sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

7 coisas que Jesus nunca disse (mas alguns evangélicos acreditam)

Muitas vezes, nós distorcemos as palavras de Jesus para que se ajustem aos nossos próprios pontos de vista teológicos ou preferências pessoais. Mas este é um jogo perigoso, que pode nos conduzir a uma falsa doutrina e pode nos distanciar bastante de Deus. Precisamos nos lembrar exatamente do que Jesus disse, em conformidade com o que está registrado na Bíblia.
O site cristão I’m so blessed today nos dá 7 exemplos de coisas que Jesus NUNCA disse.
1. “Sigam-me e Eu vou lhes trazer fama e fortuna.”
Jesus nunca prometeu fama ou fortuna, mas estas também não são coisas que não podem ser usadas para a Sua glória. Se o seu raciocínio para buscar um relacionamento com Deus é focado em bens materiais, talvez deva avaliar qual deus você está realmente ansiando encontrar.
2. “Tudo irá acontecer de acordo com seus planos.”
Muitos de nós oramos a Deus pensando que tudo o que pedirmos a Ele será respondido no nosso tempo. A realidade é que nem todas as orações serão respondidas, mas que Jesus tem o poder de atender a qualquer oração direcionada a Ele. Ele é GRANDE! Só porque uma oração não é respondida imediatamente não significa que sua oração foi ignorada. Deus ouve tudo, sabe tudo e sabe o que é melhor para cada um de nós. Dê um passo para trás e confie em Deus, em Seu tempo e em Sua vontade.
3. “Eu te abençoarei se você me buscar o suficiente.”
A benção da oração está na própria oração.  A comunicação e o diálogo entre nosso Pai Celestial e nós é mais gratificante do que qualquer outra coisas que possamos pedir. Jesus não é um gênio da lâmpada, e se suas orações parecem mais com meros pedidos do que uma conversa sincera, você pode querer repensar em como o fundamento da sua fé está sendo construído.
4. “Sua vida seguirá sem muitos empecilhos.”
Muitas pessoas pensam que só porque crêem em Jesus significa que tudo será impecável e perfeito. Esse realmente não é o caso. Você pode ter um relacionamento com Jesus, mas isso não significa que a vida vai deixar de seguir em frente, que as circunstâncias difíceis vão deixar de existir, e que tempos tortuosos nunca serão uma possibilidade. Mesmo que Jesus nunca tenha dito que a vida seria fácil, Ele disse que estaria com você em seus momentos de necessidade. A mensagem do Evangelho não é sobre uma vida perfeita, mas que teríamos um Salvador perfeito e sem falhas, em meio a nossa imperfeição.
5. “Eu responderei as orações no seu tempo.”
Embora Deus seja fiel em responder as orações, não podemos criar a expectativa que todas as nossas orações no nosso tempo. Fé é confiar em Deus mesmo quando algumas coisas não fazem o menor sentido, e isso inclui orações onde podemos sentir que não obtivemos uma resposta ou que vieram “fora de tempo”. Fé é confiar no tempo de Deus, não no nosso.
6. “Você está longe demais para ser salva.”
Ninguém viajou longe o bastante para não poder ter um relacionamento com Deus. Não importa para onde a vida lhe levou, você sempre tem a oportunidade de olhar ao seu lado e ver os braços abertos de Jesus. O perdão e amor que Ele oferece não é algo de que você possa fugir, nem demasiadamente sujo para aceita-lo.
7. “Você merece ter coisas boas.”
Jesus nunca disse que você merece uma casa enorme, um bom carro, um grande salário ou um bom emprego. Na verdade, tudo no Evangelho nos leva a simplicidade, em detrimento de uma vida de luxo. Isso não quer dizer que você não está autorizado a ter coisas agradáveis, mas que Jesus não prometeu que essas coisas seriam dadas a você. O plano de Deus para cada um de nós é diferente, e precisamos entender que nem todos terão a mesma quantidade de dinheiro, dirigirão os mesmos tipos de carro ou ainda viverão em grandes e luxuosas mansões.

Fonte: Hello Christian

Traduzido por Bruno Bonete

A PRIMEIRA BÍBLIA DE GUTENBERG JÁ ESTÁ DISPONÍVEL PARA LER VISTA ONLINE


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O patrimônio universal, produzida na primeira prensa de tipos móveis, a Bíblia de Gutenberg, conservada na Biblioteca Nacional da França Gallica (BnF), pode ser consultada online.

“Os 2 exemplares conservados na BnF já podem ser consultados, e contém acréscimo de um sumário, para tornar a leitura do texto bíblico mais fácil além de satisfazer as necessidades dos investigadores e curiosos”, publicou BnF nesta segunda-feira.


Digitalizados em alta definição, os exemplares de Bíblia de Gutenberg (existem somente 50 delas no mundo), foram impressos na primeira prensa de tipos móveis de Gutenberg, em Maguncia, há 1.455 anos.

O primeiro (contém 4 volumes), é um dos mais raros e prestigiados exemplares impressos em pergaminho, magnificamente ilustrado na época em que foi produzido.

O segundo (contém 2 volumes), foi impresso em papel, com aspecto mais modesto (faltavam as primeira paginas). Contém uma nota manuscrita, fechada em 1456, que testifica a data em que terminou de imprimir a primeira bíblia, uma das poucas informações cronológicas, considerando o trabalho de Gutenberg certo.

Cada página, é ricamente e delicadamente ilustrada, contém 2 colunas de 40 linhas no início e depois, passam a ser de 42 linhas.

A tipografia reproduz as letras góticas dos copistas de Maguncia do século XV. Se trata da versão da Bíblia mais comum da época, a edição de Vulgata, traduzida ao latim por Jerônimo e estruturada pela Universidade de Paris no século XII.

Veja a bíblia AQUI


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Consciência Cristã

O Ministério Pastoral e a Tarefa Apologética

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Pastorear não é uma tarefa simples. Estar num contexto em que várias pessoas estão inseridas com suas experiências de vida, variedade de formação educacional, intelectual, acadêmica é algo no mínimo complexo.


O trabalho do pastor, de fato, deve contemplar a exposição da Bíblia, ensino sólido da teologia, aconselhamento, instrução individual, disciplina eclesiástica e visitação aos membros da igreja. No entanto, o pastor além de ter que obrigatoriamente ser versado em teologia deve ler o mundo com as lentes do Sagrado Evangelho. Diante de tantas ideologias, que de forma subversiva seduz cristãos moldando sua cosmovisão a algo completamente oposto ao Evangelho de Cristo.

Mesmo em meio a muito trabalho e muitas leituras teológicas o pastor deve conhecer o que acontece em sua volta. Tendo conhecimento sólido da tradição cristã histórica, da cosmovisão reformada, da filosofia, da política e seus desdobramentos básicos como cultura, alta cultura, literatura, economia, arte, acontecimentos atuais.

Um pastor não pode estar alienado do mundo, pois vive e ensina pessoas que estão neste mundo. Um pastor emprega esforços grandiosos para preparar discípulos de Jesus que o estarão representando na economia, no direito, no jornalismo, na arte, na medicina...

Obviamente não é necessário um pastor ter todas essas formações para poder instruir suas ovelhas, mas, deve ser um homem capaz de guiá-las a pensar biblicamente em todos os contextos.

Um pastor deve ter uma vida de leitura considerável. Deve ser um homem de oração, da Bíblia e dos livros. A piedade cristã na vida do ministro envolve seu ser por completo, amando ao seu Senhor de toda mente e coração. Isso mostra a grande responsabilidade intelectual que tem um ministro. Como dizia o falecido e quase esquecido filósofo brasileiro Mário Ferreira dos Santos, "não se pode fazer sacerdotes como se fazem salsichas". A preparação intelectual de um pastor deve ser intensa e incessante. Sua vida intelectual é parte de sua vida espiritual, de seu culto, de sua piedade.

Essa intelectualidade e estudo deve ser regada pela humildade cristã, o saber ouvir com paciência qualquer pessoa. O saber responder com mansidão e temor a todos que pedirem a razão da nossa esperança.

O pastor conhece bem os nutrientes do alimento que dá as suas ovelhas. O pastor emprega seu labor por amor a Deus, ao Evangelho e ao rebanho. Um pastor deve ser um evangelista, um apologista, que apresenta o Evangelho aos que não creram e aos que se opõe a fé.

Um pastor deve ser um homem preparado, não preguiçoso, não pode ser mole, covarde, pretensioso. Não pode olhar para o rebanho simplesmente como seu meio de vida. Um pastor devota-se e consagra-se ao serviço pastoral com compromisso e dedicação constante. Pastorear envolve: Chamado, amor, serviço, fé, preparação, força espiritual e intelectual, graça e paixão. Um pastor é um pregador que fala com a boca e com a vida.

Um dos grandes desafios para um pastor em nosso tempo é a abolição dos valores. Em filosofia o estudo e a investigação dos valores é chamado de axiologia. Em tempos líquidos a solidez do que era anteriormente parte constituinte de um viver correto toma proporções diversificadas, a relativização do que é valoroso, a aversão a qualquer autoridade, a prática e busca imediatista, pragmática, de fato, são desafios grandiosos.

Nosso tempo está chagado pelo secularismo, pelo hedonismo, pelo ideologismo, pela guerra de classes e propósitos ressurgentes disfarçadamente implantados como o comunismo em roupas novas. Temos uma guerra cultural, ideológica. E como pastores devem encarar isso?

Primeiro. Conhecer bem a doutrina. Sem nossos pressupostos doutrinários não poderemos, nem conseguiremos ler corretamente nosso tempo.

Segundo. As Escrituras não devem ser lidas pelas lentes da sociologia, antropologia, ciência secular. A Escritura é a lente pela qual devemos ler todas as ciências. Se essa ordem é alterada o pressuposto também é alterado.

Terceiro. Conhecer o mundo. No sentido de estar ciente do nosso momento histórico. Para responder com mansidão e temor a todos os que pedirem a razão da nossa esperança (1 Pedro 3.15). Temos respostas, muitas respostas. Mas, sem a investigação e a preocupação em sermos inteligíveis perdemos e muito.

Quarto. A epístola de Judas versículo 3 nos ensina a batalharmos pela fé. Isso tem para nós uma importância vital. A fé cristã não se restringe ao âmbito particular como ensina as modernas teorias de Estado laico. A fé cristã é persuasiva, confrontadora. Os valores espirituais, morais, intelectuais, artísticos, são motivos para lutarmos pela nossa fé. A privatização da fé leva a morte do conceito de comunidade. Ninguém foi salvo por Jesus para viver sua vida isolado e desolado. Somos instados a congregarmos. Isso fala de edificação mútua pelos dons dados a igreja, isso fala de cuidado mútuo, fala de zelo mútuo, fala de fé compartilhada.

Quinto. Num mundo líquido e tenso, o pastor leva seu rebanho a pastos verdes e águas tranquilas, solidificando e aplicando o evangelho de Cristo. O pastor leva as ovelhas a verdadeira comida e a verdadeira bebida. O verdadeiro pastor não quer que seu rebanho beba lama em lugar de água, nem coma palha em lugar de pasto verde.

Os desafios são muitos, a graça que nos salvou também nos sustenta para obra do Evangelho.

A pós-modernidade traz liquidez a cultura. Isso então promove uma série de mutações culturais. No âmbito ocidental a mudança de paradigma, onde antes tínhamos a cultura cristã, hoje temos relativismo, pragmatismo, hedonismo e ideologismo.

Os desafios que estão frente a Igreja são muitos. Esses desafios ultrapassam, de fato, muito do limite que antes era respeitado tanto pelo homem civil, político e jurídico. Isso interrompe o avanço de uma cultura que tem por fundamento pressupostos cristãos, ainda que não professe o cristianismo ortodoxo e muito menos sua prática.

Na verdade, como dizia Schaeffer, vivemos numa era pós-cristã. Nosso contexto, de fato, é estranhamente niilista. A falta de sentido, a falta de propósito para vida humana na atualidade, é fruto de esforços de pensadores e filósofos que tentaram achar o sentido na falta de sentido. Que tentaram achar a verdade na subtração da verdade e mais, na morte da verdade. A defesa do irracionalismo e o salto da fé, conforme dizia Kierkegaard, é presente em nossos arraiais. A falta de discernimento filosófico (que só se obtém, de fato, em submissão a revelação de Deus) ou desconstrutivismo dos valores são problemas pós-modernos que muitos ministros não tem atentado.

Interessante dizer que muito da prática do nosso mundo no que se refere ao comportamento libertino, profano e irreligioso é fruto de militância filosófica e que ignoramos como algo insignificante, não requerendo resposta apologética. Isso é um grande erro. Se como pastores não lermos corretamente a cultura com as lentes do Evangelho, seremos indolentes em dar resposta ao nosso tempo (1Pe 3.15,16).

De fato, o pastorear, principalmente numa zona urbana, requer fazer o que dizia Stott "ouça o Espírito, ouça o mundo". Nossa visão discernidora virá, de fato, por uma mente forjada na teologia, mas, amadurecida no pastoreio, que requer de nós questões que estão além de práticas terapêuticas, se requer do ministro que ele seja fiel. Essa fidelidade está, de fato, em sua santidade de vida. Esta santidade não está limitada a moral do ministro, mas, ao fato de que o pastor é portador dos oráculos divinos dados por sua Palavra.

A tarefa apologética do ministério pastoral estende-se a uma apologética cultural. O mundo muda, mas, enquanto não for ele restaurado o pecado transitará de várias formas, inclusive nas falsas filosofias. Paulo nos diz algo interessante:

"...derrubando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo..." (2 Co 10.5).

Um texto poderoso e demolidor. A tarefa apologética no ministério compreende respostas a questões culturais, visto que toda manifestação cultural carrega uma carga religiosa.

O ministério do pastor como apologeta é de grande importância cultural, espiritual e pactual. A apologética pactual é aquela que parte de uma cosmovisão aliancista e esta se estende por toda a vida humana. Por isso o pastor como teólogo é algo simplesmente fundamental para a igreja. Todo pastor deve ser um teólogo.

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Autor: Rev. Thomas Magnum
Divulgação: Bereianos

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Escatologia das Testemunhas de Jeová - Uma Ilustração do Autoritarismo das Seitas

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O objetivo deste artigo é apresentar a escatologia das Testemunhas de Jeová a fim de ilustrar o papel central que a doutrina dos últimos dias tem para as seitas como forma de justificar a liderança autoritária da Torre de Vigia. As seitas costumam ter uma escatologia própria como uma tentativa de explicar a descontinuidade histórica que há entre elas e o Cristianismo primitivo. Para isso, as igrejas pseudocristãs colocam a si mesmas como um grupo religioso, cujo surgimento e história foram profetizados nas Escrituras. 

Os adventistas, por exemplo, afirmam que a Bíblia profetizou o surgimento de um movimento que anunciaria uma data errada para a Volta de Jesus gerando um grande desapontamento, pregaria a guarda do sábado, anunciaria o Juízo investigativo, teria uma profetisa e que surgiria no final do século XIX e assim identificam a si mesmos como a única igreja verdadeira, a “igreja da profecia”. Veremos que o mesmo se dá em relação aos russelitas, além de evidenciar outras funções que a escatologia cumpre dentro da seita, especialmente em relação à justificação do autoritarismo do Corpo Governante.

1914 – O INÍCIO DOS ÚLTIMOS DIAS

Para as Testemunhas de Jeová os últimos dias começaram em outubro de 1914. Nesse ano, algumas coisas aconteceram [1]:

  1. Jesus foi empossado Rei no Céu: Jesus começou a reinar no céu como Rei do Reino de Jeová.
  2. Satanás foi expulso do Céu: Quando começou a reinar, Jesus expulsou Satanás do céu para a terra.
  3. Os sinais da vinda de Cristo começam a se manifestar na Terra: A vinda de Jesus é sua presença invisível como rei celestial, como Satanás e os demônios foram lançados a Terra, as coisas no mundo começaram a ficar ruins, fazendo surgir guerras, fomes, terremotos e doenças.
  4. Iniciou-se a ressurreição espiritual dos ungidos: Jesus passou a ressuscitar (na verdade “recriar em espírito”), os salvos que vão morar no céu (cujo número exato é de 144.000 pessoas). Assim, os fiéis apóstolos foram recriados invisivelmente em espírito e levados para o céu, e a partir de então, todo cristão ungido, ao morrer, é recriado em espírito e levado para o Céu, passando a governar com Jesus, como poderosa criatura espiritual.

A PURIFICAÇÃO DOS CRISTÃOS UNGIDOS

De acordo com a organização, a partir do ano 100 d.C., começou o cativeiro babilônico, um longo período em que o povo de Deus estaria em inatividade espiritual [2]. Depois que se tornou Rei em 1914, Jesus veio a Terra para fazer uma inspeção, a fim de começar a separar o trigo do joio, visto que os poucos cristãos verdadeiros estavam ocultos desde 100 d.C., quando Satanás teria começado a semear os “cristãos nominais”.[3]  

Mas antes que Jesus viesse para fazer a inspeção, Jeová levantou o mensageiro que prepararia o caminho do Senhor: Charles Taze Russel e seus associados, estudantes da Bíblia que começaram a obra de restauração da verdade na Terra, os fundadores da religião das Testemunhas de Jeová. Assim, quando Jesus veio invisivelmente fazer sua inspeção, ele encontrou um grupo de estudantes da Bíblia que já pregavam a verdade há 30 anos.[4]

No entanto, esse grupo ainda era cheio de imperfeições e precisava ser purificado, assim de Dezembro de 1914 a Junho de 1918, cumpriram-se os três tempos e meios ou 1260 dias, durante os quais os cristãos passariam por um processo de purificação por meio de perseguições sofridas pelos salvos que vão morar no céu.[5] Terminada a purificação, em 1919, Jesus designou esses salvos para serem “o escravo fiel e discreto”, o qual deveria ser “o canal de comunicação” entre Jesus e os cristãos. Este grupo é formado pelos cristãos ungidos que fazem parte dos 144.000, seu dever é fornecer “alimento espiritual”, por meio das revistas a Sentinela e Despertai. Hoje, o “escravo fiel” é a liderança da religião – O Corpo Governante das Testemunhas de Jeová com sede em Brooklin, NY.[6]

Além dos salvos que vão morar no céu, existem os Testemunhas de Jeová comuns. Eles não têm um número definido, além disso, não têm os mesmos privilégios dos 144.000. Diferente dos que compõem o Corpo Governante, os Testemunhas de Jeová comuns, não são regenerados, nem adotados como filhos de Deus, não reinarão com Cristo e não podem participar da Santa Ceia. Jesus fez uma Nova Aliança apenas com os cristãos ungidos e por isso, Cristo é mediador somente entre Jeová e os 144.000. No entanto, os Testemunhas de Jeová comuns, por ajudarem os cristãos ungidos na obra da pregação, vão viver para sempre na Terra sob o governo dos 144.000.

O grupo dos “comuns” emergiu e se multiplicou ao sair vitorioso ao fim da Segunda Guerra Mundial, ocorrida no período profético das 2300 tardes e manhãs, que vai de 1 ou 15 de junho de 1938 a 8 ou 22 de outubro de 1944.[7] Enquanto os salvos que vão morar no céu são chamados “o escravo fiel e discreto”, os Testemunhas de Jeová comuns formam o grupo dos “domésticos”. Hoje existem cerca de 8 milhões de domésticos no mundo.[8] Um doméstico deve ser fiel aos ensinos do escravo fiel, mesmo quando eles são contrários à Bíblia [9]. Eles poderão viver para sempre no paraíso na Terra por terem auxiliado os 144.000 e por isso, são representados, por Jesus, como ovelhas à direita que deram de comer, beber e vestir aos “pequeninos de Jesus” (os cristãos ungidos).[10]

O ARMAGEDOM

De acordo com a seita, a última geração que não passará sem que aconteça o Armagedom, é formada por dois grupos: (i) os cristãos que foram ungidos em 1914, ou antes disso e (ii) os cristãos ungidos que foram contemporâneos aos do primeiro grupo. Alguns desse segundo grupo estarão vivos na Grande Tribulação. Esses cristãos já estão envelhecendo [11]  assim, o Armagedom deve acontecer por volta de 2034 [12].

Antes que comece a Grande Tribulação, haverá um tempo de “paz e segurança” pronunciado pelas nações e pelas religiões falsas. Em seguida, a Organização das Nações Unidas atacará as organizações religiosas do mundo, destruindo a cristandade e demais religiões falsas. A única religião que sobreviverá aos ataques da ONU será as Testemunhas de Jeová. Em seguida, provavelmente ocorrerão manifestações sobrenaturais no céu, então quando os perversos estiverem a ponto de iniciar um ataque contra as Testemunhas de Jeová, os cristãos ungidos que ainda estiverem na Terra serão arrebatados para o Céu. Em seguida, Jesus virá junto com os 144.000 e com seus anjos e aniquilará os maus da existência. Os que rejeitaram a Jeová no passado foram aniquilados assim que morreram (a morte natural é aniquilação da existência, segundo a escatologia das Testemunhas de Jeová), já os ímpios vivos no Armagedom serão eliminados da existência por Jesus. Ninguém sofrerá num inferno, mas somente as Testemunhas de Jeová sobreviverão ao extermínio. A sobrevivência ao extermínio que ocorrerá no Armagedom dependerá da obediência à Organização Torre de Vigia. [13]

O PARAÍSO RESTAURADO
     
As Testemunhas de Jeová sobreviventes ao Armagedom darão início à restauração da Terra. Elas terão a tarefa de transformar gradualmente toda a Terra em um paraíso. [14] Jesus e os 144.000 governarão, a partir do Céu, os súditos domésticos na Terra. O governo de Jeová promoverá diversos programas sociais para os habitantes da Terra, incluindo programas de saúde, moradia, alimento, educação e emprego. [15]

Ainda será possível perder a salvação durante os primeiros mil anos no paraíso. Quem for infiel a Jeová no paraíso será eliminado da existência. Jeová ressuscitará pessoas que nunca tiveram a oportunidade de ouvir o evangelho e elas terão de cumprir as exigências que Jeová der a elas. Os que não estiverem dispostos a se ajustar às exigências de Jeová serão exterminados. Depois de 1.000 anos de paraíso, as pessoas ainda terão que passar por um teste final – uma tentação do Diabo. Somente aqueles que resistirem aos enganos de Satanás poderão continuar vivendo para sempre no paraíso na Terra, os demais serão eliminados da existência para sempre. [15]

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A escatologia das Testemunhas de Jeová ilustra bem as características de uma seita. Entre elas podemos citar:
  1. Autoritarismo: As Testemunhas de Jeová comuns estão debaixo da autoridade de um Corpo Governante privilegiado, ao qual são obrigadas a auxiliar caso queiram sobreviver ao extermínio do Armagedom.
  2. Exclusivismo: Somente sendo fiel à Organização Torre de Vigia será possível ser salvo. Elas são a única religião verdadeira. Jeová usará a Organização das Nações Unidas para eliminar todas as religiões, menos a Torre de Vigia.
  3. Legalismo: A condição para sobreviver ao Armagedom e até mesmo para não ser exterminado no paraíso, é ser obediente aos requisitos e exigências de Jeová. As Testemunhas de Jeová devem ser fiéis aos mandamentos da liderança, pois ela é o canal de comunicação que Jesus designou. [17]

A escatologia das seitas também é o meio que elas usam para explicar como um grupo que surgiu no século XIX pode ser a única religião verdadeira, mesmo estando em total descontinuidade com o Cristianismo primitivo. As Testemunhas de Jeová ensinam que o povo de Deus permaneceu oculto por 1819 anos (de 100 d.C. a 1919 d.C.) até que Jeová ressuscitasse do “vale de ossos secos”, a única religião verdadeira, colocando o “trigo” em evidência ao separá-lo do “joio” (Cristandade). Ainda, a Sociedade Torre de Vigia mantém a fidelidade de seus “domésticos” à organização, por meio do medo de que Jeová as extermine no Armagedom se não obedecerem ao escravo fiel e discreto:


“Elas acreditam que Jesus pagou pelo pecado de Adão, no jardim, mas cabe a elas trabalhar para a “perfeição”, seguindo as regras da organização Torre de Vigia. Embora as Testemunhas de Jeová sorriam quando apresentam a sua mensagem porta-a-porta, elas não têm a verdadeira paz e alegria no fundo de seus corações. Elas não têm certeza da salvação, porque a sua religião ensina que devem cumprir todos os regulamentos da organização Torre de Vigia, a fim ser achadas dignas o suficiente para sobreviver ao Armagedom (futura batalha de Deus para acabar com o governo dos ímpios). Em seu esforço para ter a aprovação de Deus, a organização domina-os através do medo e da culpa, concentrando-se na sua incapacidade de cumprir o que lhes é exigido. Isso deixa as Testemunhas de Jeová espiritualmente vazias, lutando arduamente pela aprovação de Deus, sem nenhuma garantia de onde elas vão acabar após a morte. É verdade que enquanto elas parecem felizes por fora, por dentro estão morrendo, ansiando a paz e alegria que só Cristo pode fornecer.” [18]

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Fontes:
[1] Testemunhas de Jeová (2016). Você pode entender a Bíblia. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 219, 91, 94-97, 80.
[2] A Sentinela (Edição de Estudos) de Março de 2016. Perguntas dos Leitores. Disponível em: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/a-sentinela-estudo-marco-2016/perguntas-dos-leitores/#?insight[search_id]=3724a4f7-46c1-457f-bd27-fd2d30407db9&insight[search_result_index]=1
[3] Testemunhas de Jeová (2014). O Reino de Deus já Governa. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 10, 100.
[4] A Sentinela (Edição de Estudos) de Julho de 2013: “Eis que estou convosco todos os dias”. Disponível em: https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/w20130715/jesus-parabola-trigo-e-joio/#?insight[search_id]=f7fb3014-b94f-475e-aad4-7655113de756&insight[search_result_index]=1
[5] Testemunhas de Jeová (2004). Preste Atenção à PROFECIA DE DANIEL! – Edição de tipo grande. . Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 183 -187, 389.
[6] A Sentinela (Edição de Estudo) de Julho de 2013: “Quem é realmente o Escravo Fiel e Discreto?”. Disponível em:https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/w20130715/quem-e-o-escravo-fiel-e-discreto/#?insight[search_id]=150b039c-2df8-4126-927d-112aa0570807&insight[search_result_index]=0
[7] Testemunhas de Jeová (2004). Preste Atenção à PROFECIA DE DANIEL! – Edição de tipo grande. . Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 227 -231, 389.
[8] Quantas Testemunhas de Jeová existem no mundo? Disponível em: https://www.jw.org/pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/quantos-membros-tj/#?insight[search_id]=e520e77a-3eca-49ad-b0cc-ea4f9f25dad8&insight[search_result_index]=7
[9] http://www.4jehovah.org/pt-pt/como-testemunhar-eficazmente-as-testemunhas-de-jeova/
[10] Testemunhas de Jeová (2006). O Maior Homem que Já Viveu. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, seção 111.
[11] A Sentinela (Edição Fácil de Ler) de Janeiro de 2014. Disponível em: 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/revistas/ws20140115/venha-o-teu-reino/#?insight[search_id]=70294262-00b2-4115-80cc-ed7c4d0e09f8&insight[search_result_index]=3
[12] http://www.quotes-watchtower.co.uk/2034.html
[13] Testemunhas de Jeová (2014). O Reino de Deus já Governa. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 222 – 230.
[14] Testemunhas de Jeová (1985). A Vida – Qual a sua origem? A Evolução ou a Criação. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, pp. 235 – 238.
[15] Testemunhas de Jeová (2014). O Reino de Deus já Governa. Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados Cesário Lange, São Paulo, Brasil, p. 27.
[16] O que a Bíblia Realmente Ensina. Apêndice: Dia do Julgamento: O que é? – Disponível em: https://www.jw.org/pt/publicacoes/livros/biblia-ensina/o-que-e-dia-do-julgamento-reinado-de-mil-anos/
[17] Ferreira, F. & Myatt (2007). Teologia Sistemática - VIDA NOVA, p. 917.
[18] http://www.4jehovah.org/pt-pt/como-testemunhar-eficazmente-as-testemunhas-de-jeova/

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Autor: Bruno dos Santos Queiroz
Divulgação: Bereianos

sábado, 4 de fevereiro de 2017

D. A. Carson lança livro na FELICC, feira do livro da Consciência Cristã


Em sua primeira participação na Consciência Cristã, o pastor, escritor e teólogo canadense Donald Arthur Carson (D. A. Carson), lançará seu novo livro em língua portuguesa: “Coração de Crente”, pela editora Visão Cristã, selo oficial da Consciência Cristã.
Carson fará o lançamento do seu livro dentro da programação da Feira do Livro da Consciência Cristã (FELICC). Nele, o pastor oferece uma introdução abalizada à carta do apóstolo Paulo aos filipenses, destacando ensinos importantes para o desenvolvimento da fé cristã e a perseverança necessária para o nosso progresso na jornada da fé.
O autor é um dos fundadores do The Gospel Coalition (Coalisão do Evangelho), é professor pesquisador de Novo Testamento na Trinity Evangelical Divinity School, Mestre em Divindade pelo Central Baptist Seminary, em Toronto e Ph.D em Novo Testamento pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra. É considerado a maior autoridade viva em Novo Testamento, e já escreveu e editou mais de 50 livros.
PREÇOS PROMOCIONAIS NA FELICC
Em seu compromisso de trazer ao público evangélico boa literatura cristã, a Editora Visão Cristã tem sido cuidadosa na triagem de autores. E nessa política de qualidade já lançou livros de escritores nacionais e internacionais, entre eles Paul Washer e Augustus Nicodemus, além de outros com participação do dr. Norman Geisler e Russell Shedd.
O livro “Coração de Crente” vai ser vendido na FELICC durante a realização da 19ª Consciência Cristã, em uma área de 1.500 metros quadrados. A feira funcionará de 23 até 28 deste mês em três horários: Manhã, tarde e noite; e durante o evento, o livro poderá ser comprado com 60% de desconto.

Livro “Coração de Crente”, de D.A. Carson, será lançado pela editora Visão Cristã

Por Gomes Silva
Redação Consciência Cristã News
Imagem: VINACC

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Augustus Nicodemus lança livro pela Editora Visão Cristã durante a Consciência Cristã


Durante o 19º Encontro Para a Consciência Cristã, que VINACC realizará de 23 a 28 deste mês, no Parque do Povo, em Campina Grande, acontecerá o lançamento do livro “E Quando Deus For Contra Nós?”, escrito pelo Dr. Augustus Nicodemus, publicado pela Visão Cristã, selo editorial da Consciência Cristã.
O lançamento será na FELICC, maior feira de literatura cristã da América Latina, que todos os anos abençoa milhares de pessoas durante a realização da Consciência Cristã, oferecendo o que há de melhor nas áreas de teologia, bíblia, apológética, família e cosmovisão, sempre à preços acessíveis aos participantes do evento.
O LIVRO
O livro “E Quando Deus For Contra Nós?” foi organizado a partir de uma série de mensagens pregadas pelo Dr. Augustus Nicodemus Lopes nos Encontros Para a Consciência Cristã, em Campina Grande (PB), em diversas edições.
“E Quando Deus For Contra Nós?” é tema do primeiro capítulo do livro referido e, de alguma maneira, sintetiza bem a ideia que permeia todas as demais mensagens transcritas: A disciplina, juízo e silêncio de Deus bem como a luta do homem contra o pecado e a realidade do sofrimento humano. Augustus desenvolve todos esses temas a partir de exposições bíblicas e explica de modo muito claro que, às vezes, Deus está mesmo contra nós. Todavia, todas as mensagens destacam, igualmente, a riqueza da graça de Deus em buscar, restaurar, cuidar, consolar e santificar seu povo. Por fim, entende o escritor de todos são chamados a depositar as ansiedades em Cristo e colocar nele toda a esperança.
Ainda no 19ª Encontro Para a Consciência Cristã, Augustus Nicodemus fará o lançamento de outro livro, intitulado “Visão Cristã Sobre Ministério Pastoral”, também com o selo da Visão Cristã, editora da Consciência Cristã.

O livro “E se Deus for contra nós?”, do pastor Augustus Nicodemus, será lançado na FELICC, durante a 19ª Consciência Cristã


O AUTOR
Augustus Nicodemus é ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil, doutor em Interpretação Bíblica no Westminster Theological Seminary, em Glenside, Pensilvânia, Estados Unidos e vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de diversos livros, como “O Que Você Precisa Saber Sobre Batalha Espiritual”, “A Supremacia de Cristo”, “O Que Estão Fazendo com a Igreja”, “o Culto Segundo Deus”, “O Ateísmo Cristão”, “O Culto Espiritual” e “A Bíblia e Seus Interpretes”.
EDITORA VISÃO CRISTÃ
A Visão Cristã, em seu compromisso de trazer ao público evangélico uma literatura cristã comprometida com os valores do evangelho, já lançou livros de importantes escritores nacionais e internacionais, entre eles Paul Washer e Augustus Nicodemus, além de outros com participação do dr. Norman Geisler e Russell Shedd.
Ademais, a VINACC, exercendo seu chamado para abençoar o povo cristão com literatura de qualidade a preços acessíveis, venderá os livros com 60% de desconto durante a Feira do Livro da Consciência Cristã (FELICC), inclusive os novos lançamentos da Editora Visão Cristã. A FELICC funcionará de 23 até 28 deste mês em três horários: Manhã, tarde e noite.
Redação: Gomes Silva
Foto: VINACC

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

‘Não arrependo’, diz prefeito que quer tirar páginas didáticas com união gay

Pare, leia e Pense!

Segundo executivo, medida foi para resolver problema em Ariquemes (RO).
‘Fui pautado pela vontade dos ariquemenses’, explica Thiago Flores.
O prefeito Thiago Flores (PMDB), que determinou a retirada de páginas de livros didáticos com casamento entre homossexuais, disse que não se arrependeu da decisão em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari.
“Na minha gestão, a prefeitura adotou a medida de distribuir o material didático, após a supressão das páginas com ideologia de gênero e evitar mais prejuízo no aprendizado dos alunos. Não me arrependo dessa atitude. Fui pautado pela vontade dos ariquemenses. O assunto foi discutido amplamente pela população, que pediu a retirada do conteúdo sobre diversidade familiar, como casamento e adoção de crianças por homossexuais dos livros escolares do ensino fundamental. Minha decisão foi participada com todos e não tomada dentro do meu gabinete”, esclareceu ao G1.
Após o anúncio da supressão de páginas com conteúdos envolvendo diversidade familiar, o caso ganhou repercussão nacional e dividiu opinião dos internautas. Alguns usuários aprovaram a medida do executivo, enquanto outros afirmaram se tratar de homofobia.
Livro vetado mostra foto de 1° casal gay a adotar criança no Brasil (Foto: Ana Claudia Ferreira)
Sobre este assunto, Flores diz que a intenção dele nunca foi a de pregar a cultura do ódio contra os homossexuais. “Nunca foi intenção da prefeitura pregar a cultura do ódio, gerar essa polêmica, discutir homofobia”, diz.
O encontro entre Thiago Flores e a promotoria foi na tarde da última sexta-feira (27). Na reunião, o prefeito preferiu não assinar o documento do MP. “Na qualidade de representante legítimo, eleito pelo povo, pela voz da maioria, nossa resposta será no âmbito da administração pública, por isso não assinei o TAC”, afirma.
Ainda segundo o prefeito, a administração ainda não sabe como fará a supressão do conteúdo dos livros escolares, mas garante que o fato não trará retrocesso pedagógico e nenhuma criança ficará sem livro didático. A decisão vai ser anunciada no dia 2 de fevereiro, prazo estabelecido pelas promotoras da cidade.
Promotoria
Para o MP-RO, mesmo sem assinar o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), o prefeito assegurou que nenhum ato de discriminação será praticado e a entrega do material didático será feita dentro da legalidade. Sobre a retirada dos livros das escolas no ano passado, os envolvidos nesse ato serão alvo de uma investigação do MP.
Conforme a promotora da probidade administrativa, Joice Gushy Mota, a prefeitura atendeu todos os prazos concedidos, e garantiu que as recomendações do MP serão respeitadas, contudo por questões politicas pode ocorrer o descumprimento das recomendações.
“Agora vamos aguardar a resposta oficial sobre a forma como vai ser feita essa distribuição. Será apresentada por escrito ao MP, no dia 2 de fevereiro, após estudos”, esclarece.
Segundo a promotora da área de educação e defesa dos direitos humanos, Priscila Matzenbacher, os livros foram recolhidos entre julho e agosto de 2016 e a promotoria só foi informada dessa retirada esse ano.
Livro mostra meninas adotadas por duas mulheres, casadas (Foto: Rede Amazônica/ Reprodução)
“Estamos bastante tranquilas. Na verdade a atual gestão não cometeu nenhum ato ilegal ainda. Houve uma notícia que se faria a supressão das páginas dos livros, o que não ocorreu, e em resposta ao Ministério Público o prefeito afirmou que vai adotar uma posição legal”, explicou.
OAB
A comissão Especial da Diversidade Sexual e Gênero do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu, na última quarta-feira (25), uma nota pública a qual manifesta total repúdio à decisão dos vereadores e prefeito de Ariquemes em suprimir as páginas dos livros destinados aos alunos do ensino fundamental e afirma que o respeito à diversidade é um dever de todos.
“A conduta é extremamente ofensiva à dignidade humana, a igualdade, a liberdade, ao pluralismo e ao respeito à vida privada e familiar das famílias e seus filhos. Esta postura afronta diversos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil junto ao Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos”, descreve.
Para a OAB, a decisão busca não apenas negar uma realidade social e a existência de uma parcela de cidadãos e famílias, mas também tolher de crianças e jovens a liberdade de ter acesso à educação, como determina lei federal.
“Não há qualquer dúvida a respeito da ilegitimidade e da ilegalidade da medida tomada pelo Município. A desastrosa iniciativa ficará sujeita a suspensão judicial”, reitera a nota.
Caso
No início do mês de janeiro, oito dos treze vereadores protocolaram um ofício para solicitar a suspensão e o recolhimento dos livros didáticos disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) que serão distribuídos neste ano, a fim de evitar a discussão sobre ideologia de gênero nas escolas do município.
Em agosto de 2016, os livros com o conteúdo foram entregues às escolas, mas foram retirados dos alunos pelo município.
De acordo com um dos vereadores responsáveis pelo ofício, Amalec da Costa (PSDB), existe uma lei municipal em vigência a qual não permite a exposição de conteúdos com ideologia de gêneros aos alunos do ensino fundamental.
“Todos estes livros enviados pelo MEC vêm com conteúdo de formação de família por homossexuais, orientação sexual, uso de preservativo. Entretanto acreditamos que estes assuntos devem ser abordados pelos pais e não nas salas de aulas, principalmente, por lidar com crianças”, analisa.
Na segunda-feira (23), o prefeito de Ariquemes, Thiago Flores (PMDB), realizou uma reunião com 12 vereadores para debater sobre o assunto. Na ocasião eles decidiram retirar os trechos com ideologia de gênero e diversidade familiar dos livros.
Segundo o site G1 aos conteúdos presentes nos livros didáticos e constatou a presença de questões relacionadas à diversidade sexual nas formações de famílias. Em um livro de geografia do 3º ano, o texto apresenta que as famílias podem ter diversas composições e apresenta uma foto com duas mães e as filhas.
Em um livro de história do 2º ano, uma imagem conta a história de Theodora. “Theodora e seus pais, Vasco e Dourival – o primeiro casal de união homoafetiva a adotar uma criança no Brasil, em 2006”.
Em um livro de geografia do 3° ano, o material indica a leitura ao aluno sobre um texto de um casal homossexual que adotou uma criança com necessidades especiais.
Já em um livro do 1º ano, um exercício leva aos alunos completar as legendas das fotografias escrevendo o número de pessoas de cada família. Entre as imagens, está a de uma família formada por dois pais e uma criança.
Para o Ministério da Educação (MEC), a atitude de suprimir as páginas de livros escolares é ilegal. Segundo o MEC, a supressão dos livros distribuídos no âmbito do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) afronta à legislação dos materiais didáticos, pois as escolas possuem o dever de zelar dos livros.
“É competência das secretarias e escolas zelar pela conservação e bom estado do material distribuído Entendendo-se com isso manter o material em sua integridade, uma vez que são distribuídas apenas obras avaliadas e aprovadas segundo critérios publicados em edital e amparados por legislação”, diz em nota.
Jean fez post criticando prefeito por causa de retirada de união gay em livros (Foto: Facebook/Jean Wyllys)
Repercussão
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou, na página oficial do Facebook, um texto de repúdio contra a escolha dos vereadores e prefeito de Ariquemes (RO) em mandar retirar trechos de livros escolares sobre união homossexual e ideologia de gênero. No texto, o parlamentar pergunta se a sociedade está “voltando para época de inquisição” e relata que está estudando, junto com a assessoria, a melhor maneira de impedir tal “arbitrariedade”.
Horas depois da postagem, já na noite de terça-feira (24), o prefeito Thiago Flores (PMDB) rebateu a crítica do deputado Jean Wyllys na mesma rede social. “E ai pessoal!! Tô pensando aqui se respondo ao Jean Wyllys ou lavo a louça da minha pia… Ah! Decidi: vou lavar a louça”, postou o gestor.

Com informações G1
Imagem: Reprodução

Aos pastores, presbíteros e diáconos que mentiram em sua ordenação


Por Rev. Ewerton B. Tokashiki


A sua ordenação foi um ato de singular importância. No Conselho da Igreja local, ou numa Reunião do Presbitério, ou num culto público, você respondeu solenemente algumas perguntas, diante de Deus, das autoridades instituídas por Ele, tendo parte da Igreja de Cristo como testemunha. Após ter se comprometido com um claro e audível SIM, você se ajoelhou, num ato de submissão, e demonstrando verbalmente aceitação e compromisso confessional, foram impostas mãos sobre a sua cabeça para a ordenação como um oficial da IPB!

Alguns dias depois você começa em suas conversações a desdizer o que declarou publicamente. Os seus sermões, estudos, e simples conversas informais levantam discordância da identidade confessional da IPB. Apresenta-se mais "aberto", mais tolerante, e fala num tom mais inteligente e atraente do que os tradicionais, a quem se refere como obscurantistas e frios! Critica o crescimento da igreja local e da IPB, questiona a rigidez da teologia, bem como o desprezo gratuito pelo neopentecostalismo, e começa a afirmar que precisamos de sermos mais práticos, mais piedosos, mais fervorosos, entretanto, o seu discurso não é em direção da verdadeira piedade e sim para uma mudança de paradigma. A liderança adota nova linguagem: vivemos para relacionamentos e para uma nova visão! Assim, se investe em estrutura, marketing, slogans, expressões afetivas e menos conteúdo doutrinário, menos profundidade bíblica.

Em seguida, você fala abertamente de suas discordâncias doutrinárias. Por exemplo, afirma ser a favor da contemporaneidade dos dons revelacionais! Dá oportunidade para que os irmãos "manifestem" estes dons [línguas e profecias] caso os tenham ou queiram buscá-los! E que não tenham medo do presbitério, afinal, eles têm a chancela do pastor e dos presbíteros. Toda experiência espiritual é válida e deve ser buscada ...

O culto passa a ser mais musical, menos pregação, mais oportunidade aos irmãos, mais experiência e menos Escritura. O emocionalismo toma conta! O fervor emocional, sincero acima de tudo, domina o ambiente e faz com que as pessoas comecem a manifestar as suas experiências "com o Espírito". A partir daí algumas caem, outras choram, pulam, ou andam de um lado para o outro, e outros ficam assustados por não saberem discernir o que está acontecendo. Então o pastor declara, ratificando o momento, que tudo é obra do Espírito Santo. Duvidar é pecar contra Ele, é correr o risco de blasfemar! E, quem é que vai questionar?

A identidade confessional acabou. Acabou a ordem, acabou a centralidade da Escritura, findou a ordem e decência do culto, esgotou a vergonha de mentir, não existe mais qualquer compromisso com os juramentos feitos no dia da ordenação! A santidade divorciou-se da ética. Manter a palavra do juramento solene é algo completamente ignorado, senão intencionalmente desprezado. Nesta altura o "seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’" (Mateus 5:37) é esquecido. A desonestidade causa amnésia ética confessional. 

Tudo virou uma mentira. Você é um oficial presbiteriano, quer seja pastor, presbítero ou diácono, mas na realidade, intencionalmente ignora, despreza, ou ridiculariza a identidade confessional da IPB. Tudo o que você herdou é substituído por modelos do pentecostalismo. Todo seu treinamento teológico é cambiado por livretos, doutrinas e materiais que afrontam as decisões do Supremo Concílio da IPB, bem como os Padrões de Fé de Westminster.

Por isso, desejo apenas lembrar as perguntas que algum tempo foram questionadas em sua ordenação:

Perguntas constitucionais de ordenação

1º. Vocês confessam crer que as Escrituras do Velho e Novo Testamento são a Palavra de Deus, e que esta palavra é a única regra infalível de fé e prática?

2º. Vocês recebem e adotam a Confissão de Fé e os Catecismos desta Igreja como fiel exposição do sistema de doutrina ensinado nas Santas Escrituras?

3º. Vocês sustentam e aprovam o Governo e a Disciplina da Igreja Presbiteriana do Brasil?

4º. Vocês aceitam o ofício [presbíteros regentes e diáconos] desta Igreja, e prometem desempenhar fielmente todos os deveres deste cargo?

5º. Prometem, ainda, procurar manter e promover a paz, a unidade, a edificação e a pureza da Igreja?

A Escritura Sagrada adverte: "não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador." (Colossenses 3:9-10)

***
Fonte: Estudantes de Teologia

Embora o artigo seja direcionado aos oficiais da IPB, cremos que também serve de exemplo para as demais igrejas.

Uma resposta bíblica à negação de John Piper do direito cristão em portar armas

Pare e Pense!

image from google

John Piper postou uma resposta à convocação de Jerry Falwell Jr. para que os cristãos pudessem se armar, bem como ao seu fornecimento de armas a estudantes para que pudessem carregá-las no campus da Liberty University. A posição de Piper, como esboçada, está tão próxima quanto possível de um pacifismo individual que não se afirma como tal. Sua resposta infelizmente ignora grande parte do contexto das passagens do Novo Testamento citadas e ignora, inteiramente, o Antigo Testamento. Desse modo, considero sua visão não apenas não-bíblica, dela discordando vigorosamente, mas também penso que seria uma atitude nociva e insensível caso os cristãos a aceitassem na sociedade.

Já no começo, Piper apresenta uma reserva a fim de esclarecer que não é sua intenção fornecer um argumento abrangente contra a autodefesa em geral, no entanto, rapidamente ele sabota essa sua reserva, e em cada ponto subsequentemente apresentado, sua posição se torna progressivamente absoluta. Ele escreve: “Minha preocupação central neste artigo é com o apelo aos estudantes que os impulsiona a esta mentalidade: ‘Vamos obter armas e ensinar uma lição eles, caso venham aqui!’”. Piper deseja estreitar o argumento: “A questão não é, primordialmente, acerca de quando e se um cristão pode recorrer à força em defesa de si mesmo, ou na defesa de seus familiares ou amigos. Há ambiguidades significativas e circunstanciais na resposta para essa questão”.

Embora ele jamais se refira a essas “ambiguidades significativas e circunstanciais”, ele continua mencionando-as, ao mesmo tempo em que faz declarações amplas e generalizadas como esta: “A preocupação é com a formação, nos cristãos, de uma disposição em se valer da força letal, não como policiais ou soldados, mas como cristãos comuns em relação a adversários perniciosos”. É uma posição demasiadamente ampla, a qual implica que, a menos que sejam agentes do governo civil, os cristãos não devem usar força letal, de modo nenhum. Destarte, não obstante Piper afirme seu desejo de deixar de lado essa questão devido a suas ambiguidades, ele, logo em seguida, propõe uma política que a responde de modo negativo e definitivo. 

O dr. Piper continua nesse veio ao longo de todo seu artigo. E, creio eu, ele percebe sua própria inconsistência ali, pois, de forma imediata, apresenta a posição contrária como um espantalho: “De acordo com o Novo Testamento, é encorajada a atitude que a afirma: ‘Eu tenho, aqui no meu bolso, o poder de te matar, então não se meta comigo’? Minha resposta é: Não”.   

Colocado de maneira simples, ninguém defende isso. Essa não é a posição de líderes cristãos que estão habituados e informados acerca da visão bíblica de defesa. Nem mesmo os comentários de Falwell Jr., que beiram a intemperança, são representados adequadamente por uma posição tão extrema. Representar, desse modo, a posição a favor da autodefesa é irresponsabilidade da parte do dr. Piper.

Piper, então, apresenta em série nove considerações que, no seu entendimento, sustentam sua posição, sendo uma delas subdividida em sete partes. Não utilizarei aqui o tempo para me dirigir a todas elas de forma exaustiva, mas somente àquelas que acredito serem as mais essenciais à sua posição (Alguns dos meus argumentos bíblicos mais abrangentes podem ser encontrados aqui e aqui também).

O argumento principal de Piper é que Romanos 12:17-13:4 proíbe os indivíduos cristãos de levaram a vingança a cabo. O poder da espada, diz o texto, é claramente delegado apenas ao governo civil. E ainda que, numa República como a nossa [isto é, os Estados Unidos da América], o povo seja o governo, Paulo não tinha em mente “que os cidadãos cristãos deveriam todos carregarem armas para que o inimigo não tivesse nenhuma ideia brilhante”.

Conquanto seja verdade que Paulo (e Jesus, em Mateus 5:38-39) nos tenha instruído a não tomar parte em vinganças pessoais, e que o poder da espada pertence ao governo civil, isto não significa, contudo, que o povo de Deus está absolutamente proibido, em toda e qualquer circunstância, de defenderem a si mesmos ou suas propriedades, ou, especialmente, de defenderem as vidas dos entes queridos e de seus próximos.

É nesse ponto, pois, que reside mais nitidamente o problema de Piper em seu entendimento e uso das Escrituras. Ao abstrair passagens como essas não apenas de seu contexto histórico, mas praticamente de qualquer contexto, ele as absolutiza para ensinar que os cidadãos devem ser sempre passivos perante os ladrões, salteadores, estupradores e assassinos, e, por extensão, terroristas, invasores e governos tirânicos.      
Mas é desse modo que manejamos as Escrituras?

Não. Primeiramente, Piper não lida, em lugar algum, com passagens claras do Antigo Testamento que instruem, tanto em princípio quanto na prática, que o povo de Deus tem o direito mesmo da autodefesa letal. Os leitores devem estar familiarizados com Êxodo 22:2: “Se um ladrão for achado arrombando uma casa e, sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do sangue”.

O princípio é que, quando um ofensor ataca numa situação letal, ele pode legitimamente ser confrontado com força letal. O princípio da “não vos vingueis a vós mesmos” é aqui revogada pela exigência. Foi por essa razão que Jesus disse a Pedro no jardim do Getsêmani para guardar sua espada. Não foi, como Piper alega, porque somos peregrinos que não têm o direito de usar espadas. Antes, foi porque Jesus estava intimamente familiarizado com o princípio do Antigo Testamento: o momento que você se mostra publicamente como uma ofensa letal, você faz de si mesmo um alvo para a defesa pessoal mediante força letal. É exatamente por isso Jesus disse isto: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (Mateus 26:52).

De semelhante modo, quando o rei Assuero permitiu aos judeus cativos o direito de se defenderem contra os agressores, essa permissão incluía o direito de “que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens” (Ester 8:11).

Os judeus sabiam que as Escrituras já lhes permitiam o direito de autodefesa, mas sabiam que espoliar o agressor, nessa situação, ultrapassava os limites [da lei de Deus]. Então, quando chegou a hora, eles defenderam-se desimpedidamente: “Feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada, com matança e destruição” (Ester 9:5) – mas, repare: “porém no despojo não tocaram” (Ester 9:10).    

Essa lei e exemplo são claros e não foram revogados pelos ensinamentos do Novo Testamento. De fato, embora pietistas cristãos como Piper talvez sejam tentados a dizer que o princípio “Não vos vingueis a vós mesmos” é um princípio neotestamentário que ignora o Antigo Testamento, a verdade é precisamente o oposto. A fim de estabelecer esse princípio em Romanos 12:19-20, Paulo cita duas passagens veterotestamentárias: a primeira, “A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor”, é citada diretamente de Deuteronômio 32:35 (a lei do Antigo Testamento!). A afirmação subsequente sobre amar os nossos inimigos é retirada de Provérbios 25:21-22, versículo que, em si mesmo, é baseado na lei do Antigo Testamento (Êxodo 23:4-5).

Portanto, não basta argumentar que o princípio do “não vos vingueis a vós mesmos” é um aperfeiçoamento do Novo Testamento a partir do Antigo. O princípio é, em si mesmo, um princípio do Antigo Testamento.

Por meio disto, devemos perceber que é um princípio perfeitamente compatível com o restante da lei veterotestamentária que, a despeito de incluir o princípio contra a vingança pessoal, também permite a autodefesa e a força letal quando apropriado. Os dois princípios não estão em desacordo; eles estão em perfeito acordo quando aplicados em diferentes situações e contextos.

Dessa maneira, é nesse ponto que a visão de Piper sobre as Escrituras parece ser moldada e formada pelo pietismo e por uma negligência inaceitável do Antigo Testamento que, de igual modo, deixaria as famílias cristãs vulneráveis a agressores violentos. Isto reflete a espécie de heresia que leva em conta exclusivamente o Novo Testamento, criando uma aliança pietista-humanista – uma capitulação e negligência da parte de líderes cristãos que entregam as questões sociais aos caprichos de liberais desprezadores da Bíblia que estão bem ansiosos para aceitarem esse presente. Eu não me coadunarei com isso. Leia a base do Antigo Testamento para os princípios do Novo Testamento, e então aceite que essa base exige também o lastro do Antigo Testamento, exceto onde explicitamente substituído.

Mas Piper é admiravelmente consistente em sua posição exclusivamente neotestamentária de recusa à defesa, e é neste ponto que seu argumento se torna mais problemático. Ele argumenta que uma réplica à sua posição poderia ser resumida deste modo: “Posso atirar no homem que ataca minha esposa?”. Aquilo que deveria ser algo evidente, biblicamente falando, é considerado como “instinto” por Piper, que oferece sete pontos, a seu modo, a fim de responder “não” à pergunta. 

Fiquei chocado e consternado que Piper seja tão contrário ao uso de armas e à autodefesa de modo a esperar que os cristãos permaneçam assistindo suas esposas ou filhos serem atacados, estuprados ou assassinados perante seus olhos sem reagir em defesa. Não lhe é agradável aceitar que sua resposta é um “não”, chegando mesmo a dizer que não há uma resposta direta, mas, então, de novo e em seguida ele deixa claro: “Não há modo de lidar diretamente com a situação de usar a força letal para salvar a família e amigos, a não ser no que diz respeito à polícia e os militares”.

Isso é ridículo. Absolutamente ridículo. Por que o Deus do Antigo Testamento forneceria diretrizes claras para autodefesa nesses casos, mas subitamente revogá-las-ia, concedendo esse direito somente a um punhado de agentes do governo que não são capazes de chegar à cena do crime não menos do que numa média de dez minutos? Que amor é esse?

Pessoal, sejamos claros. A polícia, apesar do bem que fazem, não te protege de criminosos, estupradores e assassinos. A polícia, mais frequentemente aparece tarde e escreve relatórios sobre o que aconteceu. A melhor esperança da esposa naquele momento é uma arma na mão de seu marido. A arma seria o objeto que mais glorificaria a Cristo nessa situação.

Fiquei chocado e entristecido à medida que lia a defesa de Piper no tocante à sua posição. Vendo sua esposa ser estuprada, ele contemplaria dentro de si mesmo: “Nosso objetivo primordial na vida é demonstrar que Cristo é mais precioso do que a vida. De modo que, caso me depare com essa ameaça à minha vida ou de minha filha ou amigo, meu coração deveria se inclinar a fazer o bem de uma maneira que realizasse esse grande objetivo. Há centenas de variáveis em cada crise que podem afetar o modo como ela acontece”.

NÃO. Há somente uma variável nessa situação: o ângulo a partir do qual você atira na cabeça do estuprador.

Há somente um princípio em questão aqui, e é outro princípio do Antigo Testamento repetido nove vezes no Novo Testamento: amar a seu próximo como a ti mesmo. Como permitir que alguém seja estuprado ou assassinado à nossa frente, e não fazermos nada, pode ser uma demonstração do amor de Cristo? Não há variáveis nisso. O amor ao próximo nos leva a proteger a vida inocente e apontar nossas armas a criminosos que fizeram de si mesmos ameaças letais.

Ora, se Paulo disse que uma pessoa que não provê para sua família é pior do que um descrente e, portanto, negou a fé (1 Timóteo 5:8), o que, então, você pensa que Deus diria de um homem sentado, contemplando platitudes piedosas, enquanto sua família fosse espancada e trucidada aos seus olhos?

Piper continua aplicando seu princípio: “Vivo na área central de Minneapolis, e, pessoalmente, aconselharia um cristão a não possuir armas de forças para tais circunstâncias”.

Eu aconselharia os cristãos a ouvirem alguém que não fez do amor de Cristo uma abstração sem sentido. Arme-se, cristão. Ame teu próximo como a ti mesmo.

Por fim, Piper toca num tema que menciona várias vezes. Ele argumenta que somos peregrinos neste mundo e que Jesus nos alertou para que esperássemos uma “hostilidade truculenta”. Devemos, pois, lembrar que somos ovelhas entre lobos, e que a sorte que nos cabe não é atirar nos lobos, mas resignar-nos a seremos devorados.

Digamos que isso foi parcialmente verdade quando os discípulos estavam enfrentando uma perseguição governamental na qual a resistência armada teria sido não apenas fútil mas também encarada como sedição. Mas, conforme deixei claro aqui eaqui e em outro lugar, a imagem do “peregrino” no Novo Testamento foi um fenômeno temporário para aquela geração até que as autoridades perseguidoras da cultura judaica descrente fossem destruídas. O autor de Hebreus esclarece que os discípulos chegaram ao monte Sião pelo qual Abraão ansiava, e isto não era algo que deveriam esperar somente após sua morte.

Mesmo se fosse o caso de que ainda estivéssemos numa situação de “peregrinos”, isto, ainda assim, não invalidaria a consistência dos aspectos permanentes do mandamento do amor com a autodefesa. Os cristãos possuem o direito à autodefesa, a defesa de seu lar e de seus parentes e seus próximos.

Afirmar o contrário é negligenciar grande parte da Bíblia, e, com efeito, é isto que o artigo de Piper realmente faz: negligencia o contexto das citações e negligencia inteiramente o Antigo Testamento. Por essa razão, e por exigir que os cristãos permanecem inertes enquanto os criminosos atacam e assassinam pessoas, incluindo nossas famílias, e, na realidade, exigir até mesmo que se examine o próprio coração antes sequer de chamar a polícia para intervir (!) – devido a tudo isto, a posição de Piper é nociva à sociedade.

Ademais, tal posição é um indicativo daqueles que categoricamente rejeitam que o Antigo Testamento nos instrui da mesma forma que o Novo. É sintomática do cristianismo pietista (privatista), e daqueles tipos da “doutrina dos Dois Reinos” que afirmam que a Bíblia não tem nada a dizer sobre a esfera pública. É tempo de abandonar todas essas posições e adotar uma cosmovisão bíblica robusta que coloca o amor de Deus e o amor ao próximo em ação prática, nos modos ordenados e exemplificados pelas Escrituras – e isto inclui o direito de portar armas e o direto da autodefesa.

Conforme eu disse, não lidamos aqui com todos os comentários de Piper, mas nossos comentários tocam no âmago da razão pela qual sua posição não é bíblica. Afinal, ela é divorciada do contexto das Escrituras e nega aquilo que ela ensina no tocante a algo tão central e fundamental como o amor ao próximo. Suas visões são, pois, pietistas. Ele ignora as passagens nas quais a Bíblia trata dessas áreas da vida e subverte os princípios, transformando-os em questões unicamente de um amor abstrato em que o indivíduo contempla seu próprio coração no quarto de oração. Eu digo para deixarmos a Bíblia falar à totalidade da vida, como já faz, e então aplicá-la em tudo a que se refere. E estejamos bem armados e treinados nas armas ao fazê-lo. (E encontre um seminário ou faculdade teológica que também te permita agir assim).

***
Autor: Joel McDurmon
Fonte: America Vision
Tradução: Fabrício Tavares
Divulgação: Bereianos

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