terça-feira, 19 de agosto de 2014

Qual o futuro da igreja evangélica no Brasil?

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Por Rev. Augustus Nicodemus Lopes


Quando olho o atual cenário da igreja evangélica brasileira – estou usando o termo “evangélica” de maneira ampla – confesso que me sinto incapaz de prever o que vem pela frente. Há muitas e diferentes forças em operação em nosso meio hoje, boa parte delas conflitantes e opostas. Olho para frente e não consigo perceber um padrão, uma indicação que seja, do futuro da igreja.

Há, em primeiro lugar, o crescimento das seitas neopentecostais. Embora estatísticas recentes tenham apontado para uma queda na membresia de seitas como a Universal do Reino do Deus - que ressurge das cinzas com o "templo de Salomão" - , outras estão surgindo no lugar, como na lenda grega da Hidra de Lerna, monstro de sete cabeças que se regeneravam quando cortadas. A enorme quantidade de adeptos destes movimentos que pregam prosperidade, cura, libertação e solução imediata para os problemas pessoais acaba moldando a imagem pública dos evangélicos e a percepção que o restante do Brasil tem de nós. Na África do Sul conheci uma seita que mistura pontos da fé cristã com pontos das religiões africanas, um sincretismo que acaba por tornar irreconhecível qualquer traço de cristianismo restante. Temo que a continuar o crescimento das seitas neopentecostais e seus desvios cada vez maiores do cristianismo histórico, poderemos ter uma nova religião sincrética no Brasil, uma seita que mistura traços de cristianismo com elementos de religiões afro-brasileiras, teologia da prosperidade e batalha espiritual em pouquíssimo tempo.

Depois há o movimento “gospel”, que mostrou sua popularidade ao ter o festival “Promessas” veiculado pela emissora de maior audiência do país. Não me preocupa tanto o fato de que a Rede Globo exibiu o show, mas a mensagem que foi passada ali. A teologia gospel confunde “adoração” com pregação, exalta o louvor como o principal elemento do culto público, anuncia um evangelho que não chama pecadores e crentes ao arrependimento e mudança de vida, que promete vitórias mediante o louvor e a declaração de frases de efeito e que ignora boa parte do que a Bíblia ensina sobre humildade, modéstia, sobriedade e separação do mundo. Para muitos jovens, os shows gospel viraram a única forma de culto que conhecem, com pouca Bíblia e quase nenhum discipulado. O impacto negativo da superficialidade deste movimento se fará sentir nesta próxima geração, especialmente na incapacidade de impedir a entrada de falsos ensinamentos e doutrinas erradas.

Notemos ainda o crescimento do interesse pela fé reformada, não nas igrejas históricas, mas fora delas, no meio pentecostal. Não são poucos os pentecostais que têm descoberto a teologia reformada – particularmente as doutrinas da graça, os cinco slogans (“solas”) e os chamados cinco pontos do calvinismo. Boa parte destes tem tentado preservar algumas idéias e práticas características do pentecostalismo, como a contemporaneidade dos dons de línguas, profecia e milagres, além de uma escatologia dispensacionalista. Outros têm entendido – corretamente – que a teologia reformada inevitavelmente cobra pedágio também nestas áreas e já passaram para a reforma completa. Mas o tipo de movimento, igrejas ou denominações resultantes desta surpreendente integração ainda não é previsível.

O impacto das mídias sociais também não pode ser ignorado. E há também o número crescente de desigrejados, que aumenta na mesma proporção da apropriação das mídias sociais pelos evangélicos. Com a possibilidade de se ouvir sermões, fazer estudos e cursos de teologia online, além de bate-papo e discipulado pela internet, aumenta o número de pessoas que se dizem evangélicas mas que não se congregam em uma igreja local. São cristãos virtuais que “freqüentam” igrejas virtuais e têm comunhão virtual com pessoas que nunca realmente chegam a conhecer. Admito o benefício da tecnologia em favor do Reino. Eu mesmo sou professor a quinze anos de um curso de teologiaonline e sei a benção que pode ser. Mas, não há substituto para a igreja local, para a comunhão real com os santos, para a celebração da Ceia e do batismo, para a oração conjunta, para a leitura em uníssono das Escrituras e para a recitação em conjunto da oração do Pai Nosso, dos Dez Mandamentos. Isto não dá para fazer pela internet. Uma igreja virtual composta de desigrejados não será forte o suficiente em tempos de perseguição.

Eu poderia ainda mencionar a influência do liberalismo teológico, que tem aberto picadas nas igrejas históricas e pentecostais e a falta de maior rapidez e eficiência das igrejas históricas em retomar o crescimento numérico, aproveitando o momento extremamente oportuno no país. Afinal, o cristianismo tem experimentado um crescimento fenomenal no chamado Sul Global, do qual o Brasil faz parte.

Algumas coisas me ocorrem diante deste quadro, quando tento organizar minha cabeça e entender o que se passa.

1 – Historicamente, as igrejas cristãs em todos os lugares aqui neste mundo atravessaram períodos de grande confusão, aridez e decadência espiritual. Depois, ergueram-se e experimentaram períodos de grande efervescência e eficácia espiritual, chegando a mudar países. Pode ser que estejamos a caminho do fundo do poço, mas não perderemos a esperança. A promessa de Jesus quanto à Sua Igreja (Mateus 16:18) e a história dos avivamentos espirituais nos dão confiança.

2 – Apesar de toda a mistura de erro e verdade que testemunhamos na sincretização cada vez maior das igrejas, é inegável que Deus tem agido salvadoramente e não são poucos os que têm sido chamados das trevas para a luz, regenerados e justificados mediante a fé em Cristo Jesus, apesar das ênfases erradas, das distorções doutrinárias e da negligência das grandes doutrinas da graça. Ainda assim, parece que o Espírito Santo se compraz em usar o mínimo de verdade que encontra, mesmo em igrejas com pouca luz, na salvação dos eleitos. Não digo isto para justificar o erro. É apenas uma constatação da misericórdia de Deus e da nossa corrupção. Se a salvação fosse pela precisão doutrinária em todos os pontos da teologia cristã, nenhum de nós seria salvo.

3 – Deus sempre surpreende o Seu povo. É totalmente impossível antecipar as guinadas na história da Igreja. Muito menos, fazer com que aconteçam. Há fatores em operação que estão muito acima dos poderes humanos. Resta-nos ser fiéis à Palavra de Deus, pregar o Evangelho completo – expositivamente, de preferência – viver uma vida reta e santa, usar de todos os recursos lícitos para propagar o Reino e plantar igrejas bíblicas e orar para que nosso Deus seja misericordioso com os seus eleitos, com a Sua igreja, com aqueles que Ele predestinou antes da fundação do mundo e soberanamente chamou pela Sua graça, pela pregação do Evangelho.

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Fonte: O Tempora! O Mores!
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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico

“Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus”, disse mãe do piloto
por Jarbas Aragão
geraldo e esposa Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico 
Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélico
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Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, um dos pilotos queestava no acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, tinha 20 anos de experiência. Com mais de 1500 horas de voo, foi piloto da TAM antes de assumir o cargo de piloto do candidato, há 3 meses.
A família afirma que ele estava feliz com a nova conquista profissional. De berço evangélico, era natural de Governador Valadares (MG), mas viajava constantemente para os EUA, onde reside seu cunhado.
Entrevistada pelo jornal Estado de Minas, a mãe do piloto, Odete Ferreira da Cunha, 73, soube da notícia da morte do filho caçula pela televisão. “Eu estava no médico quando vi a notícia”, lembra. Afirmou ainda que sua fé está ajudando a superar a perda. “Não cai uma folha de uma árvore sem que seja vontade de Deus. O Senhor está me confortando. É nosso refúgio e nossa fortaleza”.
Sua esposa, Joseline, está em New Jersey (EUA). Segundo o EM, ela viajou para fazer o enxoval do segundo filho do casal. A menina deverá nascer em Outubro e se chamará Ana. Rui Barbosa, irmão do piloto, conta que a mulher está em estado de choque. Assim que se recuperar voltará para Santa Luzia, zona urbana de Belo Horizonte, onde mora.
Copiloto da aerovane de Eduardo Campos era evangélicoO pastor Renato Bernarde, da Comunidade Cristã Presbiteriana de Newark, onde Geraldo e Josiane congregavam nos EUA, deixou a seguinte nota em sua página do Facebook.
“Aos irmãos, congregados e amigos da CCP Newark. Um dos tripulantes do avião que caiu em Santos, São Paulo, onde faleceu o candidato Eduardo Campos, era o nosso Geraldo (Magela) Cunha. Ele está com o Senhor. Josiane, sua esposa, grávida de 7 meses, está aqui NJ, preparando o enxoval do bebê. Muitos irmãos e amigos estão juntos neste momento de dor com eles. A presença e conforto de Deus são claras. Cubra-os com suas orações e cuidado”.

Fonte:gospelprime


Esposa, você vem concedendo a devida benevolência ao seu marido? .

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Por Angela E. P. Machado


O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento” (1 Coríntios 7:3-6).

Primeiramente, é importante mencionar que a pergunta feita neste artigo poderia destinar-se aos esposos cristãos, até porque alguns deles podem apresentar problemas neste sentido, porém, como creio que a dificuldade em praticar esta ordenança seja mais comum para nós mulheres, resolvi destinar a pergunta a nós mesmas. 

Muitos homens ao lerem “Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade. Como cerva amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo seu amor sejas atraído perpetuamente” (Provérbios 5:18-19), talvez pensem: "Ah, como eu gostaria que fosse assim!" 

De um modo geral, os versículos acima citados, não parecem trazer grandes desafios para os homens, afinal, eles têm uma disposição mais intensa para tais coisas, já para nós mulheres, normalmente mais emotivas do que eles, muitas vezes tais versículos são bastante desafiadores. O cansaço devido a agitação do dia, as dificuldades com os filhos pequenos, a tristeza ou o mau humor, o fato de não sentir-se bonita/atraente podem levar-nos a negar ao marido o que lhe é devido e preferirmos esquecer que, conforme diz a Escritura, o nosso corpo pertence ao cônjuge.

Mas, por qual razão Paulo deixa tal advertência em 1 Coríntios 7:5, “(...) para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência”? Porque ele sabia que “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gálatas 5:17); por saber que o adultério e a impureza são frutos da carne (Gálatas 5:19), com os quais o cristão ainda luta - “(...) porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). 

Mulher, se você não concede sexo ao seu esposo, você está deixando-o desprotegido e as lutas travadas no coração dele são mais árduas sem a sua ajuda. Ao observar com mais atenção os versículos acima citados, chegamos a conclusão de que Paulo afirma, em outras palavras, “pratiquem bastante sexo”. A escritora Martha Peace tem um capítulo destinado apenas a este assunto em seu livro Esposa Excelente (Ed. Fiel), e ela afirma: “(...) Contudo, uma vez que os desejos do homem tendem a ser mais fortes, pode ser difícil para os homens pensarem em outra coisa que não seja sexo, quando experimentam anseio físico. Sendo assim, Deus instruiu a esposa a suprir as necessidades físicas de seu marido. A esposa também experimenta anseio físico. Por isso, Deus instruiu o marido a satisfazer as necessidades físicas de sua esposa. De outo modo, o marido e a esposa podem ser tentados a nutrir pensamentos e ações imorais. De fato, o marido deve ser tão satisfeito, que, embora outra mulher o seduza, ele não será tentado. (…)” (p.137). Ela ainda comenta: “Se uma esposa pensa: 'Como posso dar prazer ao meu marido?', ela está demonstrando amor. Ao dar prazer ao marido, a esposa possivelmente começará a experimentar mais prazer do que imaginava. (...)” (p.141).

O problema (o pecado de negar a prática do sexo) pode persistir e gerar dificuldades ainda maiores, pois mais e mais pecados serão cometidos tanto por parte da esposa como do marido, a desunião entre o casal se intensificará, o marido poderá vir a acessar sites indevidos, a esposa já não admirará tanto o marido e perderá a confiança nele e, em alguns, casos pode ocorrer o adultério, normalmente por parte do esposo. 

Lembro de uma história relatada por Dave Harvey em seu livro “Quando pecadores dizem sim”, em que um casal cristão, ambos orgulhosos, travavam uma disputa entre si e tal desunião resultou em um adultério por parte do homem. Graças a Deus, este casal reconciliou-se, perdoando-se mutuamente e renovando seu compromisso para com Cristo. Mas o que chamou grandemente minha atenção nesta história foi o fato da esposa deste homem admitir sua parcela de responsabilidade neste adultério. Quando o esposo cai em tentações na área sexual tendo uma mulher que não lhe cuida devidamente, sem, aqui, querer diminuir a responsabilidade/pecado do homem, a esposa tem uma parcela de culpa nesta situação. 

É verdade, também, que há momentos difíceis na vida do homem e da mulher, em que não há clima algum para a prática do sexo, devido a traumas emocionais intensos (como a morte de alguém querido, por exemplo), uma depressão grave, uma doença física, entre outros. Estes momentos devem ser discernidos pelo marido ou esposa, que tem o dever de serem compreensíveis com seu cônjuge, demonstrando apoio e carinho. Porém, que voltem assim que possível a praticar o que lhes é de direito/dever.

Por fim, talvez você esteja passando por isso no seu casamento e fica, então, a pergunta: por qual razão isto vem acontecendo? Para ajudar neste quesito, busque praticar atividade física, como caminhadas frequentes, por exemplo. Se a dificuldade persistir, talvez seja necessário que o esposo e a esposa procurem a ajuda de um médico de confiança. Sabemos que este é um assunto sério e não podemos nos esquecer que quando o descumprimos estamos não apenas pecando contra o cônjuge, mas contra Deus, primeiramente. Por isso é necessário confessar este pecado e pedir perdão ao Senhor, bem como ajuda para cumprir esta ordenança. Orar diariamente a Deus, ler/meditar nas Escrituras são atitudes fundamentais. Pedir perdão ao esposo, bem como perdoá-lo por suas falhas, pedir a ajuda dele, incentivá-lo a afirmar diariamente que a ama, que a acha bela e atraente e trazer algum presente de vez em quando, igualmente são atitudes muito importantes.

Que Deus nos ajude e fale ao nosso coração acerca desta doutrina desafiadora para nós mulheres!

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Sobre a autora: Angela E. P. Machado é esposa de Filipe Machado - Presbítero da Igreja Cristã Reformada de Blumenau e autor do blog 2Timóteo 3.16.

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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Vocação, juventude e um certo Simonton


  
Ele organizou o primeiro jornal protestante da América do Sul (1864), a primeira escola paroquial (1866), o primeiro seminário (1867) e ordenou o primeiro pastor brasileiro (1865). Desembarcou no Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859 (há exatos 155 anos) e morreu de febre amarela em São Paulo, aos 34 anos, em 1867. Esse é um resumo de Ashbel Green Simonton, o primeiro missionário presbiteriano no Brasil, publicado na quarta capa de Mochila nas Costas e Diário na Mão.

12 de agosto não é apenas um dia para lembrar a jornada do jovem missionário, mas também é o Dia Internacional da Juventude, estabelecido pela ONU, em 1999.

A coincidência das datas nos leva inevitavelmente a uma relação entre vocação e juventude. As palavras de Simonton, quando comemorava seus 22 anos de idade em 1855, são bem honestas:
“Hoje é meu aniversário. Faço 22 anos [...] É hora de fazer reflexões morais sobre o meu aniversário. Bem, para ser honesto, devo preocupar-me em chegar aos 22 anos e estar vivendo com tão pouco propósitos”.

Não que não possamos descobrir nossa vocação mais tardiamente, mas é especialmente na juventude que nossos sonhos parecem mais alcançáveis, mais palpáveis. A paixão que aquece nosso peito nos move e quase nos convence de que é possível transformar o mundo, fazer diferença. Os obstáculos, sim, podem ser superados.

Deus não ignora esses sentimentos e certezas. Na verdade, o que aquece nossos corações e ativa nossas mentes é matéria-prima para a grande construção do reino de Deus.

Por isso, é tão triste ler estatísticas como estas:

Segundo estimativas de População Residente do Datasus/MS de 2012, o Brasil tem população jovem de 52,2 milhões de pessoas. Dados do mais recente levantamento feito pelo Datasus mostram que, em 2012, mais de 30 mil morreram em razão de homicídios, o que representa mais da metade dos homicídios no Brasil (53,38%). Deste grupo, 77,02% das vítimas são negras. O número de homicídios de jovens negros é três vezes maior que de jovens brancos1.

A juventude, que poderia ser o tempo da maior descoberta de todas, tem se tornado o fim da vida. E o fato de que os negros são os mais vitimados pode apontar para recortes sociais sérios.

No entanto, a juventude evangélica brasileira tem fé, apesar das circunstâncias. A pesquisa Juventude Evangélica: crenças, valores, atitudes e sonhos, realizada pela revista Ultimato, em julho de 2010, com 1960 jovens de idade entre 13 e 34 anos, mostrava que 97% deles têm condições de repetir a confissão de dois mil anos atrás: “Senhor, tu és o Criador do céu, da terra, do mar e de tudo o que existe neles!”. Não se trata uma fé meramente nominal, mas de convicções que podem gerar ações, como sugere o cruzamento dos dados da pesquisa. Como disse o teólogo Valdir Steuernagel, “o Evangelho é como primavera, é sob medida para os jovens”.

Por tudo isso, vocação e juventude deveriam andar de mãos dadas. Para o bem da própria juventude, mas também de todo mundo. Para o bem da igreja e para o bem da sociedade.

Nota:
1. Boletim da ACNUR Brasil (11/08/2014)


Foto: Yasmin Pinheiro  
  
Equipe Editorial Web


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Por que existem crentes endividados?

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Por Renato César


Não é novidade nem surpresa para ninguém que vivemos numa sociedade capitalista que supervaloriza as aparências e, mais especificamente no caso do Brasil, incentiva o consumo para estimular o crescimento econômico. 

Infelizmente, também não é novidade que muitos crentes estão tão envolvidos com os valores dessa sociedade materialista que a própria Igreja tem se deixado influenciar pelo ritmo do consumismo das sociedades modernas a ponto de, algumas vezes, ser difícil discernir o crente do incrédulo se aquele não estiver com a Bíblia “debaixo do sovaco” e este com uma latinha de cerveja numa das mãos.

Os evangélicos, que deveriam ser exemplos morais, estão tão PRESENTESquanto os incrédulos nas listas do SERASA e SPC. Dever na praça é comum, natural, banal. Quem se importa se Cristo se importa? O negócio é ter o que todo mundo tem, mostrar que pode, que sai, que usa e abusa. O caráter íntegro deixou de ser elemento essencial para o cristão, virou item de “checklist”. Alguns tem, outros não.

Alguns crentes devem e dizem que não conseguem se livrar das dívidas. Estão sempre afogados, religiosamente pedindo dinheiro emprestado a um irmão da fé, e como não podem sonegar o imposto que devem ao Estado, deixam de pagar sua contas e ficam conhecidos como crentes velhacos, inclusive dentro de suas próprias igrejas. Muitos sequer se constrangem de seu mau testemunho, pois se tivessem alguma vergonha na cara mudariam seus hábitos. Para estes que não conseguem viver um dia sem estar devendo, sugiro que façam uma rápida busca na internet por George Müller, que tinha como base para sua vida o texto de Rm 13:8: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei”.

É óbvio que não estou falando aqui para viver segundo Müller viveu, nem tampouco para jogar-se para o alto financiamentos ou empréstimos eventualmente necessários para atingir-se um propósito específico. Esta crítica vai para aqueles que fazem dívidas sem possuir capacidade de pagamento, e o fazem sabendo disso. A carapuça serve para os cristãos que abusam da má fé para realizar despesas que não se sabe de onde virá o recurso para honrá-las, e especialmente para aqueles pastores que adoram fazer compromissos com base na fé alheia, sobrecarregando suas congregações com pedidos de ofertas para quitar débitos oriundos de seus desejos carnais.

Se você ganha mil reais, aprenda a viver com seus mil. Não tente ter aquilo que seu irmão que ganha dez mil possui. Viva segundo sua condição financeira, e se não consegue conformar-se vá trabalhar ou estudar para conseguir um emprego melhor, mas não desonre sua igreja nem o evangelho com seu mau testemunho. 

Reconheça que o único culpado por suas dívidas é você mesmo. Ninguém obriga ninguém a gastar. Cabe ao cristão ter nem que seja um pouquinho da firme personalidade que Cristo tinha para ter uma postura correta diante das tentações no caminho, não se deixando influenciar pelas propagandas, anseios pessoais ou amizades, usando-os como justificativa para seu atoleiro financeiro.

Só compre o que você tem plena convicção de que poderá pagar. Não gaste o que não tem, pois quando você deixa de honrar com seus compromissos alguém sai prejudicado e você, em vez de ser benção, torna-se uma maldição na vida dos outros. 

Quando acordar uma negociação, cumpra-a. Tenha palavra, “seja o seu sim, sim, e seu não, não” (Mt 5:37, Tg 5:12). Como diziam os antigos, seja homem! Seja mulher sábia, que sabe governar sua casa e que ajuda o marido a gerenciar o dinheiro da família, em vez de fazer compras fúteis que só servirão para desestabilizar a paz familiar, pois, como diz uma piada, “se você não crê no diabo, fique sem dinheiro e você verá o cão”.

Não há segredo para se ter uma vida financeira equilibrada. Basta gastar menos do que ganha. Se seu emprego não é estável, evite financiamentos e empréstimos. Evite-os sempre que possível, pois os juros comem seu dinheiro como traças consomem roupas. Olhando de perto você não percebe, mas em alguns meses o estrago é enorme. E, por último, não faça dívidas pela fé pois, por motivos óbvios, Deus não é o responsável pelas suas idiotices e, por esse mesmo motivo, não pagará suas contas.

Se você seguir esses conselhos e evitar agir como um mundano na hora de honrar seus compromissos, tenha certeza de que, além de estar honrando a Deus, terá mais paz e provavelmente melhores noites de sono.

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Fonte: Bereianos

domingo, 10 de agosto de 2014

Sendo um pai que glorifica a Deus

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Por Rev. Felipe Camargo


A Bíblia nos diz que qualquer coisa que fazemos deve ser para a glória de Deus. Se algo não glorifica a Deus, então, isso é pecado. Mas como fazer para glorificar a Deus sendo um pai? É possível ser pai e não glorificar a Deus? Gostaria que refletíssemos em pelo menos quatro pontos sobre isso. 

Primeiro, você não glorificará a Deus como pai se seu filho for a alegria e o centro da sua vida. Se seu filho é tudo para você, então ele é um ídolo para você e não podemos servir a dois senhores. A Bíblia diz que ninguém da nossa própria família deve ser mais importante do que o dia da sua conversão. Portanto, Deus deve vir em primeiro lugar!

Segundo, você não glorificará a Deus como pai se você não ensiná-lo acerca de Deus! Salmo 78 diz que precisamos contar sobre “os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez”. Se seu filho não conhece as histórias bíblicas nem consegue citar versículos bíblicos, mostra que você não tem falado sobre Deus para ele em sua casa. Não estou me referindo a levar a igreja, mas, de falar com ele sobre Deus quando ele acorda, quando vai dormir, quando estiver sentado no sofá ou quando estiver passeando com ele (Dt 6.6,7). Quer saber se você tem glorificado a Deus como pai? Examine o quanto seu filho conhece da Palavra de Deus e sobre quem é Deus. 

Terceiro, você não glorificará a Deus como pai se você não orar com ele e por ele. É interessante que todos os pais, no dia de batizar o filho, se comprometem com toda a alegria na frente da igreja e diante de Deus que vai orar com ele e por ele. Mas, infelizmente, muitas vezes isso não é cumprido nem na primeira semana após o batizado. É interessante notar que os pais só lembram de orar pelos filhos quando crescem e se distanciam da igreja. Só se lembram de orar por eles quando começam  a dar trabalho. Ensine-o a orar e confiar no SENHOR desde pequeno. Ensine-o a falar com o verdadeiro Pai Celeste. 

Quarto, você não glorificará a Deus como pai se você não levá-lo a casa do SENHOR. Os filhos não são nossos, mas de Deus! Foi isso que motivou Ana a deixar o pequeno Samuel com o sacerdote Eli no templo. Inclusive, se o próprio pai não tiver prazer de estar na casa do SENHOR, dificilmente o filho terá. A obrigação de pai é mostrar que não existe lugar melhor para estar do que a casa do Pai juntamente com seus outros irmãos na fé. Melhor do que encaminhá-lo para uma boa faculdade ou uma grande empresa é ensiná-lo o caminho da igreja. Quer ter filhos abençoados? Leve-os onde eles poderão receber estas bênçãos. 

Que tipo de pai você tem sido? Um bom pai que ama o SENHOR acima de todas as coisas, que ensina as Sagradas letras ao seu filho, que ora com ele e por ele e que o leva para se encontrar com Deus? Ou você tem sido um péssimo pai que não tem buscado a glória de Deus na educação de seu filho? Se for a primeira opção, parabéns, você tem mostrado o caminho da salvação. Se for a segunda opção, infelizmente você tem empurrado seu filho para o inferno e você será cobrado por isso! Seja um bom pai e busque a glória de Deus na vida do filho e da família. 
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Fonte: Pastoral IP Estoril. Boletim nº 55 - 10/08/2014.
Divulgação: Bereianos

Para Deus nada é impossível

Pare, leia e pense!

Família muçulmana conhece Jesus, de uma forma muito especial, através de sonhos
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Essa é a história de uma família que vive em uma pequena aldeia, localizada em um dos países muçulmanos mais fechados do mundo. Com a intenção de proteger esses cristãos, essas histórias muitas vezes não são contadas.
Deus não enviou um evangelista, mas falou com eles através de sonhos, o mesmo sonho. E, depois, a Portas Abertas foi capaz de reunir-se com os novos crentes e proporcionar-lhes Bíblias e discipulado, para que eles pudessem continuar a avançar no reino de Deus.
Vinda de um islamismo tradicional, a família toda vestia preto, como a tradição xiita ordena. De vida simples, falando sua própria língua, dialeto dessa região, os idosos não aprenderam a ler ou escrever, e, claro, não puderam passar tal habilidade para seus filhos ou netos. Como uma família assim poderia conhecer o Evangelho?
Mas para Deus nada é impossível!
Tudo começou quando o pai dessa família morreu. Esposa e filhos lamentaram seu falecimento e, após o período de luto, o filho mais velho assumiu o comando, uma tarefa que levou muito a sério. Além de ser o primogênito, ele era o filho mais forte e mais alto. Em uma tradição agrícola, era visto como a pessoa mais preparada para manter a fazenda funcionando.
Nesse período, o filho teve um sonho em que seu pai falava com ele. No sonho, o pai lhe contava que havia sonhado com Jesus antes de morrer. O filho, em seguida, viu o pai deitado no hospital. A porta do quarto do hospital foi aberta e Jesus apareceu para o pai doente, em seu leito de morte. Jesus disse àquele homem: "Se você acreditar em mim, dar-lhe-ei a verdadeira vida." O filho ouviu quando seu pai respondeu: "Sim, eu creio no Senhor, mas, por favor, vá até meus familiares. Eu tenho uma família numerosa que precisa te conhecer." Após essa conversa, o pai entregou sua vida a Jesus e partiu em paz.
O sonho causou uma profunda impressão naquele jovem e, por isso, ele convocou toda a família para uma reunião. Sua irmã mais nova, no entanto, se recusou a participar. Nos países muçulmanos, as mulheres têm de ouvir e obedecer não só aos seus pais, mas também aos seus irmãos. Compreensivelmente irritado, o então chefe da família foi tirar satisfação com sua irmã: "Por que você não me obedeceu? Você tem que aceitar o meu convite. Eu sou seu irmão." Ela, então, respondeu-lhe que estava com medo. "Por quê?", perguntou o irmão. "Eu tive um sonho especial", ela respondeu. Ela continuou a compartilhar sobre como ela viu seu pai conhecer Jesus em um sonho. O filho ouviu espantado enquanto sua irmã contava exatamente o mesmo sonho dele!
Na reunião de família, tanto o filho mais velho como sua irmã compartilharam seus sonhos com outros familiares, que, após o relato, aceitaram a Jesus como Salvador. O filho, então, decidiu que eles precisavam de cinquenta Bíblias para ler mais sobre sua nova fé. Mas onde encontrar cinquenta Bíblias, quando você vive em um país muçulmano fechado?
Quando isso aconteceu, o filho ouviu falar sobre uma loja em uma cidade próxima que aparentemente possuía Bíblias para vender. Ele, então, viajou assim que pôde para essa cidade, para visitar a loja. Quando finalmente chegou, o lojista disse que ele não poderia ajudá-lo com um grande número de Bíblias, mas apresentou alguém que poderia ajudar.
Essa terceira pessoa foi outro cristão, alguém a quem Deus havia preparado e enviado para discípular essa família. Depois que eles se encontraram e de ele ter sido capaz de dar à família a Palavra de Deus, ele disse ao filho mais velho: "O Senhor está com você e com sua família. Ele vai ensiná-lo e, se você precisar de alguma ajuda, nós estaremos aqui para ajudá-lo."
FontePortas Abertas Internacional
TraduçãoLarissa Cajaiba

Jihadistas executam 500 no norte do Iraque. E enterram outros vivos

PARE, LEIA E PENSE!

Alvo desta vez são membros da minoria yazidi. Famílias perseguidas têm duas opções: conversão ou morte

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Iraquianos que fugiram da violência na província de Nínive, chegar à província de Sulaimaniya
Iraquianos que fugiram da violência na província de Nínive, chegar à província de Sulaimaniya - Reuters

















O grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) matou pelo menos 500 membros da minoria yazidi no Iraque em sua ofensiva contra o norte do país, informou neste domingo à agência Reuters o ministro iraquiano de Direitos Humanos, Mohammed Shia al-Sudan. Segundo ele, os terroristas sunitas também enterraram vivas algumas de suas vítimas, incluindo mulheres e crianças. Cerca de 300 mulheres foram sequestradas como escravas, completou ele.
"Temos evidências notáveis obtidas juntos aos yazidis e também imagens da cena do crime, que mostram que as gangues do Estado Islâmico executaram ao menos 500 yazidis após tomarem Sinjar", disse Sudani em entrevista por telefone, em sua primeira declaração à imprensa sobre a questão. Sinjar é a antiga CASA dos yazidis, uma das cidades capturadas pelos jihadistas que consideram a comunidade "adoradores do diabo" e dizem que eles devem se converter ao Islã ou enfrentar a morte.
Acabou ao meio-dia de domingo um prazo para que 300 famílias yazidi se convertam ao Islã ou enfrentem a morte nas mãos dos militantes. Não ficou imediatamente claro se o ministro iraquiano estava falando sobre o destino dessas famílias ou sobre outros no conflito. "Algumas das vítimas, incluindo mulheres e crianças, foram enterradas vivas em sepulturas comuns espalhadas em e ao redor de Sinjar", disse Sudani.
Os militantes extremistas do EIIL consideram todos os não muçulmanos e islâmicos xiitas infiéis, e em muitas cidades capturadas o grupo impôs regra severa: converter-se, pagar por proteção, fugir ou morrer. O surpreendente avanço dos jihadistas sunitas, a partir de junho, criou a maior onda de instabilidade no país desde a retirada das TROPAS estrangeiras do território, em 2011. Em pouco tempo, os terroristas capturaram a segunda maior cidade do país, Mosul, e outros locais importantes, como o município de Tikrit e a região de Ambar, no oeste iraquiano.
Os Estados Unidos realizaram neste sábado outra série de bombardeios seletivos contra alvos do grupo jihadista. O primeiro dos ataques foi feito por aviões de combate e drones (aeronaves não tripuladas), segundo o Comando Central dos Estados Unidos, encarregado do Oriente Médio. O bombardeio teve como objetivo destruir dois veículos blindados que estavam disparando contra os yazidis perto do monte Sinjar. Alguns minutos depois, durante outro ataque, um avião americano bombardeou e destruiu outros dois veículos blindados e um caminhão armado. O terceiro ataque deste sábado aconteceu quando uma aeronave americana destruiu um veículo blindado na mesma região.
Os EUA realizaram também duas séries de lançamentos de alimento e água para as dezenas de milhares de refugiados isolados no monte Sinjar, uma ajuda humanitária apoiada pelos governos da França e Grã-Bretanha.
"Em algumas das imagens que obtivemos existem filas de yazidis mortos com tiros na cabeça, enquanto os combatentes do Estado Islâmico comemoram e balançam suas armas sobre os corpos", disse Sudani. "Essa é uma atrocidade cruel." O Estado Islâmico, que declarou um califado em partes do Iraque e da Síria, levou milhares de yazidis e cristãos a fugirem para salvar suas vidas durante seu avanço para perto da capital regional curda Arbil. Os yazidis, seguidores de uma religião antiga derivada do zoroastrismo, estão espalhados ao longo do norte do Iraque e fazem parte da minoria curda do país.
Confira as características de algumas minorias ameaçadas no Iraque:
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Cristãos

Cristãos iraquianos buscam abrigo na igreja de São José, em Arbil, no norte do Iraque depois de fugirem de suas aldeias invadidas por terroristas
O número de cristãos no Iraque caiu de aproximadamente 1,5 milhão em 2003 para algo entre 350.000 e 450.000 atualmente, estimativa que corresponde a menos de 1% dos habitantes do país. A maioria vive na província de Nínive, no norte do país. Além de Qaraqosh – a maior cidade cristã do país, tomada pelos jihadistas em 7 de julho –, outros locais como Bartella, Al Hamdaniya e Tel Kef também abrigam cristãos.
Os cristãos no país são de diversas etnias e denominações, mas a maioria é de católicos assírios ou caldeus – uma das várias igrejas iraquianas com nomes que remontam às origens do cristianismo –, descendentes de povos da Mesopotâmia que falam aramaico.
Abaixo, vídeo da Vice com jihadistas do EIIL. ATENÇÃO: algumas cenas são fortes:
Mapa Estado Islâmico do Iraque e do Levante




















(Com agência Reuters)
Fonte:Veja

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