quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

'Bíblia gay' é prova de que qualquer um pode distorcer a verdade que lhe ofende, comenta teólogo


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Por Luana Santiago | Correspondente do The Christian Post

Uma Bíblia chamada “Queen James”, que foi lançada com o objetivo de eliminar as discussões acerca do homossexualismo, causou polêmica entre os evangélicos no Brasil.

Em entrevista ao The Christian Post, o pastor e teólogo Augustus Nicodemus comenta sobre o tema e questiona “quantos versículos precisamos para reconhecer que Deus aborrece alguma coisa?”

Nicodemus refere-se ao argumento dos idealizadores da ‘Bíblia gay’ que dizem que entre milhares de versículos no livro sagrado apenas 8 interpretam o homossexualismo como pecado.

A nova versão da Bíblia tem o nome ‘Rainha James’ para sua versão baseado na história do Rei James da Inglaterra, que autorizou a primeira tradução da Bíblia para o inglês mais de 400 anos atrás.

Os ativistas gays alegam que James era bissexual e que apesar de ser casado possuía relacionamentos homossexuais, ficando conhecido como ‘Rainha James’ por pessoas mais próximas.

No entanto, a fim de esclarecer esta questão, o teólogo Augustus Nicodemus explica que na verdade a referência a James como ‘Rainha James’, baseia-se num epigrama da época, "Rex fuit Elizabeth, nunc est regina Jacobus".

O termo significa "Elizabeth era o rei e agora James é a rainha" e era uma piada sobre o fato de que o Rei James era pacífico e tranquilo enquanto que sua esposa Elizabeth era agitada e autoritária.

“Não havia qualquer insinuação de homossexualidade na frase, que visava apenas debochar da passividade do Rei James”, disse ele ao CP.

De acordo com o teólogo, o Rei James era um cristão comprometido, erudito e muito capaz teologicamente. Além disso, ele diz que o fato de que muitos de seus amigos mais próximos eram homens jovens deu origem à especulação quanto à sua sexualidade.

No entanto, Augustus revela que em um trabalho teológico escrito pelo Rei James ("Basilikon Doron"), o próprio coloca a sodomia entre os pecados que jamais deveriam ser perdoados.

Ele ainda comenta a reivindicação dos idealizadores da Bíblia Rainha James quanto a palavra "homossexualidade" que só foi mencionada na Bíblia RSV (Revised Standard version) a partir de 1946 e que antes disto não havia menções, apenas interpretações. Para esta questão, ele leva a uma reflexão com uma pergunta, “em que estas interpretações se baseiam?”

Para o teólogo, não haveria outra forma de interpretar alguns versículos como a passagem de Levíticos 18:22 que diz “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação”.

Ele cita também Romanos 1:26-27 que diz “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro”.

Todas as versões da Bíblia que ele conhece, Nicodemus afirma, condena o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo. E indaga, “estariam todas elas erradas?”

“Todas as traduções que eu conheço - francês, holandês, alemão, espanhol, inglês e português (disponíveis no BibleWorks8) - verteram estas passagens de modo a dar a entender que o que está sendo condenado é exatamente as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Sabemos os nomes e as qualificações acadêmicas de seus editores, mas isto não aparece na ‘Bíblia Queen James’."

Augustus, finalmente, lamenta as afirmações dos editores desta nova versão da Bíblia e diz que tal proposta revela claramente o caráter ideológico desta tradução.

“A ‘Queen James’ é o tipo de publicação que autoriza qualquer um a editar uma Bíblia amenizando ou distorcendo as passagens que lhe ofendem”.

Fonte: The Christian Post via Bereianos

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