Como podemos Progredir na Escola da Fé?
Gênesis 12:10 – 13:18
A vida pode ser difícil”, escreveu Amy Carmichael, missionária na índia. “Às vezes o inimigo vem como uma inundação. Mas essa é a hora de provar nossa fé e de viver aquilo que cantamos” (Candlesin the Dark, p. 51).
Não dá para confiar numa fé que não se pode provar. Pedro comparou as provações do cristão à prova do ouro na fornalha (1 Pe 1:7), e o patriarca Jó usou a mesma imagem: “Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro” (Jó 23:10). O propósito de Deus ao permitir as provações não é apenas avaliar nossa fé, mas também purificá-la e remover toda a escória. Deus sabe que tipo de fé nós temos, mas nós não sabemos; a única maneira de progredir na “escola da fé” é passar nas provas.
Assim como Abraão, passamos por três provas especiais para progredir na “escola da fé”: as circunstâncias (Gn 12:10), as pessoas Gn 12:11 – 13:4) e as coisas (Gn 13:5-18).
1. CIRCUNSTÂNCIAS (Gn 12:10)
Deixar sua família e viajar para uma terra desconhecida, Abraão deu um grande passo de fé. Depois que chegou, viu Deus pela segunda vez e ouviu sua promessa. Abraão e Sara, provavelmente, esperavam assentar-se e aproveitar o novo lar, mas Deus tinha outros planos. Em vez disso, permitiu que houvesse uma grande fome sobre a terra. Não há nenhum registro de que Abraão tivesse enfrentado escassez de alimento em Ur ou Harã, mas agora que estava na terra de Deus, precisava encontrar comida para um grupo grande de pessoas e para todos os seus rebanhos (ver Gn 14:14).
Por que Deus permitiu essa falta de alimento? Para ensinar a Abraão e Sara uma lição fundamental na “escola da fé”, uma lição que você também deve aprender: muitas vezes, as vitórias são seguidas de provações. Esse princípio é ilustrado pela história de Israel. Assim que o povo foi liberto do Egito, sofreu a perseguição do exército egípcio e viu-se encurralado diante do mar Vermelho (Êx 12 -15). Vitória seguida de provação. Deus os livrou, mas logo passaram por outra prova: a falta de água (Êx 15:22-27). Depois disso veio a fome (Êx 16) e um ataque dos amalequitas (Êx 17). As provações vêm depois das vitórias.
“Pensei que aceitar a salvação iria resolver todos os meus problemas”, disse-me um recém-convertido. “Mas agora sei que a fé em Cristo criou para mim uma série de problemas novos! Só que, agora, duas coisas são diferentes”, acrescentou com um sorriso. “Não enfrento esses problemas sozinho, pois o Senhor está comigo. Além disso, sei que ele permite as dificuldades para meu próprio bem e para a glória dele.”
Um dos inimigos da vida de fé é o orgulho. Quando você alcança uma vitória, pode ficar confiante demais e começar a dizer a si mesmo que é capaz de derrotar qualquer inimigo a qualquer hora. Começa a depender de suas experiências passadas e de seu conhecimento cada vez maior da Palavra, em vez de depender inteiramente do Senhor. Isso explica o motivo da promessa de 1 Coríntios 10:13 ser precedida de uma advertência no versículo 12: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. Deus não queria que Abraão se tornasse orgulhoso nem que ficasse confiante demais, assim colocou a ele e sua fé na fornalha da provação.
Depois de ter alcançado uma grande vitória pela fé, espere um ataque do inimigo ou uma prova do Senhor – ou ambas as coisas. Essa é a única maneira de crescer na fé. Deus usa as circunstâncias difíceis da vida para fortalecer os músculos da sua fé e guardá-lo de confiar em outra coisa que não seja a Palavra dele. Não tente fugir dos problemas. Não vai dar certo.
Em vez de permanecer na terra e de confiar que o Senhor o ajudaria, Abraão “desceu […] ao Egito” (Gn 12:10). Na Bíblia, o Egito é símbolo do sistema do mundo e de sua escravidão, enquanto a terra de Israel é um retrato da herança das bênçãos que Deus tem para você (Dt 11:10-12). Quando as pessoas iam para Jerusalém, subiam até a cidade; mas quando iam para o Egito, desciam àquela terra. Em termos espirituais, “descer para o Egito” significa duvidar das promessas de Deus e correr para o mundo em busca de ajuda (ver Nm 11; 14; Is 30:1, 2; 31:1; e Jr 42:1 3ss).
Quando as circunstâncias se complicarem e você se vir dentro da fornalha da provação, fique onde Deus o colocou até que ele diga para você se mover. A fé nos coloca no rumo da paz e da esperança, mas a incredulidade nos leva à inquietação e ao medo. “Aquele que crer não foge” (Is 28:16). Em tempos de provação, a pergunta importante não é: “Como posso sair dessa situação?”, mas sim: “O que posso aprender com essa situação?” (ver Tg 1:1-12). Deus está trabalhando para edificar sua fé.
Somente Deus tem o controle das circunstâncias. Você está mais seguro passando por uma grande fome dentro da vontade dele do que vivendo num palácio fora da vontade dele. Alguém disse muito bem: “A vontade de Deus jamais o conduzirá a um lugar em que a graça de Deus não pode guardá-lo”. Abraão não foi aprovado no teste das circunstâncias e afastou-se da vontade de Deus.
2. Pessoas (Gn 12:11 – 13:4)
Uma vez no Egito, Abraão enfrentou uma nova série de problemas. Isso acontece porque, se alguém foge de uma prova, logo enfrenta outra. Uma vez que você se matricula na “escola da fé”, não tem como “desistir do curso” só porque não passou em uma prova. Deus tem um propósito a cumprir em você e por meio de sua vida, e ele fará todo o necessário para que seja bem sucedido (Si 138:8; Fp 1:6).
Em Canaã, Abraão só precisava lidar com a falta de alimento. No Egito, porém, teve de tratar com um Faraó arrogante e seus oficiais. O Faraó era considerado uma divindade, mas não era um deus como o Deus de Abraão – amoroso, generoso e fiel. Abraão logo descobriu que teria sido melhor lidar com as circunstâncias de Canaã do que com o povo no Egito.
Para começar, Abraão deixou de confiar e começou a tramar. Abraão não tinha um altar no Egito, e não o vemos clamando ao Senhor em busca de orientação e de ajuda. Quando o pastor Warren Wiersbe trabalhava com o ministério Mocidade para Cristo, ouvia seu amigo e colega Pete Quist com frequência nos lembrava de que “Crer é viver sem tramar”. Quando você pára de confiar na Palavra de Deus, começa a apoiar-se na sabedoria humana, e isso traz problemas (Pv 3:5, 6; 1 Co 3:1 8-20). Abraão e Sara trouxeram consigo de Ur uma meia verdade” (Gn 20:13). Usaram-na no Egito e em Gerar (Gn 20), e, mais tarde, seu filho, Isaque, adotou o mesmo esquema (Gn 26). Quando você se pega tramando a fim de escapar de problemas com pessoas, tome cuidado; coisas piores ainda estão por vir!
Além disso, Abraão deixou de confiar e começou a temer. Quando você se encontra no lugar que Deus escolheu, não precisa jamais temer; isso porque a fé e o temor não podem habitar no mesmo coração (Is 12:2; Mc 4:40). O temor do Senhor conquista todos os outros medos (Sl 112; Is 8:13). Mas “quem teme ao homem arma ciladas” (Pv 29:25). Deus havia dito, repetidamente, a Abraão: “Eu farei”, mas Abraão dizia: “os egípcios […] vão” (Gn 12:12; ênfase minha). Deixou de olhar para o Senhor e começou a olhar para as pessoas.
Ocorreu, ainda, outra mudança: ele deixou de preocupar-se com os outros e passou a preocupar-se consigo mesmo. Mentiu e explicou a Sara o motivo: “para que me considerem por amor de ti” (Gn 12:13). Como marido, Abraão deveria ter pensado primeiro na esposa e não em si mesmo (1 Pe 3:7; Ef 5:25, 28, 29). Na verdade, nem sequer deveria tê-la levado consigo! Um marido que não está dentro da vontade de Deus pode causar inúmeros problemas para a esposa e a família.
Isso nos leva à quarta mudança: ele deixou de trazer bênçãos e começou a trazer julgamento. Deus chamou Abraão para ser uma bênção às nações (Gn 12:1-3). No entanto, por causa da desobediência de Abraão, o Faraó e sua casa receberam julgamento (v. 17). O mesmo ocorreu anos depois em Gerar (Gn 20). Se você deseja ser uma bênção para outros, então fique dentro da vontade de Deus. Jonas fugiu da vontade de Deus e causou uma tempestade que quase afundou o navio. Assim como Jonas, Abraão perdeu seu testemunho diante de incrédulos e teve de sofrer a vergonha e a repreensão.
Em sua graça, Deus cuidou de seu servo e tirou-o de uma situação difícil. Se Sara tivesse se tornado uma das esposas do Faraó, o que teria acontecido com a promessa do Redentor? Quando não deixamos Deus controlar nossa vida, ele prevalece e cumpre seus propósitos, mas nós pagamos um alto preço por nossa desobediência.
Abraão aprendeu a lição, arrependeu-se e “saiu” do Egito (Gn 13:1). Quando desobedecemos à vontade de Deus, a única coisa certa a fazer é voltar para o lugar onde deixamos o Senhor para trás e recomeçar (1 Jo 1:9). Na “escola da fé”, nenhum fracasso é permanente. Abraão voltou para sua tenda e seu altar e para uma vida de “peregrino e estrangeiro”.
Alguém, observando esse episódio de passagem, pode concluir: “O que aconteceu com Abraão não foi tão ruim. O Faraó deu-lhe muitas riquezas (Gn 12:16; 13:2) e Sara recebeu Agar, uma serva só para si Gn 16:1). Deus perdoou o pecado de Abraão, e ele começou de novo. Então, qual é o problema?”
O “problema” é que tudo o que Abraão recebeu no Egito acabou causando transtornos. Por causa de sua grande riqueza, Abraão e Ló não puderam mais viver juntos e precisaram separar-se (Gn 13:5, 6). Agar, a escrava egípcia, trouxe divisão e tristeza para aquele lar (Gn 16). Uma vez tendo provado o que havia no Egito (no mundo), Ló começou a medir tudo pelos parâmetros de lá (Gn 13:10, 11), e isso levou à queda e ruína de sua família. A desobediência não traz nenhum benefício.
A lição prática de tudo isso é simplesmente esta: nunca abandone seu altar. Mantenha-se em comunhão com Deus, quaisquer que sejam as circunstâncias. Se você desobedeceu, e Deus o está disciplinando, volte para o lugar onde você deixou o Senhor e coloque as coisas em ordem. Lembre-se: “A vida cristã vitoriosa é uma série de recomeços”. Isso não serve de desculpa para pecar, mas é um incentivo ao arrependimento.
3. Coisas ( Gn 13:5 -18 )
Fico imaginando quantas brigas de família foram causadas pelo amor ao dinheiro. O jornal sempre traz reportagens de famílias lutando nos tribunais por causa de uma herança ou de um prêmio de loteria. Pessoas que costumavam amar e gostar umas das outras começam a atacar-se só para conseguir dinheiro; mas o dinheiro não é capaz de comprar as bênçãos que a família concede gratuitamente.
Abraão pode ter sido reprovado nos dois primeiros testes, mas passou com nota máxima no terceiro. Essa provação não foi fácil, pois envolvia terras e riqueza. No entanto, Abraão deu o exemplo daquilo que todo o cristão deve fazer quando se vê envolvido em disputas por coisas materiais.
Abraão resolveu ser um pacificador e não um encrenqueiro. O problema entre Abraão e Ló não foi causado pela terra, pela falta de comida, pela riqueza (os dois eram muito ricos) nem pelos pastores (Gn 13:7). O coração de todo problema é o problema do coração. O coração de Ló estava nas riquezas e realizações do mundo, enquanto Abraão só desejava agradar a Deus. “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Am 3:3)
Foi triste uma contenda separar parentes chegados (Gn 13:8). Porém, mais triste ainda foi ela ser testemunhada pelos pagãos da terra onde os dois habitavam (v.7). Quando cristãos entram em conflito, isso prejudica o testemunho do Senhor. Ao longo de meu ministério pastoral, muitas vezes visitava parentes e amigos não cristãos de membros da igreja, procurando levá-los a se interessar pelas coisas espirituais, só para descobrir que sabiam de todas as “brigas de igreja” que aconteciam na cidade. Não é de se admirar que nosso Senhor orou para que seu povo fosse um, a fim de que o mundo pudesse crer (Jo 17:20-23). A união dos cristãos é um bom aroma e dá frutos (Sl 133). A desunião, porém, transforma esse bom perfume em mau cheiro e o pomar em deserto.
O texto de Tiago 3:13 – 4:10 explica por que Ló era um agitador e não um pacificador. Seu coração não estava em ordem com Deus. Ele seguiu a sabedoria deste mundo (como seu tio, Abraão, havia feito no Egito) e não a sabedoria de Deus. A sabedoria e a riqueza do mundo, que parecem dar tanta satisfação, no final, só trazem decepção.
A cobiça – um apetite insaciável por mais coisas – leva a todo tipo de mal (1 Tm 6:10). A fim de conseguir mais dinheiro, as pessoas mentem (Pv 21:6), maltratam os outros (Pv 22:16), usam de meios desonestos para enriquecer (Pv 28:8) e afligem a própria família (Pv 1 5:27). “A cobiça é o começo e o fim do alfabeto do diabo”, escreveu Robert South, “é o primeiro mal a surgir na natureza corrupta e o último a morrer”.
Abraão havia causado problemas no Egito porque estava no lugar errado, e Ló causou problemas em Canaã por estar no lugar errado: Na realidade, seu coração estava no Egito (Gn 13:10). De acordo com 1 Coríntios 2:14 – 3:3, existem apenas três tipos de pessoa no mundo: as naturais (não salvas), as carnais (salvas, mas vivem no mundo e na carne) e as espirituais (dedicadas a Deus). Você encontra esses três tipos em Gênesis 13: natural (homens de Sodoma; v. 13), carnal (Ló) e espiritual (Abraão). Ló era um homem reto (2 Pe 2:7, 8), porém não dedicado ao Senhor. Ele não podia andar com Abraão, pois seu tio era amigo de Deus (2 Cr 20:7; Is 41:8), e Ló era amigo do mundo (Tg 4:4). Muitas divisões de igreja e brigas de família são causadas por cristãos carnais que não estão andando com o Senhor nem com outros cristãos.
Abraão vivia para os outros e não para si. Enquanto estava no Egito, Abraão pensou primeiro em si mesmo (Gn 12:12, 13); mas quando voltou para seu altar em Canaã, colocou Deus em primeiro lugar e, depois, os outros. Como “líder ancião” do acampamento, Abraão tinha todo o direito de decidir a questão e dizer a Ló o que fazer. No entanto, deixou que Ló escolhesse primeiro. “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12:10). O cristão espiritual não insiste em seus direitos, cedendo-os de bom grado a outros.
Em sua velhice, o general William Booth, fundador do Exército de Salvação, estava fraco demais para comparecer aos congressos mundiais da organização, mas costumava enviar representantes com uma mensagem. Num desses anos, mandou-lhes um telegrama contendo uma única palavra: OUTROS. O Exército de Salvação leva essa palavra – OUTROS – muito a sério. “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Fp 2:4).
Abraão viveu pela fé e não pelas aparências. Qualquer que fosse a decisão de Ló, Abraão não estava preocupado com o futuro, pois sabia que tudo estava nas mãos do Senhor. Abraão nunca leu o Salmo 47:4 nem Mateus 6:33, mas colocou essas duas passagens em prática. Havia se encontrado com Deus no altar e sabia que tudo estava sob controle. Quando Deus ocupa o primeiro lugar em sua vida, não faz diferença quem está em segundo ou em último.
Ló possuía uma tenda, mas não tinha um altar (Gn 13:5), o que significa que não invocava o Senhor pedindo sabedoria em suas decisões (Tg 1:5). Em vez de levantar os olhos para o céu, Ló levantou os olhos para a campina do Jordão (Gn 13:10) e fixou-se lá. Os olhos vêem o que o coração ama. Abraão havia tirado Ló de dentro do Egito, mas não conseguiu tirar o Egito de dentro de Ló. A forma de ver as coisas ajuda a determinar os resultados. Os olhos de Abraão estavam voltados para a cidade santa de Deus (Hb 11:13-16), e ele caminhou com o Senhor até herdar suas bênçãos. Os olhos de Ló estavam voltados para as cidades pecaminosas dos homens, e ele obteve o sucesso do mundo, a falência espiritual e um fim vergonhoso.
Ló teve uma excelente oportunidade de tornar-se um homem de Deus enquanto estava com Abraão, mas não encontramos nenhuma informação de que Ló tivesse construído um altar ou invocado o nome do Senhor. Primeiro, olhou para Sodoma (Gn 13:10); depois, partiu para aquela região (Gn 13:11, 12) e, por fim, mudou-se para Sodoma (Gn 14:12). Em vez de ser um peregrino, progredindo rumo a seu lar, Ló regrediu, rumando para o mundo e afastando-se da bênção do Senhor (Sl 1:1). “Partiu para o Oriente” (Gn 13:11) e deu as costas a Betei (“casa de Deus”), rumando para Ai (“ruínas”; ver 12:8). Talvez, para Ló, o povo de Sodoma não parecesse perverso, mas com certeza o era para Deus, e isso é o que importa.
Abraão deixou que Deus escolhesse por ele. Depois que Ló partiu, Abraão teve outro encontro com o Senhor (Gn 13:14-18). Ló havia levantado seus olhos e visto o que o mundo tinha a oferecer; então, Deus convidou Abraão a levantar os olhos e ver o que o céu tinha a oferecer. Ló escolheu um pedaço de terra que acabou perdendo, mas Deus deu a Abraão toda a terra que ainda pertence a ele e a seus descendentes. Ló “escolheu para si” as terras que desejava. Deus disse a Abraão “eu te darei”. Que contraste!
Ló perdeu sua família, mas Abraão recebeu a promessa de uma família tão grande que não poderia ser contada. (Lembre-se de que Abraão e Sara eram idosos e não tinham filhos.) Ló estava vivendo para o possível, mas Abraão confiava em Deus para o impossível.
Depois de dizer: “Ergue os olhos e olha”(v. 14), o Senhor disse a Abraão: “Levanta-te, percorre essa terra” (v. 1 7). Aproprie-se de sua herança pela fé! (Js 1:1-3; Dt 11:24). A disciplina pela qual Abraão passou ao descer para o Egito ensinou-o a respeitar os limites, de modo que Deus pôde, então, – confiar-lhe os horizontes, É a sua fé em Deus que determina quanto das bênçãos dele você vai desfrutar.
Quando você creu em Jesus Cristo como seu Salvador, Deus lhe deu -“toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3). Agora, você tem sua herança! Tudo o que precisa fazer é apropriar-se dela pela fé e usufruir da “sua riqueza [de Deus] em glória” (Fp 4:19). A Palavra de Deus é o “testamento” que diz quão rico você é, e a fé é a chave que abre o cofre para que possa apropriar-se de sua herança.
Abraão deu graças a Deus. Abraão não apenas ergueu os olhos e olhou (Gn 13:14); ele levantou-se e percorreu a terra (v. 17), como também elevou o coração e adorou a Deus, agradecendo-lhe por suas generosas bênçãos. Mudou a tenda de acampamento em acampamento conforme Deus o dirigia e construiu seu altar de testemunho e de adoração. O povo de Sodoma orgulhava-se de sua afluência (Ez 16:49), mas Abraão possuía uma riqueza da qual eles não tinham qualquer conhecimento (Jo 4:31-34). Caminhava em comunhão com Deus, e seu coração estava satisfeito.
Satanás quer usar circunstâncias, pessoas e coisas para tentá-lo e para extrair o que há de pior em você. Deus quer usar tudo isso para prová-lo e para extrair o que há de melhor em você. Abraão foi reprovado nos dois primeiros testes, pois recorreu à sabedoria humana em vez de usar a fé na Palavra de Deus. No entanto, passou no terceiro teste com honras, pois deixou que Deus assumisse o controle. “E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5:4).
Extraído do Com. de W.W.