
• Abraham Kuyper, Calvinismo (São Paulo: Cultura Cristã, 2002).
• Augustus Nicodemus Lopes, Ética na política e a universidade: Carta de princípios 2006 (São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2006).
• Ives Gandra da Silva Martins, “Por um congresso inexpressivo”, Folha de São Paulo (10/06/2014). http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1467665-ives-gandra-da-silva-martins-por-um-congresso-inexpressivo.shtml.
• Merval Pereira, “Desconstruindo a representação”, O Globo (08/06/2014). http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?blogadmin=true&cod_post=538649&ch=n.
• Francis Schaeffer, A igreja no século 21 (São Paulo: Cultura Cristã, 2010).
• C. H. Spurgeon, The Candle (Delivered on Lord’s-Day Morning, April 24, 1881, at The Metropolitan Tabernacle, Newington). http://www.spurgeongems.org/vols25-27/chs1594.pdf.
 Voto consciente: dever do cristão (Rio de Janeiro: Arquidiocese do Rio de Janeiro, s/d).

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Fonte: Teologia Brasileira

BISPO MANOEL FERREIRA DUVIDA DA FÉ DE MARINA SILVA, VOTA EM DILMA E FAZ CÔRO COM OS PETISTAS

Pare, leia, assista e Pense!

Por Antognoni Misael

Um vídeo recém divulgado nas redes sociais mostra o então Bispo Manoel Ferreira, da Igreja Assembléia de Deus Ministério Madureira declarando apoio a Dilma Rousseff e fazendo duras críticas a candidata do PSB Marina Silva.

O vídeo foi publicado pela campanha de Dilma em sua página no Facebook, onde, acredite, Ferreira diz duvidar que Marina Silva seja evangélica porque nunca a viu declarar publicamente sua fé cristã. Contrariando ao que falara antes, Manoel Ferreira, atrapalhado e aparentemente com a cauda presa, disse que escolheria Marina Silva para ser pastora por ela ser uma mulher de fé. Como assim?!

É bom relembrar que este líder assembleiano é seguidor das ideias do tal reverendo sul-coreano Sun Myung Moon, que dizia ter se encontrado com Jesus, que o teria inspirado a desenvolver uma doutrina com novas interpretações da Bíblia Sagrada. Em seguida, o mesmo Moon ganhou notoriedade pela heresia De dizer que era a “reencarnação” de Jesus Cristo.

Ferreira continuou o ataque dizendo que “não teria coragem de entregar a chave do carro para alguém que não sabe dirigir”, críticando a Marina Silva.

Gente, não vem ao caso se Marina Silva é ou não a melhor escolha para o Brasil, contudo, é de se pontuar que se existe alguém que deveria ter a sua fé posta em dúvida, eu elencaria o próprio Manuel Ferreira! Este líder tem causado vergonha ao Evangelho!! Dias atrás entregou o púlpito para Dilma destilar suas ideias e citar a Bíblia na tentativa de angariar votos de seu rebanho. Homem de má fé, de contradição, de cauda presa com os petistas. Dá nojo de assistir! Veja abaixo.

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Do Arte de Chocar para o Púlpito Cristão

O relativismo destrói a família!

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Por Pr. Julio Quirino


"A homossexualidade não é o desenho original de Deus para a raça humana e não ajuda no desenvolvimento da humanidade" - Tim Keller

Vejam neste vídeo a tática dos ateus e liberais, na tentativa de redefinir o que família significa. O que está por trás deste debate? Primeiro, eles ridicularizam quem não aprova a homossexualidade e afirmam que tudo deve ser resumido ao amor. O relativismo se torna a "regra absoluta". De acordo com eles, o propósito do casamento e da vida humana se resume somente em "tentar ser feliz". A regra deles é simples, se Deus ou o sagrado está te impedindo de "ser feliz", então, remova a ideia de Deus da sua vida. Neste modelo, o individualismo se torna a força motriz de uma sociedade.

Se Deus ou o sagrado já não ditam mais as regras da sociedade, um outro "deus" tomará o seu lugar. O nome deste deus é "EU". Tudo o que EU quero fazer devera se tornar LEI.

Se o meu sentimento (o amor) é o que define uma família, então, se um indivíduo se apaixonar por um animal e, por exemplo, quiser se casar com o seu "cachorro, cavalo ou bode", eles seriam uma família? E se um homem ama uma criança de 4, 7 ou 9 anos? E se um homem ama 4 ou 10 mulheres ao mesmo tempo? ou se uma mulher ama 10 homens ao mesmo tempo? Ou se um gay ama 20 gays ao mesmo tempo? "Swing" poderia ser uma forma normal de se viver a vida? Seriam todos considerados "família"? Quem poderia provar que não existe amor entre eles? Quem poderia restringir estas demonstrações de "amor" e dizer que elas são erradas?

Quais seriam as consequências desastrosas da confusão psicológica e emocional nos filhos adotados por casais gays? E se estes casais gays se divorciam, quantos pais ou mães gays a criança terá? 4? Estamos dispostos a sacrificar estas crianças e usá-las como cobaias por causa de uma experiência social?

O que os defensores dos direitos gays querem dizer é que a humanidade estaria muito melhor se nos parássemos de insistir que a família é constituída somente de um homem, uma mulher e seus filhos (de acordo com o plano de Deus) e que nós deveríamos adotar o conceito deles (sem deus) de família na qual poderia incluir qualquer coisa.

Eles estão dizendo que o conceito deles é melhor do que o nosso. Eles estão querendo nos "converter" para a "religião" deles, que não tem um Deus, nem moral ou ética especifica. Neste modelo, você decide o que é melhor para a sua vida. Nesta religião ateísta, você se torna o seu próprio deus, o seu próprio salvador e você decide o seu próprio destino.

Qual o propósito da vida? Ser meu próprio deus ou encontrar ao único e verdadeiro Deus? Jesus disse que aqueles que querem "ser felizes" (salvar a sua própria vida) irão perde-la: "Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?" (Marcos 8:35-36)

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Sobre o autor: Julio Quirino é pastor Batista e missionário no Quênia/África, onde faz um importante trabalho evangelístico - principalmente de muçulmanos - naquele país há quase 15 anos. Contatos: comunicacao@miaf.org.br

Fonte: Perfil do autor no Facebook
Divulgação: Bereianos
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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Louvor e teologia: uma união inseparável

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Por Fabio Correia


1 - Quando cantamos cânticos de louvor e adoração a Deus, qual nossa intenção? Reconhecemos seus atributos, sua divindade; dizemos o quanto Ele é grande e majestoso. Em fim, o que queremos, em última análise, AGRADAR a DEUS. Agradar a Deus: esse é o objetivo do louvor.

2 - Conseguiremos agradar a Deus dizendo ou cantando coisas que são contrárias ao que Ele diz sobre Si mesmo, sobre o homem e sobre o mundo, nas Escrituras?

3 - Há pelo menos três grandes cosmovisões acerca do entendimento sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo, que influenciará, necessariamente, no que se dirá a Deus nos louvores, sempre com a intenção de AGRADÁ-LO. São elas: a) Calvinismo; b) Arminianismo; c) Pentecostalismo e suas variantes neopentecostais.

4 - Esses pressupostos teológicos se contradizem em muitos pontos. Ou seja, não existe possibilidade lógica de todos eles estarem certos, ao mesmo tempo, em determinados assuntos, pois são opiniões autoexcludentes. Por exemplo: o arminiano diz que o homem tem livre-arbítrio. O Calvinismo diz que o homem não tem mais livre-arbítrio. O pentecostal, que é arminiano por natureza, acredita em novas revelações, sonhos, dons de línguas, etc, os calvinistas e arminianos tradicionais, não.

5 - Então, como Calvinistas, Arminianos e Pentecostais podem AGRADAR a Deus com seus louvores? Dizendo ou cantando aquilo que consideram correto acerca de Deus, do mundo e do homem. Ora, se o arminiano entende que a doutrina da eleição é errada, como poderá cantar louvores que ensinam essa doutrina? Se o calvinista entende que a doutrina do livre-arbítrio é errada, como poderá cantar louvores que tenham essa conotação? Se tanto arminianos tradicionais quanto calvinistas entendem que os dons revelacionais cessaram, como poderão cantar louvores que falam e sugerem a existência de novas revelações?

6 - Não existe neutralidade em louvores ou afirmações religiosas. Necessariamente elas estarão defendendo uma dessas três grandes cosmovisões, em suas características peculiares;

7 - Cantar louvores é cantar doutrina, inevitavelmente, como sugeria Lutero.

8 - Se o objetivo do louvor congregacional é AGRADAR a Deus, sua igreja só pode cantar aquilo que, no entendimento dela, representa a interpretação correta do que Deus disse acerca de Si mesmo, do homem e do mundo;

9 - Todos que são diretamente ligados ao louvor da igreja, especialmente os líderes, devem conhecer, de forma muito clara, qual é o entendimento doutrinário da sua igreja, sob pena de estar levando a congregação a cantar coisas que DESAGRADAM a Deus, do ponto de vista da cosmovisão doutrinária assumida por esta igreja. Por isso, os responsáveis pelo louvor no VT eram, via de regra, sacerdotes; portanto, conhecedores do entendimento doutrinário.

10 - Igrejas Calvinistas não devem cantar louvores com ensinamentos Arminianos. Igrejas Arminianas não devem cantar louvores com ensinamentos Calvinstas. Igrejas Calvinistas e Arminianas tradicionais não devem cantar louvores com ensinamentos Pentecostais. Igrejas pentecostais não devem cantar louvores com ensinamentos calvinistas e/ou tradicionais.

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Fonte: Filosofia Calvinista

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Alimentando ovelhas ou divertindo bodes?

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Por Thiago Azevedo

Em dias atuais esta é a pergunta que não quer calar. Ela não é recente, Charles Spurgeon, mais conhecido como o príncipe dos pregadores, teceu-a em um artigo disponível no site Monergismo (acessado em 22/09/2014). Nunca se viu a igreja entretendo tanto o povo ao invés de pregar o evangelho, nunca se viu “pastores” que mais parecem animadores de auditórios ou comediantes de stand up comedydivertindo a massa. Nunca se viu tanta artimanha para atrair os bodes, e, enquanto isso, as ovelhas ficam numa dieta forçada, com pouco alimento consubstanciado e nutritivo – e em alguns casos, nem alimento tem. Estes líderes precisam entender conforme o velho jargão que há nos círculos cristãos “Comida de ovelha todo bode come, mas comida de bode, ovelha não come”.

Por que tanta preocupação em agradar os bodes, em atrair os incrédulos e em fazer o evangelho parecer algo divertido e pitoresco ao invés de alimentar as ovelhas em pastos verdejantes? Na atualidade, as igrejas realizam tantas festividades voltadas para o incrédulo que acabam se esquecendo das ovelhas que estão em seu ambiente. Em certa ocasião, tive acesso ao calendário anual de uma determinada igreja e lá constava mais cultos e festas voltadas para o lado de fora da igreja do que algo voltado para os fiéis daquela instituição. Não estou querendo dizer com isso que estas atividades externas não devam existir, mas a atenção maior, sem dúvida, deve ser dada aqueles que estão no lado de dentro da igreja, isso conforme o próprio texto bíblico de 1Tm 5:8. Deve haver uma preocupação primária com os da família da fé. A proposta-mor destes líderes do evangelho humorístico e banalizado, voltado apenas para o incrédulo é a aliança com o mundo. Eles baixam o nível do evangelho para que este seja visto como acessível, retiram a exclusividade de Cristo da pregação, entendendo que isso cria uma barreira para os incrédulos. Omitem preciosas doutrinas bíblicas só para que o evangelho pareça algo diferente daquele que foi pregado pelos apóstolos e pais da igreja.

O reverendo Renato Vargens, em seu livro “Reforma agora”, mostra a gama de falsos apóstolos que proferem interpretações bíblicas, se gabando destas interpretações particulares serem mais valiosas que os ensinos dos próprios apóstolos. Recentemente, um líder religioso de uma dessas igrejas, que mais parece um grande picadeiro, teceu a seguinte frase: “Paulo não compreendeu o que Deus quis dizer nesta passagem, e eu irei mostrar a todos o que de fato Deus queria aqui”. Perceba o tom de superioridade e a carga maligna destas palavras. Comportamento bem distinto dos apóstolos de Cristo do primeiro século que, além de humildes, tinham as Escrituras como sendo sua base Jo 3:30 / 2Tm 4:2. Por sinal, no texto citado de Timóteo a recomendação de Paulo é a pregação da palavra e não para contar piadas ou para entreter o povo. Inclusive, Paulo alerta o jovem pastor Timóteo dos tempos que surgiriam homens que iriam repudiar a sã doutrina e com coceiras no ouvido, segundo seus próprios desejos, juntarão mestres para si mesmos (2Tm 4:3).

A gama acachapante de homens que desejam que os holofotes e todas as atenções estejam voltadas para eles é realmente surpreendente. O princípio de Jo 3:30 cai por terra. Em Ef. 4:11 as Escrituras relatam que Deus deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. A Bíblia, em lugar nenhum, diz que Deus levantou um ministério do entretenimento ou da comédia, dando este dom a alguém – isso não passa de invenção do homem. Em certa ocasião, certo “pastor” pregou mais de 40 minutos e nem sequer a Bíblia abriu. Este homem contou toda sua história e trajetória de vida, aliando risadagem e contos engraçados. A plateia se deleitava enquanto eu voltava para casa – e eu ainda fiquei com fama de herege. Em outra ocasião, conversando com um amigo, este me disse que o verdadeiro pastor é aquele que abre a Bíblia, lê um texto, e depois disso fecha a Bíblia e prega com ela fechada. Em amor, lhe expliquei que isso não procede. A omissão da Bíblia é uma estratégia para que não se compare ou se avalie o que está sendo dito. Durante mil anos a humanidade sofreu com isso. O que muitas vezes contribui com este panorama é a própria falta de entendimento e ignorância do povo (Os 4:6). Pois, pautados pela a ideia de que julgar não é dever nosso, e este entendimento provém de uma interpretação pobre de Mt 7:1.

Alguns dão campo para atuação destes falsos mestres e, com isso, permitem que a igreja se torne um circo e uma fonte de entretenimento, direcionada mais para quem se encontra fora dos portões dela. A Bíblia nos traz vários textos que alertam acerca de falsos prodígios e sinais, mentiras e falsidade, são eles: (Mateus 24:4; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). Se acreditarmos na Bíblia, podemos esperar uma abundância de falsos milagres. Logo, como se deve avaliar se tudo isso é verdadeiro ou como se deve avaliar a postura de um líder? A resposta é JULGANDO DE ACORDO COM AS ESCRITURAS! João adverte para testar os espíritos em 1Jo 4:1. Também adverte acerca daqueles que não são de Deus (1 Jo 4:6). Era mais ou menos o comportamento dos cristãos de Bereia (At 17:10-11) que examinavam o ensinamento de Paulo e de quaisquer outros pela Escritura. As Escrituras são o crivo, e não se o sujeito é ou não cômico ou promove entretenimento. O final do versículo 11 do texto supracitado diz que os cristãos de Bereia examinavam diariamente as Escrituras para ver se os ensinos procediam. Deve ser por isso que cada vez mais as igrejas estão se tornando verdadeiros parques de diversão e as ovelhas estão famintas e desnutridas, em paralelo, os bodes estão cada vez mais robustos e cevados pelo fato de serem alimentados constantemente.

Não há mais o costume de examinar as Escrituras e confrontar o que está sendo dito e o que está errado. De certa forma, há um regresso aos tempos medievais, vive-se na atualidade uma nova idade média, onde a Bíblia tem - cada vez mais caído no esquecimento e na omissão. Isso é fruto da estratégia maligna de alguns líderes tendenciosos. Em Gálatas 1:8-9 Paulo diz que ainda que ele ou um anjo que venha do céu pregue algo diferente, seja este amaldiçoado. Como saberá se é diferente ou não? Por meio das Escrituras Sagradas. Em outras palavras, é como se Paulo estivesse dizendo que ele mesmo, o seu ensino, devia ser confrontado para ver se era ou não verdadeiro. Por que, na atualidade, não vemos os líderes fazendo esta proposta? Por que os pastores atuais não pedem para os fiéis procurarem na Bíblia onde constam estes tipos de ensino como: ungir objetos, dízimos astronômicos, correntes de fé, copo com água santificada ou vendas de objetos santos que transmitem graça? Ou ainda, por que os líderes da atualidade não pedem para os fiéis procurarem nas Escrituras onde existe o ensino de que é preciso fazer algo para alcançar a salvação? Muitos até têm atribuído graça salvífica a certos objetos. Ou seja, ou adquire e vai para o céu ou não adquire e vai para o inferno. É ou não é um medievocontemporâneo? Sim.

A resposta para as demais perguntas é a seguinte: Os “líderes e pastores” contemporâneos não pedem que os fiéis consultem a Bíblia à procura destas aberrações porque não há nenhuma passagem bíblica que corrobore com estes sacrilégios heréticos. Isso tudo não passa de ração para bodes, e este tipo de alimento ovelha não come. Na atualidade não se deve avaliar os líderes religiosos pelo o que os mesmos proferem, eles são adeptos de uma verborragia clássica, ou seja, dizem que amam as Escrituras, que creem na graça salvífica, que creem na justificação pela fé e na soberania de Deus na salvação. Mas, as práticas e as atitudes destes líderes os denunciam veementemente.

Há um dito puritano que se deve fazer uso no ambiente eclesiástico tupiniquim: “Aquilo que alguém faz fala mais alto que suas próprias palavras”. Alguns líderes têm um discurso bonito quanto às verdades bíblicas, mas os seus atos mostram que são filhos do Diabo. Estes líderes realizam campanha para que se alcance graça salvadora, uns ainda dizem que quem não contribui não vai para o céu e outros líderes chegam até a vender lugar no céu. Outros colocam um óleo perfumado em um patamar mais elevado que a própria oração etc. Estes líderes são, de fato, muito habilidosos quando o assunto é alimentar seus bodes e desprezar as ovelhas. Portanto, a convivência entre bodes e ovelhas não cessará tão cedo, os bodes podem muito bem se alimentar na comida das ovelhas – eles até gostam –, mas, infelizmente, alguns falsos pastores preferem privar as ovelhas de um bom alimento e alimentar tão somente os seus cabritos.

É por isso que as ovelhas andam desnutridas. Mas, com toda convicção, há pastos saudáveis e verdadeiros pastores que ainda se preocupam em alimentar suas ovelhas com alimento nutritivo, como fez o pastor do Salmo 23. Como ovelha, aconselho que haja uma procura por pastos saudáveis e por pastores comprometidos em alimentar primariamente seu rebanho, e, ao encontrá-los, possa de fato usufruir e se deleitar numa boa alimentação e num bom pastoreio, sobretudo, no Pastor dos pastores que se encontra na pessoa de Deus.
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Divulgação: Bereianos

domingo, 28 de setembro de 2014

Perdão



Por Abraham Booth


O perdão do pecado é aquilo que o pecador espiritualmente despertado mais deseja. Todavia, é possível o perdão? Sem a Bíblia jamais saberíamos se tal perdão seria possível. Vemos, nas Escrituras, que Deus fala de Sua misericórdia desde os dias mais antigos: "O Senhor... perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado" (Ex. 34:7).

Na Bíblia Deus fala de muitos modos a respeito do Seu perdão, como também sobre a pecaminosidade humana, de muitas maneiras diferentes. Os pecadores são descritos como "corrompidos" e "abomináveis". O perdão de Deus é descrito como "limpeza" e "cobertura". Os pecadores são descritos como "devedores" e "sobrecarregados". O perdão é apresentado como "apagador" de dívidas e como "levantador" do abatido. As ofensas "vermelhas" são tornadas brancas "mais que a neve". O perdão de Deus é inteiramente adequado ao teu pecado!

O perdão de Deus para o pecado é gratuito, pleno e eterno. Estes três aspectos merecem considerações mais detalhadas, para mostrar quão completamente Deus na Sua misericórdia perdoa os pecadores.

Este perdão é gratuito. Não há condições para serem cumpridas antes dele ser dado. Os exemplos das Escrituras tornam isso bem claro. Que condições Saulo de Tarso teve de cumprir antes de ser perdoado? Nenhuma! Ele era um inimigo de Deus. Foi perdoado não porque tivesse cumprido certas condições, mas, "para que em mim, o principal pecador, evidenciasse Jesus Cristo a Sua completa longanimidade e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna" (I Tim. 1:16). Paulo, sem merecer, foi perdoado como "um modelo" para nós, da graça perdoadora de Deus.

Que condições Zaqueu, ou a samaritana, ou o carcereiro de Filipos cumpriram para obterem o perdão? Nenhuma, de fato! Nenhum deles merecia ser perdoado. Outros exemplos também poderiam ser citados, porém contentar-me-ei com apenas mais um. Que condições o ladrão moribundo teve de cumprir para ser perdoado? Também nenhuma! Ele era um notório pecador. Teria ele razão para esperar uma resposta feliz à sua oração: "Lembra-te de mim..."? Seu perdão foi unicamente um ato da graça de Deus! E o fato de só ele ter sido perdoado, dos dois ladrões, é um ato da graça discriminativa.

Ainda que este perdão seja gratuito para os pecadores, nunca devemos esquecer-nos de que Cristo pagou um alto preço por ele. Perdão para a menor das nossas ofensas só se tornou possível porque Cristo cumpriu as mais aflitivas condições, — Sua encarnação, Sua perfeita obediência à lei divina e Sua morte na cruz. O perdão que é absolutamente gratuito ao pecador teve um alto custo para o Salvador. Entretanto, no exato momento de pagar esse preço, como para mostrar que ele não foi pago em favor de pessoas justas ou dignas aos seus próprios olhos, Jesus moribundo perdoou livremente o ladrão. É evidente que o perdão vem pela graça, e a graça é favor dado sem o cumprimento de quaisquer condições preestabelecidas.

Penso que já foram apresentados fatos suficientes para provar que o perdão é gratuito. Eu poderia facilmente acrescentar outros fatos. Mas deixo-os de lado e só quero lembrar-te de um versículo marcante: "Quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho" (Rom. 5:10). Está claro, então, que o perdão não foi dado por qualquer coisa boa que tais "inimigos" tivessem feito!

Em segundo lugar, este perdão é pleno. Mesmo só um pecado traz a maldição da lei sobre o pecador. O perdão deve ser pleno o suficiente para incluir cada pecado, e deve abranger os piores pecados, não importando quão perversos eles sejam, ou de outro modo tal perdão seria inadequado. Uma pessoa com um só pecado não perdoado, está perdida.

O sangue de Cristo tem valor infinito por causa da gloriosa dignidade d Aquele que o derramou. A morte de Cristo é capaz de "nos purificar de toda injustiça" (I Jo. 1:9), e isso significa que nos pode purificar de cada pecado, por pior que seja, e de todos os pecados, não importando quão numerosos sejam eles.

Podemos muito bem clamar: "Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e esqueces da rebelião do restante da tua herança. O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Miq. 7:18-19).

Venha, então, trêmulo pecador! Pense nas riquezas da graça! Não permitas que nenhum pecado, ou mesmo uma multidão deles, te leve ao desespero. Deus nunca confere o Seu favor por causa do merecimento do pecador e nunca o nega por causa do seu demérito. A graça é livre e plena. Descanse sobre esta verdade!

Em terceiro lugar, o perdão é para sempre. Esta é a coroação final de um perdão completo. Ele é irreversível. As Escrituras dizem isto claramente: "... de seus pecados não me lembrarei mais" (Heb. 8:12). Esta promessa não é condicional, e sim absoluta. Não depende do perfeito comportamento subsequente do pecador (Se dependesse, então esse perdão certamente fracassaria e não poderia ser mantido). Depende do valor eterno da morte expiatória do Senhor e da inabalável fidelidade de Deus. "Quanto está longe o oriente do ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões" (Sal. 103:12). "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rom. 8:33). Estas fortes expressões significam que o perdão jamais poderá ser revertido.

O fato de Deus castigar Seus filhos quando eles pecam, não significa que eles possam perder o seu perdão. O castigo que lhes impõe é evidência do Seu amor e do Seu interesse por eles, e não um sinal de que os está rejeitando.

O fato dos crentes orarem continuamente para que Deus lhes perdoe os pecados, não significa que eles já não estejam perdoados. Eles buscam a consciência de que foram perdoados. Não vamos imaginar que toda vez que eles pecam, arrependem-se, confessam o seu pecado e pedem perdão, Deus realiza novos atos de perdão. Contudo, eles precisam conscientizar-se sempre de que o perdão já lhes pertence, por serem filhos de Deus.

Quão glorioso, portanto, é o perdão que procede da graça de Deus. Quão completo é esse perdão! Nada existe que possa levar o pior pecador a deixar de pedi-lo. Ninguém tem razão para dizer: "Infelizmente, meus pecados são enormes demais!"

"Que diremos, pois, permaneceremos no pecado para que a graça abunde? De modo nenhum" (Rom. 6:1-2). Antes, o pecador perdoado dirá com a mais profunda gratidão: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome... (porque) é ele que perdoa todas as tuas iniquidades" (Sal. 103:1,3).

"O perdão de Deus é da mesma natureza dEle. Não é estreito, difícil, frio, restrito e condicionado como o perdão que impera entre os homens; mas é pleno, livre, insondável, sem limites, absoluto — é da mesma natureza das excelências de Deus. Lembrem-se disso, pobres almas, quando tiverem de tratar com Deus a respeito deste assunto. O perdão não é merecido por obras piedosas realizadas antes, porém, é o mais forte motivo para se viver piedosamente depois de recebê-lo. Aquele que não aceita o perdão, a não ser que possa merecê-lo de uma forma ou de outra, não participará dele. Aquele que presume tê-lo recebido, e não se sente obrigado a ser obediente a Deus por causa do perdão que recebeu, na verdade não goza dele!"

Leitor, um tal perdão não seria próprio para você? Almeja ser perdoado? Então, olhe para Jesus que morreu por você. Isso que tanto deseja é um dom livre que se tornou possível por causa do Seu sacrifício a favor dos pecadores.

Você já está perdoado? Então o teu coração deve estar cheio de santo amor pelo Senhor e de compaixão para com qualquer que te ofenda. Aquele que se considera perdoado, mas não perdoa aos outros, "é mentiroso" (I Jo. 4:20).


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Fonte: The Reign of Grace
Tradução: Josemar Bessa
Via: Josemar Bessa
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5 motivos por que você deve pregar sobre a ira de Deus

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Por Steven J. Lawson


O reformador de Genebra João Calvino disse: “A pregação é a exposição pública da Escritura pelo homem enviado de Deus, na qual o próprio Deus está presente em juízo e em graça”. O fiel ministério do púlpito requer a declaração tanto do juízo como da graça. A Palavra de Deus é uma espada afiada de dois gumes, que suaviza e endurece, conforta e aflige, salva e condena.

A pregação da ira divina serve como um pano de fundo negro, que faz o diamante da misericórdia de Deus brilhar mais do que dez mil sóis. É sobre a tela escura da ira divina que o esplendor da sua graça salvadora irradia mais plenamente. Pregar a ira de Deus exibe do modo mais resplandecente a sua graciosa misericórdia para com os pecadores.

Como trombeteiros sobre a muralha do castelo, que anunciam a vinda de uma catástrofe, os pregadores devem proclamar todo o conselho de Deus. Aqueles que ocupam os púlpitos devem pregar por inteiro o corpo de verdade das Escrituras, o que inclui tanto a ira soberana quanto o supremo amor. Eles não podem pegar e escolher o que querem pregar. Abordar a ira de Deus nunca é algo opcional para um pregador fiel – é um mandato divino.

Tragicamente, a pregação que lida com o juízo iminente de Deus está ausente de muitos púlpitos contemporâneos. Os pregadores se escusam ao falar da ira de Deus, isso quando não se silenciam por completo. Para magnificar o amor de Deus, muitos argumentam, o pregador deve minimizar a sua ira. Mas omitir a ira de Deus significa obscurecer o seu maravilhoso amor. Parece estranho, mas é falta de misericórdia omitir a declaração da vingança divina.

Por que a pregação da ira divina é tão necessária? Primeiro, o caráter santo de Deus a exige. Uma parte essencial da perfeição moral de Deus é o seu ódio pelo pecado. A.W. Pink assevera: “A ira de Deus é a santidade de Deus incitada a agir contra o pecado”. Deus é um “fogo consumidor” (Hebreus 12.29) que “sente indignação todos os dias” (Salmo 7.11) contra os ímpios. Deus “odeia a iniquidade” (45.7) e se enfurece contra tudo o que é contrário ao seu perfeito caráter. Ele irá, portanto, destruir (5.6) os pecadores no Dia do Juízo.

Todo pregador deve anunciar a ira de Deus, ou irá marginalizar a sua santidade, amor e justiça. Porque Deus é santo, ele está separado de todo pecado e, por conseguinte, em oposição a todo pecador. Porque Deus é amor, ele se deleita na pureza e, por necessidade, odeia tudo aquilo que é profano. Porque Deus é justo, ele deve castigar o pecado que viola a sua santidade.

Segundo, o ministério dos profetas a exige. Os profetas do passado proclamavam com frequência que os seus ouvintes, por causa de sua contínua impiedade, estavam acumulando para si mesmos a ira de Deus (Jeremias 4.4). No Antigo Testamento, mais de vinte palavras são usadas para descrever a ira de Deus, e essas palavras são usadas, em suas várias formas, num total de 580 vezes. De novo e de novo, os profetas falavam com imagens vívidas para descrever a ira de Deus derramada contra a impiedade. O último dos profetas, João Batista, escreveu acerca da “ira vindoura” (Mateus 3.7). De Moisés ao precursor de Cristo, houve um contínuo esforço para alertar os impenitentes do furor divino que os espera.

Terceiro, a pregação de Cristo a exige. Ironicamente, Jesus teve mais a dizer acerca da ira divina do que qualquer outro na Bíblia. Nosso Senhor falou sobre a ira de Deus mais do que falou sobre o amor de Deus. Jesus alertou acerca do “inferno de fogo” (Mateus 5.22) e da “destruição” eterna (7.13) onde há “choro e ranger de dentes” (8.12). Sem rodeios, Jesus foi um pregador do fogo do inferno e da condenação. Os homens nos púlpitos fariam bem em seguir o exemplo de Cristo em sua pregação.

Quarto, a glória da cruz a exige. Cristo sofreu a ira de Deus por todos aqueles que haveriam de invocá-lo. Se não há nenhuma ira divina, não há nenhuma necessidade da cruz, muito menos da salvação das almas perdidas. De que os pecadores precisariam ser salvos? Apenas quando reconhecemos a realidade da ira de Deus contra aqueles que merecem o juízo é que nós descobrimos que gloriosa notícia é a cruz. Muitos ocupantes de púlpito de hoje se vangloriam de terem um ministério centrado na cruz, embora raramente, se é que o fazem, pregam a ira divina. Isso é uma violação da própria cruz.

Quinto, o ensino dos apóstolos a exige. Aqueles que foram diretamente comissionados por Cristo foram incumbidos de proclamar tudo o que ele lhes havia ordenado (Mateus 28.20). Isso requer a proclamação da justa indignação de Deus contra os pecadores. O apóstolo Paulo advertia os descrentes do Deus que aplica ira (Romanos 3.5) e declara que somente Jesus pode nos “livrar da ira vindoura” (1Tessalonicenses 1.10). Pedro escreve sobre o “Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios” (2Pedro 3.7). Judas aborda a “pena do fogo eterno” (Judas 7). João descreve “a ira do Cordeiro” (Apocalipse 6.16). Claramente, os escritores do Novo Testamento reconheceram a necessidade da pregação da ira de Deus.

Os pregadores não devem se esquivar de proclamar o justo furor de Deus contra os pecadores que merecem o inferno. Deus tem um dia determinado no qual ele há de julgar o mundo com justiça (Atos 17.31). Este dia está despontando no horizonte. Assim como os profetas e apóstolos, e como o próprio Cristo, nós também devemos advertir os descrentes deste terrível dia vindouro e compeli-los a correrem para Cristo, o único que é poderoso para salvar.

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Fonte: Ministério Fiel

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A CULPA NÃO FOI MINHA!



Por Augusto Brayner

Há algo em comum entre o primeiro homem, Adão, e qualquer outro da presente era. Não importa o lugar nem a época, desde que o homem caiu no jardim do Éden ele sempre tenta se esquivar de suas responsabilidades(Gn.3:12,13). Desde cedo quando os pais flagram uma atitude desobediente dos filhos, estes geralmente buscam se explicar com motivações que os fazem inocentes. Toda estratégia parece ser válida para se ver livre das reprimendas. As pessoas crescem com a tendência de, sempre que confrontadas com o erro, ter como a melhor saída procurar algo que lhe sirva de "bode expiatório". Afinal, não há nada mais cômodo do que repassar a culpa adiante.

Esse sentimento é tão comum que nos dias atuais deu origem a uma grande militância. Existem pessoas que doam suas vidas com vistas a fazer uma releitura de situações onde claramente há um culpado pessoal que deveria ser responsabilizado. Contudo, para esses militantes de causas pouco nobres o que os acusados precisam ser entendidos em seu contexto. Inúmeros são os casos, como o do jovem que foi arrastado no Rio de Janeiro ao longo de vários quilômetros por ladrões em fuga desesperada, que encontraram nos grupos dos defensores dos direitos humanos (estão mais para “direitos dos manos”) aliados fieis para apresentar desculpas para uma atitude incompreensível. A estratégia é sempre colocar a culpa nos problemas sociais do país, no sistema econômico, nos empresários, na Igreja, ou em qualquer coisa, e tem que ser uma coisa (algo impessoal), que não diga respeito ao próprio acusado. Este tipo de argumento leva a conclusão que não existem responsáveis pessoais, pois a culpa é externa e foge ao controle do acusado que agora passa a ser uma vítima da situação. No final das contas, o erro reside na vítima que por algum infortúnio estava na hora errada e no lugar errado.

Quando os olhos se voltam para Escritura no intuito de entender melhor o que a mente do Senhor pensa sobre culpa, fica claro que Ele não tem o culpado por inocente (Nm. 1:3). De fato, determinadas circunstâncias podem contribuir para que alguém cometa um delito, mas, diante do Deus da Bíblia, quem erra deve ser responsabilizado. O alerta dado a Adão se cumpriria "pois no dia que comeres do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente morrerás" (Gn.2:17). Adão morreria, não outro! Todavia, o Senhor sendo infinitamente misericordioso, desde a eternidade, decidiu salvar alguns desses culpados. Entretanto, não se utilizando de estratégias ímpias como as citadas no início deste texto. Deus providenciaria alguém que pudesse satisfazer a sua Santa Justiça. A Sua lei diz que o pecado leva a morte, portanto, alguém teria que morrer. O Senhor, ainda prefigurando o que ocorreria mais adiante na revelação, institui sacrifícios de animais que serviriam de substitutos para a morte dos verdadeiros culpados. O animal seria morto para satisfazer a justiça do Justo Juiz. Entretanto, o sacrifício do animal que em algumas ocasiões era efetuado no meio da congregação (Ex.12), em outras oportunidades era realizado fora. Na cerimônia do dia de purificação, após o ritual da transferência dos pecados, era lançado o animal para longe da congregação (Lv.16). A culpa de todo israelita era posta sobre e o bode que carregava para longe da comunidade as iniquidades, prosseguindo para morrer sozinho no deserto. Tal instituição divina, como se pode perceber, não invalida a lei, nem muito menos declara o culpado como inocente sem que a pena seja aplicada em alguém, inicialmente no animal que apontava para um ser pessoal e humano, Cristo.

Portanto, há uma imensa diferença entre desviar a culpa para outrem de uma forma que ninguém seja penalizado, e aplicar a lei, mesmo que a um substituto. No primeiro caso o final é a injustiça e a conivência, no segundo é justificação e cumprimento da lei. Deus, em Cristo, cumpriu a lei no lugar do seu povo. Alguns ímpios que mereciam a morte eterna foram declarados justos pela justiça do perfeito cordeiro de Deus (Jo.1). A lei foi plenamente aplicada em Jesus. Toda a ira Santa de Deus foi derramada sobre Cristo para que o que Nele crer não pereça, como perecia o bode expiatório no deserto, mas tem a vida eterna (Jo.3:16). Percebe-se, então, que buscar desculpas externas para invalidar a lei é estratégia ímpia e que apenas reflete o estado espiritual do presente século, assim como no Éden. Diante de Deus a única forma de não receber sobre si o castigo da lei é tendo fé no substituto que morreu no lugar dos seus, pois sua justiça é imputada a todo que em sua obra manifestar fé.

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Augusto Brayner é Pastor na Igreja Presbiteriana do Brasil e este texto foi sua redação apresentada ao Mestrado em Divindade com Ênfase em Pregação da Universidade Presbiteriana Mackenzie (CPAJ-SP).

Fonte: Púlpito Cristão

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