sábado, 29 de outubro de 2022

PEDRO POTI – O PRIMEIRO BRASILEIRO A MORRER POR NÃO NEGAR SUA FÉ EM CRISTO

 



“Sou Cristão e melhor do que vós: creio só em Cristo, sem macular a religião com idolatria, como fazeis com a vossa. Aprendi a religião cristã e a pratico diariamente, e se vós a tivésseis aprendido, não serviriam aos inimigos portugueses”, Pedro Poti.

Por volta de 1501, algumas jovens do povo Potiguar acenaram para a embarcação de Gonçalo Coelho e, então, eles enviaram quatro dos seus marinheiros para barganhar com aquelas moças bonitas. Enquanto os quatro estavam naquela Baía, seus companheiros assistiram, de lá da embarcação, a terrível cena deles sendo apunhalados pelas costas a pauladas na praia. Os quatro portugueses foram “assados e devorados”, escreveu Américo Vespúcio em sua carta a Manuel I, Rei de Portugal. Américo Vespúcio chamou Akaîutebiró de “Baía da Traição”. O que Gonçalo Coelho não sabia era que os Potiguar já faziam parte de uma aliança franco-indígena contra os portugueses invasores.

O povo Potiguar se espalhava desde Pernambuco até o Maranhão. Povo guerreiro, com uma população de 100.000 pessoas, era tido como o mais poderoso povo indígena do litoral do Nordeste. Por meio de alianças, primeiramente, com os franceses, depois, com os holandeses, o povo Potiguar também fez forte oposição às invasões portuguesas. E é no contexto do Brasil Holandês que surge a história do valente Pedro Poti, Governador dos índios da Paraíba.

Pedro Poti, cujo nome indígena era Itaque, viu seu povo ser massacrado pelos portugueses, que não aceitaram a hospitalidade Potiguara oferecida aos holandeses, quando esses chegaram à Baía da Traição, em 1625. Muitos Potiguaras fugiram para o interior para não serem mortos, outros se refugiaram no Rio Grande do Norte, contudo, Pedro Poti fez parte de um grupo que partiu com os holandeses para a Europa, onde aprendeu a ler e escrever o neerlandês e se converteu à Fé Reformada, vivendo lá por 5 anos. Ao retornar, assumiu a liderança do seu povo contra os portugueses, fazendo oposição ao seu parente, Felipe Camarão.

Pedro Poti era um diplomata, militar, líder político e religioso, que defendeu a liberdade oferecida pelos holandeses aos povos indígenas do Brasil contra o sistema colonialista português. Ao retornar ao Brasil, ele trabalhou como mediador dos holandeses junto aos povos indígenas. A importância de Pedro Poti para o estabelecimento do Brasil Holandês é atestada por vários estudiosos e historiadores. Poti atuou de forma impressionante como um mediador intercultural entre holandeses e os diversos povos indígenas de culturas e línguas tão diferentes, conseguindo uni-los em uma aliança contra os portugueses.

Participou não apenas do primeiro culto realizado na Paraíba, como também da Primeira Ceia protestante em sua aldeia, Massurepe, em 1640. Durante a Insurreição Pernambucana, Poti liderou os Potiguaras contra os portugueses. Mas foi graças a uma única carta de sua autoria que chegou até nós, datada de 31 de outubro de 1645, dia da Reforma Protestante, que podemos conhecer o profundo ardor de Poti pela fé cristã.

Não foram poucas as tentativas de fazer com que Pedro Poti mudasse de lado, mas ele permaneceu firme, mesmo diante das investidas de seu primo Felipe Camarão, aliado dos portugueses. Da carta citada no parágrafo anterior, resposta a esse seu primo, eu retiro o trecho a seguir: “Fica sabendo que serei um soldado fiel aos meus chefes até morrer. Estou bem aqui e nada me falta; vivemos mais livremente do que qualquer de vós, que vos mantendes sob uma nação que nunca tratou de outra coisa senão nos escravizar”.

Pedro Poti foi aprisionado em 1649, durante a segunda batalha dos Guararapes. Durante meses, ele foi acorrentado numa masmorra a pão e água. De vez em quando, os padres jesuítas o tiravam de lá para obrigá-lo a renegar sua fé calvinista, mas o guerreiro potiguar permaneceu inabalável até que, em 1652, foi levado numa embarcação a Portugal, para lá ser julgado. Contudo, Poti nunca chegou lá. A história indica que o jogaram no mar. Pedro Poti morreu como herói da liberdade e o primeiro mártir brasileiro pela causa do Evangelho. A vida de Pedro Poti se confunde com os primórdios da chegada do protestantismo ao Brasil.

Rev. Fábio Ribas

Fonte: APMT

REFORMA E AVIVAMENTO HOJE

 

 REFORMA E AVIVAMENTO O DESPERTAR DA IGREJA

Neemias 8-10

Quando o avivamento veio a Florença, na Itália, em 1496-1498, o instrumento humano de Deus foi o italiano Savonarola. Ele estava chocado com o vício e a imoralidade do mundo a seu redor na Itália e pela corrupção da Igreja Católica Romana. Quando jovem, ele andava à margem do rio Pó, cantando a Deus e chorando pelos pecados, pelas injustiças e pela pobreza do povo a seu redor. Ele chorava e lamentava a impudicícia, o luxo e a crueldade de muitos líderes na igreja. Ficava deitado, prostrado, durante horas a fio, sobre os degraus do altar na igreja, chorando e orando pelos pecados de sua época e os pecados da igreja. 

Deus enviou um despertamento espiritual. Esse avivamento trouxe imensas transformações. O mundo parou de ler livros vis e mundanos. Os mercadores restituíram às pessoas os lucros excessivos que tinham extorquido. Criminosos e moleques de rua pararam de cantar cantigas pecaminosas e começaram a cantar hinos nas ruas. Foram proibidos e abandonados os carnavais. Foram feitas gigantescas fogueiras em que livros mundanos, máscaras, perucas e ilustrações obscenas foram queimados. 

Israel ao retornar do cativeiro estava vivendo em uma situação triste não só por que as muralhas de Jerusalém estavam derribadas, mas por que o povo estava vivendo distante de Deus, praticando coisas abomináveis aos olhos do Senhor. Na primeira parte do livro podemos ver o empenho de Neemias pela reconstrução das muralhas de Jerusalém e na segunda parte podemos ver a dedicação de Neemias pela restauração da nação. Neste momento eu lhe convido para aprendermos algumas lições com a restauração espiritual de Israel. O despertamento acontece quando:

1- TEMOS FOME DA PALAVRA DE DEUS ( 8.3-9) – Na verdade, Neemias veio a Jerusalém para reconstruir o muro, e obteve sucesso em fazê-lo. Mas descobrimos agora que a reconstrução estava longe de ser tudo que ele objetivava. Neemias queria reconstruir o muro, mas além desse objetivo, ele desejava algo muito mais significativo: reconstruir a nação.

No capítulo 8 de Neemias vê-se o ponto de partida para a verdadeira renovação nacional. A Palavra de Deus. versículos 2-12 mencionam uma grande assembleia pública em que Esdras, o sacerdote, lê a lei de Deus para o povo e como todos são afetados por isso. O povo veio para a cidade da zona rural vizinha, reuniu-se na grande praça pública ante a Porta das Águas, no lado leste de Jerusalém, e ouviu Esdras. Ele montou uma grande plataforma de madeira que havia sido erguida para a ocasião e ali, rodeado por 13 dos mais importantes levitas, leu o livro da lei (o Pentateuco ou “os cinco primeiros livros”) do início da manhã até meio-dia — cerca de seis horas.

O povo demonstrou reverência extraordinária pela lei, pois se levantou em silêncio respeitoso quando Esdras abriu o pergaminho. Quando orou, eles responderam: “Amém! Amém!”, e adoraram a Deus. À medida que a narrativa se desenrola, descobre-se que a leitura da lei divina levou ao avivamento nacional.

2-BUSCAMOS A DEUS EM ORAÇÃO  (8.6; Ne 9.1; Es 9.1-15) – A restauração das muralhas de Jerusalém, haviam sido concluídas, mas Neemias sabia que a nação precisava de restauração espiritual. O povo de Deus estava contaminado pelo pecado(Esdras 9.1).

Esdras ao tomar conhecimento de tal situação rasgou as suas vestes, arrancou os cabelos da barba, e se assentou atônito. Mas ele não fez apenas isto, ele buscou a Deus em oração em favor da nação (9.5-10.1).Esdras começou pela oração (v. 6). Essa é a primeira aparição de Esdras em Neemias (cf. v. 1), e sua oração antes da leitura da lei, mesmo sem registro, pode ser considerada apenas uma invocação formal. No entanto, seria errado pensar assim. A aparição de Esdras é significativa, e a oração era mais que uma formalidade, como comprova a resposta do povo.

Todos os avivamentos tiveram início em um movimento de oração motivado, dirigido e coordenado pelo Espírito Santo. A oração prolongada e prevalecente continua em muitos corações, invisível aos olhos humanos, mas presente nas correntes do preparo do caminho do Senhor feito pelo Espírito. Não conhecemos todos os caminhos do Espírito Santo que prepararam a América e a Grã-Bretanha para o avivamento de 1857-1858, mas reconhecemos muitos dos eventos e pessoas que Deus usou para tanto.

3- ACONTECE MUDANÇA DE VIDA- COMPROMISSO COM DEUS (9.38-10.39)-A primeira reforma realizada por Neemias foi estrutural. Jerusalém passara por uma grande reforma física, econômica e social. Os muros foram reconstruídos e as portas levantadas. Os ricos devolveram as terras e casas que haviam tomado dos pobres e os sacerdotes voltaram a cuidar da Casa de Deus.  segunda reforma foi espiritual. Tudo começou com a fome pela Palavra de Deus. Estudo da Bíblia e oração produziram confissão, choro pelo pecado, alegria da obediência e acerto de vida com Deus.

Os grandes avivamentos surgiram quando o povo entrou em aliança com Deus para O buscar, O conhecer e O obedecer. Vivemos hoje uma espiritualidade centrada no homem e no que podemos receber de Deus. Não é mais o homem quem está a serviço de Deus, mas Deus é quem está a serviço do homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra como no céu, mas a vontade do homem que deve ser imperativa no céu. Precisamos voltarmos para Deus por causa de Deus e não apenas por causa de Suas bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos, o doador é mais importante do que a dádiva.

Precisamos olhar para o passado e ver as lições da História, pois o mesmo Deus fez, faz e fará maravilhas na vida do Seu povo. Hoje precisamos nos voltar para Deus. E o nosso compromisso com ele não deve ser apenas gerais, mas também, e sobretudo, em áreas específicas como santificação, casamento, dia do Senhor, contribuição e adoração. Que o Senhor venha avivar a sua igreja hoje!.

 Pr. Eli Vieira

sábado, 22 de outubro de 2022

Mais de 8 mil cristãos vão às ruas orar pela ‘restituição’ da Venezuela

 


Milhares de venezuelanos na Marcha para Jesus. (Foto: Cominela/Facebook)

Milhares lotaram as ruas na Marcha para Jesus em Barquisimeto, no estado venezuelano de Lara.

Cerca de oito mil pessoas lotaram as ruas de Barquisimeto, na Venezuela, para a tradicional “Marcha para Jesus“, que foi retomada após um hiato de dois anos devido a pandemia.

Com o lema “Venezuela, chegou a hora da sua restituição”, a Marcha para Jesus contou com um trajeto da praça Los Ilustres até o estádio Antonio Herrera de Barquisimeto, onde todos se reuniram para momentos de louvor e celebração, apesar dos desafios do país.

“Foi uma benção, uma vitória muito grande. Muitas pessoas vieram para a marcha com a única intenção de louvar a Jesus Cristo. Dizer um número específico de quantas pessoas compareceram é especular, mas mais de oito mil pessoas se juntaram”, disse Ramón Ferrer, presidente da Comunhão dos Ministros Evangélicos de Lara (Cominela).

De acordo com os organizadores, o lema “Venezuela, chegou a hora da sua restituição” foi baseado em Jeremias 1:12, que diz: “Disse-me o Senhor : Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir.”

Falando ao Diario La Prensa de Lara, Ferrer disse que todas as igrejas do estado de Lara apoiaram o evento.

O pastor da igreja Las Buenas Nuevas, Álvaro Rea, ficou feliz por ver tantas pessoas se unirem à mesma causa, que é orar pela Venezuela e toda a sociedade.

“Temos orado principalmente pela família, porque sabemos que muitos dos problemas que vivemos na sociedade começam na família. Essas orações são para continuar fortalecendo relacionamentos, casamentos, continuar ajudando os filhos, perdoar pais que se afastaram”, disse Rea.



Milhares de venezuelanos na Marcha para Jesus. (Foto: Cominela/Facebook)

A marcha foi realizada no dia 12 de outubro não apenas em Barquisimeto, mas em diversas partes da Venezuela.

Nas redes sociais, foi possível ver como a multidão de cristãos saindo às ruas com orações, cantos e danças, em adoração a Jesus.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO DIARIO LA PRENSA DE LARA

A IGREJA SEGUE CAMINHANDO

 


A IGREJA SEGUE CAMINHANDO

            A igreja foi chamada do mundo, para estar no mundo, sem ser do mundo, para ser luz no mundo. A igreja é absolutamente diferente do mundo. O mundo a odeia. A igreja não pode amar o mundo nem ser amiga do mundo. A igreja não pode se conformar com o mundo nem o imitar. A igreja é sal que coíbe a decomposição do mundo e luz que aponta o caminho neste mundo tenebroso governado pelo príncipe das trevas. Se a igreja perde a capacidade de salgar e se sua luz fica escondida, a ponto de não poder iluminar, então sua missão é malograda e seu testemunho é ineficaz.

            A igreja, ao seguir caminhando rumo à glória, precisa compreender três verdades fundamentais:

            Em primeiro lugar, a igreja é governada pelos valores do reino de Deus. A igreja é governada pelos preceitos divinos e não pelos ditames do mundo.A Palavra de Deus tem princípios que jamais caducam enquanto o mundo está rendido à ditadura do relativismo. A ética da igreja não é ditada pela pauta social do mundo, pois esta está mudando a todo instante; a igreja é governada pela lei divina, que é eterna. A igreja não é dirigida pelas decisões emanadas das cortes humanas, sujeitas a falhas e injustiças, mas pela Palavra inspirada, que não pode falhar. A igreja não se dobra diante das pressões e seduções do mundo, pois sua lealdade é ao Senhor Jesus. A igreja não se encanta com os brilhos deste mundo nem com seus favores, pois sua pátria está no céu, sua herança está no céu e é para o céu que ela caminha resoluta.

            Em segundo lugar, a igreja é a agência do reino de Deus na proclamação do evangelho no mundo. A missão de Deus é confiada à igreja. O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo. Todo aquele que foi chamado do mundo é enviado de volta ao mundo, como embaixador de Deus e ministro da reconciliação. A tarefa de pregar o evangelho a toda a criatura e fazer discípulo de todas as nações é imperativa, intransferível e impostergável. O método de Deus é a igreja. Se a igreja se calar não existe outro método. Só a igreja é comissionada a pregar o evangelho. Se nós nos calarmos seremos tidos como culpados. A seara é grande, os trabalhadores são poucos e o tempo urge. Só temos este tempo, que se chama hoje, para ganharmos esta geração. Se falharmos, nosso fracasso será retumbante. Não podemos transformar a grande comissão numa grande omissão. O mundo jaz no maligno, mergulhado em trevas horrendas. O diabo mantém em seu cativeiro milhões de pessoas, carentes de ouvir o evangelho da graça. Não há salvação em nenhum outro nome, exceto o nome de Jesus. Que a igreja se levante, no poder do Espírito, para testemunhar enquanto é tempo, aqui, ali e, além-fronteiras. 

            Em terceiro lugar, a igreja é odiada pelo mundo. Porque a igreja é o corpo de Cristo, o rebanho do bom pastor, o mundo que sempre odiou a Cristo, odeia também a igreja. O mundo nunca foi favorável à igreja. Sempre destilou seu ódio contra a igreja. O mundo, governado pela mentira, sempre se opôs à igreja, que é a coluna e baluarte da verdade. O mundo usa todo o seu sistema político, cultural e religioso para atacar a igreja. Ideologias contrárias à fé cristã são promovidas. Decisões atentatórias aos preceitos cristãos são tomadas. Valores contrários à fé cristã são aplaudidos. A igreja, ao longo da história, tem sofrido amarga perseguição. Nos primeiros séculos, os Césares de Roma crucificaram os cristãos, lançando-os na fogueira e entregando-os às feras. Os cristãos foram vigiados, caçados, perseguidos, espoliados, desterrados, aprisionados, torturados e mortos com crueldade durante os vinte séculos do Cristianismo. Não devemos esperar dias fáceis em nosso tempo. O cerco está apertando cada vez. Há uma agenda global hostil à fé cristã. A igreja não pode esmorecer, pois mesmo debaixo da carranca do diabo, ela tem a face sorridente do Pai. Mesmo sob o fogo ardente da perseguição, ela tem o refrigério do Espírito Santo. Mesmo sob a oposição crescente do mundo, ela tem a aprovação do céu. Portanto, igreja, avante! Importa seguir caminhando!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Fonte: LPC https://lpc.org.br/1858-2/

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Ateu se converte após ser livrado da morte ao clamar a Deus: “Se o Senhor existe, me salve”


 Vitalii Glopina. (Foto: Reprodução/God Reports)

Jovem que seria esfaqueado por mafiosos foi surpreendido com um livramento sobrenatural.

Vitalii Glopina se descrevia como ateu até o dia em que três membros de uma gangue russa foram enviados para matá-lo. Ele conta que, no momento em que um deles tentou esfaqueá-lo, algo extraordinário aconteceu.

“Eles ficaram pálidos. Eles estavam tremendo. O que estava com a faca a jogou no chão e eles fugiram. Naquele momento, eu sabia que havia um Deus, pois eu havia acabado de orar”, confessou sobre seu momento de desespero.

De acordo com o God Reports, Vitalli relatou sobre seu ateísmo durante a gravação do podcast de Virginia Beach Potter’s House. Ele se dizia ateu por conta da grande decepção de perder a irmã. O pastor americano, Michael Ashcraft, escreveu sua história dando detalhes sobre sua conversão. 

Sobre a morte da irmã

Vitalli e sua família viviam na Ucrânia. Ele e a irmã gostavam de colher cogumelos e, num certo dia, ele pediu para que ela saísse mais cedo do trabalho para que eles pudessem ir juntos.

Ela saiu e naquela noite foi sequestrada. Quando foi encontrada estava muito ferida e foi levada às pressas para um hospital, onde ficou entre a vida e a morte por dois dias.

Durante esse período, Vitalli disse que implorou a Deus pela vida da irmã, mas ela acabou morrendo. Daquele dia em diante, ele se afastou totalmente de Deus, o culpando pela grande perda. “Eu me senti responsável por sua morte”, contou. 

Caminhos tortuosos

Triste e decepcionado, aos 18 anos, Vitalli começou a beber, usar drogas e a buscar dinheiro fácil através de crimes. Ao se juntar com uma gangue da máfia russa, ele passou a lucrar bastante, até se tornar um dos líderes. 

Ele conta que sempre foi um excelente aluno, até se tornar um gênio da tecnologia. Porém, começou a usar seu dom de forma errada — Vitalli chegou a codificar todas as portas das salas de aula e podia invadir até os escritórios do colégio. 

Quando se formou no ensino médio, conseguiu uma bolsa de estudos para a Romênia, onde aprenderia cibernética. Com essa nova perspectiva de vida, ele decidiu ficar sóbrio e tentar uma nova vida.

Dívida com a máfia russa

A promessa de Vitalli, de ficar sóbrio e ter uma vida melhor, porém, só durou 3 dias. Ele reencontrou um traficante da máfia e voltou aos velhos hábitos — usar drogas e roubar carros para desmontá-los e vender as peças através de uma empresa de fachada.  

Apesar de ganhar muito dinheiro na vida ilícita, ele conta que não conseguia dormir em paz e que o peso da culpa pela morte da irmã o perseguia. 

Na tentativa de buscar um alívio, ele bebia tanto e usava tantas drogas que chegou a sofrer três overdoses. Em uma delas, foi parar no hospital, na véspera de Natal, onde confessou aos funcionários do hospital onde guardava as drogas.

Os policiais foram chamados e logo invadiram o local e ele perdeu uma grande quantia em mercadorias, o que o levou a ter uma enorme dívida com a máfia.

Clamando a Deus

Os mafiosos não perdoaram o deslize de Vitalli. Seus “amigos” se tornaram seus carrascos e ele passou a trabalhar fazendo tarefas intermináveis, até se cansar da exploração implacável e ameaçar ir à polícia. 

A ameaça, porém, não resolveu seu problema. Ele foi espancado e levou dois dias para se recuperar. Vitalli conta que foi amarrado e foi quando os três homens que ele cita no início de seu testemunho entraram em cena.

Um era o assassino e os outros dois eram assistentes. “Ele era um homem sem escrúpulos e fazia apenas o seu trabalho”, descreveu o homem que se aproximou dele com uma faca na mão.

Os dois assistentes o amarraram e o assassino ergueu a faca para matá-lo. “Foi nessa hora que eu clamei a Deus. Se o Senhor existe, então me salve”, implorou.

Para sua surpresa, os assassinos que pareciam tão destemidos, instantaneamente,  ficaram pálidos e começaram a tremer. O assassino jogou a faca no chão e os três saíram correndo. 

Visão sobrenatural

O que aqueles criminosos viram? Vitalli disse que, até hoje, não faz ideia: “Naquele momento, eu só sabia que havia um Deus. E eu também sabia que havia um inferno e que eu estava indo para lá”, reconheceu.

Depois de conseguir se desamarrar, Vitalli fugiu dali todo ensanguentado e correu para uma igreja próxima, com o único desejo de confessar seus pecados. Depois voltou para casa e procurou sua Bíblia.

Algumas páginas haviam sido arrancadas para enrolar drogas e fumar. A página seguinte era de Marcos, capítulo 3. Ainda meio perdido, Vitalli foi para uma praça, onde havia um grupo cristão cantando ao som do violão e dando alguns testemunhos.

Ele conta que, na ocasião, se aproximou do grupo e perguntou para onde ele iria se morresse naquele momento. Ele contou sua história e disse que já sabia que iria para o inferno. 

Encontro com Jesus

“Mas você quer ir para o inferno?”, um dos cristãos perguntou e logo apresentou o Evangelho. “Somos todos pecadores, todos merecemos o inferno, mas Deus enviou seu Filho para morrer por nós e satisfazer os justos requisitos da lei. Se aceitarmos Jesus, podemos ser perdoados de nossos pecados e começar uma nova vida Nele”, continuou.

Vitalli conta que a Bíblia que ele anteriormente usava para enrolar e fumar drogas tornou-se o veículo para sua salvação. 

Um tempo depois, os membros da gangue da qual Vitalii fazia parte foram presos. Ele entende que todas as ações foram orquestradas por Deus.

Desde então, Vitalii passou a frequentar a igreja e, atualmente, ele é pastor. Ele pastoreou na Ucrânia, na Moldávia e agora está em período sabático em Tempe, no Arizona (EUA), até que a guerra acabe e ele seja reenviado para a Ucrânia.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE GOD REPORTS

PROSPERANDO EM TEMPOS DE CRISE


VIVENDO EM DIAS DIFÍCEIS

Gênesis 26.1-25

Há um provérbio coreano que diz: “crises são oportunidades”, mas nem todos veem essa realidade nos momentos de dificuldades ou quando os problemas batem a nossa porta.

Na jornada da vida a crise chega para todos, e diante desta realidade não adianta esconder a cabeça na areia como avestruz fazendo de conta que ela não existe. A crise chega para rico ou pobre, preto ou branco, independente da condição econômica ou social. Ela estende suas asas “desde o palácio até a choupana, desde os maiores centros urbanos até as regiões mais remotas das nossas selvas. Porém, pior do que a crise é a conformação com ela”.

A experiência vivida por Isaque nos ensina como podemos enfrentar os problemas tão desafiadores que podem se levantar em nossas vidas. A crise foi um tempo de oportunidade na vida de Isaque. Em vez de se desesperar, ele seguiu a direção de Deus e prosperou num tempo em que todos estavam fracassando.

Talvez você esteja atravessando esteja enfrentando uma  crise financeira, familiar, ou mesmo na área dos seus sentimentos. Como você tem reagido diante dessas crises? Estou certo de que os princípios que encontramos neste capítulo poderão lançar luz em seu coração e colocar os seus pés na estrada que o conduzirá à verdadeira vitória sobre todas as crises que surgem em nossas vidas.

Meus irmãos, aos lermos o texto de Gênesis 26.1-25, encontramos alguns princípios para que possamos prosperar em tempos de crise. Para prosperar em tempos de crise precisamos:

1- SEGUIR A ORIENTAÇÃO DE DEUS(Gn 26.1,2,6)

Quando olhamos para o texto de Gênesis 26 podemos ver que Isaque também estava enfrentando uma crise. E não é uma crise pequena, mas grande. A fome assolava a sua terra. Seu país estava vivendo o drama do empobrecimento coletivo. A esperança do povo estava morta. Os sonhos, destruídos, muitos estavam desanimados. Havia uma inquietação no ar, um rumor entre as famílias. O gado geme de fome. O útero fecundo da terra parece estéril. As sementes que nela são depositadas perecem antes mesmo de dar aceno de vida.

A seca, estava assassinando o sonho de muitas pessoas, prevalecendo naquela região. A chuva estava retida. O sol castigava o solo. Os agricultores não se aventuravam a depositar no ventre da terra a semente da esperança. Reinava um desespero generalizado entre as pessoas daquela região. As fontes estavam secando. Os ribeiros estavam se tornando leitos de morte e não condutores de vida. As cabras montesinas bramam, sedentas, O povo aflito vê a despensa se esvaziando e as crianças gemendo e clamando por pão. Aquele estava sendo um tempo amargo, de fome, de escassez, de vacas magras, recessão, desequilíbrio, desemprego, contenção drástica de despesas.

O que fazer na hora em que você se vê encurralado pela crise? Que decisão tomar quando todas as estradas de escape parecem cheias de barricadas? Muitos nessa hora perdem a cabeça, cometendo grandes loucuras. Outros, se revoltam contra Deus culpando-o por todas as desventuras. Outros ainda, petrificados, assistem passivo à dolorosa marcha da crise aceitando inertes a decretação da derrota e não conseguem dar um passo.

Isaque, porém, não ficou parado, assistindo passivamente o agravamento da situação. Ele se mexeu. Não ficou lamentando, queixoso, os reveses da vida naquele momento. Ele saiu, se moveu. Fez alguma coisa O seu problema não era simples. Era uma questão Vital. Não havia água. Tratava-se de uma questão de sobrevivência, de vida ou morte.

Talvez, enquanto você lê estas páginas iniciais, você se dê conta de que também está enfrentando um problema aparentemente insolúvel. É o casamento que virou um deserto, de onde só brotam os cactos venenosos da amargura. É o diálogo com os filhos que secou, como a terra de Isaque. É o salário que está minguando como os ribeiros em tempo de seca. É a saúde que está ameaçada por uma doença implacável. É a empresa que está emperrada e não consegue deslanchar. É o sonho de entrar na Universidade que está cada vez mais distante. É a decepção de um amor não correspondido. Talvez, como Isaque, todas as noites você olhe para o horizonte na esperança de ver a chegada de uma chuva restauradora que faça reverdecer o deserto da sua vida.

Talvez você já tenha semeado várias vezes no solo tórrido e seco da sua família, vendo, com tristeza, todas as sementes mirarem no útero da terra. Talvez você tenha investido toda a sua esperança em um negócio, mas a chuva da prosperidade foi retida e a safra de seus investimentos perdida. Talvez você tenha recebido um diagnóstico sombrio do seu médico, dizendo que a medicina não lhe oferece nenhuma esperança de cura. Talvez alguém amado do seu coração esteja enfrentando uma grave enfermidade e aos poucos você vê essa pessoa escapando dos seus braços sem poder fazer nada.

Pode ser a perda de um parente, irmão, pai ou mãe. Não é fácil lidar com a dor. Nossos sonhos chocam-se contra muralhas de concreto. Nossos planos escorrem como água. Nossas previsões entram em colapso. Estamos no meio do deserto onde nosso olhar se perde em miragens enganadoras, onde nossos passos cambaleantes parecem claudicar, onde a morte procura dar a última palavra.

O grande perigo na encruzilhada da crise é tomar a direção errada. Isaque queria ir para o Egito, lugar de fartura, riqueza e segurança. Ele foi tentado a buscar uma solução rápida, fácil e indolor. Isaque queria fugir da crise, não enfrentá-la. É mais fácil andar na estrada da fuga do que sobreviver no deserto. É mais fácil botar a mochila nas costas e ser um peregrino em terra estranha do que semear no deserto. Poucos são os que se dispõem a enfrentar e a vencer os gigantes da crise. Poucos são os que agarram os problemas pelo pescoço e triunfam na hora das dificuldades. Só os desbravadores, os idealistas e os sonhadores destemidos conseguem prosperar no deserto. O pessimismo é uma doença contagiosa. O ar está poluído por uma densa nuvem de descrença.

A mídia despeja todos os dias no porão da nossa mente cansada uma enxurrada de informações arrancadas dos abismos mais profundos das tragédias humanas. Os arautos do caos embocam suas trombetas. Os profetas do pessimismo se multiplicam aos milhares. A cada dia vemos o coro dos céticos engrossando suas fileiras.

Nesse tempo pardacento, em que a crise se instalou em todos os segmentos da sociedade, desde os palácios dos governos até a choupana mais pobre, é mister que alguém se levante para enfrentar a crise com galhardia. É no vácuo da crise que os grandes líderes são formados. Os carvalhos resistem às grandes tempestades. A crise pode tirar a cera dos ouvidos da alma. A crise pode ser uma janela aberta do céu. A crise do homem pode ser o tempo oportuno de Deus.

É no fragor da crise que ouvimos a voz de Deus: “Não desça ao Egito”. O Egito foi palco de perigo para Abraão, o pai de Isaque. O Egito oferecia uma solução imediata, uma riqueza fácil, mas era um laço para Isaque. Deus exortou-o a recusar a imediata abundância do Egito por bênçãos invisíveis (Gn 26.3) e mais remotas (Gn 26.3,4). Muitas pessoas fracassam na vida exatamente porque na crise deixam de atender à voz de Deus e descem para o Egito, onde negociam seus valores absolutos, transigem com suas consciências e tapam os ouvidos para não atenderem à voz de Deus. Trocam as bênçãos eternas pelas vantagens terrenas. Trocam as venturas do céu pelos prazeres transitórios do pecado.

Devemos estar com os ouvidos atentos nos tempos de crise para ouvir e crer na orientação de Deus. É justamente nesses períodos que temos as maiores experiências com Deus. Quando todas as soluções da terra entram em colapso, o céu aponta o rumo a seguir. O trono de Deus não enfrenta crise. Os propósitos de Deus não podem ser frustrados. As catástrofes da história não desestabilizam o governo soberano de Deus. As tragédias humanas não fazem sucumbir os planos divinos. Os problemas que vivemos são instrumentos pedagógicos para nos aperfeiçoar em santidade, e não fatos acionados pela mão do acaso, para nos destruir.

Quando os discípulos de Cristo atravessaram o mar da Galileia, por ordem do próprio Senhor, enfrentaram uma súbita e terrível tempestade. Durante várias horas travaram uma luta renhida para não serem tragados pelo temporal. Só na quarta vigília da noite Jesus foi ao encontro deles. Jesus, porém, apareceu de forma estranha e misteriosa: andando por sobre as ondas. O que o Senhor queria mostrar aos discípulos é que os problemas que conspiravam contra eles estavam literalmente debaixo dos seus pés. Aquilo que nos ameaça está rigorosamente sob o controle soberano de Cristo. A crise chega não para nos destruir, mas para nos colocar mais perto de Cristo. Ao ver o mar sossegando, os discípulos ficaram admirados e adoraram ao Senhor. Os ventos da crise sibilam para que o trigal de Deus se dobre. Só o joio não se curva. A mesma crise que levanta uns, abate outros. Leva alguns para mais perto de Deus.

2- CRER NAS PROMESSAS DE DEUS (26.3-5)

Meus irmãos, Gerar foi o lugar que Isaque nasceu. Agora no meio da crise podemos contemplar Deus irrompendo na sua história dizendo: “Não fuja, floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas. Enfrente-os. Vença-os”.

Quando somos atingidos por uma crise e estamos no meio de um deserto, somos tomados pela ansiedade e perguntamos: O que será do meu futuro? Como conseguirei sobreviver quando todos estão fracassando? Como poderei superar o desânimo? O que será da minha família? Qual será o futuro dos meus filhos? Como poderei ser próspero vivendo num deserto? E se eu perder o emprego? Onde os meus filhos vão estudar? Se eu ficar doente? Se eu não puder pagar o plano de saúde?

Mas Deus acalma o coração de Isaque dizendo-lhe: “Calma! Eu estou contigo. Calma! Eu tomo conta da sua descendência. Calma! Seu futuro está nas minhas mãos. Calma! Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo”.

Diante de tantas inquietações, tantas perguntas perturbadoras e tantos exemplos de fracasso à sua volta, somente a voz e as promessas de Deus podiam trazer alento para Isaque. Parece que todas as vozes da terra anunciavam a falência dos sonhos. Isaque precisava alimentar-se das promessas de Deus, precisava beber o leite genuíno da verdade que jorra dos mananciais de Deus. Quais foram as promessas que como ribeiros regaram a alma desse peregrino?

1. Uma presença consoladora- Deus diz a Isaque: ” Permaneça nesta terra e eu estarei com você” (Gn 26.3). Quando a crise bate à porta da nossa vida, a primeira coisa que perdemos é a consciência da presença de Deus. Quando somos encurralados por circunstâncias adversas, tendemos a achar que Deus nos desamparou. Por isso, a primeira palavra de encorajamento que Deus dá a Isaque é a garantia da sua presença com ele.

A promessa é sustentada mediante a obediência. Quando nos dispomos a andar segundo a direção de Deus, ele caminha conosco. Quando Deus está ao nosso lado, somos invencíveis. Quando Deus se agrada de nós, podemos alcançar grandes conquistas.

Moisés entendeu essa verdade e disse que se Deus não fosse com ele, sua liderança estava fadada ao fracasso. A desobediência do povo de Israel afastou a presença de Deus do arraial. Pela desobediência de Sansão, o Espírito de Deus afastou-se dele. Porque Saul transgrediu os mandamentos de Deus, o Senhor o deixou. Na verdade, a malignidade do pecado se deve ao fato de que ele nos separa de Deus. Deus é luz, e aquele que diz ter comunhão com Deus e anda nas trevas está mentindo.

Quando Israel prevaricou contra o Senhor, a glória de Deus deixou o santuário, depois deixou a cidade de Jerusalém e então o povo caiu nas mãos da Babilônia.

É a presença de Deus que nos dá a vitória. São a coluna de nuvem durante o dia, e a coluna de fogo à noite, que inibem e neutralizam o poder do adversário contra nós.

O segredo da vitória na crise é peregrinar na terra em obediência a Deus. Andar sob a direção do céu é caminhar seguro. Estar no centro da vontade de Deus é triunfar nas horas de incertezas. O lugar mais seguro para estar, ainda que em perigo, é no centro da vontade de Deus. O lugar mais seguro fora do centro da vontade de Deus é terreno escorregadio. Quando o Senhor caminha conosco, sempre chegamos ao porto desejado. Quando temos consciência da presença de Deus conosco, passamos pelas águas, pelos rios e até pelo fogo sem nos intimidar. O que dava confiança para Davi passar pelo vale da sombra da morte era a presença de Deus. Quando vivemos em obediência, mesmo na fornalha ardente das provações mais amargas contamos com a presença do Senhor caminhando conosco.

A presença de Deus é refúgio. Ela traz consolo. Quando ele está conosco, saltamos muralhas, vencemos gigantes, desafiamos o perigo, conquistamos fortalezas, arrombamos as portas do inferno e drapejamos a bandeira da vitória. Quando temos consciência de que o Senhor está conosco, somos encorajados a plantar no deserto. Quando a bênção do Senhor está sobre nós, o deserto da morte torna-se cenário de vida. A crise acaba e podemos prosperar no deserto.

2. Uma bênção especial – O deserto é um problema para nós, não para Deus. A crise pode desestabilizar os governos da terra, mas não o trono do Senhor. O deserto pode ser o palco da prosperidade porque Deus transforma desertos em pomares. Ele faz arrebentar rios no ermo. Faz brotar água da rocha e o deserto florescer. Ele converte os nossos vales áridos em mananciais, as nossas tragédias em degraus, para subirmos a alturas mais elevadas. A bênção prometida a Isaque não foi algo vago, difuso, inverificável, podia ser medida, calculada, aferida.

Primeiro Deus prometeu a ele e à sua descendência a posse de todas aquelas terras. Isaque deixaria de ser um peregrino para ser o donatário. Cabia-lhe generosa herança. Deus empenhou a sua palavra em cumprimento à aliança feita com Abraão, seu pai.

Segundo Deus é fiel para cumprir o que promete. Nenhuma de suas palavras cai por terra. Aquela terra mais tarde precisou ser conquistada palmo a palmo. Gigantes tiveram de ser desalojados. A terra prometida a Isaque é um símbolo da Canaã celestial. Também nós temos a promessa de uma terra que mana leite e mel. Essa terra nos foi dada, mas precisamos conquistá-la. A vida eterna é nossa herança, mas precisamos tomar posse dela.

Por último, Deus prometeu a Isaque que, em sua descendência, todas as famílias da terra seriam abençoadas. Os filhos de Israel foraminstrumentos que Deus levantou para trazer ao mundo a revelação especial de Deus. A eles foram confiados os oráculos divinos. Eles deveriam ser luz para as nações. O mundo deveria conhecer o Deus vivo através dos filhos de Israel. Também dos judeus veio o Messias, o Salvador do mundo. Os descendentes de Isaque, longe de perecer naquela crise medonha, foram os condutores da esperança para o mundo. Todas as nações da terra foram bafejadas pela bendita influência da semente de Isaque.

A igreja é abençoada para ser portadora de bênção. A bênção não pode ser retida. Não somos apenas receptáculos da bênção, mas canais. Não somos um mar Morto, mas um rio Jordão. Quem guarda as bênçãos só para si torna-se insalubre como águas mortas.

3. Um compromisso de fidelidade – Isaque foi abençoado em virtude da obediência de seu pai. Abraão andou com Deus em fidelidade, e sua descendência colheu os frutos benditos dessa relação. Por amor a Abraão Deus abençoou seu filho Isaque.

Também somos filhos de Abraão, nós que cremos em Jesus. Também somos abençoados em virtude da fidelidade desse grande patriarca da fé. A bênção de Deus rompe a barreira do tempo, transpõe séculos e milênios. Ele se lembra da sua misericórdia até mil gerações daqueles que o amam. Nenhuma das promessas de Deus cai por terra. Ele tem zelo pelo cumprimento de sua Palavra.

Andar com Deus é o maior investimento que podemos fazer na vida. Não há projeção para o futuro mais compensadora do que ser fiel a Deus hoje. Não há herança mais bendita a deixar para os filhos do que andar com Deus.

3- OBEDECER A DEUS SEM RACIONALIZAÇÕES(Gn 26.6)

A crise é um tempo de oportunidade. As grandes lições da vida são aprendidas no vale. O deserto é o cemitério dos covardes e incrédulos, mas também campo de semeadura e treinamento para os que confiam nas promessas de Deus. É no deserto que as máscaras caem.

O deserto não é lugar para atores. Os hipócritas não sobrevivem a ele. Os lobos acabam colocando as unhas de fora. A crise é o crivo que separa o joio do trigo. É no cadinho que o ouro se distingue da escória. Só na tempestade ficamos sabendo se a casa foi construída sobre a rocha ou sobre a areia.

Deus levou o povo de Israel para o deserto para saber o que estava no seu coração (Dt 8.2). O deserto diagnostica os desígnios do coração, as motivações profundas da alma. Obedecer quando tudo está bem não é difícil. Crer em Deus em tempos de prosperidade é fácil. Dar testemunho da fidelidade de Deus quando as chuvas de bênçãos do céu estão caindo generosamente sobre nós não é difícil. Somos chamados a obedecer em tempos de crise. Somos convocados a crer mesmo que o cenário à nossa volta esteja pardacento como um deserto.

Isaque também é convocado a obedecer a Deus no fragor da crise. O Senhor tem duas ordens para ele. Primeira: “Não desça ao Egito” (Gn 26.2). Não fuja do problema.

Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Ele obedece prontamente, pacientemente (Gn 26.6). Deus o manda ficar, ele fica. Deus dá uma ordem, ele obedece. A obediência imediata abriu-lhe a porta da esperança. Ele prosperou naquela terra. Ali ele viu milagres extraordinários acontecendo. O nosso triunfo é resultado da nossa confiança em Deus. É Deus quem transforma desertos em pomares e fracassos em vitórias. É ele quem faz dos nossos vales verdadeiros mananciais.

Os vencedores são aqueles que não vivem choramingando por causa da crise nem colocando a culpa no sistema, mas semeiam no deserto e colhem a cento por um. O mundo está carente de homens e mulheres que ousam crer em Deus em tempos de crise, pessoas como o profeta Habacuque, que se alegra em Deus mesmo no vale mais sombrio da história. As pessoas que triunfam na vida fazem do deserto um campo de semeadura, e da crise, uma oportunidade.  

Isaque aprendeu a obedecer e a confiar em Deus com o seu pai Abraão. Deus apareceu a Abraão e lhe disse: “Sai da tua terra e do meio da tua parentela”, e ele saiu. Mais tarde Deus lhe disse: “Abraão, vai ao Monte Moriá”. E ele foi. E ainda: “Abraão, ofereça o seu filho, o filho da promessa em sacrifício”. E ele ofereceu. Finalmente, Deus disse: “Abraão, não estendas a tua mão sobre o menino”. E Abraão prontamente obedeceu.

O caminho da obediência é a estrada da bênção. Deus providenciou um cordeiro substituto e deu à humanidade o mais eloquente símbolo da entrega do seu Filho na cruz, como o nosso redentor. O ponto culminante na vida de Abraão foi sua disposição em obedecer diligentemente às ordens de Deus e colocar no altar o seu amado filho Isaque. Pela obediência Abraão ficou conhecido como o pai da fé. Pela obediência ele se tornou uma bênção para todas as famílias da terra. Obedecer, para Isaque, significou ficar em Gerar, lugar de crise. Obedecer, para Abraão, significou abrir mão do seu próprio filho amado. Obedecer, para José, significou estar disposto a ir para a prisão. Obedecer, para Moisés, significou abdicar dos tesouros do Egito. Obedecer, para Daniel, significou descer à cova dos leões. Obedecer, para Paulo, significou ir para a guilhotina. Muitos mártires foram torturados por amor a Cristo, preferindo a morte à desobediência.

O pastor Paul Yong Cho. conta a história de um pastor preso pelos soldados comunistas na cidade de Inchon, na época da invasão comunista na Coréia. Os soldados prenderam o pastor e ameaçaram matá-lo caso não negasse a Jesus. Com bravura, o pastor reafirmou sua fidelidade a Jesus a despeito das ameaças. Os soldados, irados, ameaçaram sepultá-lo vivo com a sua família, caso eles não renegassem a sua fé. O pastor e sua família preferiram o martírio à apostasia. Foi aberta, então, uma grande cova e jogaram lá dentro o pastor e sua família. Começaram a jogar terra e a soterrar a família piedosa. Quando a terra já estava quase sufocando a todos, um filho gritou desesperado: “Papai, pense em nós, papai! Pense em nós!” O pai, aflito, começou a chorar, mas a sua esposa, cheia de fervor, gritou para os filhos: “Coragem, meus filhos, vocês não sabem que hoje à noite nós vamos jantar com o Rei dos reis e Senhor dos senhores?” Depois de encorajá-los a ser fiéis até a morte, começou a cantar um hino sobre o céu: “Eu avisto uma terra feliz, uma terra de glória e fulgor. Avistamos o lindo país, pela fé na Palavra de Deus. Sim no doce porvir, viveremos no lindo país. Sim no doce porvir, viveremos no lindo país.” Cantaram com entusiasmo até que suas vozes foram silenciadas debaixo dos escombros.

A obediência daquela família levou-os ao caminho estreito do martírio, mas no fim dessa estrada estava a glória excelsa de Deus. A multidão que assistiu a esse doloroso martírio ficou profundamente comovida e dezenas de pessoas se converteram e foram salvas por esse testemunho.

4- PODEMOS EXPERIMENTAR OS MAIORES MILAGRES DE DEUS (Gn 26.12-14)

Isaque colheu a cento por um no deserto em tempo de seca (Gn 26.12). “O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo” (Gn 26.13). Tornou-se próspero empresário rural (Gn 26.14). A razão: “Porque Senhor o abençoou” (Gn 26.12b). “A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (Pv 10.22).

A obediência e a confiança em Deus abriram para Isaque as comportas dos céus. Ele ousou crer em Deus em um tempo de crise e angústia, em que as circunstâncias eram adversas e as previsões pessimistas. A fome castigava a terra. A seca estrangulava os sonhos daqueles que esperavam os frutos. Havia uma inquietação no ar, um empobrecimento das famílias. Mas é no torvelinho das dificuldades que os grandes homens aparecem. É no vácuo da crise que os empreendedores se destacam. Quando todos estão chorando pela derrota certa que virá é que o idealista enxerga o espaço para a sua mais retumbante vitória.

Os dez espias de Israel só viram os gigantes de Canaã, mas Josué e Calebe olharam por sobre os ombros dos gigantes e viram uma terra deleitosa que Deus lhes havia dado. O exército de Saul só via o tamanho descomunal do gigante Golias e sua insolente ameaça, mas Davi olhou o mesmo cenário com os olhos da fé, por isso matou o gigante.

A crise é tempo de oportunidade. O deserto também é lugar de semeadura. Quando agimos em obediência e confiança em Deus, ele pode fazer o deserto florescer. Ele faz jorrar água no deserto. Há uma colheita farta para aqueles que conseguem ver riquezas onde muitos só enxergam dificuldades, para aqueles que conseguem ver tesouros onde muitos só enxergam a cor cinzenta do deserto.

A semeadura é tarefa do homem. Precisamos ter coragem de investir. Plantar uma semente no útero da terra é um ato de fé, pois não temos garantia de que ela vai germinar. Também é uma missão árdua, muitas vezes feita com lágrimas. Mas seria loucura alguém deixar de semear por causa do risco do fracasso. Isaque fez a sua parte: investiu e semeou naquela terra. Não se acomodou na crise nem se conformou com a decretação da derrota.

A colheita farta é bênção de Deus. O homem planta e rega, mas só Deus pode dar o crescimento. O homem trabalha, mas só Deus pode fazê-lo prosperar. O homem investe, mas só Deus pode recompensar o seu labor. Deus não abençoa a indolência. O preguiçoso está fadado à miséria. O trabalho árduo, sério e honesto é o caminho da prosperidade. Devemos despender todo o nosso esforço e esperar com todas as forças da nossa alma em Deus. Sem semeadura não há colheita. Sem investimento não há retorno. Sem fé o milagre é retido.

Há profunda conexão entre diligência e prosperidade: “As mãos preguiçosas empobrecem o homem, porém as mãos diligentes lhe trazem riqueza” (Pv 10.4). Uma das grandes bênçãos da Reforma do século XVI foi resgatar o valor do trabalho. O trabalho é uma bênção, não uma maldição; uma liturgia de adoração a Deus, não um castigo. O trabalho enobrece e dignifica o homem. É o caminho mais seguro para o progresso. A preguiça, o vício, a busca do lucro fácil, a jogatina, promovem a pobreza e o desfibramento moral.

O trabalho, entretanto, traz a riqueza. “O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos” (Pv 13-4). A única maneira de enfrentar a crise é com trabalho. Não adianta buscar desculpas para justificar o fracasso. É preciso romper com o ciclo vicioso da murmuração. É preciso ter coragem de abandonar aqueles que fazem da vida uma maratona de lamentação. “Quem lavra a terra terá comida com fartura, mas quem persegue fantasias se fartará de miséria” (Pv 28.19).

Isaque colheu com fartura em tempo de fome. Ele prosperou no deserto e experimentou os milagres de Deus na crise. Mas Isaque não ficou rico de braços cruzados. Ele suou a camisa. Ele botou a mão na massa. Ele cavou poços. Plantou, investiu e trabalhou. Foi um empreendedor. É hora de parar de falar em crise e arregaçar as mangas. É hora de parar de reclamar e começar a trabalhar com afinco. Pois é na bigorna da crise que os grandes homens são forjados. É no deserto que as fontes mais preciosas podem brotar. É no deserto que Deus pode fazê-lo prosperar.

Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) foi presidente dos Estados Unidos por quatro mandatos consecutivos. Começou sua carreira política como senador do Partido Democrata em 1910, projetando-se rapidamente. Em 1921 sofreu poliomielite e ficou paralítico de uma das pernas. Sua vida parecia um deserto. Seus sonhos foram ameaçados e parecia que o seu futuro político estava acabado. Mas ele continuou semeando no seu deserto e tornou-se um dos maiores luminares políticos do nosso século. Foi eleito governador de Nova York. Em 1932, foi eleito presidente dos Estados Unidos, quando o país enfrentava a maior crise econômica da sua história em virtude da quebra da bolsa de Nova York em 1929. Com bravura e determinação promoveu a recuperação norte-americana com uma série de medidas administrativas e econômicas conhecidas como New Deal. Essas medidas reduziram o desemprego e aumentaram a produção industrial e a renda nacional. Foi reeleito em 1936 e em 1940. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Roosevelt foi o principal articulador da aliança dos Estados Unidos com o Reino Unido e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas contra o nazismo. Apesar da saúde debilitada, foi reeleito em 1944 para um quarto mandato. Esse grande campeão das urnas tombou no campo de batalha pela enfermidade, mas jamais por falta de idealismo.

5-ESTAR PREPARADO PARA ENFRENTAR OPOSIÇÃO (Gn 26.14b-17)

O seu sucesso sempre incomodará alguém. São poucos os que se alegram com a sua vitória. A prosperidade de uns é o sentimento de fracasso de outros. Sua alegria pode ser o desgosto de outros.

     Isaque enfrentou três problemas graves ao mesmo tempo que alcançava grandes vitórias,

1. A inveja dos filisteus (Gn 26.14) – A inveja é um sentimento mesquinho que corrói como câncer. O invejoso é aquele que não se alegra com o que tem e ainda sente desgosto pelo que não tem. O invejoso é aquele que sofre porque não tem o que é do outro. Ele se torna infeliz porque vê o outro feliz. Sente-se mal porque o outro está bem, e desprezado e miserável porque o outro é honrado. Tem a sensação de estar enjaulado pelo fracasso porque o outro colocou o pé na estrada do sucesso.

Os filisteus não tiveram uma inveja passiva. Eles procuraram atormentar a vida de Isaque, o perseguiram, trouxeram-lhe muitos problemas. Entulharam seus poços e contenderam com ele.

Você já teve que lidar com pessoas invejosas na sua família, no seu trabalho, na sua empresa, nos seus negócios? Já percebeu como algumas pessoas sofrem com o seu triunfo? Eliabe ridicularizou Davi no campo de batalha, por causa da inveja. Saul perseguiu Davi durante vários anos por inveja. Os fariseus, escribas e sacerdotes maquinaram contra Jesus, levando-o à morte, por inveja. Os membros do sinédrio judaico lançaram os apóstolos na prisão, por inveja. A inveja é arma dos fracos, é o recurso mesquinho dos covardes, é o combustível que alimenta a caminhada dos fracassados.

2. A rejeição de Abimeleque (Gn 26.16)- Ao ver o sucesso de Isaque, Abimeleque sentiu-se ameaçado, encarando-o como um rival que precisava sair do seu caminho. Em vez de aprender com Isaque, Abimeleque afastou-o da sua vida. Em vez de observar os princípios que estavam por trás do sucesso de Isaque, mandou-o embora.

O nosso sucesso incomoda não apenas os nossos pares, mas também os nossos superiores. O nosso progresso muitas vezes produz um gosto amargo naqueles que nos rodeiam. Nossas vitórias muitas vezes nos levarão para deserto da solidão, para o campo árido da rejeição. Para muitos, nossas conquistas representam uma ameaça que deve ser retirada do caminho a qualquer custo.

O drama vivido por Isaque é contemporâneo. Muitos ainda hoje continuam sendo rejeitados não por causa dos seus fracassos, mas por causa de suas conquistas e vitórias.

3. A contenda dos pastores de Gerar (Gn 26.20,21) – Isaque foi expulso por Abimeleque. Tomou então a direção do vale de Gerar. Ele não se sentiu derrotado nem se entregou às lamúrias e lamentações. Não deixou o seu coração azedar, mas buscou novos horizontes. Ao chegar ao vale de Gerar, Isaque não cultivou uma atitude saudosista em relação ao seu passado de prosperidade e riqueza. Não se deixou deprimir com o fim de uma história timbrada por tantas conquistas. Resolveu construir uma nova história naquele vale.

Isaque começou a cavar poços. O lugar era seco. Não havia possibilidade de sobreviver ali sem água. A água era a sua maior necessidade. A água era uma condição não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a possibilidade de novas conquistas. O mesmo Deus que lhe dera prosperidade na terra dos filisteus agora lhe faria prosperar no vale. Contudo, o sucesso de Isaque em cavar poços produziu contenda entre os pastores de Gerar. O sucesso de Isaque nova mente incomoda quem está perto dele. As pessoas que estão à sua volta não conseguem conviver com o seu triunfo.

Mais uma vez, Isaque não briga pelos seus direitos. Ele não declara guerra contra os

Deus nos honra quando agimos de acordo com os seus princípios. A verdadeira prosperidade não vem como fruto da ganância e de expedientes escusos, mas como resultado da bênção do Senhor. “”A bênção do Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (Pv 10:22).

6- REABRIR AS ANTIGAS FONTES, SEM DEIXAR DE CAVAR NOVOS POÇOS (GN 26.18-22,25,32)

1. Isaque tem um problema vital no Vale de Gerar – Não há água. Sem água, não há vida. Você pode ter o melhor solo, a melhor se mente e os melhores fertilizantes, mas sem água a semente morrerá mirrada no útero da terra. Sem água, a morte prevalece.

O problema de Isaque não podia ser adiado. Não era algo secundário. Não era um problema periférico. Requeria uma solução urgente. De forma semelhante, a nossa necessidade espiritual hoje não é um assunto secundário. A água é um símbolo do Espírito Santo. Sem o Espírito de Deus, você pode ter nome de crente, aparência de crente, mas você está morto. A não ser que nasça da água e do Espírito, você não pode entrar no Reino de Deus. Sem as torrentes do Espírito, sua vida torna-se árida como os cactos do deserto. Sem o orvalho do céu, sua vida murcha e seca.

Nossa maior necessidade não é de templos mais ricos e modernos. Nossa maior necessidade é do Espírito de Deus. Hoje temos grandes igrejas, com ricos templos, com pastores cultos em seus púlpitos, mas muitas delas estão fracas, áridas e doentes porque está faltando o essencial, a presença e o poder do Espírito de Deus. A água é insubstituível. É vital. Assim é o Espírito de Deus. Sem ele, a igreja não tem vida espiritual. Sem ele, a igreja não respira o oxigênio do céu.

2. Isaque aprende com a experiência dos mais velhos – Isaque não chama os especialistas para cavar poços, mas aproveita a experiência do seu pai. Abraão já havia cavado aqueles poços e encontrado água. Precisamos reabrir as fontes de vida que abasteceram nossos pais. Precisamos redescobrir as fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas pela corrupção dos tempos. Os filisteus modernos têm jogado muito entulho nas fontes que abastecem nossa vida. Precisamos cavar esses poços outra vez, La existe água boa. Lá existem mananciais.

Precisamos voltar às antigas veredas, à prática das primeiras obras. Precisamos voltar ao nosso primeiro amor, reunir a família em torno da Palavra, voltar a orar juntos, a fazer o culto doméstico. Precisamos voltar a orar por avivamento, reaprender a jejuar. Precisamos matricular-nos na escola do quebrantamento, romper com o pecado e buscar uma vida de santidade. Precisamos apegar-nos com mais fervor às verdades eternas da Palavra de Deus. Não estamos precisando de novidades, de correr atrás de cisternas rotas. Precisamos do Antigo Evangelho.

Hoje, na ânsia de buscar algo novo, muitas pessoas jogam fora toda a herança que receberam de seus pais. Muitas abandonaram as antigas veredas e embrenharam se por caminhos desconhecidos. Muitas igrejas têm descambado para a heterodoxia, porque, na busca do novo, removeram os marcos antigos.

3. Isaque não se contentou apenas com as experiências do passado; ele queria mais (Gn 26.19-22,32) – Isaque era um homem sedento. Queria sempre mais. Ele saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para Reobote, depois para Berseba. Mas, por onde ia, cavava poços. Ele não desanimava diante das dificuldades. Queria água no deserto. Berseba, antes um deserto, agora era uma cidade, porque Isaque encontrou água ali. Isaque não apenas desentupiu os poços antigos; ele cavou poços novos. Não desprezou o passado, mas também não ficou preso a ele. Isaque não jogou fora a herança deixada por seu pai, mas não se limitou a ela. Isaque sabia que podia alargar os horizontes da sua vida. Não se acomodou e continuou cavando poços. Foi além. Ele queria mais. Transformou o seu deserto em fonte de águas.

O exemplo de Isaque deve ser uma inspiração para nós. Não podemos desprezar rico legado que recebemos de nossos pais na fé. Eles cavaram poços antes de nós e encontraram água limpa. Esses poços foram muitas vezes soterrados com o entulho dos filisteus. Precisamos desentupir esses poços. Precisamos reabrir as antigas fontes, porque delas pode jorrar água em abundância.

Nossos pais experimentaram o tremendo milagre de ver o deserto seco transformar-se em mananciais. Eles cavaram poços e beberam de suas águas. Oraram e receberam avivamento. Buscaram o Senhor e encontraram mananciais de águas vivas. Eles viram Deus transformar o deserto árido em pomares frutuosos.

É tempo de buscar as riquezas insondáveis do Evangelho de Cristo. É tempo de ver também o nosso deserto florescendo!

Conclusão

Meus irmãos, os nossos dias de fato são difíceis, mas não podemos desanimar, devemos caminhar firmados nas orientações da Deus, na sua Palavra, em obediência, na certeza de que ele pode realizar um milagre hoje. E mesmo quando as dificuldades se levantarem nós vamos seguir firmados no Senhor Deus, pois só ele é a nossa esperança em todo tempo.

Extraído e Adaptado do livro Prosperando no Deserto do Pr. Hernandes Dias Lopes

ENVOLVIDO OU COMPROMETIDO

 


Envolvido ou Comprometido com Deus?

Marcos 15.21

Entendemos que há uma grande diferença entre estas duas palavras – envolvido x comprometido. Para exemplificar vou contar a estória do porco e da galinha. “Conta-se, que há muito tempo,  em uma determinada fazenda, certo dia, os animais resolveram fazer uma festa para o fazendeiro; a discussão durou horas, pois os porcos achavam que deveriam fazer a melhor festa, pois, assim, chegariam ao coração do duro e mau fazendeiro. As galinhas, achavam que deveriam fazer qualquer coisa ou uma festa qualquer, uma vez que, por ser duro e mau, era isso que o fazendeiro merecia. Após algumas horas de discussão, resolveram finalmente, que começariam os preparativos da festa pela escolha do cardápio, sendo logo apresentada a sugestão das galinhas de que fosse servido na festa ovos com bacon, o que, sem nenhuma discussão foi de pronto aceito pelos porcos”. Pensem então, nessa estória: quem demonstra estar apenas ENVOLVIDO? E quem demonstra estar COMPROMETIDO?

No texto de Marcos 15.21 encontramos um homem que raramente é mencionado dos púlpitos das igrejas: Simão, pai de Alexandre e de Rufo, proveniente de Cirene, norte da África. Pouco, ou quase nada, sabemos a respeito deste homem. Contudo, considerando a história da época e alguns detalhes mencionados no texto, podemos ter uma ideia de quem ele era. Talvez ele fosse um prosélito (um gentio convertido ao judaísmo), ou talvez um judeu africano. Seu nome, Simão, era judeu. Ele certamente viajou a longa distância entre Cirene e a Palestina a pé, com intuito de passar a Páscoa em Jerusalém e oferecer sacrifícios a Deus no templo construído por Herodes. Sabemos mais uma coisa desse Simão: é que ele estava trabalhando. Para financiar as despesas de viagem e de estadia, pois era comum ao judeu que peregrinava para Jerusalém arranjar um emprego temporário quando chagava a Israel.

A vida de Simão Cireneu nos lembra de algumas razões pelas quais devemos nos comprometer com Deus:

1ª) QUANDO SE TRATA DE CHAMADO, NÃO EXISTE ACASO, EXISTE PROPÓSITO.

O texto em tela nos diz que Simão vinha do campo. Que, ao buscar um homem ou uma mulher para realizar a sua obra, Deus possa contar com você, mesmo após o expediente.

Simão não foi escolhido por acaso, mas por que havia um propósito de Deus naquilo. Simão não ia simplesmente ajudar um homem a carregar sua cruz. Ele estava fazendo parte de um plano maravilhoso cuja dimensão ele nem podia imaginar. O que podemos ver ali é a soberana providência na vida daquele homem. Simão tornava-se ali uma peça importante na obra da salvação da humanidade.

Antes de seu encontro com Jesus, Simão possuía religiosidade e devoção, mas depois de encontrar-se com Cristo, recebeu comunhão real e salvação. Naquele dia, sua vida sofreu uma reviravolta física e espiritual e foi inteiramente transformada. Deus ainda pode usar situações difíceis, até mesmo humilhantes, para conduzir as pessoas ao Salvador.

2ª) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS APENAS POR NÓS MESMOS, MAS PELA GERAÇÃO QUE NOS SUCEDERÁ.

Simão era um dos milhares de judeus de outros países que se dirigiam a Jerusalém para celebrar as festas (At 2:5-11). Havia percorrido mais de 1.200 quilômetros desde a África para comemorar a Páscoa, e agora estava sendo humilhado no dia mais santo de todos! O que diria a sua família quando voltasse para casa? Aquilo que pareceu uma tragédia para Simão, na verdade, foi uma oportunidade maravilhosa de aproximar-se de Jesus Cristo.

            O texto das Escrituras diz que esse Simão era pai de Alexandre e de Rufo, e há uma clara inferência de que esses irmãos se tornaram pessoas importantes na igreja primitiva. A Bíblia identifica Simão como sendo o pai de Alexandre e Rufo muito provavelmente porque eram bem conhecidos no mundo cristão primitivo. Gosto de imaginar Simão voltando para Cirene e contando a Alexandre e a Rufo o que acontecera com ele. Leia Romanos 16.13.

Há uma nova geração olhando para você e para mim. O que estamos ensinando aos nossos filhos, sentados nos bancos das nossas igrejas? Sabe o que eu quero ensinar a esses jovens? Que a nossa vida não vale pelos bens que possuímos, mas pelo esforço com que nos dedicamos à causa de Cristo.

3ª) O QUE APRENDEMOS NO CUMPRIMENTO DA NOSSA MISSÃO É MUITO MAIS VALIOSO DO QUE O PREÇO QUE  PAGAMOS PARA CUMPRI-LA.

Lucas ao relatar esse episódio disse: “Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus” (Lucas 23.26). Lucas deixa claro que Jesus seguia na frente. E o que Simão aprendeu, naquela estrada estreita e sinuosa, chamada Via Dolorosa, foi de um significado muito mais rico do que o preço que ele pagou para carregar aquela cruz. Quando chegou no alto do monte do Calvário, deve ter pensado: “Valeu a pena, porque o que eu aprendi com esse homem nunca ninguém vai poder apagar do meu coração”.

Entendemos que compromisso é provavelmente o comportamento mais importante para o verdadeiro cristão. Compromisso, não é uma palavra popular nos dias de hoje. Pois, vivemos numa sociedade descartável. Se não queremos o bebê, abortamos; se não queremos o cônjuge, nos divorciamos; e se não queremos o vovô, praticamos a eutanásia. E com tristeza verificamos que muitos cristãos querem ter esta alternativa hoje. Se não querem mais carregar a cruz de Cristo, colocam-na de lado. E assim, se contentam em praticar um falso evangelho. De forma, implícita ou explicita estão contra a obra do Senhor. Pois, dizem que creem em Deus, mas vivem como se ele não existisse.

Seja ousado e responda: Você está pronto para carregar a cruz? Você está disposto a ser um cristão comprometido com Deus? Se você já teve verdadeiramente um encontro com Cristo, não basta apenas se envolver é preciso ser comprometido com o Senhor e sua obra.

Pr. Eli Vieira

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *