quinta-feira, 5 de março de 2020

Paulo Freire – Uma avaliação relâmpago




















É sempre surpreendente, para mim, ver que a maioria das referências feitas ao professor Paulo Freire (1921-1997) são benevolentes e eivadas de admiração. Ele é, via de regra, apresentado como um educador de vanguarda e os termos elogiosos procuram descrever a sua contribuição à filosofia educacional não somente no Brasil, mas em escala mundial. Na realidade, essa abordagem deveria ser esperada, considerando a massiva exposição de sua pessoa; a ampla aceitação acrítica e promoção de sua metodologia (apesar de ser pouco analisada em detalhes[1]); e a divulgação decorrente de sua figura mitológica nos círculos intelectuais e acadêmicos. Realmente, é de se esperar a ocorrência de tal popularidade procedente de uma academia formada e que subsiste submersa no marxismo cultural. O marxismo também embalou e embasou os escritos e discursos do Freire.
O seu livro inicial foi Educação como prática da liberdade (1967).[2] Após esse livro, ele foi pródigo no desenvolvimento de várias “pedagogias”. Na sequência Freire escreveu Pedagogia do oprimido (escrito em 1968, publicado em 1970), enquanto esteve no Chile e que está traduzido para mais de 40 idiomas;[3] Pedagogia da esperança (1992);[4] Pedagogia da autonomia (1997)[5] e as compilações de artigos e palestras publicadas após sua morte, por sua filha, chamadas de Pedagogia da Indignação (2000)[6] e Pedagogia da Tolerância (2005).[7] Freire é também conhecido como autor do “Método Paulo Freire” de alfabetização de adultos. Este consiste na utilização de vocábulos conhecidos do grupo a ser alfabetizado, como ponto de partida, para, a seguir, subdividi-los em partículas menores que serviriam de base à alfabetização.[8]
            Na Pedagogia do Oprimido, Freire faz quase um registro autobiográfico, relacionando o que chama de anseios democráticos, o desenvolvimento de uma mente democrática, mas que reflete, na realidade, uma visão de uma sociedade oprimida tanto pelas forças econômicas, como pelo exercício da autoridade das chamadas “esferas dominantes”. Ele traça paralelos com a sua transição de criança a adolescente, extrapolando consequências de um relacionamento com os pais, baseado no castigo, para a esfera da sociedade. Nesse trabalho de Freire temos mais um libelo social contra as “esferas dominantes”, do que uma fórmula pedagógica que dê relevância ao processo educacional. Freire não está errado ao apontar injustiças ou abusos de autoridade, que levam à opressão. No entanto, as respostas, presas a uma visão anacrônica de estruturas político-econômicas marxistas, que faliram no leste europeu e em outras experiências sociais do mundo, têm como base uma cosmovisão equivocada, na qual o fator pecado não existe. Existem injustiças, existem violências, mas, em sua compreensão, as pessoas são basicamente boas. A boa percepção, por falta de um alicerce filosófico veraz, leva a anseios e constatações, mas não a respostas eficazes.
            Na Pedagogia da Esperança, Freire retoma o tema, fazendo extensa referência à sua obra anterior, e aponta que no meio de disfunções sociais é necessária a existência da esperança. O papel da educação seria fornecer essa esperança, indicando as possibilidades da história. Os educadores “progressistas” enfrentarão as barreiras, oligarquias e “situações limites” para imprimir essa esperança de um mundo melhor. Apesar de palavras de esperança, a pedagogia contemporânea acaba removendo a esperança, pois essa nunca cruza a linha da incerteza e anseio, para a da expectativa de uma certeza de redenção. Baseando a esperança numa confiança irrestrita na humanidade, desconhecendo que as disfunções são mais profundas e só podem ser lidadas e trabalhadas em um contexto no qual Deus seja reconhecido e se faça presente (como o fez, na pessoa de Jesus Cristo), a pedagogia contemporânea falha em dar as respostas que procura. Esperança redentiva é fé; “é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”.[9] É mais do que meros sonhos de alívio das necessidades materiais presentes.
            Na Pedagogia da Autonomia, Freire dá continuidade às suas análises, desta feita procurando dar lições pontuais aos professores, para que aprimorem a sua prática de ensino dentro do relacionamento professor-aluno-escola. Muitos desses conselhos são de grande valia. Outros apontam, ainda, uma dependência muito grande em conceitos correntes totalmente humanistas, nos quais a dimensão do divino está conspicuamente ausente. Trabalhando apenas na parte inferior da realidade, esquecendo-se do transcendente, suas conclusões são consequentemente imprecisas e imperfeitas. Francis Schaeffer aponta o perigo:
... em todos os casos em que o “inferior” se tornou autônomo, não importa que nome tenha se dado a isso, não demorou muito para que o “inferior” engolisse o “superior”. Não apenas Deus desapareceu, mas também a liberdade e o próprio homem também sumiram.[10]
            Ainda assim, nesse livro, vemos até um Freire mais maduro, talvez sem tanta convicção de suas lealdades político-sociais do passado. No entanto, ele ainda insiste em indicar que o caminho para o sucesso na educação é a libertação da heteronomia. Essa rejeição teórica da lei (vamos ver, na frente que ela é mais teórica do que prática) confunde ainda mais a já abalada mente de nossos professores. Em Pedagogia da Autonomia, Freire diz:
Se trabalho com crianças, devo estar atento à difícil passagem ou caminhada da heteronomia para a autonomia, atento à responsabilidade de minha presença que tanto pode ser auxiliadora, como pode virar perturbadora da busca inquieta dos educandos... primordialmente a minha postura tem de ser a de respeito à pessoa que queira mudar ou que recuse mudar.[11]
Freire não tem alternativa a não ser apegar-se a um antropocentrismo radical e isso está explícito nessa obra:
... jamais abandonei a minha preocupação primeira, que sempre me acompanhou, desde os começos de minha experiência educativa: a preocupação com a natureza humana a que devo a minha lealdade sempre proclamada. Antes mesmo de ler Marx já fazia minhas as suas palavras; já fundava a minha radicalidade na defesa dos legítimos interesses humanos... Prefiro ser criticado como idealista e sonhador inveterado por continuar, sem relutar, a apostar no ser humano.[12]
            A Pedagogia da Autonomia é uma catarse pessoal, onde Freire reflete a sua cosmovisão e, baseado nela, oferece diversos conselhos práticos aos professores. Muitos têm se escudado em Freire, até como modelo pedagógico às escolas cristãs. No entanto, ele está longe de ter um plano mestre, coerente, de diretrizes que sirvam à educação cristã. Após a leitura de suas obras continuamos carentes de uma relevância maior ao processo educativo – que transcenda a míope visão cadente do homem-deus e que não se perca em lamúrias sociológicas, sem ofertar respostas reais aos problemas constatados.
No entanto, deve-se reconhecer que, ao mesmo tempo em que defende autonomia, Freire não chega a descolar por completo da necessidade de responsabilidade e de limites na prática educacional (pontos relevantes igualmente compartilhados pela educação escolar cristã). Diz ele:
O professor que se exime do cumprimento de seu dever, de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de ensinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência.[13]
Isso equivale a um reconhecimento dos valores cristãos, ainda que incoerentemente com o restante do seu pensamento. Em diferentes ocasiões ele se apega a princípios tais como ética: a existência de certo e errado; limites e leis; o dever de ensinar, como missão, com responsabilidade e sacrifício. Freire está prestando homenagem, sem perceber, a princípios absolutos preciosos ao cristianismo.
            No mesmo tom, mais à frente neste mesmo livro, ele se posiciona contra a “liberdade sem limites”;[14] indica a “impossibilidade da neutralidade em educação”,[15] e que o professor tem que se aperceber que, “por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição”.[16] Continua, ainda: “Neutra, ‘indiferente’... a educação jamais foi, é, ou será”.[17] Até o destaque dos conteúdos – palavra que contemporaneamente equivale a uma depreciação da escola que os valoriza, é encontrada na obra de Freire, quando ele escreve que o professor deve “ensinar certo e bem os conteúdos[18] de sua disciplina.
            Estes últimos pontos de convergência não são suficientes, entretanto, para obscurecer as divergências do pensamento de Paulo Freire com o a filosofia cristã de educação, ou com a própria visão da sociedade que a comunidade cristã extrai das Escrituras, como conjunto de valores e práticas que mais se aproxima da realidade e dos caminhos a serem trilhados por cidadãos responsáveis perante Deus e os homens.
            Creio que Paulo Freire continuará a ser exaltado pelo mundo acadêmico, que se delicia tanto por ideias pseudo-complexas, como por truísmos intelectualizados, ambos tão ao gosto de uma suposta elite interpretativa, que gravita acima dos meros e simples mortais. Nessas categorias encontramos muito do que Paulo Freire escreveu, como por exemplo, “Na verdade, seria incompreensível se a consciência de minha presença no mundo não significasse já a impossibilidade de minha ausência na construção da própria presença”.[19] Pensamento esse, que foi muito bem traduzido e expresso pelo palhaço Tiririca, quando disse: “Muitas vezes tentei fugir de mim, mas aonde eu ia, eu tava”.

Autor: Solano Portela, 2019


[1] É relevante que até o famoso “Método Paulo Freire” de alfabetização de adultos, segundo reportagem da Rádio Câmara, com o Prof. Afonso Celso Scocuglia, um de seus admiradores, foi desenvolvido e os seus postulados estabelecidos, após uma experiência em uma sala de aula com apenas 5 alunos, dos quais 2 desistiram e apenas 3 foram alfabetizados. Texto disponível no site:
[2] FREIRE, Paulo. Educação como prática da Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 160 pgs.
[3] FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 184 pgs. Este livro já vai na 38ª edição.
[4] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. 245 pgs.
[5] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed. 165 pgs. Este livro já vai na 37ª edição.
[6] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP, 2000. 134 pgs.
[7] FREIRE, Paulo, Pedagogia da Tolerância – compilação de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: UNESP, 2005. 329 pgs.
[8] Esse método teve aplicação limitada, pelo próprio autor, em Pernambuco, antes de seu exílio no Chile. Vide nota 1, acima.
[9] Hebreus 11.1
[10] SCHAEFFER, Francis. A Morte da Razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana (Editora Cultura Cristã), 2002, 95.
[11] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed., 78 e 79.
[12] FREIRE, Paulo. Ibid., 145 e 136.
[13] FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996, 2000 – 16ª Ed. P. 66.
[14] FREIRE, Paulo. Ibid., 118.
[15] FREIRE, PauloIbid., 126.
[16] FREIRE, Paulo. Ibid, 115.
[17] FREIRE, Paulo. Ibid, 111.
[18] FREIRE, Paulo. Ibid, 116.
[19] FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2008, p. 19.
Solano Portela

 Solano Portela.

O Prof. Solano Portela prega e ensina na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, onde tem uma classe dominical, que aborda as doutrinas contidas na Confissão de Fé de Westminster.

HORA DE PENSAR NO PAPEL DA IGREJA


A igreja evangélica no Brasil deve refletir sobre os tempos que vivemos em nosso país. São tempos de perplexidade, inquietações e oportunidades. Listei abaixo alguns pontos que penso que devem fazer parte dessa reflexão.

1) Ao que tudo indica, é apenas uma questão de tempo até os valores da visão cristã de mundo, que mesmo superficialmente moldaram a cultura brasileira, sejam excluídos da política, economia, arte, educação e que o paganismo domine essas áreas. Ainda que os evangélicos representem um terço da população brasileira, caminham para perder a guerra cultural sobre aborto, ideologia de gênero, pedofilia, poligamia, e outras questões.

2) As dimensões e a profundidade da corrupção e desonestidade instaladas em todas as áreas do poder político e financeiro no Brasil ultrapassam qualquer esperança de mudança que cristãos fiéis e íntegros possam ter. Uma vez perdida a esperança da instalação dos valores do Reino de Deus aqui no país, devemos perguntar qual o papel da igreja cristã numa democracia corroída pela desonestidade, mentira e ganância, e que é irrecuperável.

3) A igreja evangélica perdeu sua autoridade para profetizar. A teologia da prosperidade ensinada em igrejas neopentecostais lança uma sombra de desconfiança sobre a verdadeira intenção de seus pastores e fundadores e os coloca, diante dos olhos do público, na mesma vala comum dos políticos gananciosos e corruptos. As alas da igreja evangélica que se aliaram e militaram incondicionalmente pelas agendas da esquerda ou da direita perderam todo respeito com a exposição constante dos malfeitos dos que representam tanto um lado como o outro. As igrejas históricas estão paralisadas, algumas delas comidas pelo liberalismo teológico que rouba a pregação do Evangelho de seus púlpitos. A igreja cristã perdeu seu discurso público. Quem sabe, agora, seja a hora dela recuperar sua verdadeira missão e pregar o simples e puro Evangelho de Cristo a ricos e pobres.

4) Um grande fatia dos evangélicos no Brasil estão deixando as denominações históricas e as igrejas pentecostais e neopentecostais e procurando modos alternativos de ser igreja, onde não tenham de se submeter à autoridade espiritual e disciplina moral, onde não haja exigências financeiras e formalidades quanto à membresia. Por um lado, pode representar uma renovação da igreja em sua busca de mais simplicidade, por outro, pode representar um afastamento dos requerimentos bíblicos para a igreja, como acatar liderança espiritual, contribuir financeiramente para a obra de Deus (ajuda aos necessitados e expansão do Reino) e disciplina dos faltosos.

É diante desse quadro pouco esperançoso que oportunidades aparecem, para a igreja refletir sobre seu papel, reformar-se, renovar-se e ser boca de Deus nesse tempo. 

Postado por Augustus Nicodemus Lopes.

Sobre o autor

Dr. Augustus Nicodemus (@augustuslopes) é atualmentepastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia, vice-presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana doBrasil e presidente da Junta de Educação Teológica da IPB.

Fonte:O Tempora! O Mores!

CURSO DE PREPARAÇÃO DE OBREIROS (CPO) – 30 ANOS

CURSO DE PREPARAÇÃO DE OBREIROS (CPO) – 30 ANOS

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Timóteo 2:15

No último dia 31 de janeiro de 2020, realizou-se pela 30ª vez o culto de encerramento da temporada do Curso de Preparação de Obreiros, CPO. Neste culto, a gratidão pela 22ª turma de concluintes e a recepção da 24ª turma que inicia os estudos. Os números das turmas podem não bater com a celebração do trigésimo aniversário, mas aqui segue a história que se iniciou em 1991 nas dependências da Escola Evangélica do Buriti, Chapada dos Guimarães – MT.

No ano de 1990, a Junta de Missões Nacionais da Igreja Presbiteriana do Brasil, através de seu Departamento de Educação Cristã, tinha como preocupação um melhor preparo aos seus obreiros que não haviam sido formados nos Seminários Presbiterianos ou Institutos Bíblicos da Igreja. Pelo encerramento do curso intensivo que havia no Seminário Presbiteriano do Sul até 1982, que atendia pessoas com disponibilidade apenas do período de férias para os estudos teológicos, uma lacuna se abriu para dificuldade dos que não podiam estudar no período regular dos seminários.

A diretoria da JMN/IPB determina que fosse elaborado um curso que teria por finalidade a reciclagem teológica, treino para o campo missionário e o suprimento das necessidades da JMN, não visando tanto a área acadêmica, mas a prática pastoral. No dia 16 de setembro de 1990 reúne-se a comissão designada para tal fim: Rev. Carlos Aranha Neto, Rev. Ademir Ramos Novaes, Presb. Dirceu Cersózimo de Souza, Missª. Ana Valdete Papandré, Missª. Léa Siqueira e a convite, Rev. Rubens Pires do Amaral Osório. Trataram ali do “Curso Intensivo de Seminário para Missões”.

O trabalho subiu de degrau, indo para conhecimento e aprovação da Junta de Educação Teológica (JET-IPB) que pelo ofício de 21 de novembro de 1990 (Ref. JT 10/90) aprovou a criação do curso, mas mudando seu nome para “Curso de Treinamento Missionário – CTM”. E assim se fez. A primeira turma, com 44 alunos, frequentou as aulas na Escola Evangélica do Buriti, na linda Chapada dos Guimarães. Entretanto, o acesso não era fácil, e no ano seguinte (1992) transferiu-se para Patrocínio – MG, utilizando das dependências do Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL) e grande participação de seu diretor, Rev. Roberto Brasileiro Silva, professores locais e funcionários, que ajudaram a dar andamento ao projeto.

Tudo caminhava bem, 6 turmas até então, 196 alunos recebidos, quando o curso recebe um baque. Em 1996, na reunião da Comissão Executiva do SC-IPB é criado o “Centro de Treinamento Missiológico”, também com a sigla CTM. A decisão continha o seguinte textoCE-1996 – DOC. CLXVIII: Quanto ao Doc. 113 - Criação do CTM pela JET/IPB, a CE-SC/IPB resolve: 1) Aprovar o RI do CTM-JET/IPB conforme a proposta: “CENTRO DE TREINAMENTO MISSIOLÓGICO - Regimento Interno - Da Natureza - Art. 1º - O Centro de Treinamento Missiológico, doravante designada por CTM, é um instituto de capacitação de pastores e evangelistas egressos dos Seminários Teológicos e Institutos Bíblicos da Igreja Presbiteriana do Brasil, e outros candidatos de outra Instituição de ensino, aprovados pela Junta de Educação Teológica, com vistas ao exercício de missões no Brasil e no Exterior O que decretava o encerramento do primeiro CTM era registrado no final da decisão: Art. 22 - O CTM mantido pela Junta de Missões Nacionais, terá duração até 1998, não podendo abrir novas turmas.

Naturalmente a decisão trouxe tristeza, choro e muitas orações por parte dos que estavam direta ou indiretamente envolvidos com o CTM da JMN. As necessidades dos campos ainda se viam, preparo de obreiros, frentes de trabalhos abertas... Várias reuniões da JMN com a JET e mesa do SC/IPB, até que se autoriza criar novamente um curso para este espaço aberto. Com os mesmos objetivos do primeiro, começa em 1997 a 1ª turma do Curso de Preparação de Obreiros, CPO. Mudança de nome para não trazer confusão com o novo CTM, mas matérias e preparação tão iguais ao anterior.

O CPO continuava servindo à IPB preparando irmãos e irmãs para o trabalho do Senhor em suas igrejas. Gente de praticamente todos os estados. Para facilitar a participação de quem vinha de regiões distantes, na reunião da CE-2002 um documento (DOC. LXXX – referente ao Doc. 37) procedente do Sínodo de Pernambuco solicitava a extensão do CPO para o Instituto Bíblico do Norte – IBN, em Garanhuns – PE. No ano seguinte, 2003, no mês de Julho de cada ano a partir de então, o CPO-Nordeste começava a funcionar, enquanto se mantinha em Patrocínio, anualmente, no mês de Janeiro.

Em 2004 um novo baque. Mas também suplantado. Nas ocasiões dos tempos difíceis para o Curso sempre se viu a direção de Deus em permitir sua continuação. Mais uma vez constatando: é o próprio Senhor quem abre as portas necessárias para continuação das bênçãos à sua Igreja. A JMN/IPB resolve encerrar a participação financeira no CPO. Continuaria apoiando, encaminhando alunos, etc, mas não teria mais como sustentar o curso, que neste momento funcionava em dois polos. De novo tristeza, choro e muitas orações. E mais reuniões. Até que no entendimento com as direções dos Institutos Bíblicos através do Rev. Roberto Brasileiro (IBEL) e Rev. José Hernando Vasconcelos (IBN), estas casas abraçaram o CPO para dar o apoio necessário para continuação de suas finalidades.

E assim, debaixo da graça de Deus, o CPO tem continuado. Somados os grupos de Patrocínio e Garanhuns, de 1991 a 2020 já foram recebidos 1.332 alunos. Muitos tem continuado para uma carreira pastoral, outros para a obra missionária, outros mais como bons e preparados líderes para suas igrejas locais. Louvado seja Deus!

A equipe de Coordenação que há muitos anos tem atuado na direção do CPO está composta (da esquerda para a direita na foto) do Rev. Luiz Ricardo Monteiro da Cruz, Missª. Léa Siqueira, Missª. Cristina Teresa do Amaral e Rev. Carlos Eduardo Aranha Neto. Em Garanhuns estão também o Rev. Carlos Sócrates Oliveira Siqueira, Missª. Norma Suely Soares Melo e Missª. Jardelita Bispo da Silva Filha.

Assim somam-se as 6 turmas CTM com as 24 turmas CPO e se completa o Jubileu de Pérola para Glória de Deus, preparando aqueles que desejam servir ao Senhor da Obra. Nesse meio tempo, já são 18 anos em Garanhuns até o presente momento.

O versículo do início do texto é o que pauta o propósito do CPO. Este é o objetivo: ajudar os que se dispõe a servir a Deus a se prepararem melhor para o trabalho do Reino de Jesus. E que Ele receba toda a glória por isso!


Rev. Carlos Eduardo Aranha Neto
Equipe de Coordenação do CPO

Foi o cristianismo, e não o feminismo, que melhorou a vida da mulher.

Pare, leia e pense!!!
Foi o cristianismo, e não o feminismo, que melhorou a vida da mulher
 “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Essa frase, comumente atribuída ao ministro de propaganda nazista Joseph Goebbles, retrata bem a essência do movimento feminista, principalmente os da década de 60 em diante.
O movimento feminista se tornou uma arma revolucionária para desconstrução de padrões “conservadores e retrógrados”. Principalmente devido a sua matriz antirreligiosa assumida no último século, as feministas se levantam em uníssono na afirmação de que o cristianismo é uma religião patriarcal e opressora, que nunca fez nada pela condição da mulher na sociedade, e que somente graças ao feminismo, a mulher vem ganhando espaço.
Colocar a mulher como vítima das circunstâncias, da sociedade, do homem, é o que o feminismo vem fazendo há anos. Como se somente as mulheres tivessem enfrentado dificuldades ao longo dos séculos nesse mundo pecaminoso. Mas isso não passa de uma grande jogada para criar um sentimento de gratidão das mulheres em relação às feministas, gerando assim uma espécie de dependência. Quando na verdade, a história foi exatamente ao contrário, como explica o historiador Martin Van Creveld: “Para cada homem que teve de enfrentar adversidades, houve e há uma mulher que não passou por elas ou só o fez num grau menor”. [1]
A questão a ser tratada aqui é demonstrar que na verdade foi a ascensão do cristianismo, pautado nos ensinos de Cristo, que impulsionou a elevação moral e espiritual de toda a sociedade ocidental, criando um ambiente muito melhor para homens e mulheres, mas principalmente para as mulheres.
Na Palestina do século I, o historiador judeu Flávio Josefo nos mostra que o testemunho das mulheres não era bem aceito pela sociedade. “Não deixe o testemunho de mulheres ser aceito.” [2] O mesmo acontecia em Roma. No que diz respeito à mulher, o essencial deste direito foi brilhantemente exposto pelo jurista Robert Villers: “Sem exagero nem paradoxo, a mulher em Roma não era sujeito de direito […]. A sua condição pessoal, as relações com os parentes ou o marido são da competência da domus, onde o pai, o sogro ou o marido são os chefes todo-poderosos[…]. A mulher é unicamente um objeto.“[3]
De testemunhas inválidas a sujeição completa ao ‘Pater Familias’, a vida das mulheres só começou a melhorar após o grande ponto de virada da história. Não somente as mulheres foram as primeiras a descobrir o túmulo vazio após a ressurreição de Cristo, mas elas são mencionadas nos quatro evangelhos como testemunhas oculares do fato mais importante da história do cristianismo, e do mundo, sendo essenciais na propagação da notícia.
Essas mulheres faziam parte do ministério de Jesus. Em Lucas 8, além dos 12 apóstolos também são relatadas que “mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades” o seguiam, tais como Maria Madalena, Joana e Suzana, “e muitas outras que o serviam com seus bens.” Enquanto os fariseus mantinham as mulheres afastadas do seu núcleo, Jesus recebeu delas profunda adoração.
Entender como Jesus tratava as mulheres nos ajuda a entender o porquê delas terem sido tão numerosas no cristianismo primitivo. O evangelho trazia a salvação tão aguardada, não somente aos homens, ricos ou nobres, mas também às mulheres, pobres e miseráveis, pois como a Escritura ensina, “Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” [4] Todos nós estamos debaixo do jugo do pecado, não importando sexo ou classe social. O evangelho trouxe a mensagem da salvação a todos, não fazendo distinções.
A rápida disseminação do evangelho ocorreu especialmente no meio feminino.
Vemos nos capítulos finais da epístola de Paulo aos Romanos, escrita na década de 50 d.C., que Paulo saúda pelo menos 15 mulheres que tinham posição de liderança na congregação romana. E muito mais mulheres participavam das congregações cristãs e eram peças chave em seu desenvolvimento, como Lídia, Maria (mãe de Marcos), Priscila e tantas outras. Estes não são casos isolados. Em 117 d.C., o governador romano da Bitínia, Plíno – o jovem, escreve uma carta ao imperador Trajano, dizendo que havia prendido duas mulheres cristãs que eram “chamadas de diaconisas”.[5]
Conhecendo tais fatos, o grande historiador de Cambridge, Henry Chadwick afirma: “O cristianismo foi especialmente bem-sucedido entre as mulheres. Foi através das esposas que o cristianismo penetrou nas classes mais altas no primeiro momento.”[6]
Buscando explicar essa atração das mulheres a nova religião cristã, o sociólogo americano Rodney Stark afirma: “As mulheres eram especialmente atraídas pelo cristianismo porque este ofereceu-lhes uma vida muito superior à vida que de outra forma teriam levado. […] Em nenhum grupo da antiguidade havia mulheres iguais a homens, mas havia diferenças substanciais no grau de desigualdade experimentado por mulheres no mundo greco-romano. As mulheres nas comunidades cristãs primitivas eram consideravelmente melhores do que as pagãs.”[7]
A vinda de Cristo foi o ponto de virada na história do mundo em diversos aspectos. Desde a salvação das almas através do seu sacrifício, o que já seria mais do que suficiente para a humanidade, mas também teve imenso impacto causado pela sua mensagem no âmbito sociocultural. Das universidades à arte, da literatura à ciência, dos direitos humanos à arquitetura, tudo foi influenciado pelo cristianismo.
O cristianismo desempenhou um papel crucial na extinção de práticas como o sacrifício humano, a escravidão, o infanticídio e a poligamia. Ele, em geral, afetou o estatuto das mulheres, condenando o infanticídio, o divórcio, incesto, infidelidade, poligamia e aborto. Todos esses pontos foram cruciais para a elevação da condição da mulher na sociedade, trazendo mais segurança e dignidade a elas.
 A situação superior da mulher cristã em relação as suas semelhantes pagãs começava no nascimento. O abandono de bebês indesejados era uma prática comum no império romano, e bebês do sexo feminino eram mais rejeitados do que do sexo masculino. Um estudo baseado em inscrições funerárias foi capaz de reconstruir 600 famílias romanas, e descobriu que apenas 6 delas tinham criado mais de uma filha.[8]
Para um cristão, o abandono de bebês era um ato abominável. O apologista cristão do século II, Justino Mártir, expõe que: “Nós, por outro lado, a fim de não cometer pecado ou impiedade, professamos a doutrina de que expor os recém-nascidos é obra de perversos.” [9]
Citando ainda um outro relato cristão do século II, condenando não somente o infanticídio, mas também o aborto: “Eu vejo seus bebês recém-nascidos expostos por vocês aos animais selvagens e as aves de rapina, ou sendo cruelmente estrangulados até a morte. Há também mulheres entre vocês que, por tomarem certas drogas, destroem os inícios do futuro do ser humano enquanto este ainda está no útero, e são culpadas de infanticídio antes de serem mães. Essas práticas certamente foram dadas a vocês pelos seus deuses.” [10]
O cristianismo foi a única voz a se levantar contra tais práticas. Toda forma de infanticídio foi condenada (o aborto entre elas), o que favoreceu mais nascimentos, principalmente de bebês do sexo feminino. Ou seja, o cristianismo proporcionou que mais mulheres nascessem, aumentando consideravelmente a população feminina.
O cuidado com as viúvas.
Outro exemplo de preservação da vida da mulher é a condição da mulher viúva, que após a morte do cônjuge, enfrentava além das dificuldades financeiras e jurídicas, o desprezo social. Em países como a Índia, era muito comum a prática budista do ‘Sati’, onde a viúva era morta logo após o marido. Na antiguidade greco-romana não era tão diferente. “A viúva é considerada o ser sacrificado por excelência; na antiguidade clássica, só algumas viúvas ricas escapam ao desalento que é a sorte normal daquela que perdeu o seu marido.” [11]
Enquanto em umas culturas as viúvas são desprezadas e mortas, no cristianismo elas são as primeiras a receberam cuidados da comunidade cristã, visto sua condição de vulnerabilidade. “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades” [12]
Esse cuidado atravessou os séculos. No século IV, a Igreja começou a patrocinar a fundação de hospitais em larga escala na Europa, de tal modo que quase todas as principais cidades acabaram por ter o seu. Na sua origem, esses hospitais tinham por fim hospedar estrangeiros, mas depois passaram a cuidar dos doentes, viúvas, órfãos e pobres em geral.[13].
O matrimônio.
A vantagem da mulher cristã também ocorre em relação ao matrimônio. Essa instituição considerada “falida” pela modernidade, foi a responsável por garantir a segurança da mulher e de seus filhos. Santificar o matrimônio e proibir o divórcio deu muito mais segurança a mulher e foi fundamental para manutenção da família. Pois isso impedia, como em muitas culturas, que o marido a abandonasse por qualquer motivo.
O próprio historiador Edward Gibbon, que culpava o cristianismo pela queda do Império Romano, foi obrigado a admitir; “Os cristãos restauraram a dignidade do matrimônio. ”[14]
A lei canônica da Igreja sobre o matrimônio considerou que para a validade de um casamento, era necessário o livre consentimento tanto do homem como da mulher, e que o ato poderia ser anulado se tivesse sido celebrado sob coação ou se uma das partes estivesse em erro a respeito da identidade ou de alguma condição importante da outra pessoa. Não apenas o cristianismo trouxe princípio legais para evitar a coação matrimonial, mas também para pôr fim a práticas bárbaras, como o casamento infantil. [15]
Para a Igreja, o adultério não se limitava à infidelidade da esposa, como se costumava considerar no mundo antigo, mas estendia-se também à infidelidade do marido. A influência que ela exerceu neste domínio foi de grande importância histórica. Como o historiador de Oxford Henry Chadwick explica; ” os cristãos consideravam a infidelidade do marido não menos séria que a quebra da fidelidade da mulher.” [16]
Isso ecoava por toda a idade média, os bispos do período carolíngio do século IX, regulamentaram o casamento tendo “a mulher reconhecida como pessoa com pleno direito familiar e em pé de igualdade com o marido e a violência sexual denunciada como crime grave e do âmbito da justiça pública.” [17]
Após a visão cristã permear a sociedade e causar grandes mudanças sociais, elevando a condição humana de modo geral, a vida da mulher na sociedade passou a ser muito melhor do que em outros tempos ou culturas. O ideal de igualdade como seres criados à imagem e semelhança de Deus dissolveu as barreiras em diversos aspectos.
A mulher na sociedade.
Com o avançar dos anos, após tremendos avanços no campo do matrimônio, família e com o aumento da perspectiva de não ser morta ao nascer, as mulheres cada vez mais exerceram seu papel na sociedade e passaram a formar comunidades religiosas dotadas de governo próprio, algo inusitado em qualquer cultura do mundo antigo. Elas dirigiam as próprias escolas, conventos, orfanatos e hospitais. Além de terem sido rainhas, princesas, abadessas, cientistas, escritoras e diversas outras coisas. Tudo isso apenas com a transformação social causada pelo evangelho de Cristo.
Podemos citar Fabíola, que fundou o primeiro hospital público em Roma no século IV para cuidar dos pobres e necessitados. [18] Ou Santa Teresa D’Avila, que reformou a Ordem religiosas das Carmelitas Descalças, fundando 32 mosteiros pela Europa em pleno século XVI, sendo uma das pessoas mais admiradas de seu tempo. [19]
Segundo a historiadora francesa Regine Pernoud, os registros da cidade de Paris do século XIII deixam claro: “mulheres não ficavam somente em casa ou nos conventos como nos séculos seguintes. Havia professoras, médicas, boticárias, tintureiras, copistas, miniaturistas, encanadoras, arquitetas, e também abadessas e rainhas”
As mulheres tinham papel ativo na sociedade, cada qual a sua maneira, e de acordo com o contexto de sua época e status social. Um bom exemplo disso foi papel fundamental de rainhas e princesas na propagação do evangelho.
Na Espanha, na Itália, na Gália e na Inglaterra, foi necessário que uma rainha fosse a precursora do cristianismo. No século V, Clodilte, a rainha dos francos,  através da sua influência teve seu marido Clóvis I batizado, tornando a Gália (futura França), o primeiro reino cristão da história. E Teodolinda no século VI, que casada com o ariano Agilulfo, batiza e cria seus filhos na fé católica, sendo muito importante para o prolongamento da fé no Norte da Itália.
Poderíamos ainda mencionar Teodósia da Espanha, Berta da Inglaterra, Santa Odília, da Alsácia, ou ainda Santa Batilde, jovem vendida como escrava que depois se tornou regente dos reinos dos francos no século VI, sendo de extrema importância na abolição da escravatura no seu tempo.
A historiadora Regine Pernoud conclui: “É extraordinário verificar o papel ativo que as mulheres tiveram no domínio da evangelização, numa época em que o Ocidente hesita entre paganismo, arianismo e a fé cristã.” [20]
As mulheres e as letras.
Poderíamos ainda para citar algumas mulheres que foram pelo caminho das letras.  
Faltonia foi uma famosa poetisa cristã do século IV, tendo sido incluída por Giovanni Boccaccio como uma das mulheres mais influentes da Idade Média. [21] Ou Hildegarda de Bingen (1098-1179), famosa por suas experiências místicas, foi também médica e grande escritora, tendo sido uma mulher ativa e influente em seu tempo. [22]
Poderíamos ainda citar Clara de Assis (1193-1253), irmã do famoso santo Francisco de Assis, Juliana de Norwich (1342-1430), Catarina de Sena (1347-1380), Teresa de Lisieux (1873-1897) e muitas outras mulheres que escreveram livros, cartas, tratados e que foram (e ainda são) muito admiradas por homens e mulheres pelo seu grande talento intelectual e piedade.
E agora a pergunta que não quer calar: Onde estava o movimento feminista nisso tudo?
Em que elas contribuíram para a mudança que acabamos de ver?
Os retrocessos em relação a todas as conquistas femininas começaram a ocorrer no período do renascimento. Um movimento intelectual do século XV-XVI, que buscava o retorno aos ideais pagãos como uma forma de se desligar da religião cristã e secularizar a sociedade. Nessa busca por suprimir a mentalidade cristã e retirar Deus da esfera pública, foi a época em que as coisas começaram a piorar. O direito romano que restringia a liberdade da mulher retornou, a escravidão, que já havia sido abolida séculos antes na Europa também ressurge. O voto, que era garantido a mulheres nas comunas medievais, só será recuperado no século XX. [23] E diversas outras particularidades, como a obrigatoriedade do uso do nome do marido pela mulher, também tem início nessa época.
Não foi necessário nenhum movimento feminista para que a mulher recuperasse seu valor e dignidade na sociedade.
O feminismo nada mais é do que uma imersão num movimento de massa, que busca dissolver a identidade da mulher, dando-lhe uma postura revolucionária e um senso de pertencimento e dívida ao movimento. Ao se colocar como “salvador”, é necessário que a mulher esteja sempre na posição de vítima. O movimento tenta substituir o papel de Deus, buscando consertar toda forma de injustiça – que é fruto do pecado – com as próprias mãos. Crendo que, no lugar de Deus, teria criado um mundo melhor, mais justo e igualitário.
O evangelho
A verdadeira conquista para a mulher foi o evangelho de Cristo. Não adianta lutar por justiça e igualdade sem que esses conceitos possuam fundamento sólido. O evangelho trouxe verdadeira mudança no coração e da mente das pessoas, e isso se refletiu nas interações socioculturais, proporcionando a formação de uma sociedade melhor para todos. As coisas nunca serão perfeitas, somente o reino dos céus teremos a perfeição, mas com a visão correta sobre as coisas do mundo, podemos viver consideravelmente melhor.
Que as mulheres entendam que elas não precisam do feminismo, mas sim de Cristo. A sociedade será transformada à medida em que mais parecidas com Cristo forem as suas criaturas: homem e mulher. Somente o evangelho tem o verdadeiro poder da transformação, pois ele toca no profundo da alma humana, transformando pecadores impenitentes, em pessoas redimidas e humildes. O evangelho de Cristo fez mais por mulheres e homens do que qualquer ideologia jamais pregada.  O evangelho de Cristo é nossa única esperança concreta de redenção e salvação nesse mundo.
Autor: Ramon Serrano
Fonte: O CAMINHO –Apologética para a glória de Deus!
Referências Bibliográficas:
[1] CREVELD, Martin Van, Sexo Privilegiado p.444
[2] JOSEFO, Flávio. Antiguidades Judaicas 4.8.15
[3] PERNOUD, Regine. A mulher no tempo das catedrais p.15
[4] Epístola aos Gálatas 3:28
[5] The Letters of the Younger Pliny 10.96
[6] CHADWICK, Henry. The Early Church, 1967
[7] STARK, Rodney The Triumph of christianity p.41
[8] LINDSAY, Jack. 1968. The Ancient World: Manners and Morals
[9] Justino Mártir. I Apologia p.26
[10] Minucius Felix, ‘The Octavius’ of Minucius Felix p.83
[11] PERNOUD, Regine. A mulher no tempo das catedrais p.21
[12] Epístola de Tiago 1:27
[13] WOODS, Thomas. Como a Igreja católica construiu a civilização ocidental p.168
[14] Apud WOODS, Thomas. Como a Igreja católica construiu a civilização ocidental p.202
[15] WOODS, Thomas. Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental, p.182
[16] CHADWICK, Henry. 1967. The Early Church p.59
[17] DA COSTA, Ricardo et al. Visões da Idade Média p.162
[18] WOODS, Thomas. Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental, p.162
[19] MILLER, Rene-Fullop. Os Santos que abalaram o mundo p.365-380
[20] PERNOUD, Regine. A mulher no tempo das catedrais p.13
[21] apud CORTIJO OCAÑA, 2012, p. 206-207
[22] COSTA, Roberto Nunes et al. Mulheres Intelectuais na Idade média p.48
[23] PERNOUD, Régine. O Mito da Idade Média p. 101

Igreja se reúne nas casas todos os dias em Wuhan, epicentro do coronavírus

Igreja tem ajudado a comunidade de Wuhan a enfrentar a epidemia. (Foto: Kevin Frayer/Getty Images)

Uma igreja localizada em Wuhan está tomando medidas práticas para reduzir o número de infecções, mas continua se reunindo para orar e louvar a Deus.

Igreja tem ajudado a comunidade de Wuhan a enfrentar a epidemia. (Foto: Kevin Frayer/Getty Images)
Apesar de estar localizada no epicentro do coronavírus, a Igreja Root and Foot (RFCC) está disposta a continuar compartilhando o Evangelho em Wuhan, na China.
Quando milhares de pessoas deixaram a cidade com medo do vírus, o pastor Huang Lei decidiu ficar e cuidar daqueles que foram deixados para trás. 
Ele passou a organizar grupos de oração e ajudar de maneira prática, com a esperança de que essa comunidade colocasse sua confiança em Cristo durante um período de incertezas.
Em um webinar online intitulado “Igrejas chinesas que estão firmes em meio ao surto”, o pastor Huang falou abertamente sobre como o Evangelho é pregado entre os chineses diante de circunstâncias tão desafiadoras.
“O coronavírus é um desastre que foi raramente visto na história humana, mas tudo apresenta uma oportunidade para glorificar a Deus”, disse ele.
No entanto, isso não significa que a igreja deixou a cautela de lado. Em uma tentativa de reduzir o número de infecções, a RFCC decidiu parar de realizar reuniões físicas e, em vez disso, deu lugar à cultos online temporariamente.
A medida, porém, não parou o ministério. Determinada a continuar se reunindo para comunhão e oração, a RFCC atualmente administra cerca de 30 pequenos grupos que se reúnem todos os dias por uma a duas horas para orar, adorar e estudar a Bíblia.
Eles também estão ajudando a combater o vírus de maneiras práticas. De acordo com a organização International Christian Concern, a RFCC envia diariamente dez membros — vestidos com roupas de proteção — para entregar refeições, máscaras, spray desinfetante, remédios e outros suprimentos antivírus para cristãos vulneráveis ​​cuidarem de suas necessidades.
“Vimos a graça de Deus após o surto de coronavírus”, disse Huang. “Se os cristãos tiverem mais medo da morte do que o mundo durante um desastre, o sofrimento seria em vão. Deus quer que superemos as dificuldades por meio Dele”.
“Essa epidemia nos oferece uma oportunidade de introspectar nossa fé, refletir sobre nós mesmos, fortalecer nossa vida espiritual e depender de Deus”, acrescenta.
Atualmente, existem mais de 90.000 casos confirmados de coronavírus em todo o mundo, sendo mais de 80.000 na China continental. O número mundial de mortos ultrapassou 3.000.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO FAITHWIRE

quarta-feira, 4 de março de 2020

Pastor lidera marcha contra novas políticas de educação sexual na Espanha:“As crianças não pertencem ao estado”



Imagem da marcha dos pais em Múrcia, em 29 de fevereiro. (Foto: Reprodução/CEMU)

Ministra da Educação do governo espanhol, Isabel Celáa, afirma que “as crianças não pertencem aos pais”.

“Os pais estão prontos para travar esta batalha”, diz o pastor evangélico Ángel Zapata, um dos organizadores de uma marcha que reuniu 5 mil pessoas contra as novas políticas de educação sexual do governo espanhol.



Cerca de 5.000 pessoas marcharam pela cidade de Múrcia (sudeste da Espanha) para defender o direito dos pais de educar seus filhos de acordo com os valores da família.


A manifestação foi uma resposta aos planos e declarações da ministra da Educação do governo espanhol, Isabel Celáa, que afirmou que “as crianças não pertencem aos pais”.



5.000 saem às ruas para protestar contra novas políticas de educação sexual na Espanha. (Foto: Reprodução/CEMU)



Outros membros do governo central enfatizaram essa convicção ao anunciarem em janeiro que refutariam o chamado "parental", que dá aos pais da Região de Múrcia o direito de decidir se seus filhos participarão de oficinas e conversas especiais que podem colidir com seus valores e crenças profundamente arraigados.



Muitos pais se queixaram de conversas sobre sexualidade e questões LGBT apoiadas pelo governo nos últimos anos - conteúdo que geralmente é dado por ativistas externos de certos grupos ideológicos.

“As crianças não pertencem ao estado”

“Nossos filhos nos pertencem” era o lema da marcha, que utilizou cartazes com mensagens como “As crianças não pertencem ao Estado” e “Por uma educação livre da ideologia de gênero”.

O encontro foi um "sucesso", disse o grupo de organizadores. Pessoas de fé evangélica faziam parte da organização, incluindo o pastor evangélico Ángel Zapata, que também atua como Presidente do Conselho Evangélico de Múrcia.

Zapata foi a pessoa escolhida para ler o manifesto final, que alude a artigos do direito internacional e da Constituição espanhola que protegem os direitos das crianças e dos pais na área da educação.

Cerca de outras 30 organizações apoiaram a marcha. O partido político Vox, membro do governo de coalizão de direita de Múrcia e principal apoiador do 'pino dos pais', expressou publicamente seu apoio.

Forte cobertura da mídia

Falando ao site de notícias espanhol Protestante Digital, Ángel Zapata salienta que a marcha teve "um grande número de seguidores e um notável impacto na mídia" e que não houve incidentes. Não apenas jornais e rádios locais cobriram a manifestação, mas também a emissora nacional espanhola TVE e a televisão privada La Sexta.



O pastor Ángel Zapata foi um dos organizadores da marcha. (Foto: Reprodução/CEMU)

Segundo Zapata, era importante deixar sua voz ser ouvida em um assunto que continua fazendo parte de um debate social na Espanha. “Foi uma oportunidade de sair e recuperar nosso papel de pais. Vamos ver o que acontece agora, mas os pais estão prontos para lutar essa batalha e, se for necessário voltarmos às ruas, faremos isso”.


Os relatos da mídia sobre a marcha sublinharam a presença evangélica na manifestação, que também foi apoiada por entidades católicas. Ángel Zapata confirmou que muitos pais evangélicos estão preocupados com o avanço da ideologia de gênero nas escolas.



O próximo passo para os organizadores será solicitar uma reunião com o governo de Múrcia para "entregar o manifesto e mostrar nosso apoio e solidariedade com o governo regional, para que eles saibam que existem milhares de pais que os apoiam nessa questão".

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO EVANGELICAL FOCUS

Netanyahu vence eleições e conquista quinto mandato como primeiro-ministro de Israel

A disputa foi com Benny Gantz, líder do principal partido rival; agora Premier terá que ampliar base para formar coalizão com aliados de direita e religiosos.

Benjamin Netanyahu, ao lado de sua mulher, Sara, durante discurso da vitória para seus aliados. (Foto: Gil Cohen-Magen / AFP)
Benjamin Netanyahu, ao lado de sua mulher, Sara, durante discurso da vitória para seus aliados. (Foto: Gil Cohen-Magen / AFP)
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu comemorou o resultado das eleições que deu a ele uma “vitória gigantesca”, “contra todas as previsões”, nas eleições legislativas de israel.
“Lembro da nossa primeira vitória, em 1996, mas esta noite a vitória é maior ainda, porque foi contra todas as previsões”, declarou o premier, encantado por frustrar os que previram “o fim da era Netanyahu” em Israel.P
“É a vitória mais importante da minha vida”, declarou Netanyahu a seus partidários, depois da terceira eleição em menos de um ano em Israel, nas quais teve o ex-chefe militar Benny Gantz como principal adversário.
Confirmando o previsto nas pesquisas de boca de urna, os partidos que apoiam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conquistaram uma margem significativa de assentos no Knesset, nome em hebraico do Parlamento israelense, na terceira eleição geral realizada no país em menos de um ano.
Eles obtiveram 90% dos votos apurados, dando a Netanyahu um inédito quinto mandato e pôr fim ao impasse político que tomou conta do país por causa do resultado inconclusivo das duas votações anteriores, em abril e setembro do ano passado.
Netanyahu diz que “chegou a hora de formar um governo (…). Serei o primeiro-ministro de todos os israelenses, é hora de união”.
Gantz admitiu que ficou decepcionado com os resultados obtidos por seu partido.
“Compartilho os sentimentos de decepção e dor de vocês. Esperávamos um outro resultado”, declarou o líder do partido de centro Azul e Branco, para seus partidários em Tel-Aviv.
“Mas é preciso olhar o copo meio cheio. Criamos algo maravilhoso chamado Azul e Branco e continuaremos porque não desistiremos dos nossos valores”, declarou.
Formação do parlamento
Liderado por Netanyahu, o bloco da direita nacionalista e religiosa tem até o momento 59 assentos, dois a menos que os 61 necessários para formar uma maioria.
O  bloco de centro-esquerda, liderado por Benny Gantz, tem 54 assentos.
Com seus aliados da direita radical e dos partidos judeus ultraortodoxos, o Likud pode chegar à maioria parlamentar.
Com a votação, buscava-se o fim da crise política mais importante do Estado hebreu após as votações de abril e setembro de 2019, em que o Likud, de Netanyahu, e o Azul e Branco, de Gantz, ficaram muito igualados.
Netanyahu teve o apoio dos partidos judaicos ultraortodoxos Shas, que capta boa parte dos votos sefardis (judeus orientais), Judaísmo Unido da Torá, dirigido principalmente aos ortodoxos ashkenazis (do leste da Europa) e da lista Yamina (direita radical), do atual ministro da Defesa Naftali Bennett.
Os resultados finais deverão demorar alguns dias para serem contabilizados, mas projeções apontam que os números não deverão mudar muito.
aso o cenário se confirme, Netanyahu será chamado pelo presidente de Israel, Reuven Rivlin, a liderar a formação de um novo governo. O premier terá então que negociar uma maioria parlamentar, o que poderia ocorrer se o Yisrael Beitenu, que deixou sua coalizão por se opor à participação de partidos religiosos, mudar de posição.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GLOBO

Exceção à Regra de Obediência às Autoridades Superiores

 A DEFERÊNCIA PARA COM O MAGISTRADO CIVIL, ENTRETANTO, VAI APENAS ATÉ ONDE NÃO IMPLIQUE EM DESOBEDIÊNCIA A DEUS, O SUPREMO SOBERANO A QUEM IMPORTA SEMPRE E EM TUDO OBEDECER

     Mas, na obediência que já ensinamos se deve a homens, haverá sempre uma exceção; ou, melhor dizendo, uma regra que antes de tudo se deve guardar; ou, seja, que tal obediência não nos aparte da obediência daquele sob cuja vontade é razoável que se contenham todas as disposições dos reis; e que todos seus mandatos e constituições cedam diante das ordens de Deus, a cuja majestade requer-se que estejam submissas suas faces. E com efeito quão contrário haverá de ter sido que, para que aos homens satisfaças, incorres em ofensa daquele em cuja atenção aos próprios homens obedeças! O Senhor, pois, é o Rei dos reis que, quando abre sua sacra boca, a um tempo, antes de todos e acima de todos, somente deve ser ouvido; em segundo lugar, fomos sujeitos a esses homens que sobre nós presidem, mas somente nele. Se ordenam algo contra ele, não seja de nenhuma relevância e valia; tampouco aqui tenhamos em qualquer consideração toda aquela dignidade em que os magistrados sobressaem, à qual não se faz nenhuma violação de direito quando se tem por inferior ante aquele singular e verdadeiramente supremo poder de Deus.

     Em conformidade com este princípio, Daniel nega haver cometido qualquer ofensa contra o rei, quando não lhe obedeceu ao ímpio edito [Dn 6.22], uma vez que ele excedera seus limites; tampouco apenas fora iníquo para com os homens, como também, ao erguer a fronte contra Deus, pessoalmente anulara seu próprio poder. Em contrário, condenados são os israelitas porque haviam sido demasiado complacentes para com o ímpio edito do rei. Pois, como Jeroboão houvesse fundido os bezerros de ouro, deixando de parte o templo de Deus, para agrado seu, se desgarrara abraçando novas superstições [1Rs 12.25-30]. Com a mesma prontidão seus filhos se dobraram aos decretos de seus reis. O Profeta Oséias censura severamente por haverem abraçado os editos do rei. Tão longe está de que mereça louvor o pretexto de submissão com que cortesãos aduladores se cobrem e enganam aos simplórios, enquanto negam ser-lhes lícito recusar qualquer coisa imposta por seus reis, como se, na verdade, Deus resignasse aos mortais o seu direito, pondo-os à frente do gênero humano, ou seja diminuído o poder terreno quando sujeito é a seu autor, diante de quem até os principados celestes, súplices e apavorados se mostram.

     Sei quão grande e quão presente perigo ameaça a esta firmeza, porque mui impacientemente os reis se deixam desprezar, cuja indignação é “o mensageiro da morte”, diz Salomão [Pv 16.14]. No entanto, uma vez que um edito foi proclamado pelo celeste pregoeiro Pedro, que mais importa “antes obedecer a Deus do que aos homens” [At 5.29], consolemo-nos com o pensamento de que então estamos nós a prestar aquela obediência que Deus exige, quando, não importa o que soframos, antes que renunciemos a piedade. E para que não se nos arrefeça o ânimo, Paulo aplica ainda outro aguilhão: visto que nós fomos redimidos por Cristo por tão grande preço, quão grande preço lhe custou nossa redenção [lCo 7.23], para que não sejamos servis em obediência aos maus desejos dos homens, muito menos ainda nos deixemos entregar-lhes como escravos da impiedade.
LOUVADO SEJA O SENHOR

Autor: João Calvino

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