O crescimento do feminismo nas igrejas evangélicas vem chamando atenção pela agressividade das ideias apresentadas, inclusive, negando a sacralidade da Bíblia Sagrada. Sobre esse assunto, Marisa Lobo, coordenadora nacional do movimento pró-mulher, afirmou que é preciso tomar cuidado com essa “armadilha”.
Em uma entrevista portal Gospel+, Marisa Lobo destacou que é possível defender os direitos das mulheres e a equiparação social e profissional sem se curvar à ideologia feminista contemporânea, que prega valores opostos aos que as Escrituras ensinam aos seguidores de Jesus.
De acordo com Marisa, “o feminismo é mestre em falácias e manipulação da retórica e linguagem”, o que pode levar cristãos desavisados a serem levados a acreditar que suas bandeiras estão alinhadas ao Evangelho.
Confira a entrevista sobre a presença do feminismo nas igrejas:
Recentemente, vimos representantes do movimento feminista dentro das igrejas evangélicas afirmando que a Bíblia não é a Palavra de Deus, e sim, um livro de memórias de um povo. O que essa declaração significa?
Primeiro devemos rejeitar veemente que essas feministas sejam cristãs. Ou uma coisa ou outra. O feminismo é mestre em falácias e manipulação da retórica e linguagem, com certeza estão enganando muitas mulheres que não se dispõem a conhecer as raizes históricas de um movimento que diz representar a mulher quando na verdade, defende apenas um gênero cultural… Se essas “mulheres cristãs” conhecessem o feminismo da atualidade, rejeitariam esse movimento subversivo, desconstrucionista e abortista, que defende qualquer coisa, menos a mulher biológica, conservadora.
Dizer que a “Bíblia não é a Palavra de Deus, e sim, um livro de memórias de um povo” é afronta ao cristianismo, uma manipulação da Bíblia para enganar mulheres cristãs, e ao mesmo tempo uma ignorância espiritual que comprova que não são cristãs, e sim, ativistas infiltradas nas igrejas para desviar mulheres arregimentando-as para suas lutas como massa de manobra…
Me pergunto que direito e autoridade essas feministas têm para tentar desmoralizar a Biblia. Pior são pastores que recebem este tipo de “cristã” dentro das igrejas. Será que não têm discernimento espiritual e psicológico para caírem tão facilmente nesta armadilha que visa estritamente desconstruir o papel da mulher dentro das Igrejas? Faz parte do movimento feminista essa reorientação do papel da mulher em todas as esferas da sociedade, e a igreja é meta do feminismo radical de gênero. É uma armadilha que infelizmente muitos, por ignorância, estão caindo e servindo à agenda mundial feminista abortista associada à ideologia de gênero.
O que é o movimento feminista atualmente?
O movimento feminista contemporâneo tem interesses estritamente políticos. Essa “nova versão” tem cara do movimento político de esquerda. O feminismo que se vive hoje em dia está relacionado diretamente com a ideologia de gênero e com a aceitação de toda a diversidade de orientação sexual, inclusive com a pedofilia. Quando falamos em diversidade sexual, o que imaginamos? Inclua nessa variedade sem limites as parafilias sexuais e crimes sexuais como a pedofilia, que é aceita em cerca de 15 países.
O feminismo passou por várias fases e não podemos negar que na sua origem, no passado, no início anos 1920, por exemplo, ele lutou pelos direitos das mulheres. Porém, hoje não representa a mulher biológica, e sim, o gênero mulher, que pode estar – segundo o feminismo e a ideologia de gênero – em um corpo biológico masculino. Além disso, está a serviço da revolução cultural.
Durante sua trajetória, o feminismo passou por fases: a primeira buscou o acesso da mulher aos plenos direitos civis e políticos; a segunda ligou-se ao pensamento marxista, especialmente aos estudos de Friedrich Engels em ‘A Origem da família, a propriedade privada e o Estado’, que era o manual da feminista, pois assegurou que o aparecimento da propriedade privada provocou um sistema opressivo na família, do homem sobre a mulher, o qual chamou de “patriarcado”, que hoje é combatido pelo movimento; a terceira fase do feminismo é o que vivemos hoje, onde nasceu a ideologia de gênero que está sendo cunhada à força na sociedade pela quebra de um paradigma que sustenta a humanidade: homem nasce homem e mulher nasce mulher.
Além disso, vem perpetuando agressivamente a eterna luta de classes, agora, representada pela luta entre homens e mulheres. Vale ressaltar que a ideologia de gênero nasceu para suprir a falta esquerdista do marxismo clássico diante à falta do operário como classe revolucionária.
Há alguns anos, o petista Gilberto Carvalho afirmou que era chegada hora da esquerda disputar a formação de opinião na sociedade com as igrejas evangélicas. Desde então, os movimentos de esquerda dentro das igrejas cresceram, pregando a prática do aborto, casamento gay, ideologia de gênero, entre outras bandeiras. É possível rebater essa influência? De que maneira?
Pela conversão verdadeira. Cristão que conhece a Deus, que conhece Bíblia, que conhece a graça, acolhe o pecador mas nunca comunga com o pecado. E para o cristianismo, aborto, casamento gay, diversidade de gênero e sexual de gênero, são pautas do mundo, não do Reino de Deus, portanto não fazem parte do cristianismo e devem ser combatidas dentro das igrejas, embora tenhamos o dever de respeitar as pessoas, respeitando suas escolhas, mas nunca comungando com escolhas alheias aos ensinamentos da palavra de Deus.
Como defender a igualdade entre homens e mulheres na sociedade como um todo e permanecer fora do movimento feminista?
O nosso trabalho é levar informação para homens e mulheres cristãos que existe defesa das mulheres fora do feminismo, que não nos representa mais. Aquele feminismo desejoso de que as mulheres conquistassem seus direitos está morto, não nos representa mais. Mulheres LGBTs defendidas pelo feminismo não é mulher biológica, e sim, mulher de gênero. Temos que abrir os olhos e falar a verdade francamente.
O que define uma mulher conservadora e cristã?
Mulher conservadora é aquela que conserva valores cristãos, que valoriza seu corpo, que reconhece seu papel na sociedade, que não rejeita sua feminilidade, que se orgulha da maternidade, que luta pela sua família, seus filhos,etc. Mulheres que amam saber que Deus a considera uma jóia rara, que se orgulham de serem consideradas sábias e edificadoras do lar. Mulher forte de fé , lutadora, que se importa com causas sociais, com o próximo, sabe da importância de defender a sua fé e a sua família, valores de vida, custe o que custar.
Deixe um recado para os leitores sobre o assunto.
Não se enganem: não há nada de bom hoje no feminismo. Existe defesa da mulher fora do feminismo. Nós mulheres cristãs podemos, sim, defender nossos direitos, podemos ser pró- mulher como somos pró-vida, pró-infância, porém, jamais nos associarmos a um movimento que mata milhares de bebês por dia, com campanhas em favor do aborto, que ridiculariza mulheres que não negam seu papel social e sexual.
Temos que lutar contra pensamentos esquerdistas feministas dentro da Igreja. Somos livres, temos nosso espaço e podemos conquistar ainda mais, porém não precisamos entrar em guerra com os homens – como fazem as feministas – e temos, sim, que conservar nossos valores e princípios morais, pois eles sustentam nossa fé e nossas famílias.
Não se enganem com discursos libertários. Jesus é nossa liberdade, e é essa liberdade que querem tirar de nós. Por outro lado, temos que lutar por direitos, sem tirar direito de ninguém e sem rejeitar o nosso papel especial que Deus nos deu. Somos preciosas, jóias, fortes e poderosas, e esse poder foi nos dado por Deus. O mundo tenta nos tirar, mas juntas vamos lutar contra essa desconstrução.
Deus nos abençoe, pois estamos em guerra ideológica, mas ganhamos a sabedoria divina para percebermos armadilhas camufladas de boas intenções como o feminismo travestido de defesa dos direitos das mulheres.
Com informações do Gospel+
Imagem: Reprodução